(Minghui.org) (Continuação da Parte 2)

A Agência 610 tinha lançado várias campanhas para difamar o Falun Gong e incitar o ódio. Por exemplo, "Milhões de assinaturas [para apoiar a perseguição]", "Todos tomam uma posição [contra o Falun Gong]", e "Cartão de compromisso [prometendo não apoiar o Falun Gong]" foram lançados para caluniar o Falun Gong.

Coleta e análise de informação pessoal

Para atingir o objetivo da perseguição, a Agência 610 tratou da coleta de informações relacionadas com o Falun Gong como uma tarefa importante.

Por exemplo, a Agência 610 da cidade de Qingzhou na província de Shandong fez planilhas específicas visando os praticantes do Falun Gong por volta de 2010. Essas planilhas foram consideradas sigilosas e continham várias tabelas para serem preenchidas com informações sobre os praticantes locais. Distribuídas aos Centros de Gestão Integral e Manutenção da Estabilidade de nível municipal (ou urbano), essas planilhas tinham três seções.

A primeira seção era sobre informações básicas de cada praticante, com base na qual o praticante era listado em uma das 7 categorias: 1) fora da cidade de longa data, com registro domiciliar local. 2) Na lista de "Procurados" e estando em outros locais. 3) Pessoas "Fora de controle". 4) Pessoas que uma vez saíram para criar problemas [que significa "apelar ao Falun Gong"]. 5) Pessoas ainda não transformadas. 6) Pessoas que tinham sido anteriormente presas ou enviadas para campos de trabalho. 7) Pessoas-chave que não são confiáveis.

A segunda seção continha informações sobre alvos-chave da perseguição (uma fotografia do praticante visado deveria ser anexada a esta seção).

A terceira seção era o registro das visitas, que deveria detalhar o que cada praticante disse ou escreveu ao ser visitado em casa pela polícia ou por outros agentes do governo local.

Todas estas informações foram críticas porque a Agência 610 tomou decisões de perseguição com base nas mesmas. Mais especificamente, a informação ajudou a Agência 610 a determinar quem controlar, quem prender, quem enviar para os centros de lavagem cerebral, etc.

Institucionalização da perseguição com métricas

A liberdade de crença é um direito humano básico que é protegido pela Constituição Chinesa. Ao produzir todo o tipo de mentiras para caluniar o Falun Gong, contudo, a Agência 610 levou os funcionários do PCC de todos os níveis a participar na perseguição. Como resultado, a repressão tornou-se sistemática, institucionalizada e abrangente. Mais especificamente, inclui o estabelecimento de uma liderança organizacional, o estabelecimento de políticas e regras, a criação de equipes institucionais, a realização de tarefas para perseguir o Falun Gong, o monitoramento dos praticantes do Falun Gong, a realização de sessões de lavagem cerebral e outros.

Entre eles, um método muito ardiloso é ligar a perseguição do Falun Gong ao desempenho dos funcionários. A Agência 610 concebeu métricas para avaliar o "desempenho" de agências governamentais relacionadas. Abaixo encontra-se uma tabela de pontos de avaliação da Agência 610 do Distrito de Weicheng da cidade de Xianyang, província de Shaanxi.

Uma tabela de pontos de avaliação da Agência 610 do Distrito de Weicheng da cidade de Xianyang, 
província de Shaanxi (obtida da internet em 15 de abril de 2008)

A imagem acima (em chinês) indica que uma taxa de transformação de 75% ganharia 20 pontos a uma agência governamental e nenhum praticante local do Falun Gong que se deslocasse a Pequim para apelar conseguiria 10 pontos para a agência. Podemos ver que o PCC associou o envolvimento na supressão com o desempenho dos funcionários.

Esta "avaliação" mostra que a Agência 610 institucionalizou a perseguição ao Falun Gong. Desta forma, obriga os funcionários de todos os níveis a participar, tanto sob alta pressão como com incentivos financeiros. Isto revela que a perseguição é altamente organizada, institucionalizada e sistemática. Mostra também que a repressão é ampla e profunda.

Manipulação e interferência com o processo judicial

O controle por parte do CAPJ e da Agência 610 sobre a aplicação da lei, procuradoria, tribunal e judiciária é abrangente e completo. É um segredo aberto que a Agência 610 manipula o resultado dos casos Falun Gong, que são considerados tarefas políticas. A acusação, o julgamento e a sentença é apenas uma questão de analisar as moções quando o resultado já foi há muito determinado pela Agência 610. Muitos juízes admitiram abertamente que não podiam tomar decisões, uma vez que a Agência 610 tem a palavra final.

O PCC vê o Falun Gong como o inimigo número 1. Em muitas ocasiões, a Agência 610 e funcionários do PCC disseram abertamente que para os casos do Falun Gong, eles só consideram a política, não as leis. Muitos juízes também disseram que não seguem a lei quando tratam de tais casos.

Por exemplo, o Tribunal de Qian'an na província de Hebei condenou vários praticantes à prisão no dia 6 de dezembro de 2009. Entre eles encontram-se a Sra. Liang Xiulan (8 anos de prisão), a Sra. Zhang Liqin (7,5 anos de prisão), a Sra. Shao Lianrong (7,5 anos de prisão), a Sra. Li Xiuhua (7 anos de prisão), o Sr. Sun Yongsheng (7 anos de prisão) e o Sr. Yang Zhanmin (7 anos de prisão). Quando os familiares destes praticantes questionaram mais tarde a sentença injusta, o juiz principal Feng Xiaolin disse que nenhuma lei é considerada nos casos do Falun Gong.

Além da "política acima da lei", a Agência 610 também espezinhou e manipulou leis, intervindo com audiências, julgamentos, defesa de advogados e sentenças.

Muitos juízes disseram em público aos advogados de defesa e às famílias dos praticantes que as sentenças provinham da Agência 610 e não deles. Muito frequentemente, a Agência 610 tinha decidido com antecedência e em segredo a pena de prisão. Os juízes apenas seguiram as instruções durante o julgamento de fachada. Por vezes, a Agência 610 interferiu mesmo diretamente com o julgamento no tribunal.

Por exemplo, o Tribunal de Shenbeixin na cidade de Shenyang, província de Liaoning, condenou quatro praticantes durante dois julgamentos em dezembro de 2008, um em 1º de dezembro e outro em 9 de dezembro. Entre os praticantes condenados, a Sra. Wang Sumei recebeu 10 anos de prisão, o Sr. Xi Changhai 11 anos de prisão, o Sr. Sun Yushu 8 anos prisão, e o Sr. Huo Defu 6 anos de prisão. Os funcionários do Tribunal disseram que as penas foram pré-determinadas pela Agência 610, não por eles.

Sun Yonggang tinha sido recentemente nomeado Chefe da Agência 610 para o Distrito de Shenbeixin na época. Antes disso, trabalhou no Comitê de Gestão do Rio Puhe, onde esteve ativamente envolvido na perseguição. Após a detenção da Sra. Wang Sumei, ela disse que acreditar nos princípios Verdade, Compaixão e Tolerância não era um crime e solicitou a sua libertação imediata. Como novo diretor da Agência 610, Sun estava ansioso por acumular capital político e gritou: "Vou condená-la a 10 anos!” Com essa sentença, a Sra. Wang recebeu uma pena de 10 anos.

A Agência 610 nas Forças Armadas

A Agência 610 também existe no setor militar, mas pouco se sabe sobre ela no exterior. O envolvimento dos militares na perseguição deve preceder o dos governos locais, uma vez que o PCC controla sempre os militares com maior rigor e utiliza-o frequentemente como modelo a seguir pelos civis em várias campanhas. Quando Jiang começou a perseguir o Falun Gong, ele quis expandir o que os militares fizeram a toda a nação e impulsionar a agenda através dos militares.

O mais alto nível da Agência 610 no exército está filiado ao Departamento de Política Geral (DGP) dos militares. O seu primeiro diretor foi Yu Yongbo, então chefe do DGP. O vice-diretor era um chefe adjunto do DPG, que era responsável tanto pela inspeção da disciplina como pelo trabalho do CAPJ. Portanto, o seu nível era tão elevado como o do DGP. Devido a isso, podia facilmente recrutar membros conforme as necessidades.

Além disso, a Agência 610 foi também estabelecida nas forças terrestres, marítimas e aéreas do Exército de Libertação do Povo em todas as regiões militares, cobrindo todos os níveis desde o exército, divisão, brigada até ao regimento.

Uma reunião de alto nível

Sob a instrução do ditador Jiang, Yu realizou uma reunião de alto nível da Agência 610 no exército pouco depois do incidente da autoimolação encenada em 23 de janeiro de 2001. A reunião teve lugar secretamente no Departamento de Segurança do DGP, e não foi permitida qualquer gravação ou fotografia. De acordo com informações internas, os participantes da reunião eram membros do núcleo da Agência 610. Yu foi o anfitrião da reunião e foram convidadas menos de 30 pessoas. Yu primeiro informou o que os militares tinham feito para suprimir o Falun Gong e planejou o passo seguinte, seguido de um discurso de Jiang.

Durante a reunião, Jiang ordenou que os militares assumissem a liderança na perseguição e dessem o exemplo. Todos os militares que praticavam o Falun Gong deveriam ser “transformados” sem sobrar ninguém. A transformação deveria ser completa e os militares precisariam produzir seus próprios especialistas e professores em transformação. Os envolvidos na transformação deveriam ser firmes, determinados e rigorosos. Sempre que necessário, diferentes tipos de métodos poderiam ser usados. Eles não podiam se exibir e apenas fazer as coisas em silêncio. O único objetivo era forçar os praticantes a renunciar ao Falun Gong. Isso deveria continuar enquanto o objetivo não fosse alcançado. Para promover isso, aqueles envolvidos na transformação seriam recompensados.

A perseguição militar aos praticantes do Falun Gong é horrível. Porém, devido ao rígido controle de informações, pouco se sabe de fora. O Minghui.org uma vez relatou como um praticante no nível de chefe de Divisão Associado foi perseguido.

O Sr. Yang Xingful era da Região Militar de Nanjing e nasceu em novembro de 1949. Com patente militar de Coronel Superior, era o chefe de redação de notícias da Filme e Televisão da linha Este, um jornal do Departamento Político da Região Militar de Nanjing. Foi perseguido muitas vezes por ter praticado Falun Gong.

Depois de ter se tornado praticante em julho de 1996, o Sr. Yang se beneficiou dela física e espiritualmente. Após a perseguição iniciada em 1999, a Agência 610 da Região Militar de Nanjing prendeu-o e deteve-o três vezes.

Por distribuir materiais do Falun Gong, foi seguido e preso pelo Gabinete de Segurança do Estado de Nanjing em julho de 2000. Após interrogatório secreto, o Tribunal Militar da Região Militar de Nanjing deu-lhe uma pena de três anos de trabalho forçado. Após sua libertação, em 2003, foi forçado a aposentar-se mais cedo. O seu alojamento e benefícios foram todos rebaixados.

Em janeiro de 2005, a Agência 610 da Região Militar de Nanjing saqueou novamente a casa do Sr. Yang e enviou-o para um campo de trabalho com uma pena de prisão de três anos. Tanto a sua filha como o seu genro foram expulsos das forças armadas.

Em abril de 2012, a Agência 610 Militar de Nanjing, a polícia de Nanjing juntaram-se para saquear a casa do Sr. Yang. Os oficiais confiscaram o seu computador, a impressora, o gravador de DVD, os livros Falun Gong e os DVD do Shen Yun. O Sr. Yang e a sua mulher foram mantidos no Centro de Detenção de Nanjing. Pela terceira vez, o Tribunal Militar da Região Militar de Nanjing deu-lhes um período de três anos de prisão para o Sr. Yang, seguido de detenção no Campo de Trabalho da Região Militar de Nanjing. A sua mulher Sra. Chen Chunmei foi detida primeiro um mês e depois enviada para o Centro de Lavagem Cerebral de Xuanwu, em Nanjing.

Resumo

Tanto o CAPJ quanto a Agência 610 fazem parte das organizações do PCC e desempenham papéis críticos na perseguição ao Falun Gong. Como a repressão ainda continua, e ambas as agências são agências confidenciais, junto com o rígido controle de informações do PCC, muitos detalhes sobre o funcionamento interno das agências permanecem ocultos. Este relatório foi preparado com base em informações acessíveis ao público, especialmente fatos publicados pelo Minghui.org, e teve como objetivo resumir as funções dessas duas agências na perseguição.

(Fim)