(Minghui.org) O mês de abril de 2021 registrou a morte de 13 praticantes do Falun Gong como resultado da perseguição por causa da sua fé, elevando para 40 os casos de morte confirmada no ano.
Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, é uma disciplina espiritual tradicional baseada nos princípios Verdade, Compaixão e Tolerância. Desde que o Partido Comunista Chinês ordenou a perseguição do Falun Gong em julho de 1999, inúmeros praticantes foram presos, detidos, sentenciados e torturados. Até esta data, mais de 4.500 mortes como resultado da perseguição foram relatadas pelo site Minghui.org. Mais ainda estão por confirmar, devido ao bloqueio de informação na China.
Entre as 13 mortes recentemente confirmadas, três aconteceram em 2020, em janeiro e fevereiro de 2021 houve um caso em cada mês, e em março e abril de 2021 houve quatro casos em cada mês.
Os 13 praticantes falecidos, incluindo oito mulheres, vieram de 11 províncias e municípios, com Guizhou e Heilongjiang registrando dois casos cada uma. Com exceção de quatro praticantes cujas idades eram desconhecidas, os outros nove praticantes tinham entre 53 e 83 anos, com uma idade média de 68 anos.
Três dos praticantes morreram nas prisões, incluindo uma mulher de 57 anos cumprindo 11,5 anos, um coronel aposentado cumprindo 7,5 anos, e um homem de 69 anos cumprindo 7 anos de prisão. Um homem de 83 anos, condenado a sete anos, morreu horas depois de ter sido levado de volta para casa com oxigênio.
A morte de alguns praticantes foi causada pelo prolongado assédio, encarceramento, tortura, e administração de drogas. Uma mulher de Xangai foi detida em um hospital psiquiátrico mais de 20 vezes e ficou delirante depois de receber injeções com drogas tóxicas. Um ex-professor de história perdeu a maior parte dos seus dentes e desenvolveu um problema cardíaco grave, que o deixou incapaz de fazer qualquer trabalho físico, antes de morrer aos 53 anos.
Abaixo está uma amostragem de alguns casos. O download da lista completa dos 13 casos pode ser baixado aqui (PDF).
Mortes sob custódia
Homem de 69 anos morre de repente na prisão
O Sr. Lu Guanru, morador da cidade de Daqing, província de Heilongjiang, faleceu em 4 de abril de 2021, enquanto cumpria uma pena de sete anos por praticar Falun Gong. Enquanto a Prisão de Tailai alegou que o homem de 69 anos tinha morrido de derrame, a sua família suspeita que ele possa ter sido torturado até à morte.
Sr. Lu Guanru
O Sr. Lu foi preso em 9 de novembro de 2018, em uma busca de mais de 60 praticantes de Falun Gong tanto em Daqing como em Harbin, a capital da província de Heilongjiang. Enquanto estava detido no Centro de Detenção da Cidade de Daqing, a polícia interrogou-o, forçou-o a permanecer de pé durante longas horas, e a usar algemas.
Quando o Sr. Lu entrou em greve de fome para protestar contra a perseguição, os guardas o alimentaram à força, o que o levou a vomitar sangue e a sofrer uma parada cardíaca. Ele estava à beira da morte e foi ressuscitado no hospital várias vezes.
O Sr. Lu compareceu no Tribunal Distrital de Ranghulu em 6 de junho de 2019. Seus dois advogados fizeram uma declaração de inocência em seu favor, e ele testemunhou em sua própria defesa. O juiz condenou-o a sete anos com uma multa de 40 mil yuans em 1º de julho de 2019. Ele recorreu da sentença, mas o Tribunal Intermédio da Cidade de Daqing manteve sua sentença sem uma audiência em 23 de julho.
Apesar da sua grave condição de saúde, o centro de detenção levou-o para a prisão de Hulan em 30 de julho de 2019 para cumprir pena, sem notificar sua família. Os agentes penitenciários disseram que o aceitariam mesmo estando incapacitado.
O Sr. Lu foi transferido para a Prisão de Tailai em novembro de 2019 e lá faleceu em 4 de abril de 2021.
O Sr. Lu, um ex-gestor financeiro da construção, começou a praticar Falun Gong em 1994 e creditou à prática a cura da sua condição de saúde. Após o início da perseguição, foi detido duas vezes e cumpriu mais de um ano de trabalho forçado. No campo de trabalho, foi espancado, sujeito a temperaturas geladas, e teve as mãos amarradas com cordas finas. Foi também forçado a fazer trabalhos pesados, o que o levou a envelhecer rapidamente. Após a sua libertação, o Sr. Lu foi forçado a viver longe de casa durante os 18 anos seguintes para evitar mais perseguições.
Quando sua filha se casou em 2006, o Sr. Lu e sua esposa só puderam comprar um novo conjunto de roupa para os recém-casados. Sua filha chorou enquanto eles faziam compras de roupa juntos.
"Eu sabia que ela não queria que fizéssemos mais nada por ela, sabendo o quanto era difícil para nós ganharmos a vida. Mas isso [comprar roupa] era a única coisa que eu podia fazer por ela," recordou o Sr. Lu.
Contabilista morre durante pena de prisão de 11,5 anos por causa de sua fé
Enquanto aguardava o resultado do seu recurso contra uma pena de 11,5 anos de prisão no centro de detenção, a Sra. Mao Kun, contabilista da cidade de Chengdu, província de Sichuan, foi subitamente levada para uma sala de emergência hospitalar por volta de 9 de abril de 2021. Sua família foi orientada a requerer a liberdade condicional médica em seu nome. Mas antes mesmo de terem a oportunidade de apresentar o pedido, a Sra. Mao faleceu no hospital, na noite de 11 de abril. Ela tinha 57 anos.
À semelhança do caso do Sr. Lu, a família da Sra. Mao também suspeita que a tortura possa ter sido responsável pela sua morte súbita.
Sra. Mao Kun
A Sra. Mao foi presa em casa em 10 de julho de 2019. Seu braço foi quebrado e seu rosto ferido durante a violenta detenção. Vários policiais vasculharam a casa da Sra. Mao desde as 4 horas da tarde do dia da detenção até às 2 horas da manhã do dia seguinte. Muitos objetos pessoais e materiais informativos sobre o Falun Gong foram confiscados. Os pais da Sra. Mao, em seus 80 anos e que viviam com ela, ficaram aterrorizados com a ação da polícia. Eles choravam no corredor enquanto a polícia vasculhava sua casa.
Durante a audiência da Sra. Mao em 28 de dezembro de 2020, ela relatou como a polícia a espancou durante a detenção. Ela testemunhou que um grupo de policiais bateu à porta. Antes que ela pudesse abrir, os policiais invadiram. Um deles lhe deu um soco no olho e a derrubou no chão. Eles a seguraram e algemaram suas mãos atrás das costas, quebrando seu braço ao fazer isso.
O advogado da Sra. Mao perguntou-lhe: "Você se lembra como é o policial que lhe agrediu?” A Sra. Mao disse que sim.
Antes que ela pudesse descrever o policial, o procurador a interrompeu e negou que a polícia tivesse usado violência durante sua detenção. Afirmou que foi a porta caindo que a feriu.
Depois, o juiz a condenou a 11,5 anos com uma multa de 20 mil yuans. Essa foi a segunda vez que ela foi condenada, após uma pena anterior de 5,5 anos dada pelo Tribunal Distrital de Wuhou em 10 de outubro de 2008. Antes disso, foi-lhe dado um ano no Campo de Trabalho Forçado de Nanmusi no final de 1999 e sua pena foi prolongada por nove meses. Foi presa novamente em 10 de dezembro de 2001, apenas alguns meses após ter sido libertada, e foi-lhe dado mais um ano no mesmo campo de trabalho forçado.
Coronel aposentado morre na prisão, família suspeita de crime
A família do Sr. Gong Piqi recebeu uma ligação de um agente penitenciário na noite de 12 de abril de 2021, e foi-lhe dito que o coronel aposentado de 66 anos, da cidade de Qingdao, província de Shandong, tinha acabado de ser levado para o hospital para reanimação.
Momentos depois, o agente penitenciário ligou novamente e disse que o Sr. Gong, que estava cumprindo uma pena de 7,5 anos na prisão de Jinan (também conhecida como Prisão da Província de Shandong) por ter praticado Falun Gong, morreu de um derrame repentino.
Sr. Gong Piqi
Quando a família do Sr. Gong foi para o hospital na manhã seguinte, o médico e as autoridades prisionais se recusaram a deixá-los ver o corpo. Com o forte protesto da família, o irmão mais velho e o sobrinho do Sr. Gong foram finalmente autorizados a ver o corpo, mas sem fazer fotos ou vídeos.
De acordo com o relatado por seu irmão, a cabeça do Sr. Gong estava ferida e inchada e havia sangue nos seus ouvidos.
Durante o ano e meio anterior à morte do Sr. Gong, a penitenciária nunca permitiu que sua família o visitasse, citando a pandemia como a razão. Sua família disse não ter conhecimento da condição de sua saúde e se ele foi torturado na prisão.
De acordo com imagens da câmera de vigilância fornecidas pelos agentes penitenciários, o Sr. Gong adoeceu e ficou na cama na noite da sua morte. Um médico da prisão tinha vindo para lhe medir a pressão arterial, mas saiu sem lhe dar qualquer tratamento. Por volta das 20h32, o Sr. Gong caiu no chão e não conseguia se mexer, mas a ambulância só chegou às 21horas.
Enquanto o agente penitenciário que chamou sua família alegava que o derrame fatal do Sr. Gong foi causado pelo não cumprimento do tratamento para sua pressão arterial elevada, sua família questionou porque eles não os tinham informado mais cedo do seu estado ou não o tinham colocado em liberdade condicional médica.
Sua família disse que houve muitas perguntas sem resposta, como há quanto tempo o Sr. Gong tinha a pressão arterial elevada, que tratamento a penitenciária lhe oferecia, se tinham registos disso, por que o médico não lhe prescreveu um tratamento na véspera da sua morte, e por que a ambulância demorou meia hora para chegar.
O Sr. Gong foi preso durante uma detenção em grupo de mais de 20 praticantes do Falun Gong entre 16 e 17 de outubro de 2017. Ele foi detido no Centro de Detenção de Pudong em Jimo, província de Shandong. O Tribunal Distrital de Shibei realizou duas audiências com ele em 24 de maio e 22 de junho de 2018, antes de condená-lo a 7,5 anos com 20 mil yuans de multa, em 20 de julho de 2018.
Mortes após assédio e prisão prolongados
Após a Sra. Lu Xiuli, de Xangai, ter sido diagnosticada com câncer de mama em fase terminal e ter feito uma mastectomia, ficou muito fraca, e o seu rosto estava pálido. Anos mais tarde, contudo, a médica da Sra. Lu ficou impressionada como ela estava bem e como sua pele brilhava, enquanto a maioria das outras pacientes com câncer de mama que conhecia tinham falecido.
O segredo da recuperação mágica da Sra. Lu não era nenhuma forma de tratamento médico, era a prática do Falun Gong, uma antiga disciplina espiritual que inclui cinco exercícios que podem estimular a circulação de energia e assim melhorar a saúde.
Por manter sua fé após o regime comunista ter ordenado a perseguição em 1999, a Sra. Lu foi involuntariamente mantida em hospitais psiquiátricos 20 vezes entre 2002 e 2018. Ela ficava retida entre quatro meses a mais de um ano, embora normalmente menos de um ano. Todas as vezes, ela foi forçada a tomar drogas desconhecidas.
Em finais de 2018, pouco depois de ter tido alta de um hospital psiquiátrico, a Sra. Lu foi novamente presa e depois levada para o Centro Sênior Blue Harbor, em Songjiang, nos arredores de Xangai.
Segundo os praticantes locais de Falun Gong que visitaram a Sra. Lu no hospital psiquiátrico, apesar da perseguição que sofreu anteriormente, ela permanecia lúcida e podia se comunicar claramente com eles. Mas quando a visitaram no centro sênior pouco depois da sua admissão, ela estava delirante e confusa. A única coisa que ela podia exprimir claramente era que esperava sair de lá.
Foi também relatado que a polícia avisou alguns praticantes locais que eles [os praticantes] não poderiam mais encontrar a Sra. Lu, até ela morrer.
Quando a Sra. Lu foi libertada do centro sênior alguns meses mais tarde, na primavera de 2019, estava completamente confusa. Ela não era capaz de cozinhar ou lavar a roupa, nem se lembrava do que tinha acontecido no centro sênior.
Aqueles que tinham visitado a Sra. Lu no centro sênior disseram que era um estabelecimento privado, com condições muito piores do que os outros hospitais psiquiátricos. A Sra. Lu foi mantida em uma grande sala com quase 100 internos com perturbações mentais. Embora a sala estivesse ligada a um pátio para que os pacientes pudessem se movimentar, toda a área estava cercada com tela de arame.
Duas ou três enfermeiras estavam encarregadas de cuidar dos quase 100 pacientes dia e noite. Cada paciente tinha uma cama muito pequena. Como as enfermeiras não podiam cuidar de tantos pacientes ao mesmo tempo, eles frequentemente roubavam dinheiro, fruta, ou iogurte uns dos outros. Assim, cada um recebia também um pequeno armário com uma fechadura para guardar seus pertences.
As enfermeiras disseram aos praticantes que visitaram a Sra. Lu que todos os pacientes que lá se encontravam tinham sido abandonados pelas suas famílias, que não esperavam que deixassem as instalações com vida.
Como nenhuma família de pacientes fazia visitas, a Sra. Lu não podia pedir emprestado os seus celulares para ligar para sua família. Sempre que um praticante a visitava, esse praticante era então contatado pela polícia, sugerindo que a polícia ainda estava acompanhando de perto a Sra. Lu.
Quando o marido da Sra. Lu foi hospitalizado em estado crítico em novembro de 2020, ela foi levada novamente para o centro sênior. Faleceu em fevereiro de 2021, três meses após a morte do seu marido.
Praticante de 83 anos morre horas depois de ser enviado para casa com oxigênio
Um homem de 83 anos que estava cumprindo pena por causa de sua fé no Falun Gong morreu horas depois de ter sido enviado para casa com oxigênio em 26 de março de 2021.
O Sr. Huang, de Qingdeng, cidade de Leqing, na província de Zhejiang, foi preso em casa em 17 de abril de 2019. Foi relatado que ele foi perseguido pela polícia após descobrirem que tinha enviado mensagens de texto ao público sobre a perseguição do Falun Gong.
Após quase um ano de detenção, o Sr. Huang foi condenado a sete anos pelo Tribunal da Cidade de Leqing em 12 de março de 2020. Foi para a Segunda Prisão de Hangzhou em uma data desconhecida.
Um agente penitenciário chamou a família do Sr. Huang em meados de novembro de 2020 e disse que o Sr. Huang tinha seis doenças e que tinha sido enviado ao hospital para ressuscitação. Apesar do seu estado crítico, a penitenciária se recusou a libertá-lo sob fiança.
A família do Sr. Huang recebeu outra ligação da penitenciária em março de 2021 e disseram que ele tinha sido novamente levado para o hospital para ressuscitação.
Dias depois, por volta das 14 horas do dia 26 de março de 2021, o Sr. Huang foi enviado para casa com oxigênio. Todo o seu corpo estava preto e azul. Sua família suspeitava que tinham lhe dado drogas tóxicas antes de ser libertado. Ele morreu naquela noite.
Com a saúde destruída após três penas de prisão, ex-professor de história morre em desespero
Quando o Sr. Lu Songming voltou para casa em 2018 após cumprir uma terceira pena de prisão por praticar Falun Gong, tinha quase morrido várias vezes devido a tortura sob custódia. Tendo perdido a capacidade de trabalhar devido a um problema cardíaco grave, ele dependia de apanhar legumes que sobravam no mercado dos agricultores para sobreviver. Ficava facilmente exausto depois de carregar objetos pesados e tinha de se deitar frequentemente para descansar. Depois de ter lutado durante três anos com problemas de saúde, o homem de 53 anos faleceu na noite de 28 de março de 2021.
Sr. Lu Songming
O Sr. Lu perdeu sua mãe quando era jovem e foi criado por seu pai. Depois de se formar na Universidade Normal da Província de Hunan em 1990, tornou-se professor de história em uma escola secundária na cidade de Xiangtan, Província de Hunan.
Quando o regime comunista chinês ordenou a perseguição ao Falun Gong em 1999, ele já o praticava há três anos. Por manter a sua fé, foi despedido pela escola secundária e condenado três vezes, por um total de 14 anos. Enquanto cumpria pena, foi submetido a várias torturas, incluindo ser pendurado pelos pulsos algemados, espancado, submetido a choques com bastões elétricos, e forçado a fazer longas horas de trabalho intensivo. A tortura e o abuso destruíram completamente sua saúde. Ele desenvolveu um problema cardíaco grave e esteve à beira da morte várias vezes.
Quando o Sr. Lu foi libertado em 2006, após a primeira pena de prisão, sua mulher tinha sido forçada pelas autoridades a se divorciar dele. O tribunal concedeu sua casa e a custódia do seu filho à sua mulher, deixando-o sem casa e sem um tostão. Ele teve de aceitar trabalhos ocasionais para ganhar a vida, incluindo conserto de sapatos na rua e a venda de amendoins.
O Sr. Lu Songming tinha apenas seis dentes quando foi libertado em 3 de fevereiro de 2012,
após sua segunda pena de prisão.
Após sua última detenção em 31 de agosto de 2014, o pai do Sr. Lu, nos seus 80 anos, foi a delegacia de polícia, a Procuradoria, o tribunal, a Agência 610 (uma agência extralegal criada especificamente para perseguir o Falun Gong), o centro de detenção, e o governo local, para procurar a libertação do seu filho, mas em vão. O idoso também foi proibido pelo centro de detenção de visitá-lo.
Enquanto cumpria sua terceira pena na Prisão de Wangling, o Sr. Lu foi forçado a sentar-se em um pequeno banco sem se mexer, durante 16 horas por dia. As torturas fizeram-no sofrer repetidos ataques cardíacos e era frequentemente reanimado .
Mesmo após o médico ter emitido vários avisos de estado crítico, os agentes não pararam de forçá-lo a sentar-se no pequeno banco. Muitas vezes, o Sr. Lu rolou no chão devido às fortes dores no peito, que também o levaram a uma pressão arterial perigosamente elevada. No entanto, os guardas não lhe permitiam descansar na cama, o que foi altamente recomendado pelo médico.
Sem ter onde procurar justiça, o Sr. Lu foi obrigado a fazer uma greve de fome para protestar contra a perseguição, o que fez com que sua saúde se deteriorasse ainda mais.
No outono de 2017, um agente que tinha acabado de começar a trabalhar na prisão submeteu novamente o Sr. Lu à tortura sentado e de pé, o que provocou imediatamente dores agudas no peito. Embora o médico tenha recomendado colocá-lo em liberdade condicional médica, a penitenciária ainda insistiu em mantê-lo sob custódia e os agentes com frequência o proibiram de comprar bens de primeira necessidade diária. Ele estava muitas vezes faminto e não tinha roupa suficiente ou mesmo um cobertor para se manter aquecido.
O Sr. Lu foi libertado em 31 de agosto de 2018 em estado grave. Morreu três anos mais tarde, depois de ter lutado com a saúde debilitada e condições de vida precárias.
Aos olhos da família da Sra. Zhang Shuxiang, ela era uma pessoa amável e atenciosa. De pequena estatura, demonstrava uma enorme força interior ao fazer frente à tirania do Partido Comunista Chinês.
Com muito tempo livre depois de se aposentar, a moradora de Pequim andava todos os dias de bicicleta, falando com quem quer que encontrasse sobre a brutalidade do PCC, e como este tem perseguido a sua fé no Falun Gong.
Os esforços incansáveis da Sra. Zhang desde o início da perseguição em 1999 foram interrompidos quando foi detida em 21 de junho de 2017 por um policial à paisana. A polícia vasculhou sua casa sem mostrar um mandado de busca ou sua identificação policial. O aviso de detenção criminal que sua família recebeu mais tarde também não tinha uma assinatura. Os seus panfletos do Falun Gong e várias centenas de yuans em dinheiro foram levados, mas a polícia nunca forneceu uma lista dos artigos confiscados.
Em menos de dois meses, em 4 de setembro, a polícia apresentou o caso da Sra. Zhang à Procuradoria. Quando seu advogado foi visitá-la em 12 de setembro, os agentes o impediram, dizendo que ele não tinha os documentos necessários.
Por ter sido torturada sob custódia, a pressão arterial elevada da Sra. Zhang, que tinha sido curada pela prática do Falun Gong, reincidiu, mas as autoridades se recusaram a libertá-la sob fiança.
Pouco depois da Procuradoria do Distrito de Pinggu a ter indiciado em 25 de setembro, a Sra. Zhang foi julgada no Tribunal Distrital de Pinggu em 17 de outubro. O juiz impediu seu marido de assistir ao julgamento, com a desculpa de que ele tinha assinado o registro da investigação quando a polícia vasculhou sua casa e foi, portanto, considerado testemunha de acusação.
A Sra. Zhang foi condenada a três anos de prisão e multada em 6 mil yuans em 26 de novembro de 2017. Foi mantida na sexta ala após ter sido levada para a Prisão Feminina de Pequim em 24 de maio de 2018.
A reclusa Yang Chunwei foi instigada pelos agentes a ordenar à Sra. Zhang que escrevesse uma declaração para renunciar ao Falun Gong. Quando a Sra. Zhang se recusou a escrever a declaração, a própria Yang escreveu uma declaração e disse à Sra. Zhang que a copiasse. Quando viu que a Sra. Zhang escreveu em vez disso como não iria desistir de praticar o Falun Gong, Yang rasgou-a e ordenou-lhe que a escrevesse novamente.
Juntamente com outras 60 praticantes presas por sua fé, a Sra. Zhang foi transferida para a terceira ala em 1° de agosto de 2018, e submetida a tortura intensa.
Além da pressão arterial elevada, a diabetes da Sra. Zhang também reincidiu. Afirmando estar "ajudando-a" a controlar seu açúcar no sangue, a reclusa designada para monitorar a Sra. Zhang deu-lhe muito pouca comida em cada refeição e não a deixou beber água. A Sra. Zhang logo ficou magra e incontinente.
A sua idade (ela estava nos seus 70 anos) piorou as coisas. A Sra. Zhang começou a experimentar a falência de órgãos e estava à beira da morte. Foi levada para casa em uma ambulância em 3 de abril de 2019.
Embora sua família a tenha levado para o hospital, a Sra. Zhang permaneceu muito fraca e acamada.
Agentes do Gabinete de Justiça levaram a Sra. Zhang para um exame físico no dia 27 de agosto de 2019. Vendo que ela ainda tinha diabetes grave, levaram-na para casa. Outros agentes do Gabinete de Justiça voltaram em 17 de setembro de 2019, e tiraram-lhe fotos. Ordenaram-lhe que fizesse um exame físico de três em três meses e que comunicasse os resultados à prisão.
As autoridades voltaram para assediar a Sra. Zhang até à expiração de sua sentença, em 20 de junho de 2020. Ao mesmo tempo, sua aposentadoria foi também suspensa.
Com medo da perseguição, a família da Sra. Zhang já não a deixava praticar Falun Gong. Quando os praticantes locais vinham visitá-la, sua família mandava-os embora.
Embora a sua família tenha deixado a Sra. Zhang recomeçar a fazer os exercícios do Falun Gong em 2020 e sua saúde tenha melhorado, ela sofreu uma queda, quebrou o quadril e voltou a ficar acamada. Devastada por não poder praticar sua fé, a Sra. Zhang faleceu em 30 de março de 2021, devido a complicações da diabetes. Ela tinha 73 anos.
Praticante de Jilin sucumbe a décadas de prisão e assédio
Tendo suportado uma década de encarceramento e outra década de assédio constante, o Sr. Hou Qinghua sucumbiu ao sofrimento físico e mental na perseguição da sua fé no Falun Gong. O morador da cidade de Tonghua, província de Jilin, faleceu em 4 de abril de 2021, aos 68 anos de idade.
O Sr. Hou trabalhava como gerente em uma estação rodoviária. Em 1996, ele começou a praticar o Falun Gong e era conhecido entre os seus colegas por ser íntegro e honesto.
Embora ele tenha sido destituído do seu cargo três anos mais tarde quando a perseguição começou, seu gerente conseguiu que ele supervisionasse o refeitório do local de trabalho, uma posição "lucrativa" onde muitos dos seus antecessores roubaram da empresa. Mas a corrupção parou com o Sr. Hou.
Em 2001, o Sr. Hou foi seguido pela polícia enquanto distribuía material informativo sobre o Falun Gong. Como a polícia não conseguiu prendê-lo, eles prenderam sua mulher e deram-lhe um ano de trabalhos forçados.
O Sr. Hou foi preso em 23 de abril de 2002, e posteriormente condenado a 12 anos de prisão. A sentença foi datada de vinte dias antes da audiência do tribunal. Cumpriu pena nas penitenciárias de Jilin e de Siping e foi libertado em 29 de agosto de 2011, três anos antes do término da sentença.
Na década seguinte, o Sr. Hou foi repetidamente assediado, preso e levado para centros de lavagem cerebral por causa da sua fé. Há poucos anos, as autoridades instalaram uma câmera de vigilância no corredor do prédio onde morava para monitorar sua vida diária.
Com o declínio da saúde devido à tortura sob custódia e ao assédio constante, o Sr. Hou faleceu em 4 de abril de 2021.
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