(Minghui.org) As mortes de 25 praticantes do Falun Gong devido a perseguição do regime comunista chinês foram relatadas em março de 2023.
Seis das mortes ocorreram entre 2014 e 2019, sete em 2022 e dez em 2023. O dia exato das mortes dos dois praticantes restantes permanece desconhecido. Devido à rigorosa censura de informações na China, as mortes nem sempre podem ser relatadas em tempo hábil, nem todas as informações estão prontamente disponíveis.
Os praticantes falecidos eram provenientes de 12 províncias diferentes e municípios controlados centralmente. Heilongjiang relatou quatro casos, seguida por Pequim, Jilin e Liaoning (cada uma com três casos). Sichuan, Chongqing, Hunan e Shandong tiveram dois casos cada. As quatro províncias restantes, incluindo Anhui, Gansu, Hebei e Jiangsu, tiveram um caso cada.
Dois praticantes morreram sob custódia, incluindo uma mulher de 77 anos que morreu enquanto cumpria uma pena de 13 anos e um homem de 74 anos que morreu quatro meses após sua prisão.
Os outros praticantes sucumbiram ao longo prazo de assédio, encarceramento e tortura. Uma mulher em Sichuan foi mantida na prisão até o final de seu mandato de três anos, apesar de permanecer em coma. Ela morreu oito meses após sua libertação. Um homem em Pequim morreu 1,5 anos depois de haver sido libertado após cumprir uma pena de 4 anos; ele perdeu os pais devido à perseguição.
Abaixo estão vários casos selecionados de mortes. A lista completa dos 25 praticantes cujas mortes são relatadas pode ser baixada aqui (PDF).
Morte sob custódia
Mulher de 77 anos morre enquanto cumpria pena de 13 anos
A Sra. Fei Shuqin, da cidade de Harbin, província de Heilongjiang, morreu na Prisão Feminina da Província de Heilongjiang em 16 de fevereiro de 2023, enquanto cumpria uma pena de 13 anos por praticar o Falun Gong. Ela tinha 77 anos.
De acordo com a família da Sra. Fei, ela desenvolveu miomas uterinos, pressão alta e um problema cardíaco logo após sua prisão, mas a prisão repetidamente negou seu pedido de liberdade condicional médica. A família não tinha permissão para visitá-la desde 2019.
Quando a Sra. Fei perdeu o apetite e sofria de sonolência constante, ela foi levada ao hospital da prisão em 13 de janeiro de 2023. O médico descobriu que ela tinha múltiplos infartos lacunares, atrofia cerebral e uma condição pulmonar grave. Apesar de sua condição, a prisão ainda negou os pedidos de sua família para visitá-la e também se recusou a libertá-la.
Às 13h em 16 de fevereiro, a prisão informou à família da Sra. Fei que a estava transferindo para outro hospital. Contudo, uma hora depois, a prisão ligou novamente e disse que ela havia acabado de falecer. Sua família suspeitava que ela já poderia ter falecido quando a prisão ligou mais cedo.
A prisão inicialmente impediu a família da Sra. Fei de ver seu corpo. Porém, dada a insistência, os guardas cederam após obter a aprovação de seu supervisor. A família da Sra. Fei disse que ela parecia extremamente magra e sua cabeça estava raspada.
A Sra. Fei, uma aposentada da indústria alimentícia, foi presa em 29 de março de 2013 por colocar faixas com os dizeres “Falun Dafa é bom” ao longo de uma grande rodovia. O Tribunal do Condado de Yilan a condenou a 13 anos.
Depois de ser levada para a prisão, ela logo descobriu que tinha um tumor fibróide uterino medindo 4,8 x 3,9 polegadas. Ela também desenvolveu um problema cardíaco e pressão alta. Apesar de sua condição, a prisão se recusou a libertá-la sob condicional médica.
Os guardas exigiram que a família da Sra. Fei pagasse por sua cirurgia, mas a família insistiu que foi a prisão ilegal e as agressões na prisão que destruíram a saúde da Sra. Fei e que a prisão deveria ser responsabilizada.
Durante a visita da família em fevereiro de 2019, eles viram que a condição da Sra. Fei estava muito pior do que no mês anterior. Ela parecia não responder e estava entorpecida. Quando ela falou, ela continuou fazendo a mesma pergunta. Frequentemente comia demais e ficava chateada se outros tentavam impedi-la. Sua família suspeitava que a prisão havia injetado nela drogas que danificam os nervos. Eles solicitaram liberdade condicional médica para ela novamente, mas a prisão nunca respondeu.
A prisão nunca permitiu que a família visitasse a Sra. Fei novamente, citando a pandemia como desculpa. Mesmo depois que ela machucou o fêmur em uma queda e não conseguiu cuidar de si mesma, a prisão ainda negou o pedido de sua família para soltá-la sob condicional médica.
Homem de Chongqing morre sob custódia, quatro meses depois de ser preso
O Sr. Lai Yuanchang, de Chongqing, foi preso em 7 de setembro de 2022, depois de estar fugindo por dois anos na tentativa de evitar a prisão. Sua saúde piorou rapidamente no Centro de Detenção do Distrito de Jiangjin. Suspeita-se que sua saúde piorou devido à tortura por não renunciar à sua fé. Ele foi levado às pressas para o Hospital Popular do Distrito de Jiangjin em 31 de dezembro de 2022 e faleceu no dia seguinte. Ele tinha 74 anos.
Ao saber de sua morte, a família do Sr. Lai correu para o hospital e exigiu uma explicação da polícia, que concordou em pagar à família 90.000 yuans como compensação. O corpo do Sr. Lai havia sido enterrado no momento da escrita do artigo.
O Sr. Lai foi encarcerado três vezes em um total de oito anos durante a perseguição ao Falun Gong. Ele foi condenado a dois anos de prisão em 2004 e condenado a dois anos de prisão em 2008 e novamente em 2013. Os guardas da prisão o forçaram a ficar do lado de fora vestindo apenas roupas finas durante o inverno. Eles também cutucaram seus olhos e queimaram seus olhos com um cigarro aceso.
Mortes devido a tortura na prisão e assedio de longa prazo
Mulher de Sichuan morre oito meses após ser libertada da prisão em estado vegetativo
A Sra. Liao Guanghui estava em estado vegetativo quando foi libertada em 20 de julho de 2022, depois de cumprir uma pena de prisão de três anos por praticar o Falun Gong. A residente da cidade de Mianyang, província de Sichuan, morreu oito meses depois, em 23 de março de 2023. Ela tinha 70 anos.
A Sra. Liao sofreu uma queda em 10 de março de 2021, enquanto estava encarcerada na Prisão Feminina da Província de Sichuan. A prisão negou o pedido de sua família para soltá-la sob condicional médica e a manteve sob custódia até o final de sua pena, apesar de ela permanecer em coma após a queda.
Como o hospital da prisão não curou adequadamente seu crânio durante a craniotomia, ela tinha uma grande área afundada no lado direito da cabeça. Ela também tinha um tubo de sucção na garganta, um tubo de alimentação no nariz e um cateter urinário. Seu corpo inteiro estava rígido.
Sem saber como cuidar dela e remover o escarro no tubo de sucção, a família da Sra. Liao a levou para um hospital local horas depois que ela foi mandada de volta para casa da prisão em 20 de julho de 2022. Uma semana depois, em 27 de julho, ela de repente experimentou convulsões em todo o corpo e seus lábios e parte superior do corpo ficaram roxos. Embora ela tenha sobrevivido após o tratamento de emergência, sua família não tinha dinheiro para mantê-la no hospital para tratamento adicional. Eles a levaram para casa logo depois e cuidaram dela eles mesmos. Eles ficaram arrasados com a morte dela em 23 de março de 2023.
Sra. Liao Guanghui em coma.
A Sra. Liao foi presa em casa em 20 de julho de 2019 e condenada a três anos pelo Tribunal do Distrito de Fucheng. Sua família recebeu uma ligação de um guarda prisional às 5h do dia 10 de março de 2021 e foi instruída a ir ao Hospital Huaxi para assinar um termo de consentimento para que ela fizesse uma craniotomia. O guarda alegou que ela “caiu e bateu com a cabeça enquanto usava o banheiro”, mas o médico revelou que ela também teve ferimentos na traqueia e em um dos pulmões.
Quando o marido da Sra. Liao, o Sr. Li Shuangquan, e seu filho a visitaram no hospital em 14 de março, sua cabeça estava enfaixada com gaze e ela usava oxigênio. Ela permaneceu em coma e sua família não teve permissão para vê-la novamente até o final de seu mandato.
Mulher de 75 anos em Shandong morre quatro anos depois de ser condenada a nove anos
Uma mulher de 75 anos na cidade de Qingdao, província de Shandong, morreu em 7 de fevereiro de 2023, cerca de quatro anos depois de ter sido sentenciada a nove anos por causa de sua fé no Falun Gong.
A Sra. Su Guihua foi presa em casa em 16 de outubro de 2017. Quando ela foi julgada pelo Tribunal do Distrito de Shibei em 28 de junho de 2018, ela tinha pressão arterial perigosamente alta e seus pés tremiam incontrolavelmente.
A família da Sra. Su recebeu um telefonema em 3 de setembro de 2018 e foi informada de que ela estava passando por tratamento de emergência no hospital. Eles correram para lá e receberam um aviso de estado crítico. Três dias depois, a polícia libertou a Sra. Su sob fiança.
A Sra. Su foi condenada a nove anos com multa de 300.000 yuans em 19 de março de 2019. Devido à sua saúde debilitada, o juiz ordenou que ela fosse colocada em prisão domiciliar. Ele ordenou que a polícia a verificasse uma vez a cada poucos meses para ver se ela havia se recuperado bem o suficiente para ser presa novamente. A Sra. Su sucumbiu à pressão mental e a suas doenças físicas e morreu em 7 de fevereiro de 2023.
Homem de Sichuan morre após suportar dez anos de encarceramento e tortura
Logo depois que o Sr. Zhu Zhaojie iniciou a prática do Falun Gong em 1994, o pequeno empresário da cidade de Panzhihua, província de Sichuan, ficou encantado ao ver que sua tuberculose severa havia desaparecido. Sua vida pacífica virou de cabeça para baixo quando o regime comunista ordenou a erradicação do Falun Gong da China em julho de 1999.
Como o Sr. Zhu se recusou a renunciar ao Falun Gong, ele foi condenado a um ano em um campo de trabalhos forçados e mais tarde a nove anos de prisão. No campo de trabalho, ele foi forçado a ficar nu na neve por longas horas e trabalhar em um forno de tijolos extremamente quente das 7h às 22h, sem interrupções.
Após a próxima prisão do Sr. Zhu, os guardas do centro de detenção usaram tesouras de estanho para cortar seus mamilos e bateram a sua cabeça contra a parede, causando-lhe uma concussão.
Depois que ele foi levado para a prisão para cumprir uma pena de nove anos, ele foi forçado a ficar de pé por longas horas sob o sol escaldante durante o verão e na neve gelada durante o inverno. Ele também foi forçado a assistir a vídeos de propaganda difamando o Falun Gong enquanto suportava espancamentos constantes, longas horas em pé e agressão verbal. Outras torturas incluíam alimentação forçada e privação de sono.
Por mais de seis anos, o Sr. Zhu trabalhou dia e noite fazendo bobinas eletrônicas sem parar e sem receber. Sua visão diminuiu significativamente e ele frequentemente caía enquanto caminhava pois não tinha óculos para usar.
Um guarda certa vez o ameaçou: “Não vou bater em você até a morte, mas vou torturá-lo para que você prefira estar morto a estar vivo”. Outro guarda disse: “O ano tem 365 dias e tenho 365 maneiras de torturá-lo. É melhor você tomar cuidado”.
Embora Zhu tenha sobrevivido à brutal tortura na prisão, ele sofreu um duro golpe quando sua esposa se divorciou dele e o departamento de previdência social suspendeu sua aposentadoria logo após sua libertação. Ele sucumbiu ao sofrimento mental, físico e financeiro e faleceu em 21 de fevereiro de 2023. Ele tinha 69 anos.
Um residente de Pequim faleceu no início de 2023, cerca de um ano e meio depois de haver sido libertado após cumprir uma pena de 4 anos por praticar o Falun Gong. Ele tinha 56 anos.
Ambos os pais do Sr. Zhang Jiuhai faleceram antes dele. Depois que o Partido Comunista Chinês começou a perseguir o Falun Gong em julho de 1999, os três da família foram presos uma após o outro e passaram pouco tempo juntos.
A mãe do Sr. Zhang faleceu em novembro de 2014. Após a última prisão do Sr. Zhang em maio de 2017, seu pai, o Sr. Zhang Zuojie, quebrou uma costela e não conseguiu cuidar de si mesmo. O idoso morreu sete meses depois, na miséria. Quando o jovem Zhang foi libertado em maio de 2021 de cumprir uma pena de quatro anos, ele lutou contra problemas de saúde causados pela tortura sob custódia e também faleceu.
Antes da última pena de prisão do Sr. Zhang, ele cumpriu quatro penas em campos de trabalho por um total de sete anos. Ele era constantemente espancado, privado de sono e eletrocutado com bastões elétricos. Depois que ele foi libertado, foi forçado a viver longe de casa por alguns anos para se esconder da polícia.
Ex-policial morre em perseguição
O Sr. Jin Chengshan trabalhava no Departamento de Polícia do Distrito de Hulan na cidade de Harbin, província de Heilongjiang. Ele sofreu um acidente de carro em 1996 e sofreu uma fratura na coluna torácica e ficou paralisado. Assim que perdeu a esperança, apresentaram a ele o Falun Gong e experimentou grandes benefícios físicos e mentais. Testemunhando suas melhorias, sua esposa, a Sra. Jiao Xiaohua, também começou a praticar.
Um grupo de policiais invadiu a casa do casal em 10 de março de 2005. Quatro policiais prenderam o Sr. Jin em uma cadeira e algemaram suas mãos atrás das costas. Os policiais revistaram toda a casa, confiscando 13.000 yuans em dinheiro, um computador, duas impressoras, uma fotocopiadora, um scanner e duas guilhotinas. Até os 20 sacos de drenagem de urina do Sr. Jin foram levados.
O casal foi preso novamente em 22 de dezembro de 2006. O Sr. Jin foi mantido em uma cela totalmente isolada no centro de detenção local. Sem ninguém para cuidar dele, ele não defecou por nove dias e sentiu muita dor. As úlceras de pressão em seus quadris, nádegas e costas também começaram a vazar pus amarelo e sangue. A polícia teve que levar a Sra. Jiao ao banheiro para remover manualmente seu banquinho.
O Tribunal Distrital de Hulan realizou uma audiência secreta contra o casal no centro de detenção em 27 de fevereiro de 2007. O Sr. Jin foi condenado a cinco anos e a Sra. Jiao a três anos.
O Sr. Jin foi levado para a prisão de Hulan em 24 de abril de 2007. Ele suportou um sofrimento excruciante e quase morreu. Depois que a Sra. Jiao foi libertada em junho de 2009, ela solicitou liberdade condicional médica para seu marido e repetidamente foi à prisão para exigir sua libertação. Embora a prisão tenha permitido que ele voltasse para casa logo depois, eles o levaram de volta sob custódia em 5 de maio de 2010. A prisão o libertou sob condicional médica novamente quatro meses depois, após esforços persistentes para resgatá-lo pela Sra. Jiao e sua filha.
No entanto, o encarceramento e o abuso afetaram a saúde do Sr. Jin. Ele faleceu anos depois.
A Sra. Jiao foi presa mais uma vez em 5 de março de 2022 e condenada a quatro anos. Sua sentença foi um duro golpe para sua filha, a Sra. Jin Xin, que ainda estava de luto pela morte de seu pai. A mãe de 39 anos de um filho de seis anos logo faleceu devido ao tremendo sofrimento mental.
Médica de família morre após anos de assédio
Como a Sra. Zhang Xinzhuan, uma médica de família no condado de Shenze, província de Hebei, se recusou a renunciar ao Falun Gong, ela foi repetidamente assediada e condenada a um ano de trabalhos forçados. O sofrimento mental e físico tirou sua vida em 25 de fevereiro de 2023. Ela tinha 65 anos.
A Sra. Zhang foi presa em janeiro de 2001 e mantida no Centro de Detenção do Condado de Shenze por dois meses, onde a polícia a espancou com cassetetes e deu um tapa em seu rosto.
A Sra. Zhang foi presa novamente no final de setembro de 2009 enquanto visitava um parente na província de Anhui. Ela foi condenada a um ano na Prisão Feminina da Província de Hebei, onde foi privada de sono, forçada a ficar de pé por longas horas e não era proibida de escovar os dentes, lavar o rosto ou lavar as roupas.
A polícia tentou prender a Sra. Zhang mais uma vez em 25 de março de 2011, mas cedeu devido ao forte protesto de sua família. Eles a assediaram mais duas vezes, em 4 de setembro de 2017 e em julho de 2018, respectivamente. A pressão mental afetou a saúde da Sra. Zhang, que continuou diminuindo ao longo dos anos e acabou tirando sua vida.
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