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(Minghui.org) Quando o filho da Sra. Zhao Ya, então com 66 anos, lhe comprou um ingresso para assistir um jogo de basquete no 19º Asian Games na cidade de Hangzhou, na província de Zheijiang no final de setembro de 2023, a polícia de sua cidade natal, condado de Liquan na província de Shaanxi, viajou 1.125 km até a casa de seu filho para prende-la. Desde que seu filho foi para a cidade de Hangzhou para fazer faculdade em 2001 e conseguiu um emprego após a graduação, ela nunca teve a chance de visitá-lo durante os feriados devido a perseguição de sua fé, o Falun Gong. Ela e seu marido tinham esperança de passar o festival de meio do outono (29 de setembro), um feriado tradicional para reuniões familiares, com a família do seu filho, porém suas esperanças foram destruídas.

A Sra. Zhao é uma dos 3.629 praticantes do Falun Gong cujas prisões foram reportadas em 2023, ano que também registrou outros 2.885 incidentes de assédio. As provações enfrentadas pela Sra. Zhao são um vislumbre da opressão e agressão psicológica aos praticantes do Falun Gong, desde o início da perseguição à sua fé em 1999. Por permanecerem firmes no Falun Gong eles enfrentam assédios, vigilância, detenção e tortura. Os assédios geralmente se intensificam em épocas de grandes eventos políticos, eventos esportivos ou outros tipos de conferências, quando as autoridades impõem mais rigidez à censura para prevenir que praticantes chamem atenção para a perseguição. É comum que famílias sejam separadas, às vezes por décadas, como resultado da perseguição.

Índice de conteúdo

PARTE 1. VISÃO GERAL DOS CASOS DE PRISÃO E ASSÉDIO REPORTADOS RECENTEMENTE

1.1 Prisões e assédio através do ano, especialmente perto das datas politicamente sensíveis

1.2 Praticantes em 30 províncias, municípios e regiões autônomas viram alvo de perseguição

1.3 1.227 praticantes acima de 60 anos viram alvo de perseguição

PARTE 2. A POLÍTICA PERSEGUIÇÃO

2.1 Arruíne suas reputações

2.1.1 Política de perseguição do topo para baixo

2.1.2 Campanha de propaganda e coleta de petições

2.1.3 Mulher de Hunan é difamada na TV após lhe ser negado acesso à sua pensão por 24 anos

2.2 Destrua-os fisicamente

2.2.1 Vigilância

2.2.1.1 Cotidiano monitorado

2.2.1.2 Câmeras de vigilância, olho mágico e fechaduras com leitura de impressão digital

2.2.1.3 Vigilância da atividade em mídias sociais

2.2.1.4 Sem permissão para sair da China

2.2.1.5 Assédio cara-a-cara

2.2.2 Detenções de imediato

2.2.3 Em detenção

2.2.3.1 Prisão e detenção arbitrárias

2.2.3.2 Mortes na detenção

2.2.3.3 Tortura em custódia

2.2.3.4 Bem-estar físico em risco

2.3 Leve-os à falência financeira

2.3.1 Preso por buscar reparação por perseguição financeira

2.3.2 Subsídio de moradora de Hubei é cortado como retaliação contra seus esforços para restabelecer sua aposentadoria suspensa desde 2018

2.3.3 Ex-funcionária de banco demitido sem justa causa e sem permissão para solicitar benefícios de aposentadoria

2.3.4 Motorista de carona perde o emprego por conversar com um passageiro sobre o Falun Gong

PARTE 1. VISÃO GERAL DOS CASOS REPORTADOS RECENTEMENTE E CASOS DE ASSÉDIO

1.1 Prisões e assédios através do ano, especialmente perto das datas politicamente sensíveis

Dos 3.629 casos de prisão reportados recentemente, 4 ocorreram em 2021, 168 em 2022 e 3.457 (95%) em 2023. Os 2.885 casos de assédio reportados recentemente incluem 136 que ocorreram em 2022 e 2.749 (95%) em 2023. Devido à rígida censura existente na China, os casos de perseguição não podem ser sempre reportados em tempo hábil, nem as informações estão todas prontamente disponíveis.

Houve mais casos combinados de prisão e assédio que ocorreram na primeira metade de 2023 (ver figura 1). Março registrou a maior parte dos casos, 866 casos, seguido de 819 casos em maio. Isso provavelmente ocorre devido às convenções políticas anuais do regime que são realizadas em março e o anual "Dia Mundial do Falun Dafa" em 13 de maio (aniversário de introdução do Falun Gong ao público).

No condado de Nongan, cidade de Changchun, província de Jilin, a polícia local assediou todos os praticantes conhecidos no condado e prenderam mais de dez praticantes em março de 2023, durante as "duas sessões": as reuniões anuais do órgão legislativo da China, o Congresso Nacional do Povo (NPC), e seu principal órgão consultivo político, a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CPPCC). Quando um praticante de Nongan foi para a província de Hainan, a mais de 2.000 milhas dali, para uma viagem de negócios, três policiais o seguiram até lá, tiraram sua foto e coletaram uma amostra de sua saliva.

Quando Pan Jiqiang, o chefe de 51 anos do Departamento de Polícia da cidade de Sanhe, na província de Hebei, visitou a cidade de Yanjiao, na cidade de Sanhe, por volta de 10 de maio de 2023, ele viu uma faixa que dizia "Celebrar o Dia Mundial do Falun Dafa em 13 de maio". Ele então deu ordens para prender quem quer que tenha prendido a faixa ali e para processar rapidamente o "infrator". A delegacia de polícia conferiu vídeos de vigilância e determinou que a Sra. Sui Lixian, uma professora aposentada com cerca de 72 anos de idade, foi quem havia prendido a faixa. A Sra. Sui foi levada de sua casa pela polícia em 14 de maio de 2023. Sua ordem de prisão foi aprovada dez dias depois e ela agora está sendo processada.

A figura 1 também mostra dois pequenos picos em julho e setembro de 2023, com casos combinados de 624 e 570 respectivamente. O aumento dos casos de perseguição em julho talvez seja resultado do aniversário do início da perseguição em 20 de julho e o anual Encontro Beidaihe (também conhecido como "cúpula de verão do regime comunista") que foi realizado no distrito de Beidaihe, cidade de Qinhuangdao, província de Hebei, no início de agosto. O pico em setembro pode ser resultado dos esforços de "manutenção da estabilidade" das autoridades na proximidade do Festival de Meio Outono (29 de setembro), dos 19º Jogos Asiáticos (23 de setembro a 8 de outubro de 2023), do feriado nacional de 1º de outubro e do fórum "Um cinturão, uma rota" realizado em Pequim em meados de outubro.

Vários praticantes do Falun Gong no distrito de Daxing, em Pequim, reportaram que a polícia ordenou que eles não fossem à praça Tiananmen ou chegassem perto da avenida onde o fórum "Um cinturão, uma rota" estava sendo realizado. Vários membros da equipe do comitê residencial trouxeram arroz, macarrão e óleo vegetal para dar aos praticantes e tentar tirar fotos com eles junto aos produtos. Eles tinham a intenção de utilizar estas fotos para mostrar como as autoridades se importam com os praticantes ao lhes dar estes itens. Todos os praticantes se recusaram a participar deste truque de propaganda.

1.2 Praticantes em 30 províncias, municípios e regiões autônomas viram alvo de perseguição

Os 6.514 casos reportados recentemente (incluindo 3.629 prisões e 2.885 incidentes de assédio) ocorreram em 30 províncias e municípios. As províncias de Shandong (1.061), Jilin (914) e Hebei (673) reportaram o maior número de casos combinados de prisões e assédio. As províncias de Sichuan, Heilongjiang, Hubei e Liaoning reportaram entre 450 e 576 casos combinados. Seis outras regiões também registraram casos na casa dos três dígitos, seguidos por 12 regiões com casos de dois dígitos, de 21 a 98 casos. As cinco regiões restantes tiveram casos na casa de um dígito, entre 4 e 8 casos.

Em maio de 2023, a polícia no condado de Guan, na cidade de Liaocheng, província de Shandong enviou um grande número de policiais para assediar os praticantes locais. Dois policiais agarraram uma praticante assim que ela abriu a porta e lhe tirou sangue a força. Outra praticante foi parada pela polícia enquanto voltava para casa após estudar livros do Falun Gong com outros praticantes. A polícia tirou a chave de sua motocicleta e tentou colher seu sangue ali mesmo na rua. Ela gritou em protesto e a polícia não teve êxito. Muitos praticantes mais também reportaram que a polícia tentou colher amostras de sangue.

Também na província de Shangdong, as autoridades da cidade de Longkou mobilizaram mais de 100 policiais para prender praticantes locais por volta das 5h da manhã em 9 de maio de 2023. Os policiais estavam vestidos com roupas comuns e utilizaram seus carros particulares para executar a prisão do grupo. Eles enganaram os praticantes-alvo, os convencendo a abrir a porta de suas casas ao afirmar serem funcionários do comitê residencial ou vizinhos de baixo, cujo teto estava com vazamentos.

Outra detenção em grupo de pelo menos 13 praticantes do Falun Gong ocorreu na cidade de Zhucheng, na província de Shandong em 24 de julho de 2023. Um dos praticantes foi sentenciado a 14 meses de prisão em apenas um mês.

1.3 1.227 Praticantes acima de 60 anos viram alvo de perseguição

Entre os 6.514 casos reportados recentemente, houve 1.227 praticantes cuja idade é igual ou superior a 60 anos, incluindo 402 praticantes na faixa dos 60, 557 na faixa dos 70, 230 na faixa dos 80 e 18 na faixa dos 90 anos de idade.

A polícia da cidade de Kunming, província de Yunman, arrombou a porta da Sra. Gao Qiongxian em 9 de maio de 2023 e levou a senhora de 83 anos, que vive em uma cadeira de rodas, em uma ambulância. Nem a Sra. Gao e nem os seus familiares haviam chamado qualquer tipo de assistência médica. Sua família suspeita que a polícia tinha a intenção de colocar a Sra. Gao na cadeia para servir uma sentença de 6 anos de prisão que foi proferida em abril de 2022. Até o momento da escrita deste artigo, os seus familiares ainda não têm informações de onde ela está sendo mantida.

A Sra. Miao Shuqing, uma residente de 74 anos da cidade de Fushun, província de Liaoning, que está quase cega foi detida por 6 policiais em 11 de agosto de 2023, enquanto retornava de uma viagem fora da cidade. Sua família tentou impedi-la de ser levada pelo ônibus na qual ela havia sido colocada, veículo este feito para percorrer longas distâncias, mas não tiveram êxito. Sua última prisão aconteceu pouco depois dela ter retornado para casa após ter sido forçada a viver longe do seu domicílio em agosto de 2022 para evitar a perseguição.

A Sra. Xu Lai, de 81 anos, da cidade de Wuhan, província de Hubei, foi presa em sua casa em 7 de setembro de 2023, sendo levada para o Centro de Lavagem Cerebral de Etouwan. Essa é a segunda vez que ela foi levada para o mesmo centro este ano por praticar o Falun Gong.

A Sra. Xing Yuqing, uma moradora de Pequim de 80 anos de idade, está detida desde sua prisão em 1 de outubro de 2023, após a polícia vê-la falando com outras pessoas sobre o Falun Gong. Seu marido, que é cego e depende de seu cuidado, está agora em uma situação difícil com sua esposa em detenção.

PARTE 2. A POLÍTICA DE PERSEGUIÇÃO

Após Jiang Zemin, ex-chefe do regime comunista chinês, ordenar a perseguição ao Falun Gong em 1999, ele mobilizou um país inteiro, incluindo as forças policiais, procuradorias, tribunais, centros de detenção, escolas e empresas, para levar a cabo sua política de erradicação dos praticantes de Falun Gong: "Destruí-los fisicamente, arruinar sua reputação e levá-los à falência". Jiang montou uma organização extrajudicial, a Agência 610, para trabalhar em conjunto com o já existente Comitê de Assuntos Políticos e Jurídicos (CAPJ, também um órgão extrajudicial) para implementar sua política de perseguição. Ambas as agências receberam poderes para ultrapassar o sistema judiciário e eles recorreram a medidas excessivas para garantir que a perseguição penetrasse todos os níveis do governo.

2.1 Arruíne suas reputações

2.1.1. Política de perseguição do topo para baixo

O Minghui.org recebeu um manual em abril de 2023, da Agência 610 de Xangai, que descreve como realizar a lavagem cerebral de praticantes do Falun Gong de acordo com suas situações individuais em diferentes estágios do processo de "transformá-los" (forçá-los a renunciar sua crença). Publicado em alguma data entre 2000 e 2010, o manual foi distribuído para comércios e instituições para instruir a implementação da política de perseguição que mira o Falun Gong.

A palavra "confidencial" está impressa na capa do livro. Na primeira página a seção "Instrução de uso" começa com: "Este manual é considerado material confidencial e é mantido pelo comitê do Partido Comunista Chinês (PCC) de nível de rua/bairro ou superior. Será seguida uma rigorosa disciplina de confidencialidade para evitar vazamentos".

Instruções detalhadas começam com a documentação de informações pessoais da equipe de membros do time de "transformação", seguido de informações detalhadas sobre os praticantes a serem "transformados", incluindo "traços pessoais de caráter" assim como "membros familiares e suas atitudes perante o Falun Gong". Também são listadas sessões prévias de lavagem cerebral que eles foram forçados a participar ou outras "punições" as quais foram submetidos.

Outras categorias se seguem, tais como "plano de transformação", "registro de progresso", "controle e prevenção", "atualização trimestral", "revisão anual", "plano de acompanhamento após a liberação", "registro de acompanhamento após a liberação", "registro de situações repetidas", e assim por diante. Cada categoria é dividida em uma declaração de situação, descrição, ações tomadas e um plano para a próxima etapa.

O manual também fornece instruções completas sobre como continuar a perseguição após os praticantes serem libertados da prisão ou do centro de lavagem cerebral.

Com base nestas descrições, contanto que a pessoa seja identificada como praticante do Falun Gong, ele ou ela será submetida a monitoramento contínuo e controle pelas autoridades. Isso se estende para além da soltura após detenção. Até aqueles que foram "transformados", confirmadamente pela Agência 610, ainda estão sujeitos ao constante monitoramento, o que revela que a perseguição é sobre controle abrangente e constante.

Além disso, fica aparente através desse manual que a intenção da supressão não é apenas difamar o Falun Gong e incitar ódio público contra o mesmo, mas também mira envolver o público geral na participação deste crime sistemático.

2.1.2. Campanha de propaganda e coleta de petições

Em meados de março de 2023, Zhang Junyong, vice-secretário do Comitê do Partido, secretário do Comitê de Assuntos Políticos e Jurídicos (CAPJ) e presidente da Escola Municipal do Partido na cidade de Suihua, província de Heilongjiang, lançou a iniciativa: "Implementando o espírito do 20º congresso partidário e reprimindo organizações de culto". Ela ordenou que comunidades locais instalassem mais câmeras de vigilância, intensificassem a vigilância na internet e colocassem mais policiais à paisana para patrulhar as comunidades, na tentativa de prender praticantes do Falun Gong que falassem com outras pessoas sobre a perseguição.

Seguindo a ordem de Zhang, a Secretaria de Educação da cidade de Suihua organizou diversos seminários nas escolas locais de ensino fundamental e médio, que alegavam "manter os alunos longe da superstição feudal e evitar que fossem enganados pela superstição". A Escola do distrito de Beilin nº 4 também gravou o discurso de dois alunos da oitava série e publicou o vídeo on-line para que todos os alunos e seus pais pudessem assistir. A escola também encorajou os estudantes e seus pais a reportarem qualquer um que lhes falasse sobre o Falun Gong.

Na cidade de Xiantao, província de Hubei, algumas escolas mobilizaram seus estudantes a participarem em uma petição organizada pelo "website China anti-culto" em abril de 2023. A petição estava repleta de conteúdo difamatório a respeito do Falun Gong. O link para a petição também foi enviado para o grupos de WeChat de professores e pais (WeChat é o aplicativo de mídia social dominante na China).

A mesma campanha de petições foi realizada na cidade de Baoding, na província de Hebei, no final de agosto de 2023. Muitas escolas locais, companhias, empresas estatais e até comitês de rua e vilarejos participaram. Estudantes, seus pais, professores, funcionários ou moradores de vilarejos foram requisitados a enviar capturas de tela de suas assinaturas na petição.

De acordo com um praticante de Falun Gong que obteve informações internas sobre a campanha de petições, até 31 outubro de 2023, 14.54 milhões de pessoas na província de Henan assinaram a petição, seguidos de 13.62 milhões em Hebei e 4.21 milhões em Shandong. A perseguição do Falun Gong é muito severa nestas três províncias, quando comparado às outras regiões do país.

Na província de Shandong, a Agência 610 do condado de Mengyin oraganizou novas sessões de lavagem cerebral em outubro de 2023 e mobilizou oficiais da polícia local e do vilarejo para levar praticantes lá para "educação adicional". O Sr. Sheng Defu estava trabalhando no campo de sua fazenda em 24 de outubro quando cinco policiais de repente o prenderam. Ele foi mantido em um centro de lavagem cerebral entitulado "Centro de Cuidados" por sete dias.

No início de novembro de 2023, o CAPJ na cidade de Panjin, província de Liaoning, forneceu uma lista de 48 praticantes de Falun Gong para a empresa Liaohe Oilfield. Eles disseram que todos os 48 praticantes trabalhavam na empresa e que a liderança tinha até o final de novembro para conseguir as assinaturas dos praticantes em declarações de renúncia ao Falun Gong. Logo após esse fato, grandes posters difamando o Falun Gong apareceram nas praças próximas ao Hospital Central de Liaohe Oilfield.

Em outra campanha de propaganda a Universidade Harbin Normal, na província de Heilongjiang, publicou um vídeo de 33 minutos chamado "Esteja atento à invasão de cultos no campus da universidade" no seu website em 30 de novembro de 2023. O vídeo foi produzido pelo "100 Studio", uma organização estudantil sob o departamento de propaganda do comitê do partido da escola e supervisionado por vários professores. O vídeo repetiu as mentiras que o regime comunista criou na "Farsa da auto-imolação em Tiananmen" e colocou praticantes de Falun Gong na mesma categoria de assassinos e verdadeiros membros de cultos.

2.1.3. Mulher de Hunan é difamada na TV após lhe ser negado acesso à sua pensão por 24 anos

Ms. Tang Qingying

A Sra. Tang Qingying, uma aposentada de 75 anos do Escritório de Estatísticas do Distrito de Hecheng na cidade de Huaihua, província de Hunan, teve o acesso à conta de sua pensão negado desde outubro de 1999. Ela apresentou uma reclamação ao Departamento de Organização do Distrito de Hecheng (o departamento de gerenciamento de recursos humanos do regime comunista) em algum momento de 2023 e solicitou que o departamento investigasse seu empregador e garantisse que ela recebesse todos os benefícios de pensão futuros, bem como os salários atrasados de outubro de 1999 até o presente.

Seu marido recebeu uma ligação em 4 de agosto de 2023, na qual lhe foi dito que alguém viria até sua residência para discutir sua reclamação. Seis pessoas apareceram no dia seguinte. Dois eram de uma agência da cidade de Huaihua e outros quatro eram do Departamento de Organização do Distrito de Hecheng. Eles disseram à Sra. Tang que receberam sua reclamação, investigaram o caso e chegaram à uma conclusão, que era negar o seu pedido. Eles disseram que a razão era seus três termos de prisão e sua insistência em ainda praticar o Falun Gong. Uma destas pessoas usou seu celular para gravar um vídeo da Sra. Tang sem seu consentimento.

A Sra. Tang mais tarde viu um segmento de notícias na televisão local que mostrava o vídeo que a mulher havia gravado com o celular. O narrador disse que a Sra. Tang adoeceu e ficou incapacitada como resultado de praticar o Falun Gong, e que ela havia se recusado a procurar assistência médica.

2.2 Destrua-os fisicamente

2.2.1. Vigilância

Na perseguição se tornou uma prioridade absoluta para o PCC monitorar o cotidiano da vida dos praticantes. Isso é feito seja colocando agentes estacionados próximo ao domicílio dos praticantes ou seguindo-os à pé ou de carro quando os mesmos saem de casa, ou monitorando-os através de câmeras de vigilância, colocando escutas em seus celulares e telefones residenciais ou vigiando suas atividades online.

2.2.1.1. Cotidiano monitorado

IEm fevereiro de 2023, o CAPJ da cidade de Zhaoyuan e a Agência 610 da província de Shandong contratou agentes de caracter duvidoso para monitorar os particantes de Falun Gong locais e seus esforços para trazer visibilidade à perseguição de sua fé. Qualquer praticante que falasse com outras pessoas em mercados locais seriam abordados por estes agentes e questionados sobre o conteúdo da conversa.

Quando estes agentes identificavam praticantes de Falun Gong, alguns fingiam estar interessados em ouvir sobre a perseguição ao Falun Dafa. Assim que os praticantes compartilhavam materiais informativos com os mesmos, estes imediatamente tiravam fotos dos praticantes e colocavam roupas vermelhas com os dizeres: "Associação Anti-culto" e vasculhavam as bolsas dos praticantes. Se os praticantes se recusassem a coperar, eles os seguravam e chamavam a polícia. Inúmeros praticantes foram detidos desta forma nos últimos meses.

Alguns dos agentes foram ordenados a permanecer do lado de fora da casa de praticantes para monitorar e assediar eles e membros de sua família; alguns foram ao local de trabalho dos filhos dos praticantes para ameaçar a eles ou aos seus gerentes; alguns ligaram para familiares dos praticantes para assedia-los, impedindo que suas famílias vivessem uma vida pacífica.

Na cidade de Mianyang, província de Sichuan, a Sra. Li Shuqin, de 80 anos, e sua filha, a Sra. Su Nan, eram comummente seguidas por pessoas quando saíam. Um holofote foi direcionado para uma de suas janelas e permaneceu por toda a noite. Outro morador local, Sr. Li Hongzhu, teve sua residência saqueada duas vezes em 2023, apenas por ser um conhecido desta mãe e filha.,

O Sr. Bai Ruisong, morador de 68 anos da cidade de Dehui, província de Jilin, reportou que ele foi seguido pelo departamento anti-gangues local, a brigada da polícia de trânsito, a Comunidade Qinghua e a Comunidade Yuanbao. Eles colocaram pessoas para segui-lo a pé ou em carros. Eles também instruíram os zeladores do prédio e os paisagistas de seu complexo de apartamentos a monitorá-lo e relatar suas atividades

O Sr. Bai era um engenheiro na fábrica local de dobradiças automotivas mas perdeu seu emprego devido à perseguição. Posteriormente ele passou a ganhar a vida entregando pão. Um dia quando estava dirigindo seu tricículo para entregar pão para um supermercado local, ele notou um carro seguindo-o. O carro parou e um homem saiu quando o Sr. Bai chegou no supermercado. Ele depois descobriu que aquele homem questionou o dono do supermercado naquele dia a respeito do que o Sr. Bai fazia em seu mercado e sobre o que haviam conversado.

Depois o Sr. Bai comprou um carro para entregar os pães. Policiais da delegacia local e a brigada da polícia de trânsito o seguiram diversas vezes. Eles tiraram fotos do seu carro e alegaram que o veículo havia excedido o limite de peso com os pães no carro. Eles eventualmente usaram isso como uma desculpa para confiscar sua carteira de motorista e nunca a devolveram. Eles mentiram e disseram tê-la perdido, mas não permitiram que ele tirasse uma carta substituta.

2.2.1.2. Câmeras de vigilância, olho mágico e fechaduras com leitura de impressão digital

A Sra. Zhou Fengqin, moradora na casa dos 60 anos, da cidade de Daqing, província de Heilongjiang, foi assediada pelo gerente de grade local e outros cinco em 22 de novembro de 2023. Eles verificaram suas informações pessoais e lhe pediram seu número de telefone. (O sistema chinês de gerenciamento social em forma de grade envolve dividir cada condado em áreas menores, ou grades, e encarregar os gerentes de grade de monitorar os cidadãos e relatar atividades suspeitas aos governos locais regularmente.)

Quando a Sra. Zhou saiu, mais tarde naquele mesmo dia, ela viu uma câmera de vigilância piscando uma luz vermelha em um cano de aquecimento em frente ao seu apartamento. Ela puxou a câmera para baixo e tirou os dois cartões de memória contidos nela. Ela então os jogou em uma lixeira pois não queria que as câmeras continuassem lhe filmando. Cerca de duas horas depois, o filho da Sra. Zhou a chamou e disse que a polícia o havia chamado e ordenado que ele a fizesse devolver a câmera.

Em adição às câmeras de vigilância, os "olhos mágicos" (acessório para ver através da porta) e travas com leitura de impressão digital produzidos nos últimos anos também são equipados com câmeras. Quando praticantes distribuem materiais de divulgação do Falun Gong em áreas residenciais, uma foto sua pode ser tirada pelo olho mágico e fechaduras com leitura de impressão digital, que então enviam as fotos para o dono da residência e para a polícia. Em várias prisões a polícia descreveu claramente quais roupas os praticantes vestiam enquanto distribuíam os materiais.

2.2.1.3. Vigilância da atividade em redes sociais

Entre julho e agosto de 2023 apenas, sete praticantes em sete províncias diferentes foram presos por postar informações sobre o Falun Gong nas redes sociais.

O Sr. Cheng Qianyue, um fazendeiro do condado de Cao, província de Shandong, foi preso em 3 de julho de 2023, após a polícia descobrir que ele postou mensagens com os dizeres: "Falun Dafa é bom e Verdade-Benevolência-Tolerância é bom" no Kwai (uma plataforma de rede social para vídeos curtos como o TikTok)

O Sr. Yao Xianmin, de 53 anos, nativo da cidade de Siping, província de Jilin, esteve fazendo trabalhos temporários em Changchun (a capital da província) nos últimos anos. Ele tinha uma conta no TikTok onde, através de um pseudônimo, postava informações sobre o Falun Gong de diversas maneiras (vídeos, poemas etc) sob a perspectiva de um não-praticante de Falun Gong. Foi dito que ele tinha cerca de 30mil seguidores. A polícia da internet descobriu sua verdadeira identidade e o prendeu por volta de 10 de julho de 2023. Atualmente, ele está detido no Centro de Detenção do Condado de Zhenlai, na província de Jilin. Tem sido negado à sua família e seu advogado visitá-lo.

O Sr. Tang Shifei, de 41 anos, é um engenheiro de software na cidade de Hefei, província de Anhui. Ele foi preso em casa em 3 de agosto de 2023 por postar vídeos informativos sobre o Falun Gong em uma plataforma de rede social estrangeira com mais de 6mil visualizações. A polícia ameaçou sentenciá-lo a pelo menos três anos de prisão.

O Sr. Mo Shanyi, nativo do condado de Pengxi, província de Sichuan, estava trabalhando na cidade de Wenzhou, província de Zhejiang, quando a polícia local o abordou em 20 de julho de 2023. Eles ordenaram que ele entregasse seu celular e então o devolveram após uma rápida checagem. A polícia prendeu o Sr. Mo em 7 de agosto, alegando que sua conta do WeChat tinha informações sobre o Falun Gong. Ele também foi acusado de postar informações sobre o Falun Gong no TikTok. O Sr. Mo foi transferido de volta para Pengxi e mantido no Centro de Detenção do Condado de Pengxi. Ele foi solto em 14 de setembro.

2.2.1.4. Sem permissão para sair da China

O Sr. Li Aiping, de 51 anos, da cidade de Jingshan, província de Hubei, solicitou um passaporte em meados de maio de 2023, mas o departamento de polícia local se recusou a processar sua solicitação. Posteriormente lhe foi dito que ela estava na lista negra de praticantes de Falun Gong barrados de viajar para o exterior. Desta forma ela foi impedida de buscar assistência médica melhor para seu filho de 25 anos em outro país, que ficou incapacitado devido à tuberculose óssea (uma condição na qual a tuberculose se espalha além dos pulmões e afeta as articulações).

A Sra. Cai Qiaoling, da cidade de Kaifeng, província de Henan, foi ao escritório de imigração no condado de Tongxu em 5 de janeiro de 2023 para solicitar um passaporte. Ela ficou sabendo que o Departamento de Polícia do Distrito de Shunhe a havia proibido de viajar para o exterior até 26 de janeiro. Quando ela tentou obter seu passaporte em 29 de janeiro em um escritório local, foi informada de que ainda precisava consultar o escritório de imigração. Em 2 de fevereiro o escritório de imigração lhe disse que ela ainda estava banida de sair do país até 1 de agosto de 2023, sem informarem o motivo para este impedimento. Em 2 de agosto o banimento foi estendido indefinidamente.

A Sra. Tong Jing, moradora de 57 anos da cidade de Fushun, província de Liaoning, foi presa em 9 de agosto de 2023, quando foi à delegacia da cidade de Fushun para entregar sua solicitação de passaporte. Como seu marido faleceu quando seu filho tinha apenas 8 anos de idade, a Sra. Tong criou o garoto sozinha. Ele posteriormente se mudou para o exterior para estudar. A Sra. Tong solicitou um passaporte para participar da cerimônia de formatura do seu filho mas acabou sendo presa. Ela foi mantida sob custódia por 14 dias e liberada em 23 de agosto.

2.2.1.5. Assédio cara-a-cara

A Sra. Yu Shuzhen, moradora do condado de Changle, província de Shandong, foi assediada três vezes entre junho e setembro de 2023. Em junho de 2023, um oficial do vilarejo e dois policiais foram até sua casa. Ela não estava presente no momento então eles foram até a casa de uma amiga dela. Eles disseram que notaram que a amiga havia ficado até tarde na casa da Sra. Yu diversas vezes recentemente e eles exigiram saber se ela estava praticando Falun Gong com a Sra. Yu. Quando a amiga lhes disse que a Sra. Yu nunca lhe contou sobre o Falun Gong os policiais se retiraram.

O oficial do vilarejo e a polícia retornaram em 11 de julho. Eles disseram que se a Sra. Yu prometesse não praticar mais o Falun Gong eles iriam retirá-la de sua lista. Quando a Sra. Yu não respondeu, o oficial lhe alertou: "Se você ainda estiver na lista, nós podemos prende-la a qualquer hora e nós vamos encontra-la mesmo se você tentar se esconder." Ainda assim ela não disse nada.

Um dos policiais perguntou para o oficial do vilarejo: "Você ligou para o seu filho?" "Sim, eu o fiz mas ninguém atendeu. Eu deixei uma mensagem na sua conta de WeChat mas ainda não tive retorno." O policial então disse: "Se o filho dela ficar do lado dela nós o prenderemos também."

A Sra. Yu voltou para casa depois de fazer uma tarefa no dia 30 de setembro e viu o oficial do vilarejo parado do lado de fora de sua porta (ele mora do outro lado da rua). Pouco depois o oficial apareceu na sua porta com uma mulher que ele disse ser do governo municipal e que ela estava lá para ver a casa da Sra. Yu. A Sra. Yu falou pouco e o funcionário falou a maior parte do tempo, ainda tentando persuadi-la a renunciar o Falun Gong.

Em Shanghai, a Sra. Li Baoying, moradora da área residencial de Yangjing, no Novo Distrito de Pudong, se mudou para a casa de sua mãe em Lujiazui, em Shanghai, em 12 de setembro de 2023, após o falecimento da idosa senhora.

Dois funcionários da comissão de residência vieram coletar informações sobre a Sra. Li em 15 de setembro. Ela não estava em casa e seu marido, que não pratica o Falun Gong, lhes deu seu número de telefone. Eles também lhe perguntaram se a estadia no local seria de curta ou longa duração.

Horas depois um oficial de polícia chegou no local com três funcionários da comissão de residência. A Sra. Li lhes disse que planejava dividir seu tempo entre as duas residências. A polícia ordenou que ela colocasse o imóvel para locação e se mudasse de volta para sua própria casa.

Wu Ruishen, do comité residencial, veio ao encontro da Sra. Li mais uma vez em 18 de setembro. Ela não permitiu que eles entrasse em sua casa e conversou com o mesmo na porta da residência. Wu lhe ameaçou de colocá-la sob vigilância 24 horas por dia, 7 dias por semana, caso ela não se mudasse de volta para sua própria casa.

Enquanto a Sra. Li acompanhava seu marido em uma consulta ao dentista, em 1 de outubro, ele recebeu uma ligação da polícia. Após lhes informar o local onde estava, dois policiais vieram ao seu encontro em menos de cinco minutos. Eles checaram seus documentos de identidade, tiraram fotos do casal e vasculharam a bolsa do marido.

Em 29 de novembro, Wu mais uma vez apareceu para assediar a Sra. Li, junto com um policial e um mebro do comité residencial. Quando a Sra. Li pediu para ver o documento de identidade do policial, ele o mostrou de forma extremamente rápida. Ele insistiu em não lhe dizer qual seu nome mas deixou que ela anotasse o número do seu distintivo (012329). Ele lhe perguntou: "Você disse que moraria nos dois locais, você voltou para sua residência em Yangjing recentemente?" A Sra. Li respondeu: "Eu tenho a liberdade para decidir onde ficar. Você não tem o direito de interferir nisso." Antes de partirem os policiais a ameaçaram de fazer visita-la todo mês.

2.2.2. Detenções de imediato

Em muitas ocasiões a polícia simplesmente prende os praticantes-alvo sem períodos longos de vigilância ou assédios. Muitos praticantes foram presos enquanto caminhavam pelas ruas ou enquanto buscavam conscientizar outras pessoas sobre a perseguição ao Falun Gong. Abaixo alguns exemplos de casos de "detenções de imediato".

O Sr. Cheng Panfeng, na casa dos 40 anos de idade, esteve trabalhando na Escola de Ensino Fundamental Songyuan, na cidade de Zhongshan, província de Guangdong, desde que se formou na faculdade em 2002. Enquanto trabalhava, em 27 de abril de 2023, o diretor da escola o chamou à secretaria. Quando chegou lá ele foi preso e levado à delegacia de polícia local.

Seus familiares foram até a delegacia durante a tarde diversas vezes para buscar mais informações sobre o seu caso mas a polícia se recusou em prover qualquer informação, com a desculpa que seu caso era confidencial. A polícia também negou o pedido da família para visita-lo ou falar com ele pelo telefone.

Diversos policiais à paisana e membros do comitê residencial assediaram sua família em sua residência em 2 de maio, alertando-os que não buscassem informações sobre o caso do Sr. Cheng. Apesar da forte demanda de seus familiares, apenas um policial mostrou seu documento de identificação.

Tendo servido sete anos e meio de prisão pela sua fé no Falun Gong, o Sr. Hao Jingming, de 58 anos, um ex-diretor do Observatório Meteorológico da Força Aérea de Baishiyi, em Chongqing, foi preso novamente em 3 de julho de 2023, enquanto participava de uma reunião de praticantes do Falun Gong.

A polícia invadiu a residência do Sr. Hao, na qual ele morava com sua mãe. De acodo com testemunhas, mais de dez viaturas policiais estavam estacionadas do lado de fora de sua casa. A mãe do Sr. Hao, que estava na casa dos 70 anos de idade e havia sofrido uma fratura cominutiva recentemente, ligou para a sua filha que a pouco havia estado na casa para lhes entregar alguns alimentos. A filha voltou correndo e questionou a polícia sobre o motivo para estarem prendendo seu irmão. A polícia insistiu que eles precisavam fazê-lo.

Segundo uma fonte interna, a polícia começou a monitorar o Sr. Hao em novembro de 2022. Eles vigiaram a residência de outro praticante por três semanas para prendê-lo.

O Sr. Hao iniciou uma greve de fome para exigir sua libertação incondicional. Apesar de sua frágil condição física, a polícia o manteve algemado e acorrentado. Ele vomitou sangue quando os guardas do centro de detenção tentaram lhe alimentar forçadamente. O Sr. Hao foi indiciado em 18 de dezembro de 2023 e agora está sendo julgado.

O Sr. Cao Yang, morador com cerca de 46 anos, da cidade de Xinmin, província de Liaoning, foi preso em 26 de julho de 2023. Mais de vinte outros praticantes locais de Falun Gong também foram presos ao mesmo tempo. Múltiplas delegacias de polícia da cidade foram mobilizadas para realizar a prisão em grupo. Ele agora está enfrentando o julgamento após ser indiciado por volta de dezembro de 2023.

O Sr. Cao não é a única pessoa da sua família que virou alvo de perseguição por praticar o Falun Gong. Sua esposa, a Sra. Hui Liqi e seus pais, o Sr. Cao Guangfu e a Sra. Zhao Min, foram todos presos em uma ou outra ocasião ao longo dos últimos 24 anos de perseguição. O Sr. Cao cumpriu anteriormente dois períodos de prisão, totalizando 15 anos.

A Sra. An Shunlian, uma moradora de 76 anos da cidade de Kunming, província de Yunnan, foi detida do lado de fora de um hospital local em 10 de agosto de 2023, após ser reportada por um homem jovem com problemas na perna com quem ela havia conversado e contado sobre os benefícios à saúde do Falun Gong. A polícia logo chegou no local e prendeu a Sra. An. Ela insistiu que eles parassem de participar da perseguição ao Falun Gong. Eles se recusaram a escutá-la e a agrediram verbalmente.

Após o centro de detenção local recusar sua admissão devido à idade avançada da Sra. An, a polícia a liberou no dia seguinte e colocou-a sob prisão domiciliar. Eles também ordenaram que seu marido de 86 anos, que também pratica o Falun Gong, se reportasse a eles junto com ela na segunda-feira seguinte (14 de agosto).

2.2.3. Em detenção

Após a prisão de praticantes do Falun Gong, a polícia costuma não informar às suas famílias a situação dos indivíduos e secretamente submete seus casos à procuradoria, em uma tentativa de impedir que suas famílias tomem qualquer atitude para buscar justiça pelos seus entes queridos. Alguns praticantes também enfrentam torturas e interrogatórios quando se recusam a responder as perguntas da polícia. Alguns desenvolveram condições médicas devido a abuso físico e sofrimento mental sofridos durante a custódia. Alguns praticantes começaram greves de fome para protestar contra a perseguição, mas são punidos pelas autoridades com alimentação forçada.

2.2.3.1 Prisão e detenção arbitrárias

A Sra. Yuan Jingxiu, uma engenheira de projeto elétrico de 54 anos da cidade de Liaoyang, província de Liaoning, foi detida incomunicável por mais de seis meses, após a prisão em seu local de trabalho em 26 de junho de 2023, por praticar Falun Gong.

De acordo com a família da Sra. Yuan, eles receberam uma ligação dela após sua prisão. Ela descreveu que foi mantida em uma sala escura, mas não fazia idéia de onde estava. Sua família não teve mais informações suas desde então.

Quando o Sr. Liu Hongshu foi solto em 26 de setembro de 2023, após cumprir uma pena de três anos por praticar o Falun Gong, ele ficou devastado ao saber que seu pai havia falecido enquanto ele esteve preso. O homem idoso havia ido até a delegacia para pedir a soltura de seu filho mas foi recusado seu pedido. Ele ficou tão perturbado que caiu no pátio do departamento de polícia. Ele faleceu pouco tempo depois, sem ver seu filho pela última vez.

Entristecido pela morte de seu pai, o Sr. Liu, morador de 56 anos do condado de Qishan, província de Shaanxi, apresentou queixas contra o departamento de polícia, a procuradoria e o tribunal por sua prisão, acusação e sentença injustas. Não está claro quando exatamente foram submetidas as queixas mas não há notícias do Sr. Liu desde então. Sua família suspeita que ele foi preso novamente por ter registrado as queixas.

2.2.3.2. Mortes na detenção

Entre os praticantes presos em 2023, dois deles morreram seis dias após a prisão.

A Sra. Hu Yongxiu, uma moradora de 64 anos da cidade de Wuahn, na província de Hubei, morreu seis dias após ser presa em 30 de março de 2023, por contar a pessoas sobre o Falun Gong do lado de fora de um hospital.

A Sra. Liang Lixin, de da Liga de Hinggan, no interior da Mongólia, também morreu seis dias após sua prisão em março de 2023, enquanto visitava sua filha na cidade de Changchun, província de Jilin. Ela morreu no Centro de Detenção de Jiutai, enquanto a polícia estava montando um processo contra ela.

Outras mortes decorrentes da perseguição reportadas em 2023 podem ser encontradas no relatório: "Reportado em 2023: 209 praticantes de Falun Gong morrem na perseguição à sua fé."

2.2.3.3. Tortura em custódia

Comummente durante as prisões, os praticantes sofrem violência excessiva nas mãos da polícia. Uma vez em custódia, eles podem ser vítimas de tortura enquanto a polícia tenta lhes forçar a renunciar ao Falun Gong ou fornecer informações sobre suas atitudes para chamar atenção sobre a perseguição ou suas interações com outros praticantes.

A Sra. Han Yuzhen esteve vivendo na cidade de Shenyang, província de Liaoning, nos últimos anos para ajudar a criar seu neto. No seu tempo livre ela saía para conversar com as pessoas e chamar atenção para a perseguição ao Falun Gong. Enquanto falava com uma jovem moça, em 29 de janeiro de 2023, a moça secretamente fez uma gravação e lhe reportou para a polícia. A polícia prendeu a Sra. Han momentos depois, do lado de fora de um supermercado, e a levou para a delegacia.

O chefe de polícia Ma espirrou agua com pimenta nos olhos da Sra. Han, no seu rosto e na sua cabeça. Ela sentiu a pele queimando em sua cabeça e rosto e não conseguia abrir seus olhos. O Sr. Ma também a algemou. Enquanto a levava para o hospital para um exame físico, o Sr. Ma pisou em sua cabeça, pesoço e costas, dentro da viatura de polícia. Devido à pressão sanguínea alta e batimentos cardíacos acelerados, lhe foi negada admissão na detenção local.

Antes que a polícia forçasse a aceitação da Sra. Han como prisioneira, em 31 de janeiro, ela foi agredida com água apimentada quatro vezes. Sua pressão sanguínea chegou a níveis alarmantes. O centro de detenção tirou suas digitais e fotos suas forçadamente em 1 de fevereiro. Ela não conseguia se virar enquanto dormia, devido às fortes dores no pescoço e nas costas. Ela também precisava de ajuda para se levantar.

A Sra. Han teve sangramento excessivo pelo nariz em 2 de fevereiro. Ela sentia náuseas e tonturas e sua pressão arterial continuava a aumentar. Quando o Sr. Ma foi até lá para verificar sua situação, ele lhe deu um tapa na nuca. Ele também a ameaçou depois de levá-la ao hospital: "Vou torturar você até a morte e enterrá-la aqui".

A Sra. Zhuang Jue, moradora de 26 anos da cidade de Nanjing, província de Jiangsu, foi presa em 20 de fevereiro de 2023, após ser reportada por conversar na rua com desconhecidos sobre o Falun Gong. A polícia a amarrou em um banco de tigre, apontou uma luz muito forte para seus olhos e a interrogou durante toda a noite, sem permitir que ela dormisse. Eles a levaram ao hospital no dia seguinte para um exame físico e obtiveram uma amostra de sangue dela contra sua vontade. Três policiais levaram a Sra. Zhang de volta ao local onde ela foi presa e tiraram fotos dela para serem usadas como prova. Ela foi liberada em 27 de fevereiro.

A Sra. Yu Mei, da cidade de Zhanjiang, província de Guangdong, teve seu dedo cortado e foi abusada sexualmente depois de ter sido presa por expor a perseguição ao Falun Gong.

A Sra. Yu, de 56 anos, e outra praticante de Falun Gong, a Sra. Wu Shaochuan, foram detidas em 14 de maio de 2023, após uma estudante universitária as denunciar por terem conversado com ela sobre a perseguição. Elas foram revistadas pela polícia. A Sra. Yu se debateu quando a polícia tentou fotografá-la e coletar suas impressões digitais. Vários policiais grandes e musculosos a seguraram e cortaram um de seus dedos com uma lâmina afiada. Em seguida, espalharam o sangue dela nos registros do interrogatório.

A polícia levou a Sra. Yu e a Sra. Wu ao hospital no dia seguinte, por volta das 18h, para exames físicos. A Sra. Yu se recusou a ter sua pressão arterial medida e seu sangue coletado. Dois policiais seguraram seus ombros com força e um terceiro policial puxou seu braço para que a enfermeira pudesse tirar seu sangue.

Em seguida, ela foi submetida a um eletrocardiograma. A polícia a levou para a mesa de exame e rasgou sua camisa e saia para que os médicos a examinassem contra sua vontade. Depois disso, dois policiais a levaram à força para tirar um raio x.

A Sra. Yu e a Sra. Wu foram levadas diretamente para o presídio da cidade de Zhanjiang após os exames físicos. Um guarda na prisão ordenou que a Sra. Yu se agachasse ao chegar. Ela se recusou e dois homens fortes chutaram a parte de trás de seus joelhos, forçando-a a se ajoelhar. Ela não conseguia respirar e se debatia com todas as suas forças. Quando o guarda levantou a mão para lhe dar um soco, ela gritou: "O guarda está batendo nas pessoas!" Como muitos detentos estavam assistindo, o guarda desistiu de tentar agredi-la.

Vários guardas arrastaram a Sra. Yu para um vestiário e ordenaram que ela vestisse o uniforme de presidiária. Ela se recusou, e dois guardas imediatamente a despiram até a roupa íntima. Em seguida, algemaram suas mãos atrás das costas. Uma agente puxou a roupa íntima da Sra. Yu e disse aos agentes masculinos que olhassem dentro de sua roupa íntima.

2.2.3.4. Bem-estar físico em risco

A Sra. Kong Jiuhong, ex-funcionária de uma empresa da industria têxtil, esteve em greve de fome desde sua prisão em 24 de outubro de 2023. Como seu marido e filho moram em uma cidade diferente, eles não descobriram que ela havia sido presa até que seu marido retornou para a sua casa na cidade de Anlu, na província de Hubei, vários dias depois. A porta da frente havia sido arrombada, a garagem foi vasculhada e o computador da Sra. Kong, sua impressora e livros do Falun Gong foram confiscados. Seu marido lhe procurou por toda parte e finalmente a encontrou em um centro de lavagem cerebral.

O marido da Sra. Kong confirmou que ela iniciou uma greve de fome no dia de sua prisão para protestar contra a perseguição. Ele demandou sua soltura imediata, que foi recusada pelo Departamento de Polícia da cidade de Anlu.

Além da Sra. Kong, outro praticante de Anlu, a Sra. Yang Furong, de 57 anos, também está apresentando sintomas de doença enquanto sob custódia. A Sra. Yang foi presa em 15 de novembro e levada para o centro de lavagem cerebral de Changsong. Devido à intimidação e à intensa lavagem cerebral para pressioná-la a renunciar ao Falun Gong, ela começou a ter pressão alta e dormência nas mãos e nos pés. As autoridades a transferiram secretamente para um hospital em 18 de novembro. Quando sua família soube de seu paradeiro e foi ao hospital para visitá-la, uma funcionária tirou fotos de seus filhos.

2.3 Faça-os falir financeiramente

Quando o Sr. Liu Kangfu, morador da cidade de Anshun, província de Guizhou, foi liberado em maio de 2023, após servir um termo de prisão de três ano por praticar o Falun Gong, ele não apenas foi demitido do seu emprego como também o registro de sua residência foi suspenso e a polícia local tentou transferi-lo para o distrito onde ele foi preso. Sem o registro do imóvel ele não foi capaz de solicitar um auxílio para baixa renda ou encontrar um novo emprego. Ele lutou para sobreviver e ainda assim foi pressionado a pagar os 10mil yuans restantes da multa de 310mil yuans determinada pela corte.

Assim como o Sr. Liu, muitos outros praticantes enfrentam perseguição financeira por defenderem sua fé. Alguns foram demitidos por seus empregadores sem motivo válido, outros não conseguiram encontrar emprego depois que seus documentos de identidade ou registro de residência foram confiscados, e praticantes idosos tiveram sua pensão suspensa.

2.3.1. Preso por buscar reparação por perseguição financeira

A Sra. Xiong Xiulian, de 70 anos, é uma professora aposentada da Escola de Ensino Fundamental Baota na cidade de Huanggang, província de Hubei. Entre julho de 2000 e maio de 2003, ela foi detida três vezes e teve 35 meses de salário não pagos. Além da perseguição financeira, ela também foi torturada enquanto sob custódia, incluindo ser chicoteada com correntes de metal, receber chutes e espancamento, e alimentação à força enquanto algemada e acorrentada por oito guardas do centro de detenção. Quando a Sra. Xiong se aposentou em 2008, seus benefícios de pensão foram baseados em uma faixa salarial abaixo do nível que ela estava, como punição por não renunciar ao Falun Gong.

Por ter escrito numerosas cartas para diversas agências governamentais em busca do reembolso de seu salário suspenso e o corte ilegal de sua pensão, A Sra. Xiong foi presa em 14 de dezembro de 2023 enquanto fazia compras no mercado. A polícia ameaçou sentencia-la à prisão.

2.3.2. Subsídio de moradora de Hubei cortado como retaliação contra seus esforços para restabelecer sua pensão suspensa desde 2018

A Sra. Qian Youyun, uma moradora de 58 anos da cidade de Wuhan, província de Hubei, teve seu subsídio mensal interrompido em 21 de outubro de 2023, enquanto buscava o reestabelecimento do pagamento de sua pensão, que está suspenso desde abril de 2018.

A provação da Sra. Qian tem origem nos três termos de prisão cumpridos, os quais são consequência de sua fé no Falun Gong. Ela foi sentenciada a três anos de prisão em 2000 e brutalmente torturada na prisão. Ela se aposentou mais cedo em agosto de 2014, aos 49 anos de idade e foi presa quatro meses depois e sentenciada a quatro anos de prisão. Enquanto servia seu segundo termo de prisão, o escritório local do Seguro Social emitiu uma notificação em abril de 2018 ordenando que ela pagasse de volta os benefícios de pensão que lhe haviam sido pagos entre 2000 e 2003 (durante seu primeiro termo de prisão) e entre dezembro de 2014 e abril de 2018 (a maior parte do seu segundo termo de prisão). Ela não tinha dinheiro para fazer o pagamento e o escritório da previdência social suspendeu sua pensão para pagar sua "dívida de pensão" anterior.

Quando a Sra. Qian terminou seu segundo termo de prisão em dezembro de 2018, ela tentou reestabelecer o pagamento de sua pensão. Antes que seus esforços dessem frutos, ela foi presa novamente em abril de 2019 e sentenciada a dois anos de prisão. Depois que ela foi liberada em abril de 2021, a Sra. Qian voltou a buscar o reestabelecimento de sua pensão. O escritório da previdência social concordou em lhe conceder um subsídio mensal de 1.000 yuans depois que ela recorreu a vários órgãos governamentais. Como eles ainda se recusaram a restabelecer sua pensão, ela entrou com uma ação contra o escritório de previdência social no tribunal local.

A corte no entanto trabalhou para enquadrar a Sra. Qian ao invés de lhe conceder justiça. Alguns funcionários do tribunal alegaram que a Sra. Qian lhes enviou materiais informativos do Falun Gong pelo correio e lhe reportaram para a Agência 610 do distrito de Jiangxia e ao CAPJ. As duas agências então direcionaram a polícia para sua prisão em 14 de setembro de 2023. Eles lhe deram 15 dias de detenção administrativa em uma prisão local.

Em 26 de setembro de 2023, a polícia levou a Sra. Qian da prisão para comparecer à audiência no tribunal. O juiz Song Yaojing decidiu arquivar o caso porque a Sra. Qian "havia retirado voluntariamente seu caso contra o escritório da previdência social", o que não poderia estar mais longe da verdade.

A Sra. Qian entrou com um recurso no Tribunal Intermediário da cidade de Wuhan. Ela também enviou um pedido de reconsideração administrativa ao Jiangxia District Judicial Bureau, solicitando que o órgão investigasse a decisão ilegal do escritório de previdência social de suspender sua pensão. Por lei, nenhum órgão governamental deve confiscar os benefícios de aposentadoria de qualquer aposentado, que são ativos obtidos legalmente.

Peng Peng, do Comitê de Assuntos Políticos e Jurídicos do Distrito de Jiangxia, convocou a Sra. Qian para seu escritório em 21 de outubro de 2023. Ele difamou o Falun Gong e ordenou que ela assinasse alguns papéis para consentir à decisão do escritório de previdência social em suspender sua pensão. Ela se recusou a assinar, tendo seu subsídio mensal de 1.000 yuans interrompido pelo escritório do seguro social a partir daquele dia.

O marido da Sra. Qian recebe apenas 2.000 yuans de pensão mensalmente. Eles estão lutando para se manterem.

2.3.3. Ex-funcionário de banco demitido sem justa causa e sem permissão para solicitar benefícios de aposentadoria

Mr. Tian Haitao, a

O Sr. Tian Haitao, morador da província de Heilongjiang, costumava trabalhar como técnico de Tecnologia da Informação (TI) no Banco Agrícola da Cidade de Fujin. Por se recusar a renunciar ao Falun Gong, ele não tem permissão para se apresentar ao trabalho, nem recebe qualquer pagamento desde 2000. Nunca foi emitida nenhuma notificação formal de demissão. Quando ele escreveu ao seu então gerente solicitando a reintegração de seu emprego, o então presidente do banco, Liu Zhimin, disse-lhe: "Não há como eu arranjar trabalho para você. Sinta-se à vontade para registrar uma reclamação contra mim onde quiser".

Quando o Sr. Tian atingiu a idade de aposentadoria em maio de 2023, ele entrou em contato com o banco novamente para enviar seu pedido de aposentadoria. Mas o banco se recusou a aceitá-lo, e Zhang Ruifeng, o atual presidente do banco, disse a ele: "Você já foi demitido em 2000 porque faltou ao trabalho. Você pode registrar uma queixa contra nós no comitê disciplinar".

2.3.4. Motorista de carona perde o emprego por conversar com um passageiro sobre o Falun Gong

O Sr. Gao Xiang, de 54 anos, foi motorista da DiDi Chuxing Company em Pequim. Por ter sido reportado ao conversar com um passageiro sobre o Falun Gong, ele foi detido por dez dias e demitido em setembro de 2022. Ele entrou com vários recursos no governo local e no tribunal. Em vez de fazer justiça, as autoridades enviaram a polícia para persegui-lo.

Às 6:40h da manhã, no dia 20 de junho de 2023, a polícia bateu na porta do Sr. Gao, alegando que ele havia batido em uma pessoa e que a vítima estava do lado de fora esperando para falar com ele. Como o Sr. Gao não havia tido nenhum acidente naquele dia, ele se recusou a abrir a porta e a polícia se retirou em seguida.

Naquela noite, o Sr. Gao recebeu várias ligações da polícia, perguntando se ele trabalhava para a DiDi e outros detalhes sobre seu trabalho. Sem pensar muito, o Sr. Gao respondeu a todas as perguntas. Ele foi enganado ao se apresentar à delegacia de polícia em 18 de julho de 2023, sendo preso e levado para o centro de detenção no dia seguinte. Embora tenha sido liberado logo depois, a polícia o assediou mais algumas vezes nos meses seguintes. Ele agora está sendo processado depois que a polícia apresentou seu caso à procuradoria.

Relatórios relacionados:

Relatado em setembro e outubro de 2023: 1.040 praticantes de Falun Gong presos ou perseguidos por causa de sua fé

Reportados em julho e agosto de 2023: 1.082 praticantes de Falun Gong presos ou assediados por causa de sua fé

Relatado no primeiro semestre de 2023: 3.133 praticantes do Falun Gong foram presos ou perseguidos por causa da sua fé

Relatado em março e abril de 2023: 1.320 praticantes do Falun Gong foram presos ou assediados por causa da sua fé

Relatado em janeiro e fevereiro de 2023: 624 praticantes do Falun Gong foram presos ou perseguidos por causa de sua fé

Dois outros relatórios anuais de perseguição resumidos:

Reportados em 2023: 1.190 praticantes de Falun Gong condenados por causa de sua fé

Relatado em 2023: 209 praticantes do Falun Gong morrem em perseguição à sua fé