(Minghui.org) [Nota do editor] Esta série é uma reimpressão da tradução em português do Epoch Times do livro “Como o espectro do comunismo está governando nosso mundo”, pela equipe editorial de Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês.

Sumário

Prefácio
Introdução
Capítulo 1: As estratégias do diabo para destruir a humanidade
Capítulo 2: O início do comunismo na Europa
Capítulo 3: Matança no Oriente
Capítulo 4: Exportando a revolução
Capítulo 5: Infiltrando-se no Ocidente
Capítulo 6: A revolta contra Deus
Capítulo 7: A destruição da família
Capítulo 8: Como o comunismo semeia o caos na política
Capítulo 9: A armadilha econômica comunista
Capítulo 10: Usando a lei para o mal
Capítulo 11: Profanando as artes
Capítulo 12: Sabotando a educação
Capítulo 13: Sequestrando os meios de comunicação
Capítulo 14: Cultura popular, uma indulgência decadente
Capítulo 15: As raízes comunistas do terrorismo
Capítulo 16: O comunismo por trás do ambientalismo
Capítulo 17: Globalização: comunismo no seu cerne
Capítulo 18: As ambições globais do Partido Comunista ChinêsConclusão

O que está incluído nesta parte?

Capítulo 9: A armadilha econômica comunista

Índice

Introdução
1. Países ocidentais desenvolvidos: praticando o comunismo sob outro nome
a. Impostos elevados e assistência social generosa
b. Intervencionismo econômico agressivo nos países comunistas
c. Economia socialista leva ao totalitarismo comunista
2. O socialismo distópico do Partido Comunista Chinês
a. A Economia chinesa: nenhum abrandamento do controle comunista
b. A verdade por trás da ascensão econômica da china
c. As consequências do modelo econômico chinês
3. Os danos do socialismo ao mundo em desenvolvimento
a. O socialismo continua assombrando a Europa Oriental
b. A economia socialista fracassou nas nações em desenvolvimento
4. Propriedade pública dos meios de produção e economia planificada: sistemas de escravidão
a. Propriedade pública: dos meios de produção: sob um jugo totalitário
b. Planejamento econômico: fadado ao insucesso
5. Teoria marxista da exploração: uma inversão falaciosa do bem e do mal
6. Ódio e inveja: a origem do igualitarismo absoluto
a. A Promoção da igualdade econômica: um trampolim para o comunismo
b. O uso dos sindicatos pelo comunismo para minar as sociedades livres
7. “Ideais” comunistas: seduzindo o ser humano para levá-lo à destruição
Conclusão: prosperidade e paz somente podem ser obtidas por meio da moralidade
Referências bibliográficas

* * *

Introdução

Há mais de um século, Karl Marx publicou “O Capital”, defendendo a abolição da propriedade privada e sua substituição pela propriedade pública dos meios de produção. Meio século depois, a propriedade pública comunista estava sendo implementada em um terço das nações do mundo.

Com a desintegração do bloco soviético após 1990, muitos países do Leste Europeu passaram por uma “terapia de choque” para retornar à economia de mercado. Outros países não governados por partidos comunistas, mas que, apesar de tudo, abraçaram a nacionalização socialista e suportaram a miséria e pobreza do modelo de propriedade pública dos meios de produção, não tiveram escolha senão introduzir reformas de mercado.

Para dominar o mundo, o espectro do comunismo lançou ofensivas em todo o mundo. Ao se observar o fato de que a maioria dos países abandonou o comunismo ou o modelo econômico socialista, logo vem à mente o pensamento de que o espectro fracassou nos seus objetivos. Mas a realidade não é tão simples. O espectro comunista não adota um conjunto fixo de princípios. Em vez disso, seus métodos e formas mudam constantemente para se adequar a novas situações. Ele pode até abandonar ou criticar as suas ações anteriores em prol do objetivo maior, e em nenhum outro aspecto isso é mais verdadeiro do que na esfera econômica.

Após uma análise cuidadosa do nosso atual sistema econômico e da realidade por trás dele, percebe-se que o espectro comunista espalhou os seus tentáculos por todos os cantos. Com programas ambiciosos e adoração cega a um papel hipertrofiado do Estado, em praticamente todos os países do mundo, a economia está se afastando dos princípios do livre mercado. As nações estão perdendo os seus fundamentos morais e gravitando em direção ao comunismo. É hora de despertarmos para essa realidade e tomarmos medidas contra ela.

1. Países ocidentais desenvolvidos: praticando o comunismo sob outro nome

No “Manifesto Comunista” (originalmente “Manifesto do Partido Comunista”), Marx escreveu que a teoria comunista pode ser resumida a uma frase: “Abolir o sistema de propriedade privada.” Isso implica “abolir a individualidade burguesa, a independência burguesa e a liberdade burguesa”. Isso significa que “o proletariado deve usar da supremacia política para arrancar, pouco a pouco, todo o capital da burguesia, para centralizar todos os instrumentos de produção na mão do Estado, ou seja, do proletariado organizado como a classe dominante”. [1]

Para atingir esse objetivo, nos países comunistas, os comunistas usaram violência e assassinato em massa. Porém, como o comunismo violento perdeu o seu apelo, foram criadas formas não violentas. Essas variantes do socialismo se infiltraram em toda a humanidade porque são difíceis de serem identificadas.

Os países ocidentais estão adotando muitas políticas econômicas que aparentemente não têm nenhuma relação com o socialismo, no nome ou na forma, mas elas têm por finalidade restringir, enfraquecer ou privar as pessoas do direito à propriedade privada. Outras políticas enfraquecem a mecânica da livre iniciativa, aumentam o poder do governo e aproximam a sociedade do socialismo. Os métodos usados incluem tributação elevada, assistência social generosa e intervencionismo estatal agressivo.

a. Impostos elevados e assistência social generosa

Um importante aspecto da economia comunista ou socialista nos países ocidentais é uma ampla assistência social. As atuais políticas de bem-estar social fazem com que pessoas provenientes de países comunistas se sintam como se tivessem se mudado para outro país socialista.

Socialismo disfarçado

O governo, por si só, não gera valor para a economia. É como cortar a lã de uma ovelha. Todos os benefícios sociais são pagos pelas pessoas, por meio dos impostos ou da dívida pública. Um alto grau de bem-estar, em si mesmo, é uma variante não violenta do comunismo.

A tributação elevada é a estatização forçada dos ativos privados visando a sua redistribuição em grande escala. É também um caminho oculto para a eliminação gradual do sistema de propriedade privada.

O resultado final da elevada tributação é igual ao obtido pela propriedade pública dos meios de produção e pelo igualitarismo impostos pelos regimes comunistas, sendo que a diferença está em se a estatização é feita antes ou depois da produção. Nas economias comunistas planejadas, a produção é controlada diretamente pelo Estado. No Ocidente, a produção é controlada de forma privada, mas a riqueza gerada é convertida em ativos estatais por meio de impostos e planos de redistribuição. De qualquer forma, equivale ao roubo e à pilhagem da riqueza dos outros. Nos países ocidentais, em vez de usar o assassinato e a violência para se conseguir isso, isso foi alcançado legalmente por meio da democracia e da legislação.

É razoável que o governo ofereça alguma assistência, como, por exemplo, no caso de vítimas de desastres ou acidentes. Porém, os aspectos positivos da assistência social transformam-na em um conveniente instrumento de engodo; torna-se uma justificativa para aumentar impostos. Nesse sentido, a ampla assistência social tem causado os efeitos nocivos que as economias comunistas causaram para o povo, a sociedade e os valores morais. Por natureza, a economia comunista revela o lado sombrio da natureza humana. Essa é a principal razão pela qual o espectro está promovendo padrões econômicos comunistas em todo o mundo, seja nas sociedades livres ou nas diretamente controladas por regimes comunistas.

Tributação elevada

A assistência social nos países ocidentais desenvolvidos consome grande parte da receita fiscal, que vem da transferência via impostos sobre recursos privados. Não há outra maneira de manter esse nível de generosidade do governo.

Nos Estados Unidos, mais da metade da receita tributária é gasta em previdência social e assistência médica. Mais de 80% dessa receita são provenientes do imposto de renda pessoal e da contribuição para a previdência social; 11% provém do imposto de empresas. [2] Muitos países ocidentais superam os Estados Unidos neste quesito, pois os seus sistemas de assistência social são ainda mais abrangentes.

De acordo com dados de 2016 publicados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a respeito de 35 economias de mercado, 27 países tinham uma alíquota de imposto de renda superior a 30%. As duas alíquotas mais elevadas de imposto de renda, 54% e 49,4%, eram de países europeus. Além disso, em muitas regiões da Europa, as pessoas pagam imposto de valor agregado (IVA) de até 20% quando comem em restaurantes ou compram produtos. [3] Impostos corporativos e outros impostos contribuem para essa elevada carga tributária em termos mundiais.

Outros dados mostraram que, em 1900, apenas sete dos quinze países analisados naquele ano cobravam imposto de renda, e a alíquota mais elevada era a da Itália, de 10%. Austrália, Japão e Nova Zelândia adotavam alíquotas de imposto de renda de cerca de 5%. Porém, em 1950, a alíquota praticada, na média de vinte países, era superior a 60%. Ela foi caindo lentamente e está atualmente em cerca de 40%. [4]

A pesada carga tributária não atinge apenas os ricos. Os pobres também são penalizados de várias maneiras. Enquanto os ricos frequentemente dispõem de vários meios legais para se proteger dos impostos, os benefícios sociais concedidos aos pobres desaparecem à medida que a renda aumenta além de um certo limite. Em suma, as pessoas estão sendo penalizadas por trabalhar mais.

Ampla assistência social

Em 1942, o economista britânico William Beveridge defendeu o Estado de bem-estar, por meio de um plano abrangente de proteção social. Na sociedade moderna, o sistema de assistência social foi ampliado para incluir desemprego, assistência médica, pensões, acidentes de trabalho, moradia, educação, creches, dentre outros, o que vai muito além dos conceitos tradicionais de caridade para aqueles com necessidades de auxílio urgente.

Um relatório de 2013 da Heritage Foundation apontou que mais de cem milhões de pessoas nos Estados Unidos, ou cerca de um terço da população, receberam benefícios sociais (excluindo da Previdência Social e do Medicare) no valor médio de 9 mil dólares por pessoa. [5] De acordo com as estatísticas coletadas pelo Censo dos EUA, aproximadamente 12,7% da população vivia abaixo da linha da pobreza em 2016, mas as suas condições de vida podem surpreender muitos.

De acordo com pesquisas do governo, 96% dos pais de famílias pobres disseram que os seus filhos nunca passaram fome. Quase 50% das famílias pobres vivem em casas individuais (não geminadas) e 40% vivem em casas geminadas ou condomínios. Apenas 9% vivem em trailers. 80% têm aparelhos de ar condicionado e 40% possuem televisores LCD widescreen. 75% das famílias pobres possuem carros. [6] A classificação deliberada de um grande número de pessoas como “empobrecidas” proporciona uma ótima justificativa para o aumento da assistência social.

Os benefícios concedidos pelo governo dos EUA estão abaixo da média em comparação com os membros da OCDE. A maioria das pessoas que vivem nos países nórdicos e em outros países da Europa Ocidental gozam de uma assistência social bem mais ampla do que a americana. Na Dinamarca, por exemplo, até mesmo os cidadãos mais ricos desfrutam de uma rede de seguridade social, do berço ao túmulo, que inclui assistência médica gratuita, ensino universitário em todos os níveis e outros benefícios generosos.

Antes do colapso econômico do seu país, os gregos desfrutavam de um salário anual com 13º e 14º salários, aposentadoria aos 61 anos e uma aposentadoria equivalente a mais de 90% do salário. Os suecos têm direito a 550 dias de licença médica contínua e outros benefícios.

A expansão da assistência social, que de tradicional prestadora de caridade emergencial passou a fornecedora de benefícios constantes e crescentes a toda a população, é de fato parte do plano do espectro para impor uma economia comunista.

Benefícios sociais: disseminando a corrupção e intensificando as contradições entre ricos e pobres

Do ponto de vista econômico, a essência do bem-estar social é tirar dinheiro de alguns e transferi-lo para outros. No entanto, como o governo é o responsável pela distribuição da riqueza, é ele próprio que não valoriza a sabedoria que diz: é preciso trabalhar para ganhar. A não observância desse princípio moral é particularmente evidente no Norte da Europa.

O intelectual sueco Nima Sanandaji demonstrou isso com base em dados da World Value Survey. No início dos anos 80, 82% dos suecos e 80% dos noruegueses concordaram com a afirmação de que “é errado receber do governo benefícios que você não merece”. Quando essa pesquisa foi realizada novamente em 2005 e 2008, respectivamente, na Noruega e na Suécia, apenas 56% dos noruegueses e 61% dos suecos concordaram com essa afirmação. [7]

Em um sistema de assistência social generosa, os indivíduos que trabalham arduamente são menos recompensados do que os que trabalham menos. Com o passar do tempo, isso acaba distorcendo as tradições morais, já que aqueles que cresceram sob governos que concedem muitos benefícios não mostram mais a dedicação, independência, responsabilidade e diligência dos seus antepassados. Eles acham que os benefícios estão garantidos e consideram a assistência social como um direito humano. Eles se habituaram a depender do governo e até mesmo a tê-lo como um refém para obter auxílio permanente. Os valores sociais mudaram quase irreversivelmente. Como sapo sendo cozido em fogo lento, as elevadas doses de assistência social do comunismo corroem a sabedoria moral.

A generosa assistência social do governo também priva ou esvazia as instituições de caridade do seu papel tradicional, privando tanto doadores da oportunidade de fazer boas ações como aqueles que se beneficiam da ajuda alheia de terem a oportunidade de sentir gratitude e retribuir o gesto a outros.

Na sociedade tradicional, a caridade era feita por iniciativa pessoal seja pela ajuda direta aos menos afortunados ou por meio de doações a organizações de caridade, como igrejas. Havia doadores e destinatários definidos, e poder receber assistência era um mérito, não um direito. Os destinatários sentiam gratidão pela gentileza dos doadores, o que os motivava a usarem a ajuda recebida para complementar os seus próprios esforços em busca de uma situação melhor. É de se supor que aqueles que recebiam ajuda e conseguiam melhorar o nível de vida tendessem a retribuir o favor recebido auxiliando pessoas que enfrentavam dificuldades semelhantes.

O pensador francês Alexis de Tocqueville observou que a caridade combina as virtudes da generosidade e da gratidão, que interagem mutuamente para melhorar a sociedade e exercer uma influência moral positiva. Entretanto, a relação entre doadores e receptores servia para amenizar conflitos e antagonismos entre ricos e pobres, pois o comportamento caridoso dos indivíduos unia membros de diferentes classes econômicas. [8]

O hipertrofiado sistema de assistência moderno afasta os doadores dos receptores, burocratizando e tornando impessoal o processo da caridade. Os “doadores” de hoje são os contribuintes, que são forçados a abrir mão de parte da sua riqueza, em vez de compartilhá-la voluntariamente. Por outro lado, os beneficiários da assistência não estabelecem laços com os seus benfeitores e não sentem gratidão por seu autruísmo.

Tocqueville acreditava que a assistência social exacerbava os conflitos entre ricos e pobres. Com parte da sua riqueza confiscada à força, os ricos poderiam se ressentir com a classe beneficiada pela assistência social às custas deles. Tocqueville também disse que os pobres manteriam um tipo de descontentamento, já que passariam a considerar a ajuda financeira como um direito garantido: “Uma classe verá o mundo com receio e ressentimento, enquanto a outra perceberá o seu infortúnio com desesperança e inveja.” [9]

Essa hipertrofia da assistência social também se transforma em ressentimento e conflito político; o comunismo usa isso para destruir a harmonia moral e social das pessoas. Isso foi observado na crise econômica grega: em vez de um conflito entre ricos e pobres, o conflito foi entre as classes média e alta. Para a última, a evasão fiscal tornou-se um “esporte nacional”, segundo autoridades gregas citadas na revista The Economist. [10] Ao mesmo tempo, a fim de não desapontar os seus eleitores, o governo grego tomou mais empréstimos para compensar a diminuição da receita fiscal e manter o mesmo nível de bem-estar existente em outros países europeus.

Após a crise econômica, o governo grego tentou reduzir a assistência social, passando a enfrentar forte resistência da população em geral. Ela se voltou contra os ricos e exigiu impostos ainda mais altos deles, criando um problema que o governo ainda precisa resolver.

O sistema de assistência social corrói a tradicional ética do trabalho e faz com que as pessoas sintam que têm direito sobre aquilo que elas não ganharam com os seus esforços. Com a penalização do esforço individual e do empreendedorismo, toda a economia sofre.

Em 2010, um estudo prático de Martin Halla, Mario Lackner e Friedrich G. Schneider produziu dados que mostram que a assistência social desestimula o empenho no trabalho no longo prazo, e esse resultado só é perceptível depois de muitos anos. Os três economistas concluíram que as dinâmicas do Estado de bem-estar são inimigas da saúde da econômica de uma nação. [11]

A cultura da pobreza

Em 2012, o New York Times publicou uma matéria intitulada “Lucrando com o analfabetismo infantil”, na qual descrevia o impacto da política de assistência social em famílias de baixa renda que viviam nos Montes Apalaches, no Leste dos Estados Unidos.

O artigo relatou como várias famílias empobrecidas desistiram de enviar os seus filhos à escola com a finalidade de se candidatar a um benefício: “As mães e os pais temem que se os seus filhos aprenderem a ler, eles tenham menor chance de receber um cheque mensal pago a pais de crianças com deficiência intelectual.” [12]

“Muitas pessoas que moram em casas nas encostas dos morros são pobres e estão desesperadas, e um cheque mensal de 698 dólares por filho no âmbito do programa Supplemental Security Income vem bem a calhar – além disso, esses cheques continuam chegando até o filho completar 18 anos.”

Este programa foi iniciado há cerca de quarenta anos com o objetivo de ajudar famílias a criarem os seus filhos com problemas físicos ou mentais. Na ocasião em que o New York Times noticiou isso, mais de 55% das crianças estavam classificadas como mentalmente deficientes, mas não tinham nenhuma doença definida. Nos Estados Unidos, dessa forma, há atuamente 1,2 milhão de crianças com “problemas mentais”, cuja assistência demanda anualmente 9 bilhões de dólares dos contribuintes. [13]

O bem-estar social e os defeitos inerentes à natureza humana alimentam-se mutuamente em um círculo vicioso. Apesar das boas intenções daqueles que defendem e formulam as políticas de assistência, essas políticas colaboraram com o espectro comunista no seu objetivo de destruir a humanidade.

No século 19, Tocqueville abordou os programas de assistência social. Para o autor, eles não levavam em consideração as características dos indivíduos, mas apenas os níveis ou graus de pobreza. Isso dificultava a alocação dos recursos, uma vez que é impossível saber se os indivíduos habilitados a receberem a assistência estão realmente enfrentando circunstâncias fora do seu controle ou se seu infortúnio é consequência das suas próprias ações. [14]

Além de prejudicar as finanças públicas, o excesso de assistência social também afeta o futuro das crianças que cresceram como beneficiárias desse sistema. Um estudo realizado em 2009 constatou que dois terços das pessoas que receberam assistência na infância continuaram a recebê-la na idade adulta, e possivelmente dependerão desse auxílio pelo resto das suas vidas. [15]

Por uma questão eleitoral estratégica, o termo “deficiência” tem sido continuamente adaptado para incluir um percentual cada vez maior da população entre os beneficiários da assistência social. Os critérios que determinam quem tem direito à assistência criam uma atmosfera negativa que estimula o uso indevido desses benefícios. A deterioração da moralidade social e a incerteza econômica colaboram com os desígnios do espectro comunista.

A assistência é uma medida emergencial para ajudar as pessoas com necessidades reais, que é eficaz em circunstâncias como as que envolvem acidentes de trabalho, epidemias e desastres naturais. Ela não deve se tornar uma forma habitual de subsistência, pois é incapaz de resolver o dilema da pobreza. Em 2014, transcorridos 50 anos desde que o presidente Johnson lançou a sua guerra contra a pobreza, os contribuintes americanos desembolsaram 2,2 trilhões de dólares em assistência social. [16] No entanto, como mostram as estatísticas do órgão dos EUA encarregado do censo, a taxa de pobreza manteve-se estável nos últimos quarenta anos. [17]

De acordo com o economista americano William Arthur Niskanen, o sistema de assistência gerou uma cultura de pobreza que, por sua vez, alimenta um círculo vicioso de dependência da ajuda do governo, de filhos nascidos de relações extraconjugais, de crimes violentos, desemprego e aborto. A sua análise dos dados do país do ano de 1992 produziu estimativas sobre os efeitos que poderiam ser esperados do aumento da “Ajuda para Famílias com Crianças Dependentes” (AFDC, na sigla em inglês) em 1% da renda média per capita: os beneficiários da AFDC aumentariam em cerca de 3%; o número de pessoas em situação de pobreza aumentaria em cerca de 0,8%; os nascimentos de crianças geradas por mães solteiras aumentariam em 2,1%; e o número de adultos desempregados aumentaria em cerca de 0,5%. Abortos e crimes violentos também se tornariam mais comuns. [18] As constatações de Niskanen sugerem que um sistema de assistência muito generoso promove a dependência desse sistema e desestimula a responsabilidade pessoal.

A desintegração das famílias é um dos principais ingredientes da cultura da pobreza. Em um estudo sobre a pobreza histórica e contemporânea entre os negros, o economista Walter E. Williams constatou que 85% das crianças negras pobres viviam com mães solteiras adolescentes. O sistema de assistência do governo promove esse fenômeno, pois incentiva as mães solteiras a viver sem assumir responsabilidade por suas ações. Elas podem obter auxílio-moradia, vale-alimentação, além de outros benefícios. A assistência social tem desempenhado um papel fundamental no aumento do número de mães solteiras, causando mais pobreza. [19]

Embora a assistência social tenha se expandido nos últimos anos, a disparidade entre ricos e pobres continua a crescer: o salário médio, ajustado pela inflação, aumenta a passo de caracol, enquanto a riqueza flui para os mais ricos. Isso fez surgir uma classe de trabalhadores pobres. Com base nessas questões sociais, os políticos de esquerda propõem um governo hipertrofiado, impostos mais elevados e mais gastos com assistência social para combater a pobreza, o que a exacerba ainda mais.

O uso pela esquerda da política de assistência social para ganhar votos

Políticos de esquerda frequentemente promovem uma assistência social mais ampla e, para isso, querem cobrar impostos mais altos. Usando diversos slogans eleitorais para convencer os eleitores das suas nobres intenções, eles descrevem a si mesmos como pessoas de moral elevada, mesmo que a assistência social prestada não seja paga por eles. O método deles consiste simplesmente em se apropriar da riqueza das classes alta e média e distribuí-la entre os pobres. Como o sistema de redistribuição não expõe a relação direta entre o doador e o receptor, os políticos afirmam ter desempenhado um papel crucial no processo. São eles que recebem a gratidão dos destinatários dos benefícios e na forma de votos.

b. Intervencionismo econômico agressivo nos países ocidentais

Intervenção do Estado

Os governos do mundo livre já adotam um forte intervencionismo nos seus sistemas econômicos nacionais. Uma das razões para isso é a política de assistência social, desenvolvida sob a influência socialista, que aumentou a participação do Estado na distribuição da riqueza. Outro fator que teve impacto nessa tendência foi a Grande Depressão dos anos 1930. Com ela, a sociedade ocidental foi fortemente influenciada pelas teorias da economia keynesiana, que defende a intervenção ativa do Estado na economia para a sua regulação.

Em uma sociedade normal, o governo tem um papel limitado. Somente em situações excepcionais, como desastres naturais ou outras crises, o Estado deve interferir na economia. Porém, a teoria keynesiana se difundiu mundialmente hoje em dia. Governos de todos os países empenham-se em assumir maior controle sobre as suas respectivas economias.

Quando o governo desempenha um papel ativo na economia, cada ação do governo tem um enorme efeito cascata no mercado. Novas políticas ou leis podem criar ou destruir indústrias, tornando empresas e investidores dependentes das decisões do governo. O Estado, que tradicionalmente apenas aprovava e aplicava leis, tornou-se um dos principais atores na arena econômica. Como um árbitro que resolve jogar em uma partida de futebol, ele se tornou responsável por controlar e regular o capital no que costumava ser próprio da economia privada, substituindo a “mão invisível” pela sua “mão visível”.

Um controle ativo sobre a economia combinado com políticas de assistência social excessivamente benevolentes fez com que muitos governos incorressem em enormes dívidas. De acordo com dados da OCDE, mais da metade dos seus membros possuem dívidas públicas perto ou acima de 100% do PIB. A dívida de alguns países chega a superar em mais de 200% a sua produção econômica. [20] Isso representa uma grande vulnerabilidade para o futuro social e econômico de muitos países.

Ronald Coase, um economista ganhador do Prêmio Nobel, escreveu vários trabalhos sobre o impacto da intervenção do governo. Coase constatou que a política intervencionista quase sempre produz resultados negativos. Ele acredita que a crise devido à intervenção chegou ao ponto de “diminuir os retornos marginais”. [21]

Apesar disso, os governos de todos os países têm interferido ativamente na economia, colocando-a cada vez mais sob o controle do Estado.

As consequências e a realidade do intervencionismo

A ampla intervenção do Estado na economia tem pelo menos duas consequências importantes. Em primeiro lugar, a expansão do papel e do tamanho do Estado. Autoridades do governo tendem a se tornar arrogantes, adquirindo excesso de confiança na sua capacidade de interferir na economia e fazer com que o Estado desempenhe o papel de salvador. Depois de lidar com uma crise, o governo costuma manter os seus poderes e funções expandidos.

Em segundo lugar, o intervencionismo gera mais dependência do governo. Quando as pessoas se deparam com desafios, ou quando o livre mercado não fornece as vantagens que elas desejam, elas fazem lobby em favor de mais intervenção do Estado para satisfazer as suas demandas.

À medida que o poder do Estado aumenta, a iniciativa privada enfraquece e o livre mercado tem menos espaço para funcionar. As pessoas que se beneficiam com isso e se tornam dependentes dos políticos exigem cada vez mais que o governo assuma a responsabilidade pela distribuição da riqueza e promulgue leis que assegurem isso.

No Ocidente, uma forte corrente política empurra a sociedade para a esquerda. Isso inclui seguidores da esquerda, como socialistas e comunistas, bem como aqueles não tradicionalmente associados à ala esquerda, mas que foram cooptados por eles. A convergência dessas forças díspares estimula o governo a adotar medidas mais radicais ao intervir na economia e para interferir no funcionamento das empresas privadas. Essa erosão da atividade econômica normal parece ser causada por vários movimentos sociais, mas na verdade é o espectro do comunismo quem controla tudo.

Percebe-se que os governos ocidentais exercem a sua autoridade pública sob a bandeira da igualdade e de outras desculpas políticas para aumentar a intervenção e até promulgar leis que assegurem essa intervenção em caráter permanente. Não há dúvida de que esse comportamento priva as economias de mercado do seu principal juiz ou mediador, o livre arbítrio do povo. O Estado está basicamente expandindo a sua autoridade sobre o livre mercado para transformá-lo em economia centralizada. As implicações no longo prazo são que todos os aspectos da economia e dos meio de subsistência do povo ficarão sob o controle público. Os meios econômicos serão usados para consolidar o poder político, escravizando a sociedade e os seus cidadãos.

Ao adotar uma política que aparenta ser benéfica, mas que progressivamente leva a estrutura econômica a pender em direção ao centralismo, o espectro conduz lentamente a humanidade ao comunismo pleno.

c. Economia socialista leva ao totalitarismo comunista

Tributação pesada, ampla assistência social e intervenção estatal generalizada são manifestações do socialismo dentro do sistema capitalista ocidental. Assim, o socialismo compartilha a mesma natureza principal da economia planificada ou da economia centralmente planejada, pois ambas usam a autoridade do Estado para manipular a economia. A fé subjacente aqui está na onipotência do governo, que se permite desempenhar o papel de Deus.

Do jeito que as coisas estão, a única diferença entre o forte intervencionismo estatal no Ocidente e as economias planejadas dos países comunistas é que, nos países livres, a lei e alguns aspectos básicos do sistema capitalista protegem os direitos humanos do controle total do governo.

Friedrich Hayek, o renomado economista e filósofo austríaco, alertou contra o risco do planejamento estatal e a redistribuição da riqueza, afirmando que isso inevitavelmente prejudicaria o mercado e levaria ao totalitarismo, independentemente de o sistema de governo ser democrático ou não. Hayek acreditava que, embora o socialismo praticado na Europa e na América do Norte fosse diferente daquele onde os meios de produção são públicos e a economia é centralmente planejada, os resultados seriam iguais. As pessoas perderiam a liberdade e os seus meios de subsistência ao ficarem totalmente dependentes do governo, embora isso ocorresse mais lentamente e de modo indireto. [22]

Como já foi abordado anteriormente neste livro, Marx, Engels e Lenin consideravam o socialismo como uma etapa obrigatória que antecede o comunismo: “O movimento de um trem em direção ao seu destino não será afetado por sua parada em uma plataforma da estação ao longo do caminho.” Dessa forma, o espectro do comunismo é a força motriz por trás de um país que está se movendo em direção ao socialismo. Uma vez que a humanidade abandone as suas tradições, seja na esfera econômica ou em outras áreas, e aceite a ideologia comunista, o ritmo da caminhada torna-se menos relevante. Mais cedo ou mais tarde, o destino será alcançado.

O destino que aguarda a todos no final do caminho não é o paraíso na Terra, mas a destruição da humanidade. Na verdade, o diabo não está preocupado se o “paraíso” se concretizará ou não, já que se trata apenas de uma isca para atrair as pessoas para o infortúnio.

2. O socialismo distópico do Partido Comunista Chinês

Depois que a propriedade pública dos meios de produção e a economia centralmente planejada reduziram a China à pobreza, o Partido Comunista Chinês foi obrigado a iniciar um processo de “reforma e abertura”, introduzindo elementos do livre mercado na sociedade chinesa. Muitos acreditam que o Partido se tornou capitalista, mas isso está longe da verdade.

a. A economia chinesa: nenhum abrandamento do controle comunista

Por uma questão de conveniência, o Partido Comunista Chinês liberalizou alguns aspectos da economia chinesa, como por exemplo, a permissão dos negócios privados. Mas isso não significa que os comunistas tenham afrouxado o controle. Pelo contrário, a reforma econômica foi a estratégia adotada por eles para manter o poder e enganar o mundo.

O modelo do comunismo chinês é uma monstruosa combinação de socialismo, estatismo e economia de mercado. Embora existam empresas privadas, o Partido Comunista Chinês nunca prometeu ao povo qualquer direito fundamental à propriedade privada. Todos os recursos e terras permanecem de fato à disposição do Partido. Ao mesmo tempo, o PCC usa o Estado para impor um controle rigoroso sobre os assuntos econômicos. Ele ainda implementa um planejamento nacional em grande escala no que deve ser considerado uma economia do poder. O mercado é apenas um meio usado pelo Estado para estimular a produção; ele não é verdadeiramente independente e também não há instituições para suportar um mercado livre.

O espírito da lei está ausente e não existe um sistema claro sobre os direitos de propriedade. A taxa de câmbio não pode ser ajustada naturalmente. O fluxo de riqueza que entra e sai do país é restrito, e as empresas internacionais são rigidamente controladas. O Partido Comunista Chinês usa subsídios e reduções nas alíquotas dos impostos de exportação para impulsionar as exportações com o objetivo de derrotar os concorrentes nos preços. Isso subverteu a ordem natural do comércio mundial.

Na China, toda a atividade econômica é voltada para o atendimento de necessidades políticas. A liberdade econômica das empresas e dos indivíduos está subordinada aos caprichos do Estado e podem ser revogadas a qualquer momento. É precisamente por essas razões que a Organização Mundial do Comércio (OMC) não reconhece a China como uma economia de mercado há muito tempo.

Muitos governos ocidentais nutriram a ingênua esperança de que o desenvolvimento econômico traria liberalização política e democracia à China. No entanto, em vez disso, o chamado capitalismo de Estado vigente na China foi usado para nutrir o organismo socialista, revigorar a liderança do Partido e permitir que ele prossiga no seu caminho maligno.

Dotado de mais recursos financeiros, o Partido Comunista Chinês sujeitou o povo a formas de repressão mais brutais e sofisticadas. Em julho de 1999, o regime iniciou a perseguição ao Falun Gong, tendo como alvo os seus cem milhões de praticantes. Essa perseguição é contra os princípios universais da verdade, compaixão e tolerância e perdura até hoje. O PCC tem gastado mais de 500 bilhões de yuanes (US$ 75 bilhões) anualmente, desde 2009, para arcar com os custos de “manutenção da estabilidade”, ou seja, para policiar a população chinesa.

b. A verdade por trás da ascensão econômica da China

O rápido crescimento do produto interno bruto (PIB) da China nos últimos quarenta anos levou muitos a acreditarem na superioridade da economia socialista. Muitos ocidentais, incluindo as elites nos círculos políticos e acadêmicos, bem como os think tanks, ficaram encantados com a eficiência do sistema totalitário. De fato, o modelo econômico que o Partido Comunista Chinês construiu não pode ser duplicado. Por um lado, as razões da sua ascensão econômica demonstram a debilidade interna do sistema socialista. Por outro lado, o modelo do Partido prenuncia uma abundância de vícios criados por sua inescrupulosa economia do poder.

O crescimento econômico da China nos últimos 40 anos originou-se em grande parte dos seguintes fatores: primeiro, o relaxamento da economia estatal e o abandono do planejamento central, bem como a revitalização do setor privado, deram à economia chinesa uma forte guinada produtiva. Os chineses são um povo trabalhador e inteligente, mas o Partido Comunista Chinês bloqueou o seu potencial criativo durante décadas. O desejo das pessoas de mitigar a sua pobreza reacendeu a motivação para fazer negócios e desencadeou o tremendo poder econômico dos chineses.

O segundo fator foi o ingresso maciço de capital e tecnologia ocidentais na China durante a era da reforma. Sob a economia do poder, as vastas extensões de terras, a mão-de-obra e os mercados subaproveitados da China eram como ouro, cujos preços ainda não estavam determinados. A combinação de investimento de capital e recursos não desenvolvidos desencadeou a explosão do crescimento econômico da China. Se não fosse pelo regime totalitário do Partido, essa explosão teria ocorrido décadas antes, e de uma forma muito mais controlável e sustentável.

O volume dos investimentos ocidentais na China foi imenso. De acordo com dados publicados, o investimento americano direto na China chegou a quase 800 bilhões de dólares entre 2000 e 2016. [23] O valor total do capital estrangeiro que entrou na China de 1979 a 2015 foi de aproximadamente 1,64 trilhão de dólares. [24]

Os países ocidentais até mesmo conferiram ao regime chinês um status de comércio preferencial, juntamente com amplo acesso ao mercado. Em maio de 2000, o governo dos EUA concedeu à China o status de Relações Comerciais Normais Permanentes (RCNP). Em 11 de dezembro de 2001, a China ingressou formalmente na Organização Mundial do Comércio (OMC) e no mercado internacional.

O Partido Comunista Chinês desenvolveu o seu poder econômico por meio de modelos antiéticos de desenvolvimento, como a extrema exploração dos trabalhadores e camponeses, e a violenta demolição de moradias combinada com o despejo ou a realocação forçada dos seus ocupantes. Na ânsia de promover o crescimento em um prazo curto, o PCC ignorou a destruição ambiental e outros riscos a fim de extrair o máximo possível de lucro das suas terras, pessoas e recursos.

O Partido aproveitou-se do capital, da tecnologia, dos mercados ocidentais, do status comercial favorável e dos custos de produção domésticos baratos para obter grandes somas em reservas externas. O déficit comercial entre os Estados Unidos e a China aumentou de 80 bilhões de dólares em 2000 para mais de 375 bilhões de dólares em 2017.

Por fim, o Partido não seguiu as convenções do comércio internacional e beneficiou-se ao máximo das oportunidades disponíveis, independentemente da sua legitimidade. Ele adotou em âmbito nacional a estratégia de plagiar e usurpar a propriedade intelectual alheia para superar os outros países em capacidade industrial e tecnologia. Isso constitui o maior caso de roubo da história.

O relatório de 2017 da Comissão sobre Roubo de Propriedade Intelectual dos EUA disse que os produtos falsificados, software pirateado e segredos comerciais roubados pela China causam aos Estados Unidos uma perda anual que varia de 225 bilhões a 600 bilhões de dólares, uma cifra que não inclui as perdas por roubo de propriedade intelectual.

O relatório afirma que, nos últimos três anos, 1,2 trilhão de dólares foram perdidos devido a roubos de propriedade intelectual, a maioria dos quais por parte da China. [25] [26] Um relatório do Escritório do Diretor de Inteligência Nacional afirma que 90% dos ataques cibernéticos a empresas dos EUA são provenientes do governo chinês e causam um prejuízo econômico anual estimado em 400 bilhões de dólares. [27]

O crescimento econômico da China foi impulsionado pelo relaxamento da ideologia socialista, pelo investimento dos países ocidentais desenvolvidos e pela conduta comercial imoral do Partido Comunista Chinês. Isso não é, de modo algum, uma indicação da superioridade do socialismo, nem de que o Partido esteja se desenvolvendo rumo ao capitalismo convencional. Observadores ocidentais por vezes descrevem o modelo inescrupuloso de negócios da China como “capitalismo de Estado”. Isso tem encorajado elogios imerecidos ao Partido. Sob o regime totalitário do PCC, a economia é simplesmente um instrumento político. A fachada da economia de mercado é usada pelo PCC para enganar o mundo.

O modelo econômico do Partido Comunista Chinês utiliza a autoridade do Estado para induzir o rápido desenvolvimento econômico, ao mesmo tempo em que se vale de subterfúgios para ser competitivo. Esse modelo estimulou outros países a adotarem uma intervenção estatal mais forte. Esses países cometeram o grave erro de idolatrar o modelo do Partido Comunista por causa do seu sucesso, mas ignorando as tragédias humanas e morais causadas por ele.

c. As consequências do modelo econômico chinês

O modelo econômico do Partido Comunista Chinês colocou a sociedade em queda livre moral, o que se coaduna com o objetivo do espectro comunista de destruir a humanidade. O poder econômico do PCC anda de mãos dadas com a corrosão da moralidade, arrastando as pessoas para uma permissividade sem limites e, eventualmente, a aniquilação.

A China está inundada de produtos falsificados, comidas venenosas, pornografia, drogas, jogos de azar e gangues. Corrupção e prostituição tornaram-se realizações dignas de orgulho, enquanto a confiança social praticamente não existe. O abismo crescente entre ricos e pobres é acompanhado de conflitos sociais e injustiça. Os cidadãos fecham os olhos ao sofrimento dos seus compatriotas. Na economia do poder, os funcionários do Partido abusam da sua autoridade para acumular riqueza. A enormidade da corrupção aumenta lado a lado com a posição social. A apropriação indébita de bilhões é uma ocorrência normal. Não há governo tão corrupto ou moralmente degenerado como o regime comunista chinês.

Em outubro de 2011, o mundo ficou chocado com a morte de Yue Yue, uma menina de 2 anos de idade, na província de Guangdong, que foi atropelada por um caminhão. Em vez de prestar socorro, o motorista acabou atropelando a menina novamente. Durante essa tragédia, dezoito pessoas passaram pelo local indiferentes à cena; Yue Yue acabou morrendo. A mídia internacional se perguntou se a China havia perdido a sua alma. É compreensível que as pessoas relutem em ajudar os outros quando há perigo, como em um assalto à mão armada, mas Yue Yue não representava uma ameaça para ninguém, pois ela estava morrendo sob os pneus de um motorista sem coração. A sociedade chinesa atingiu o fundo do poço.

O crescimento econômico sem moralidade é caótico, curto e desastroso. As políticas desumanas do Partido Comunista Chinês geram conflitos sociais abundantes, e o meio ambiente está à beira do colapso. As consequências da decadência moral são fatais. A China se considera um país forte, mas a sua força é ilusória. Sua prosperidade superficial, construída por meio de uma busca desenfreada da riqueza, está fadada ao colapso na convergência da crise moral e do conflito social.

Se a China não se libertar das armadilhas do diabo, o seu futuro será sombrio. O espectro do comunismo não pretende implementar um crescimento saudável e sustentável, pois o seu objetivo é destruir.

3. Os danos do socialismo no mundo em desenvolvimento

a. O socialismo continua assombrando a Europa Oriental

No mundo de hoje, os países ocidentais desenvolvidos têm adotado um socialismo disfarçado, enquanto o Partido Comunista Chinês impôs um monstruoso socialismo autoritário. Na Europa Oriental, o comunismo continua a assombrar a região, já que não se tem uma estimativa completa dos crimes cometidos pelos antigos regimes do bloco soviético.

A presença persistente do comunismo pode ser vista em várias facetas da política e da economia do Leste Europeu. A Rússia e a Bielorrússia, por exemplo, mantêm poderosas empresas estatais, ampla assistência social e políticas agressivamente intervencionistas. Durante o período de transição para deixar o comunismo, os países da Europa Oriental vivenciaram crescimento econômico lento e alto desemprego. Isso estimulou o retorno do comunismo e do socialismo sob novas formas. O fantasma do comunismo não foi banido. Os partidos de esquerda sentem um vigor renovado, alimentando-se da nostalgia das pessoas pelo passado socialista. [28]

b. A economia socialista fracassou nas nações em desenvolvimento

Nos países em desenvolvimento da Ásia, África e América Latina, muitos dos países recém-independentes aderiram ao socialismo na década de 1960. O resultado foi uma situação caótica. Os casos mais recentes incluem a Venezuela e o Zimbábue.

A Venezuela já foi o país mais rico da América Latina. Desde que foi levada ao colapso pelo socialismo, o país está imerso em pobreza, criminalidade e fome. O Zimbábue já foi o país mais rico da África e vive hoje enorme desgraça, assolado por uma inflação que atingiu níveis inimagináveis.

Venezuela: como o socialismo causou a falência de um país próspero

A Venezuela foi abençoada com abundantes reservas de petróleo. Na década de 1970, era um dos países que mais crescia na América Latina, desfrutando do nível mais baixo de desigualdade de renda e do maior PIB per capita da região. [29] A economia relativamente livre da Venezuela atraiu imigrantes com grande qualificação provenientes da Itália, Portugal e Espanha. Esses fatores, associados à proteção dos direitos de propriedade, permitiram que a economia do país crescesse rapidamente de 1940 a 1970. [30]

Ao assumir o poder em 1999, o novo presidente da Venezuela adotou um malfadado programa de nacionalização que acabou lançando a economia no caos. O presidente declarara publicamente que se engajaria no socialismo do século 21. [31]

Para construir o socialismo, o governo venezuelano expropriou ou nacionalizou muitas empresas privadas, incluindo empresas de petróleo, agricultura, finanças, indústria pesada, siderurgia, telecomunicações, energia, transporte e turismo. Esse processo foi ampliado depois da reeleição desse presidente em 2007. Seu governo expropriou 1147 empresas privadas entre 2007 e 2012, com efeitos catastróficos.

Indústrias outrora produtivas foram fechadas e substituídas por empresas estatais ineficientes, assustando e afugentando os investidores. Com a produção interna despencando, a Venezuela passou a depender fortemente da importação. Combinado com uma série de intervenções do governo envolvendo reservas financeiras estrangeiras e controles de preços, o desastre se tornou inevitável quando o preço do petróleo despencou.

Alguns atribuíram essa tragédia à crise do petróleo, mas as razões para o dramático fracasso da Venezuela são outras. De acordo com dados fornecidos pelo Banco Mundial, sete países mais dependentes das exportações de petróleo do que a Venezuela tiveram crescimento econômico no período 2013–2017. [32]

A raiz do problema está no sistema econômico socialista. A política econômica da Venezuela basicamente marchou ao ritmo das dez demandas revolucionárias propostas por Karl Marx no “Manifesto Comunista”. [33] A Venezuela encontrou o seu destino econômico nas mãos do espectro comunista.

Zimbábue: de celeiro da África à terra da fome

Após a declaração de independência do Zimbábue em 1980, houve um esforço para a construção de um Estado socialista, e de acordo com os princípios marxistas-leninistas. Seu primeiro presidente havia sido marxista quando jovem. Seus guerrilheiros, inspirados no pensamento de Mao Tsé-tung, receberam ajuda incondicional do Partido Comunista Chinês e mantiveram relações com a China. Ao contrário de outros países africanos que implementaram o socialismo, o Zimbábue não impôs imediatamente políticas de nacionalização.

Os problemas econômicos do Zimbábue começaram em 2000, após o início da reforma agrária. O programa de reformas confiscou as terras pertencentes aos fazendeiros e agricultores brancos e as redistribuiu entre os negros sem-terra. O resultado foi um declínio acentuado na produtividade agrícola. Em uma tentativa de evitar a crise, o Banco Central do Zimbábue imprimiu mais dinheiro, o que causou uma hiperinflação interminável.

Dados do Banco Central do Zimbábue indicam que, em junho de 2008, a inflação anual do país chegou a 231 milhões por cento. Em meados de novembro de 2008, a inflação atingiu o pico de quase 80 bilhões por cento, o que levou as autoridades a desistirem de publicar estatísticas mensais. Um ano depois, a cotação do dólar zimbabuano em relação ao dólar americano chegou a 35 trilhões para um. O Zimbábue foi forçado a retirar a sua moeda de circulação e introduzir uma nova moeda. [34]

Em 2008, devido a isso, o povo do Zimbábue enfrentou fome severa. Dos 16 milhões de habitantes do país, 3,5 milhões passaram fome. Hoje, a desnutrição é crônica e generalizada.

O comunismo assola o mundo de diversas maneiras que podem ser observadas ou previstas em todos os países. Países ocidentais desenvolvidos estão começando a experimentar crises. Enquanto isso, a tragédia do socialismo já é uma realidade no mundo em desenvolvimento. Eis o princípio: o espectro usa a economia para prometer conforto e satisfação momentâneos, atraindo as pessoas para a degradação moral e levando-as ao abismo.

4. Propriedade pública dos meios de produção e economia planificada: sistemas de escravidão

Deus criou o ser humano, dotou-o de sabedoria e força, e determinou que ele seria recompensado por seu trabalho, permitindo-o obter o suficiente para uma vida digna. Como consta na Declaração de Independência dos EUA: “Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens nascem iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade.” [35]

Naturalmente, esses direitos incluem o poder de possuir e alocar propriedade e ativos.

No seu “Manifesto Comunista”, Marx opõe-se aos desígnios de Deus ao afirmar: “Nesse sentido, a teoria dos comunistas pode ser resumida na seguinte frase: abolição da propriedade privada.” [36] Essa é uma referência à propriedade pública dos meios de produção, da qual a economia planificada é um aspecto obrigatório. A essência desse sistema viola os princípios celestiais, é contrária à natureza humana e é uma forma de escravidão.

a. Propriedade pública dos meios de produção: sob um jugo totalitário

O Dr. Fred Schwartz, um pioneiro anticomunista americano, contou a seguinte piada no seu livro “You Can Trust the Communists… To Be Communists” (Você pode confiar nos comunistas… serem comunistas) sobre duas entrevistas realizadas por um jornalista, primeiramente, em uma fábrica de automóveis soviética e, depois, em uma fábrica americana: [37]

“Quem é o dono desta fábrica?”

“Somos nós”, responderam eles.

“Quem é o dono da terra em que ela foi construída?”

“Somos nós.”

“Quem é o dono dos produtos feitos nesta fábrica?”

“Somos nós.”

Do lado de fora, num canto de um grande parque, havia três calhambeques surrados. O visitante perguntou: “Quem é o proprietário desses carros?”

Eles responderam: “Somos nós, mas um deles é usado pelo gerente da fábrica, um é usado por um comissário político e o outro pela polícia secreta.”

O mesmo jornalista chegou a uma fábrica nos EUA e perguntou aos trabalhadores: “Quem é o dono desta fábrica?”

“Henry Ford”, responderam eles.

“Quem é o dono do terreno onde ela foi construída?”

“Henry Ford.”

“Quem é o dono dos produtos fabricados aqui?”

“Henry Ford.”

Do lado de fora da fábrica, havia um vasto pátio com todas as marcas e variedades de automóveis americanos modernos. Ele perguntou: “Quem é dono de todos esses carros lá fora?”

Eles responderam: “Oh, somos nós.”

Esta história retrata bem as consequências e diferenças entre os sistemas de propriedade privada e pública. Sob o sistema de propriedade pública dos meios de produção, os recursos e os ganhos auferidos com o trabalho são nacionalizados. Isso bloqueia os mecanismos que motivam o indivíduo, seus esforços e a inovação, assim como o senso de responsabilidade advindo dos direitos de propriedade pessoal. Oficialmente, a propriedade pública significa que a riqueza de um país é compartilhada por todos os cidadãos, mas na prática isso significa que a classe privilegiada monopoliza os recursos e cuida primeiramente de si em detrimento dos outros.

O principal fator do crescimento econômico são as pessoas. A propriedade pública dos meios de produção reprime a vitalidade e a motivação das pessoas de serem produtivas. Ela solapa a moral, promove a ineficiência e causa desperdício. Das fazendas coletivas soviéticas às comunas populares na China, incluindo a coletivização fracassada no Camboja e na Coreia do Norte, o sistema de propriedade pública dos meios de produção gera fome em todos os lugares. Por causa disso, dezenas de milhões de pessoas na China morreram de fome provocada pelo ser humano.

A propriedade privada coaduna-se com o princípio de que o homem trabalha para obter o seu pão. A propriedade coletiva, ao contrário, viola esse princípio. Tanto o mal quanto o bem existem na humanidade. A propriedade privada permite que o ser humano desenvolva a sua natureza bondosa e incentiva o trabalho e a parcimônia. A propriedade coletiva, no entanto, estimula o mal na natureza humana, promovendo a inveja e a indolência.

Friedrich Hayek disse que o crescimento da civilização depende de tradições sociais baseadas na propriedade privada. Essas tradições geraram o moderno sistema capitalista e o seu consequente crescimento econômico. Esta é uma ordem orgânica, autogeradora, que não depende de um governo para a sua ação. Contudo, movimentos comunistas e socialistas buscam exercer o controle sobre essa ordem espontânea – é o que Hayek chamou de “arrogância fatal”. [38]

Se a propriedade privada e a liberdade são inseparáveis, então o mesmo se aplica à propriedade coletiva, que é indissociável da ditadura e da repressão. O sistema de propriedade coletiva nacionaliza recursos, degrada a produtividade econômica e transforma as pessoas em servos e escravos do país. Todas as pessoas devem obedecer às ordens do partido central, e quaisquer ideias e vozes que discordem do regime são caladas por meio de punições de natureza econômica. Isso torna as pessoas impotentes contra a intervenção do Estado.

Por isso, a eliminação da propriedade privada e o estabelecimento da propriedade coletiva levam inevitavelmente a resultados totalitários. O coletivismo é um jugo agrilhoado aos pescoços do ser humano por um Estado totalitário. A liberdade é subtraída, e isso inclui a liberdade de ser generoso e nobre, e todos são forçados a seguir as imposições morais do regime comunista.

Algumas pessoas dizem que o poder não deve ser privatizado, e a riqueza não deve ser coletivizada, pois isso pode causar um desastre para a humanidade. Isso, de fato, é verdade.

b. Planejamento econômico: fadado ao insucesso

Na economia centralmente planejada, a produção de uma sociedade inteira, a alocação de recursos e a distribuição de produtos baseiam-se em um plano estabelecido pelo Estado. É completamente diferente do planejamento orgânico de empresas e indivíduos.

A economia centralmente planejada tem defeitos naturais e óbvios. Em primeiro lugar, requer a extensa coleta de dados para elaborar planos razoáveis de produção. Para um país, especialmente um país moderno com uma grande população, a quantidade de informação relevante é absurdamente grande. Por exemplo, a agência de preços de commodities da antiga União Soviética precisava estabelecer os preços para 24 milhões de tipos diferentes de mercadorias. [39] Esses cálculos são impraticáveis.

A complexidade e a variabilidade da sociedade e das pessoas não podem ser solucionadas por meio de uma economia planificada unificada. [40] Nem mesmo com o uso de big data e inteligência artificial; os pensamentos humanos precisariam ser inseridos como variáveis e, por isso, o sistema será sempre incompleto.

O economista Ludwig von Mises abordou a relação entre o socialismo e o mercado no seu artigo “Cálculo econômico na comunidade socialista”. [41] De acordo com ele, sem um mercado real, uma sociedade socialista não será capaz de fazer cálculos econômicos razoáveis. Assim, a distribuição de recursos não pode ser racional e a economia centralmente planejada falhará.

Em segundo lugar, o planejamento econômico requer controle estatal coercitivo dos recursos. Isso requer, em suma, poder absoluto, cotas e normas. Além disso, uma economia do poder é acima de tudo vinculada à política, e não às necessidades das pessoas. Quando as exigências do mundo real não estão em conformidade com o planejamento estatal, o poder do Estado atropela as tendências econômicas naturais, gerando uma má distribuição do capital e todos os problemas associados a isso. A economia centralmente planejada usa o poder limitado e a sabedoria do governo para brincar de Deus. Portanto, está fadada ao fracasso.

O planejamento econômico e a política da alta pressão são inseparáveis. Como os planos nacionais são inevitavelmente imperfeitos, quando surgem problemas, esses planos serão desafiados tanto dentro quanto fora do governo. Aqueles que estão no poder percebem que a sua autoridade está sendo desafiada e reagem com pressões políticas e expurgos. Mao Tsé-tung, por exemplo, ignorou as leis da economia e impôs o Grande Salto Adiante, o que produziu uma fome de três anos que causou dezenas de milhões de mortes. Isso levou a novos desafios para ele, que é uma das principais razões pelas quais ele lançou a Revolução Cultural.

Os efeitos desastrosos da economia planejada e da propriedade coletiva são claramente perceptíveis nas atuais empresas estatais chinesas. Nos últimos anos, várias estatais interromperam ou desaceleraram a produção, sofreram perdas ano após ano ou tornaram-se insolventes. Elas contam com subsídios do governo e crédito bancário para manter as operações. São essencialmente parasitas da economia nacional, e muitas são conhecidas como “empresas zumbis”. [42]

Dentre as 150 mil empresas estatais na China, com exceção dos monopólios estatais nos lucrativos setores de petróleo e telecomunicações, as outras estatais reportam lucros mínimos e sofrem sérios prejuízos, com destruição significante de capital. No final de 2015, seus ativos totais representavam 176% do PIB, a dívida representava 127% e os lucros apenas 3,4%. Alguns economistas acreditam que as empresas zumbis basicamente sequestraram a economia chinesa. [43]

Enquanto isso, o planejamento econômico priva as pessoas de ter liberdade e força o Estado a cuidar delas. A essência do projeto é transformar as pessoas em escravos e máquinas. Todos os aspectos da vida das pessoas estão sob o controle do Estado, que as enjaula numa prisão invisível, procura abolir o livre arbítrio e deforma os parâmetros da vida humana estabelecidos por Deus. Esta é mais uma manifestação da revolta comunista contra Deus e a lei natural.

5. A teoria marxista da exploração: uma inversão falaciosa do bem e do mal

Marx disse que apenas o trabalho cria valor. Se o proprietário de uma empresa investir 10 milhões de dólares este ano e a receita da empresa for de 11 milhões de dólares, esse lucro de um milhão de dólares foi criado pelos funcionários. Segundo a teoria marxista, o capital – as fachadas das lojas, bens e outros meios de produção – não cria valor, sendo transferido apenas para uma parte do custo das mercadorias. O valor criado pelos funcionários da empresa (11 milhões de dólares) é maior do que os custos da empresa (incluindo os salários dos funcionários, que é o custo do seu trabalho). Na teoria marxista, o lucro, um milhão de dólares, é a “mais-valia” criada pelos empregados e injustamente expropriada pelo capitalista.

Com isso, Marx afirmou que havia descoberto o segredo de como os capitalistas ganham dinheiro e acreditava que esse é o pecado original da burguesia, a exploração. O investimento capitalista em fábricas e empresas tem, obviamente, a finalidade de gerar lucro. Então, de acordo com Marx, o proletariado está sendo inevitavelmente explorado. Esse pecado original de exploração é inerente ao sistema capitalista, que pertence a toda a burguesia. Marx concluiu então que, para eliminar esse pecado, toda a sociedade capitalista deve ser destruída, isto é, a burguesia deve ser eliminada e os seus bens confiscados, enquanto a vanguarda do partido coletiviza a propriedade e institui o comunismo.

O absurdo da teoria da exploração de Marx reflete-se principalmente em dois aspectos. Primeiro, divide as pessoas em duas classes opostas: a burguesia com capital e o proletariado que não tem capital. De fato, desde que as sociedades industrializadas vieram à tona, a mobilidade de classes aumentou rapidamente. Por exemplo, a mobilidade de classes na época de Marx (do início do século 19 até a década de 1850) era semelhante à da década de 1970 tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos. [44] O trânsito entre as classes é um processo dinâmico. Assim, um membro do proletariado não será mais um proletário se adquirir o capital público de uma empresa. Se as pessoas podem mudar de classe com tanta facilidade, as tentativas de dividi-las em grupos como esses não têm outra finalidade senão incitar o ódio entre as classes.

Por outro lado, por meio de um conjunto “teorias” elaboradas, o marxismo leva as pessoas, por meio de engodo, a substituir os padrões morais tradicionais por seus padrões substitutos que invertem o certo e o errado. Na visão marxista, um indivíduo não é considerado bom ou mau com base na sua moralidade e ações, mas por seu lugar na hierarquia (inversa) do capital. Aquele que pertence à classe capitalista é culpado de explorar o proletariado (a classe trabalhadora) e, como o proletariado é reprimido e explorado, seus membros naturalmente ocupam uma posição moral elevada. Não importa como eles tratam os capitalistas, eles podem manter a cabeça erguida. Isso transformou a propriedade em um crime, o roubo de riqueza em justiça, e legalizou e justificou a expropriação violenta. Essa inversão de valores estimulou a propagação do mal.

Na China, na antiga União Soviética e nos Estados comunistas da Europa Oriental, os partidos comunistas tomaram terras, lincharam proprietários e roubaram as fábricas dos capitalistas. Pior ainda, os partidos assassinaram os assim chamados “inimigos de classe”, promoveram incêndios criminosos, confiscaram riqueza geracional, destruíram a natureza humana e empreenderam uma campanha geral de terrorismo de Estado contra as pessoas. Todo esse mal foi resultado dessas teorias. Enquanto isso, os padrões morais tradicionais, bem como a crença no Divino, nos santos e em outros intelectuais e personagens proeminentes, eram considerados como pertencentes às “classes exploradoras” e deveriam ser atacados e derrubados.

As teorias de Marx têm sido amplamente criticadas nos círculos econômicos e filosóficos. [45] Abaixo estão alguns exemplos que ilustram o absurdo da teoria da exploração de Marx.

Marx sustentava que o trabalho cria valor e que o valor é determinado pelo tempo de trabalho necessário para a produção. Esta é uma teoria ridícula. O valor de uma mercadoria não é uma propriedade intrínseca. Na maioria das vezes, os seres humanos adicionam um elemento subjetivo ao precificar cada mercadoria, comumente, com base na oferta e na demanda. Muitos economistas estudaram o processo de valoração e, muito diferentemente do monismo de Marx, a maioria dos pensadores econômicos acredita que vários fatores estão envolvidos na criação de valor, incluindo terra, capital, trabalho, ciência e tecnologia, gerenciamento, risco de investimento, entre outros. As atividades econômicas são um sistema complexo que envolvem diferentes elos da cadeia de produção. Os fatores de produção possuem requisitos gerenciais e as pessoas desempenham papéis diferentes que são indispensáveis em toda a cadeia que contribui para a criação de “valor residual”.

Por exemplo, um capitalista planeja gastar um milhão de dólares contratando dois engenheiros para projetar e produzir um novo brinquedo. Ele também contrata um marqueteiro para promover o novo brinquedo. Dois anos depois, o novo brinquedo ganha popularidade e gera um lucro de 50 milhões de dólares. Foi o trabalho dos engenheiros e profissionais de marketing que criou o valor residual de 50 milhões de dólares? Claro que não. A razão pela qual o novo brinquedo gerou milhões é que as pessoas quiseram comprá-lo. A intuição e conhecimento do capitalista sobre o mercado, seu entendimento do cliente e da concorrência, sua capacidade de organizar e administrar pessoas e a coragem de assumir um risco, todos contribuíram para o valor do brinquedo.

Pode-se supor também que a criatividade do brinquedo deva-se a um dos engenheiros, então, o valor residual dos 50 milhões de dólares provém do fato de o capitalista ter explorado a criatividade do engenheiro sem dar nada em troca? Claro que não. Se o engenheiro entender que a sua criatividade não está sendo adequadamente recompensada, ele poderá procurar outra empresa que lhe pague um salário maior.

Em um mercado livre, o equilíbrio será atingido quando as habilidades e a ambição das pessoas se igualarem ao capital. Os capitalistas que quiserem ter lucros exorbitantes perderão mercado para a concorrência ou não conseguirão atrair talentos se pagarem salários muito baixos. Além disso, como o tempo de retorno sobre o capital investido retarda outros gastos ou fruição desse capital, os lucros também se devem aos esforços do investidor. Portanto, é normal que uma quantia adicional seja obtida em troca. O princípio não é diferente no caso do empréstimo a juros.

Há também fatores “acidentais” que pesam na determinação do valor de uma mercadoria ou bem. Esses fatores acidentais só podem ser razoavelmente explicados por um quadro de referência fundado em crenças e cultura tradicionais.

Em determinadas situações, a criação e a destruição do valor podem não ter nenhuma relação com questões trabalhistas. Um diamante que custa hoje 10 milhões de dólares pode ter sido desprezível há cinco mil anos porque ninguém o desejava. Um terreno árido herdado de um avô pode ser cem vezes mais valioso devido à prosperidade de uma cidade vizinha ou à descoberta de metais raros no subsolo. Aqui, o aumento no valor não envolve trabalho. Uma riqueza tão vasta e inesperada é simplesmente chamada de fortuna. Ambas as tradições culturais ocidentais e orientais reconhecem que a fortuna é uma bênção dada pelos deuses ao homem.

Para demonstrar a “racionalidade” e a “necessidade” da propriedade pública dos meios de produção, Marx inventou a teoria da exploração baseada na mais-valia, que transformou as atividades econômicas que as pessoas realizam durante as suas vidas em um comportamento negativo e antiético. Sua teoria lançou o ódio e desprezo sobre a ordem econômica existente como parte de uma tentativa de miná-la e derrubá-la.

Os capitalistas e os trabalhadores, os latifundiários e os camponeses, formam na verdade uma comunidade com interesses compartilhados. O relacionamento deve ser de cooperação, pois há uma interdependência; cada um apoia o outro para sobreviver. Marx deliberadamente tornou a contradição entre eles absoluta, extremada e absurdamente exagerada, como se eles tivessem uma desavença muito séria, um caso de vida ou morte. De fato, existem pessoas boas e más entre os capitalistas, assim como entre os trabalhadores No intercâmbio econômico, o que realmente deve ser exposto e condenado não são nem os capitalistas nem os trabalhadores, mas qualquer um que prejudique as atividades econômicas normais. A base do julgamento deve ser a qualidade moral e o comportamento, não a riqueza.

As pessoas podem mudar o seu status econômico e social por meio dos próprios esforços. Os trabalhadores podem se tornar investidores por meio do acúmulo de riqueza. Investidores podem se tornar trabalhadores se desperdiçarem os seus bens ou falharem nos seus investimentos. A sociedade está em constante mudança e flui como um rio. O papel do trabalho e dos investidores na sociedade moderna muda frequentemente. A maioria das pessoas também desempenha os dois papéis, investindo os lucros obtidos numa futura capacidade produtiva, criando empregos, aumentando a riqueza social e beneficiando o público em geral. Até mesmo um fundador do movimento sindical dos EUA disse: “O pior crime contra os trabalhadores é uma empresa que não consegue operar com lucro.” [46]

A absurda “teoria da mais-valia” rotula como “exploração” as atividades normais dos proprietários de terras e dos capitalistas. Ela incitou o ódio, sustentou um pensamento equivocado, fomentou a luta, e destruiu a vida de milhões de pessoas.

6. Ódio e inveja: a origem do igualitarismo absoluto

O comunismo defende o igualitarismo absoluto. Essa afirmação pode levar muitos a acreditarem cegamente na sua legitimidade. No entanto, isso também evoca o ódio e a inveja. Uma consequência do igualitarismo é que as pessoas não toleram o sucesso dos outros, dos que são mais ricos, gozam de conforto e luxo nas suas vidas, tem um trabalho mais bem pago, entre outras coisas. De acordo com o comunismo, todos devem ser iguais: eu devo ter o que você tem, e eu tenho o direito de também ganhar o que você ganha. Em tal universo, todos são iguais e o mundo é igual.

O igualitarismo absoluto manifesta-se de duas maneiras. Em primeiro lugar, os malfeitores usam as diferentes condições econômicas das pessoas para incitar a inveja e o ódio entre elas. As pessoas passam a cobiçar o que as outras possuem e até a usar meios ilícitos ou violentos para ter o que outras pessoas têm. Em casos extremos, eles destroem a propriedade dos outros e até matam para se tornarem ricos. A pior manifestação dessas tendências é a revolução violenta.

Para provocar insatisfação, Marx dividiu a sociedade em duas classes opostas: a daqueles que possuem os meios de produção e a dos que não possuem. No campo, trata-se do dono de terra e do camponês; na cidade, do capitalista e do trabalhador. O objetivo é incitar o ódio entre essas classes e usar os que são supostamente desprivilegiados para realizarem uma revolução violenta. Os latifundiários são ricos e os camponeses são pobres, tomem a riqueza deles! Por que só os latifundiários são ricos?! Todos devem ser ricos. Com essa mentalidade, o Partido Comunista Chinês exortou os camponeses a se engajarem na “reforma agrária”, isto é, a atacar os latifundiários e dividir a terra. Os donos de terra que se recusaram a aceitar isso foram assassinados. O Partido Comunista primeiro incitou vândalos para que causassem tumulto e confusão, e depois estimulou o campesinato a fazer um levante e atacar a classe dos donos de terra. As cabeças de milhões de proprietários de terras rolaram.

Em segundo lugar, o igualitarismo absoluto também se manifesta entre aqueles que basicamente alcançaram um estado de “igualdade”: se houver benefícios a serem disribuídos, todos terão que receber uma parte igual. Qualquer um que se destaque será censurado. Todos são tratados da mesma forma, quer trabalhe mais, trabalhe menos ou até mesmo não trabalhe.

De um modo geral, as pessoas são semelhantes, mas a personalidade, o intelecto, a força física, a moralidade, a ocupação, o cargo, a educação, as condições de vida, a capacidade de superar desafios, a perseverança, o espírito de inovação, entre outros aspectos, são todos diferentes, e por isso a contribuição de cada um para a sociedade também difere. Por que razão então o ganho das pessoas deveria ser igual? O resultado do trabalho é igual? Nesse sentido, a desigualdade é, na verdade, a verdade da igualdade, enquanto que a igualdade defendida pelo comunismo é a verdadeira desigualdade e a verdadeira injustiça. Os antigos chineses diziam que o Paraíso se destina àqueles que trabalham duro, e que as pessoas serão recompensadas de acordo com o esforço aplicado. O igualitarismo absoluto é impossível no mundo real.

Sob o igualitarismo absoluto, as pessoas ganham o mesmo, independentemente de trabalharem bem ou mal, de serem esforçadas ou preguiçosas. Sob o abrigo do igualitarismo, o preguiçoso é beneficiado, enquanto aqueles que trabalham duro e que são mais competentes são penalizados, e inclusive vistos com ressentimento e ódio. Todos devem reduzir o seu ritmo para se adequar à velocidade dos mais lentos. Na verdade, isso faz com que todos se tornem preguiçosos e oportunistas, esperando que outros contribuam para se aproveitarem disso, ganhando algo sem ter feito nada por isso ou tomando o que é dos outros, o que resulta num declínio moral generalizado.

O ódio e a inveja que motivam o igualitarismo absoluto são as raízes venenosas da perspectiva econômica do comunismo. Tanto o bem quanto o mal são inerentes à natureza humana. As religiões ocidentais referem-se aos sete pecados capitais, enquanto a cultura oriental ensina que o homem possui tanto a natureza de Buda como a natureza demoníaca. A natureza de Buda se manifesta como bondade, a capacidade de suportar pacientemente as adversidades e ter consideração pelos outros. A natureza demoníaca se manifesta como egoísmo, preguiça, inveja, malícia, roubo, ódio, raiva, luxúria, tirania, desconsideração pela vida, incitar a discórdia, causar problemas, inventar e espalhar boatos, etc. A perspectiva econômica adotada pelo comunismo estimula deliberadamente a natureza demoníaca, amplificando nas pessoas a inveja, a ganância, a preguiça e outros aspectos malignos, fazendo com que percam a sua humanidade e abandonem os valores tradicionais cultivados durante milhares de anos. Ela amplifica o pior da natureza humana e transforma as pessoas em revolucionários comunistas.

Em “A teoria dos sentimentos morais”, Adam Smith disse que a moralidade humana é o fundamento da prosperidade humana. Observar essas regras gerais de moralidade “é imprescindível para a própria existência da sociedade humana, que se desintegraria se todas as pessoas não respeitassem essas importantes normas de conduta”. [47]

Lawrence Kudlow, diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, acredita que a prosperidade econômica deve caminhar lado a lado com a moralidade. Segundo ele, se os EUA obedecerem ao “princípio mais importante”, qual seja, praticar os valores morais sobre os quais a América foi fundada, o seu desenvolvimento será ilimitado. [48]

Os efeitos negativos do igualitarismo absoluto em diversos países do mundo não são uma surpresa. O igualitarismo comunista usa a autoridade do Estado para saquear a propriedade privada e a riqueza das pessoas. Por um lado, isso fortalece a autoridade e o poder da ideologia comunista e, por outro, convence as pessoas de que é o seu direito obter algo sem ter trabalhado ou se esforçado para isso. É dessa forma que o comunismo engana as pessoas.

a. A promoção da igualdade econômica: um trampolim para o comunismo

Sob a influência do igualitarismo absoluto, há no Ocidente forte apelo por “justiça social”, assim como leis de salário mínimo, ação afirmativa, pagamento igual para trabalho igual e outras demandas. O que está por trás dessas demandas é o desejo de uma igualdade de ganhos, que são elementos do comunismo. Se não tomar cuidado quanto a isso, o ser humano poderá facilmente cair em uma armadilha.

Sob a perspectiva comunista, o que importa de fato não é igualdade obtida via a elevação do nível social das classes menos afortunadas, pois são meros peões usados para incitar o ódio. Quando os comunistas conseguem o que querem, apresentam novas exigências por igualdade, e isso nunca termina. Se não conseguem o que exigiram, fazem com que isso repercuta de modo violento junto à opinião pública, incitam o ódio, incutem na população novas noções sobre a justiça na igualdade e transformam essas noções em uma grande plataforma para influenciar a opinião pública.

Considerando que o comunismo incita animosidade em áreas diversas e de várias formas diferentes, quando toda essa animosidade explode ao mesmo tempo, o resultado é agitação social e possivelmente até uma revolução. Os comunistas sempre poderão identificar grupos desfavorecidos e exigir igualdade salarial para eles, repetindo o processo até que a igualdade absoluta seja alcançada. Essas demandas pela chamada justiça social são um trampolim para o caminho que leva ao comunismo. Os países livres do Ocidente foram corroídos pela ideologia comunista, essa é a realidade.

Efetivamente, a implementação dessas políticas produz o oposto do que se pretende. Aqueles que deveriam ser protegidos por essas políticas são, ao contrário, discriminados e atacados. Tomemos como exemplo a lei do salário mínimo. Seu objetivo aparente é proteger os trabalhadores, mas ela faz com que muitas fábricas simplesmente parem de contratar porque não é viável economicamente. Como consequência, um número maior de trabalhadores perde os seus empregos.

As qualificação para um cargo não é adquirida de uma só vez. É um processo contínuo de melhoria profissional e comportamental no trabalho. A consequência da adoção de um salário mínimo é que pessoas com salários baixos, que não foram devidamente qualificadas para exercerem as suas funções, querem logo ir para empregos que pagam mais. O uso de uma “abordagem única para todos os casos” também viola a teoria econômica e resulta em intervenção excessiva do governo na economia.

As pessoas também usam a desculpa do “salário igual para trabalho igual” para exigir mudanças sociais. Elas citam estatísticas e afirmam que o salário médio dos homens negros é menor do que o salário médio dos homens brancos, que o salário médio das mulheres é menor do que o salário médio dos homens e que essas discrepâncias são o resultado do racismo e do sexismo. Na realidade, não são comparações apropriadas.

A comparação de coisas aparentemente iguais pode levar a resultados distorcidos. Alguns estudos constataram que a renda de famílias negras, em que o marido e a mulher têm nível universitário, é de fato mais alta do que a de famílias brancas em situação semelhante. [49] A explicação estística é simplesmente que como há menos famílias negras com essa escolaridade, isso cria discrepâncias entre raças no que tange ao cálculo da renda. Fazer comparações é algo normal e necessário, mas quando elementos comunistas usam isso para incitar discórdia e conflito, as pessoas parecem sofrer uma perda seletiva de visão.

O comunismo não se importa de fato com o bem-estar de grupos desfavorecidos. Ele está apenas interessado em slogans que arrastam as pessoas para o coletivismo e, consequentemente, para a destruição.

b. O uso dos sindicatos pelo comunismo para minar as sociedades livres

A perda de empregos no setor manufatureiro nos Estados Unidos é um fenômeno bem conhecido. Porém, muitas pessoas não percebem que os sindicatos são um dos principais culpados. Eles alegam que agem em benefício da classe trabalhadora, mas fazem o oposto. Como? Isso fica claro quando se analisa a história dos sindicatos e a transformação da sua missão.

Os sindicatos foram inicialmente fundados por membros da classe trabalhadora com pouca ou nenhuma qualificação, com o objetivo de negociar com a administração. Até certo ponto, um sindicato é capaz de intermediar, negociar e resolver conflitos entre trabalhadores e capitalistas. Contudo, elementos comunistas se apoderaram dos sindicatos e o transformaram numa ferramenta para promover movimentos e políticas comunistas.

A esse respeito, Friedrich Engels escreveu: “Está chegando o momento em que a classe trabalhadora entenderá que a luta por altos salários e menos horas de trabalho, e toda outra ação realizada pelos Sindicatos, não é um fim em si mesmo, mas apenas mais um meio, muito necessário e eficaz, entre os vários meios para a obtenção de um fim mais elevado: a completa abolição do sistema de salários.” [50]

Para Lenin, a formação e a legalização dos sindicatos eram um meio eficaz e importante para impedir a classe capitalista de ter um diálogo direto com a classe trabalhadora. Ele também acreditava que o sindicato se tornaria o pilar do partido comunista e uma força fundamental na luta de classes. Em seu discurso, Lenin propôs que os sindicatos se tornassem “uma escola do comunismo” e um elo entre o partido comunista e as massas. Segundo ele, o trabalho diário dos sindicatos seria o de doutrinar e convencer as massas e levá-las à transição do capitalismo para o comunismo. “Os sindicatos são um ‘reservatório’ do poder estatal.” [51]

Em meados do século 19, as forças comunistas e de esquerda usaram os sindicatos para incitar os trabalhadores a realizarem greves em grande escala, fazer duras exigências sobre o capital e até tomar medidas violentas para destruir máquinas e fábricas. Os sindicatos se tornaram uma arma poderosa do comunismo para combater o capitalismo e levar adiante a luta política, criando o caos no mundo para que ele pudesse promover os seus objetivos.

Em outubro de 1905, mais de 1,7 milhão de trabalhadores na Rússia participaram de uma greve política nacional e paralisaram a economia do país. Nessa época foi criado o soviete de Petrogrado, uma organização sindicalista ainda mais agressiva. Lenin referiu-se a ele como o rebento de um governo revolucionário e acreditava que ele se tornaria o centro político da Rússia. Em outras palavras, o regime soviético construído durante a Revolução de Outubro de 1917 originou-se dos sindicatos. [52]

Nos países ocidentais desenvolvidos, os sindicatos também estão amplamente infiltrados de elementos comunistas e são manipulados por eles. Trabalhadores e capitalistas deveriam ter uma relação simbiótica, mas os comunistas tentam provocar, ampliar e intensificar o conflito entre eles. Uma das suas ferramentas mais importantes é o sindicato. Os sindicatos são usados para exacerbar o processo de negociação entre os patrões e os trabalhadores para que se transforme em uma luta entre classes. Eles racionalizam e intensificam o lado conflituoso do relacionamento, e o utilizam para legitimar a própria existência. Inflamando a insatisfação dos trabalhadores, os sindicatos culpam os capitalistas por quaisquer problemas e provocam conflitos entre os dois. Esse tem sido um dos elementos cruciais usados pelos sindicatos para assegurar a sua sobrevivência.

A ação dos sindicatos pode resultar em ganhos maiores para os trabalhadores no curto prazo, porém, do ponto de vista econômico de longo prazo, a maior vítima dos movimentos sindicais liderados pelos comunistas é a classe trabalhadora. Isso porque, quando as empresas capitalistas se enfraquecem diante de contínuas reinvidicações trabalhistas exageradas, que elevam os custos de produção, os maiores perdedores são os trabalhadores, que perdem os seus empregos e meios de subsistência. Aparentemente, os sindicatos estão lutando pelos interesses dos trabalhadores, mas na verdade estão minando a competitividade das empresas. Há duas razões para isso.

Em primeiro lugar, sob o pretexto de proteger os direitos e interesses dos trabalhadores, os sindicatos dificultam que as empresas demitam funcionários pouco produtivos. Isso dá origem a uma cultura de preguiça que, além de ser injusto para com os empregados que trabalham com afinco, torna-os menos proativos. O fator mais importante para o crescimento das empresas são os seus empregados, mas com o amparo e a proteção insensata dos sindicatos, as empresas perdem a competitividade com a perda da produtividade dos seus empregados.

Em segundo lugar, sob o pretexto de proteger o bem-estar dos empregados (incluindo pensões, seguro de saúde, etc.), os sindicatos elevam constantemente os custos das empresas. Isso acaba forçando as empresas a reduzirem os seus investimentos em coisas como pesquisa e desenvolvimento, o que leva à redução da sua competitividade. As empresas são forçadas a aumentarem os preços dos produtos, o que também prejudica os interesses dos consumidores. Estudos mostram que esta é a razão pela qual as empresas japonesas sem sindicatos, como Toyota e Honda, foram capazes de produzir carros de alta qualidade a custos baixos, enquanto as fábricas de automóveis americanas, como as de Detroit, que possuem sindicatos, se tornaram menos competitivas. [53]

Edwin Feulner, fundador da American Heritage Foundation, fez a seguinte observação sobre os sindicatos: “Eles são como uma corda no pescoço de uma empresa, tornando-a menos flexível, menos capaz de reagir de modo inteligente às exigências de um mercado em mudança.” [54]

Os problemas são agravados pelos monopólios sindicais no mercado de trabalho. Eles exercem uma influência deletéria sobre as decisões das empresas e fazem inúmeras exigências irracionais, muitas prejudiciais ao negócio. As empresas que não atendem a essas exigências sindicais enfrentam manifestações, incluindo greves e protestos, que prejudicam ainda mais os negócios.

A United Auto Workers (UAW) é o sindicato que representa os trabalhadores do setor automotivo em Detroit, nos EUA. A UAW estava frequentemente em greve. Antes da crise financeira de 2008, o sindicato exigiu 70 dólares por hora em salários e benefícios. Com isso, o setor automobilístico dos EUA ficou quase à beira da falência. [55]

A diminuição das oportunidades de emprego no setor manufatureiro dos EUA é do conhecimento de todos, mas muitas pessoas não sabem que os sindicatos são um fator-chave para a diminuição dos empregos. Os empregos sindicalizados no setor manufatureiro caíram 75% entre 1977 e 2008, enquanto os empregos não sindicalizados nesse setor cresceram 6% no mesmo período, de acordo com a Heritage Foundation. A situação fora do setor manufatureiro também é semelhante. Vejamos a indústria da construção, por exemplo. “Ao contrário do setor manufatureiro, o setor de construção cresceu consideravelmente desde o final da década de 1970. No entanto, esse crescimento ocorreu exclusivamente para empregos não sindicalizados, aumentando em 159% desde 1977.” [56]

Os sindicatos são usados pelos comunistas para promover o igualitarismo nas empresas. A Heritage Foundation observa que os sindicatos exigem que as empresas paguem salários de acordo com o tempo de serviço do empregado (equivalente a anos de serviço em países socialistas), sem levar em conta a contribuição real do empregado para a empresa ou o seu desempenho. Isso gera o efeito previsível de elevação dos salários dos trabalhadores menos produtivos em detrimento dos daqueles mais produtivos. [57]

A ideia aqui é a mesma do igualitarismo absoluto sob o comunismo: a redistribuição da riqueza entre os empregados dentro da empresa. A interferência nas tomadas de decisões internas das empresas e o monopólio do mercado de trabalho corroem o livre mercado.

A defesa agressiva dos sindicatos do que eles descrevem como o bem-estar dos trabalhadores acaba por favorecer alguns trabalhadores em detrimento de outros e cria obstáculos para as empresas e a economia em geral. Uma pesquisa realizada em 2005 mostrou que “a maioria dos sindicatos do mundo desaprova os sindicatos americanos e a principal razão para essa desaprovação nunca é abertamente falada na mídia sindical ou abordada nas convenções sindicais”. [58]

Em todos os aspectos, os trabalhadores que verdadeiramente trabalham duro são prejudicados; e é o comunismo que ganha com isso. Os comunistas basicamente usam os sindicatos para destruir a livre economia capitalista, subverter o sistema capitalista e minar gradualmente a vida normal dos cidadãos.

Os sindicatos infiltrados pelo comunismo e sob a orientação do movimento progressista se tornaram um grupo com interesses bem pessoais, é como uma grande organização com fins lucrativos. Seus líderes podem tirar proveito pessoal disso, e a corrupção é comum. [59]

Nos países democráticos, os sindicatos se tornaram uma ferramenta para os esquerdistas lutarem contra o capitalismo. Eles exigem “justiça social” e “igualdade”, criando assim um fardo assistencial para a sociedade e as indústrias; tornam-se um obstáculo para as reformas, para toda tentativa de melhorar a eficiência das indústrias, dos serviços e da educação, bem como da administração pública. Quando as condições não são propícias, eles se escondem, mas quando são, eles aparecem e fazem manifestações para alcançar os seus fins. Os sindicatos de trabalhadores tornaram-se assim uma ferramenta usada pelo comunismo para dividir as sociedades livres.

7. “Ideais” comunistas: seduzindo o ser humano para levá-lo à destruição

Apesar da teoria comunista estar cheia de lacunas e contradições, muitos ainda se deixam seduzir por ela. Isso porque Marx descreveu o paraíso comunista como algo a ser desfrutado por todas as pessoas do mundo. Essa é a utopia e a ilusão. O quadro descrito pelo marxismo inclui “extrema abundância material”, padrões morais muito mais elevados e “de cada um de acordo com a sua capacidade e para cada um de acordo com a sua necessidade”. Não haveria propriedade privada, nem a diferença entre ricos e pobres, nem classe dominante, nem exploração; haveria liberdade e igualdade entre todos; cada pessoa poderia desenvolver os seus talentos individuais. A vida seria maravilhosa.

Esses argumentos sedutores levaram muitas pessoas a lutarem por eles. Muitos ocidentais nunca passaram pela trágica experiência de viver num Estado totalitário comunista. Eles ainda acalentam a esperança ilusória de viver em um paraíso comunista e assim alimentam essa crença, defendendo ideias comunistas e socialistas.

De fato, todas as ideias apresentadas por Marx são meras ilusões.

O marxismo afirma que uma sociedade comunista gozará de extrema abundância de bens materiais. No entanto, os desejos humanos são infinitos. Com limitações como tecnologia, recursos e mão-de-obra, escassez e privações são inevitáveis. Este é o ponto de partida fundamental de todos os estudos econômicos. Sem limitações, as pessoas não precisariam se preocupar com a eficiência do método de produção, pois a suposta superabundância proveria a todos e inclusive poderia haver desperdício à vontade.

O marxismo afirma que os padrões morais melhorariam muito em uma sociedade comunista. No entanto, o bem e o mal coexistem em cada pessoa; a elevação moral requer a orientação moral e valores ortodoxos, bem como esforços pessoais para cultivá-los em si mesmo.

No entanto, o marxismo prega o ateísmo e a luta de classes, o que estimula o lado sombrio humano. As pessoas não podem ter liberdade de crença e a religião é apenas um instrumento político do partido comunista. Além disso, sob o comunismo, as instituições religiosas são artificiais; utilizadas para salvaguardar a tirania, para enganar, para opor-se a Deus e para afastar mais ainda as pessoas de Deus. Sem a crença em Deus e a autodisciplina, a moralidade só tende a decair. Ademais, todos os líderes comunistas foram tiranos – arrogantes, lascivos e totamente antiéticos. Esperar que os seus seguidores tenham melhores padrões morais é contrário à razão.

O marxismo proclama a igualdade para todos. Todavia, como foi mostrado antes, o socialismo leva inevitavelmente ao totalitarismo. O poder é a base da redistribuição dos recursos, no entanto, a distribuição do poder sob um Estado totalitário é muito injusta. Portanto, a redistribuição dos recursos sob o totalitarismo também será muito injusta. Em todos os países em que o socialismo governa ou governou, existem privilegiados, bem como diferenças extremas entre ricos e pobres e repressão dos indivíduos pelo Estado.

O marxismo ilude as pessoas com a promessa de “de cada um de acordo com a sua capacidade e para cada um de acordo com a sua necessidade”. [60] Contudo, as economias socialistas dependem do poder. Assim, as pessoas comuns não têm liberdades básicas, muito menos podem agir livremente de acordo com as suas capacidades. Dado que os desejos humanos são infinitos, até mesmo a pessoa mais rica do mundo não conseguitá tudo o que quer, muito menos a pessoa comum. Admitindo-se a escassez natural dos recursos, não é possível ter uma superabundância de bens, nem consequentemente a sua distribuição para todos os que necessitam deles.

O comunismo ilude as pessoas prometendo que todos poderão desenvolver ao máximo as suas capacidades pessoais. O marxismo afirma que a divisão do trabalho cria alienação. Mas, na verdade, a divisão do trabalho é necessária para qualquer sociedade. Em “A riqueza das nações”, Adam Smith pondera que a divisão do trabalho pode aumentar enormemente a produtividade e promover a prosperidade. As diferenças criadas pela divisão do trabalho não são necessariamente conflitos, nem levam à alienação e à despersonalização. Pessoas de todas as esferas da vida podem elevar a sua moral, contribuir para a sociedade e trazer felicidade para a humanidade.

A perspectiva econômica comunista é antimoral. Sua grande nocividade já foi observada nos países socialistas e comunistas. As várias formas disfarçadas de economia comunista no Ocidente também causaram danos à sociedade. O comunismo gera inevitavelmente tirania totalitária, pobreza e fome. Ele agrava cronicamente o mal na natureza humana e destrói a moralidade humana. É a pior contracorrente, e a mais perversa, na história humana.

Um olhar em retrospectiva sobre mais de um século de história do comunismo revela a implacável realidade de uma história de incitação ao ódio, ao assassinato em massa e ao mal. Todos os países comunistas totalitários tiveram matanças cruéis; as pessoas nesses países têm menos liberdade e direitos humanos. Os recursos são principalmente direcionados para fins militares. As pessoas têm as suas posses e bens roubados para o benefício e o luxo de uma classe privilegiada no poder, enquanto o povo labora na pobreza.

O movimento comunista não só priva as pessoas das suas vidas como também leva a uma enorme destruição dos valores e da cultura tradicionais. Na China comunista, em particular, os padrões morais já se deterioraram terrivelmente, muito além do que se poderia imaginar. A extração forçada de órgãos humanos tornou-se uma operação lucrativa sancionada pelo Estado. Prisioneiros de consciência – pessoas boas que buscam a elevação espiritual, como cristãos, tibetanos e praticantes do Falun Gong – são mortos na China para suprir uma cruel indústria do transplante. Os comunistas transformaram seres humanos em monstros. Médicos, que deveriam ajudar os doentes, tornaram-se assassinos demoníacos. O mal do Partido Comunista Chinês atingiu o mundo todo. Os países que deveriam defender os direitos humanos, por interesses econômicos, fazem vista grossa a essa perversa crueldade.

No século passado, os comunistas utilizaram os ensinamentos de Marx para atrair o proletariado, os intelectuais e as gerações mais jovens. Após o colapso dos regimes comunistas no Leste Europeu, os regimes comunistas remanescentes decidiram não usar meios violentos para atingir os seus objetivos estratégicos, porque isso cria uma imagem negativa e gera indignação. Em vez disso, usam agora meios não violentos para atingir objetivos comunistas: redistribuem a riqueza e oferecem ampla assistência social por meio da cobrança de altos impostos. Eles afirmam que estão elevando o padrão de vida igualitariamente para que todos possam desfrutar os “bons dias” do socialismo. Portanto, o engodo continua.

O comunismo aproveita-se da busca das pessoas pelo bem comum convertendo-as em servidores fanáticos da sua ideologia. Ele usa a busca da bondade como uma bandeira para afastar as pessoas de Deus. Ele polui a mente das pessoas, fortalece a sua natureza maligna e as faz cometer todo o tipo de crime. No comunismo, as pessoas vão em busca do prazer material, mas para isso, dão as costas para a espiritualidade e as coisas nobres ligadas ao real propósito da vida. O comunismo exige sangue e suor das pessoas e, como retribuição, elas são envenenadas moralmente e mortas. Se as pessoas não despertarem logo, as consequências serão ainda mais terríveis.

Conclusão: prosperidade e paz somente podem ser obtidas por meio da moralidade

Buscar a felicidade é da natureza humana. Uma economia próspera pode trazer felicidade, mas a economia não é algo isolado de tudo mais. Quando o caminho do desenvolvimento econômico se desvia da ética e da moral, pode levar a uma crise econômica. Uma sociedade cuja riqueza não é acompanhada de virtude, não só não é capaz de trazer alegria e felicidade como a sua prosperidade é de curta duração. À medida que o fundamento da ética e da moralidade se desfaz, os resultados são desastrosos.

Em 2010, o jornal estatal chinês Diário do Povo noticiou que, apesar do desenvolvimento econômico, o Índice de Felicidade Interna Bruta (FIB) está em declínio na China. A segunda maior economia do mundo está repleta de corrupção, poluição ambiental e incidentes relacionados à segurança alimentar, o que faz o povo chinês se sentir extremamente inseguro sobre o seu bem-estar. Sendo assim, a riqueza material cresceu, mas a moralidade e a felicidade diminuíram.

Isso reflete o erro fatal do comunismo: os seres humanos não são feitos só de carne, são muito mais do que isso, eles têm mente e espírito. Deus estabeleceu um plano para cada vida humana. Os chineses dizem que “cada bocado e cada gole foram previamente estabelecidos”; analogamente, os ocidentais de fé agradecem a providência de Deus por cada refeição obtida. As pessoas que acreditam em Deus entendem que a riqueza é uma graça e benção concedida a elas por Deus. Elas têm um coração humilde e agradecido e por isso ficam satisfeitas e felizes.

Entre os passageiros do Titanic estava o milionário John Jacob Astor IV, cuja fortuna pessoal poderia construir trinta transatlânticos como aquele. No entanto, ao enfrentar a morte, ele decidiu fazer o que achava moralmente correto e protegeu as mulheres e as crianças; ele deu o seu lugar para duas crianças aterrorizadas. [61] De modo semelhante na ocasião do naufrágio do Titanic, Isidor Straus, coproprietário da loja de departamentos Macy’s, disse: “Eu não irei antes dos outros homens.” Sua esposa também se recusou a entrar em um barco salva-vidas, dando o seu lugar à Sra. Ellen Bird, sua nova empregada doméstica. Ela decidiu passar os seus últimos momentos com o esposo. [62]

Essas pessoas, possuidoras de grande riqueza material, decidiram colocar os valores tradicionais e a fé acima da oportunidade de conservar os seus bens e salvar as próprias vidas. A opção dessas pessoas pela moralidade e a justiça manifesta o brilho da civilização humana e da natureza do ser humano: um caráter nobre é mais valioso do que a própria vida, que por sua vez é ainda mais valiosa do que a riqueza material.

O Sr. Li Hongzhi, fundador do Falun Dafa, escreveu em “Riqueza e Virtude”:

“É dever do governante e seus funcionários trazer riqueza para a população, mas a promoção da adoração ao dinheiro é a pior política que se pode adotar. Riqueza sem virtude prejudica todos os seres, enquanto riqueza com virtude é o que todas as pessoas esperam. Por essa razão, não se pode ser rico sem cultivar a virtude em si mesmo.”

“A virtude é acumulada em vidas passadas. Tornar-se um rei, ter um alto posto, ser rico ou da nobreza, tudo provém da virtude. Sem virtude não há ganho; a perda da virtude significa a perda de tudo. Por isso, aqueles que buscam poder e riqueza devem primeiro acumular virtude. Superando adversidade e fazendo boas ações, uma pessoa pode acumular virtude em meio às pessoas. Para conseguir isso, é preciso entender o princípio de causa e efeito. Esse conhecimento pode permitir que os governantes e o povo exerçam autocontrole, e desse modo, a prosperidade e a paz prevalecerão sob o céu.” [63]

Se a humanidade preservar os valores mencionados, requisitos para a verdadeira riqueza e vida, os problemas originados da ganância, indolência e inveja dos seres humanos serão consideravelmente reduzidos. Uma vez que a humanidade elimine os seus desejos egoístas, a ideologia do comunismo não será mais capaz de seduzir o coração humano. Assim, Deus abençoará a humanidade devido a seus altos padrões morais. Consequentemente, teremos a economia ideal para a humanidade: riqueza no mundo, tranquilidade em nossos corações e paz na sociedade.

O espectro comunista elaborou planos intrincados para destruir a humanidade. Seus planos econômicos são apenas parte disso. Para nos livrarmos da influência dos “ideais” comunistas, nós devemos desarmar a conspiração, identificar as mensagens enganosas e deixar de colocar nossas esperanças nessa ideologia falida. Também precisamos restaurar os valores tradicionais e recuperar a moralidade e a virtude. Assim, a humanidade poderá ter prosperidade e felicidade realmente duradouras, e alcançar a verdadeira paz. A civilização humana resplandecerá com novo vigor.

Referências bibliográficas:

[1] Karl Marx & Friedrich Engels, “Manifesto of the Communist Party”, in Marx/Engels Selected Works, Vol. 1 (Moscow: Progress Publishers, 1969), pp. 98–137.

[2] Max Galka, “The History of U.S. Government Spending, Revenue, and Debt (1790-2015)”, Metrocosm, 16 de fevereiro de 2016, http://metrocosm.com/history-of-us-taxes/

[3] “OECD Tax Rates on Labour Income Continued Decreasing Slowly in 2016”, relatório da OCDE, http://www.oecd.org/newsroom/oecd-tax-rates-on-labour-income-continued-decreasing-slowly-in-2016.htm

[4] Kenneth Scheve & David Stasavage, Taxing the Rich: A History of Fiscal Fairness in the United States and Europe (Princeton: Princeton University Press, Kindle Edition).

[5] Rachel Sheffield and Robert Rector, “The War on Poverty after 50 Years”, The Heritage Foundation, 15 de setembro de 2014, https://www.heritage.org/poverty-and-inequality/report/the-war-poverty-after-50-years

[6] Ibid.

[7] Nima Sanandaji, Scandinavian Unexceptionalism: Culture, Markets, and the Failure of Third-Way Socialism (London: Institute for Economic Affairs, 2015), p. 132, https://iea.org.uk/wp-content/uploads/2016/07/Sanandajinima-interactive.pdf

[8] Alexis de Tocqueville, Memoir on Pauperism, trans. Seymour Drescher (Lancing, West Sussex, UK: Hartington Fine Arts Ltd, 1997), http://www.civitas.org.uk/pdf/Tocqueville_rr2.pdf

[9] Ibid.

[10] “A National Sport No More”, The Economist, 3 de novembro de 2012, https://www.economist.com/europe/2012/11/03/a-national-sport-no-more

[11] Martin Halla, Mario Lackner & Friedrich G. Schneider, “An Empirical Analysis of the Dynamics of the Welfare State: The Case of Benefit Morale”, Kyklos, 63:1 (2010), pp. 55–74.

[12] Nicholas Kristof, “Profiting from a Child’s Illiteracy”, The New York Times, 7 de dezembro de 2012, https://www.nytimes.com/2012/12/09/opinion/sunday/kristof-profiting-from-a-childs-illiteracy.html

[13] Ibid.

[14] Alexis de Tocqueville, Memoir on Pauperism, trans. Seymour Drescher (Lancing, West Sussex, UK: Hartington Fine Arts Ltd, 1997).

[15] Nicholas Kristof, “Profiting from a Child’s Illiteracy”, The New York Times, 7 de dezembro de 2012, https://www.nytimes.com/2012/12/09/opinion/sunday/kristof-profiting-from-a-childs-illiteracy.html

[16] Robert Rector, “The War on Poverty: 50 Years of Failure”, The Heritage Foundation, 23 de setembro de 2014, https://www.heritage.org/marriage-and-family/commentary/the-war-poverty-50-years-failure

[17] U.S. Census Bureau, “Annual Social and Economic Supplements”, Current Population Survey, 1960–2016.

[18] William A. Niskanen, “Welfare and the Culture of Poverty”, The Cato Journal, 16:1, 1996, https://object.cato.org/sites/cato.org/files/serials/files/cato-journal/1996/5/cj16n1-1.pdf

[19] Walter E. Williams, “The True Black Tragedy: Illegitimacy Rate of Nearly 75%”, CNSnews.com, 19 de maio de 2015, https://www.cnsnews.com/commentary/walter-e-williams/true-black-tragedy-illegitimacy-rate-nearly-75

[20] Dados da OCDE, https://data.oecd.org/gga/general-government-debt.htm

[21] Thomas Winslow Hazlett, “Looking for Results: An Interview with Ronald Coase”, Reason, janeiro de 1997, https://reason.com/archives/1997/01/01/looking-for-results

[22] Friedrich A. Hayek, The Road to Serfdom (London: Routledge Press, 1944), https://mises.org/library/road-serfdom-0

[23] “Direct Investment Position of the United States in China from 2000 to 2016”, Statistica.com, https://www.statista.com/statistics/188629/united-states-direct-investments-in-china-since-2000/

[24] “Report on Foreign Investments in China, 2016”, A Chronicle of Direct Foreign Investments in China, The Ministry of Commerce of China [〈中国外商投资报告 2016〉, 《中国外商直接投资历年概况》, 中國商務部]

[25] Liz Peek, “Finally, a President Willing to Combat Chinese Theft”, The Hill, 26 de março de 2018, http://thehill.com/opinion/finance/380252-finally-a-president-willing-to-combat-chinese-theft

[26] The Commission on the Theft of American Intellectual Property, Update to the IP Commission Report, 2017, http://www.ipcommission.org/report/IP_Commission_Report_Update_2017.pdf

[27] Chris Strohm, “No Sign China Has Stopped Hacking U.S. Companies, Official Says”, Bloomberg News, 18 de novembro de 2015, https://www.bloomberg.com/news/articles/2015-11-18/no-sign-china-has-stopped-hacking-u-s-companies-official-says

[28] Kurt Biray, “Communist Nostalgia in Eastern Europe: Longing for the Past”, OpenDemocracy.net, 10 de novembro de 2015, https://www.opendemocracy.net/can-europe-make-it/kurt-biray/communist-nostalgia-in-eastern-europe-longing-for-past

[29] John Polga-Hecimovich, “The Roots of Venezuela’s Failing State”, Origins, 10:9, junho de 2017, http://origins.osu.edu/article/roots-venezuelas-failing-state

[30] José Niño, “Venezuela Before Chavez: A Prelude to Socialist Failure”, Mises Wire, 4 de maio de 2017, https://mises.org/wire/venezuela-chavez-prelude-socialist-failure

[31] John Bissett, “Hugo Chavez: Revolutionary Socialist or Leftwing Reformist?” Socialist Standard, No. 1366, junho de 2018, https://www.worldsocialism.org/spgb/hugo-chavez-revolutionary-socialist-or-leftwing-reformist

[32] Julian Adorney, “Socialism Set Fire to Venezuela’s Oil Crisis”, Real Clear World, 29 de agosto de 2017, https://www.realclearworld.com/articles/2017/08/29/socialism_set_fire_to_venezuelas_oil_crisis_112520.html

[33] José Niño, “John Oliver is Wrong About Venezuela – It’s a Socialist Country”, Mises Wire, 30 de maio de 2018, https://mises.org/wire/john-oliver-wrong-about-venezuela-%E2%80%94-its-socialist-country

[34] “10 Numbers Tell You What Is Going On in Zimbabwe”, BBC Chinese, 11 de novembro de 2017, http://www.bbc.com/zhongwen/trad/world-42077093

[35] “United States Declaration of Independence”, http://www.ushistory.org/declaration/document/

[36] Karl Marx and Friedrich Engels, “Manifesto of the Communist Party”, in Marx/Engels Selected Works, Vol. 1 (Moscow: Progress Publishers, 1969).

[37] Frederick Charles Schwarz, M.D., You Can Trust the Communists… To Be Communists (Prentice-Hall, 1960), http://www.hourofthetime.com/1-LF/Dec 14/You_Can_Trust_the_Communists_to_be_Communists.pdf

[38] Friedrich A. Hayek, The Fatal Conceit: The Errors of Socialism (Routledge, 2013).

[39] Thomas Sowell, Intellectuals and Society (New York: Basic Books, 2012 revised and expanded edition), Capítulo 2.

[40] Friedrich A. Hayek. “The Use of Knowledge in Society”, The American Economic Review, Vol. 35, No. 4, setembro de 1945, pp. 519–530, https://www.econlib.org/library/Essays/hykKnw.html

[41] Ludwig von Mises. “Economic Calculation in the Socialist Commonwealth”, Mises Institute [acessado em 26 de julho de 2018], https://mises.org/library/economic-calculation-socialist-commonwealth

[42] Shi Shan. “Quagmire in the Reform of China’s State-Owned Enterprises”, Radio Free Asia, 22 de setembro de 2015, https://www.rfa.org/mandarin/yataibaodao/jingmao/xql-09222015103826.html

[43] Linette Lopez, “Zombie Companies Are Holding China’s Economy Hostage”, Business Insider, 24 de maio de 2016, https://www.businessinsider.com/chinas-economy-is-being-held-hostage-2016-5

[44] Jason Long, “The Surprising Social Mobility of Victorian Britain”, European Review of Economic History, Vol. 17, No. 1, 1º de fevereiro de 2013, pp. 1–23, https://doi.org/10.1093/ereh/hes020

[45] John Kenneth Galbraith, The Good Society: The Humane Agenda (Boston, MA: Houghton Mifflin Co., 1996), pp. 59–60; Karl Popper, The Open Society and Its Enemies (Routledge, 2012), https://monoskop.org/images/5/5f/Popper_Karl_The_Open_Society_and_Its_Enemies_Vols_1-2_5th_ed.pdf

[46] Michael L. Rothschild, Bionomics: Economy as Business Ecosystem (Washington, D.C.: BeardBooks, 1990), p. 115.

[47] Adam Smith, The Theory of Moral Sentiments (Philadelphia: Anthony Finley, J. Maxwell Printer, 1817), https://www.earlymoderntexts.com/assets/pdfs/smith1759.pdf

[48] Lawrence Kudlow, American Abundance: The New Economic and Moral Prosperity (New York: Harper Collins Publishers, 1997).

[49] Thomas Sowell, Economic Facts and Fallacies (New York: Basic Books, 2008), p. 174.

[50] Friedrich Engels, “1881: Trades Unions”, Marxists.org, 20 de maio de 1881, https://www.marxists.org/archive/marx/works/1881/05/28.htm

[51] Vladimir Lenin, “The Trade Unions, The Present Situation and Trotsky’s Mistakes”, n.d. [acessado em 8 de julho de 2018], https://www.marxists.org/archive/lenin/works/1920/dec/30.htm

[52] Lü Jiamin, A History of Leninist Theory on Unions (Liaoning People’s Press, 1987).

[53] James Sherk, “What Unions Do: How Labor Unions Affect Jobs and the Economy”, The Heritage Foundation, 21 de maio de 2009, https://www.heritage.org/jobs-and-labor/report/what-unions-do-how-labor-unions-affect-jobs-and-the-economy

[54] Edwin J. Feulner, “Taking Down Twinkies”, The Heritage Foundation, 19 de novembro de 2012, https://www.heritage.org/jobs-and-labor/commentary/taking-down-twinkies

[55] James Sherk, “What Unions Do: How Labor Unions Affect Jobs and the Economy”, The Heritage Foundation, 21 de maio de 2009, https://www.heritage.org/jobs-and-labor/report/what-unions-do-how-labor-unions-affect-jobs-and-the-economy

[56] Ibid.

[57] Sherk (2009) Ibid.

[58] Steve Inskeep, “Solidarity for Sale: Corruption in Labor Unions”, National Public Radio, 6 de fevereiro de 2007, https://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=5181842

[59] Ibid.

[60] Karl Marx, “Critique of the Gotha Programme”, https://www.marxists.org/archive/marx/works/1875/gotha/ch01.htm

[61] Children on the Titanic (2014, documentário), https://www.snagfilms.com/films/title/children_on_the_titanic

[62] Isidor Straus, Autobiography of Isidor Straus (The Straus Historical Society, 2011), pp. 168–176.

[63] Li Hongzhi, “Wealth With Virtue”, in Essentials for Further Advancement, 27 de janeiro de 1995, https://www.falundafa.org/eng/eng/jjyz02.htm