(Minghui.org) Em 13 de setembro de 2021, uma moradora da cidade de Shantou, província de Guangdong, foi condenada a 3,5 anos por causa de sua fé no Falun Gong, além de ter seu recurso rejeitado pelo tribunal superior.
O Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, é uma disciplina espiritual que vem sendo perseguida pelo regime comunista chinês desde 1999.
A família da Sra. Cai Yuchang insistiu ao afirmar que ela não fez nada de errado em praticar sua fé e tentar ser uma boa pessoa. Portanto foi o tribunal que violou a lei ao impedir seu filho de representá-la, além de realizarem uma audiência do seu caso sem informar sua família.
Prisão e acusação
Em 12 de dezembro de 2020, a Sra. Cai, de 70 anos, foi presa depois de ser denunciada por dois jovens, por entregar a eles materiais informativos sobre o Falun Gong em um supermercado. Hong Zhide, uma oficial da Delegacia de Polícia de Waisha, confiscou seus livros do Falun Gong e a levou para o Centro de Detenção de Tuopu.
O Departamento de Polícia do Distrito de Longhu posteriormente submeteu o caso da Sra. Cai à Procuradoria do Distrito de Longhu, que o aceitou em 23 de fevereiro de 2021.
Em 5 de março de 2021, o Sr. Xie Chunze, filho mais velho da Sra. Cai, foi à procuradoria para perguntar sobre o caso dela. A recepcionista disse que eles poderiam indiciá-la ou devolver o caso à polícia. Quando o Sr. Xie entrou em contato novamente em 18 de março, ele soube que a Procuradoria do Distrito de Longhu já havia transferido o caso da Sra. Cai para a Procuradoria do Distrito de Jinping em 25 de fevereiro, mas a recepcionista não disse nada sobre isso quando ele foi lá em 5 de março.
Foi somente no dia 19 de abril que a família da Sra. Cai descobriu que o promotor Liu Yue, da Procuradoria do Distrito de Jinping, a havia indiciado no final de março. O juiz Yang Junrong, do Tribunal do Distrito de Jinping, foi designado para lidar com o caso.
Filho é impedido de representar a mãe
Em 17 de maio de 2021, o Sr. Xie Chunze e seu irmão mais novo, Sr. Xie Chunfeng, foram ao Tribunal do Distrito de Jinping para apresentar a Procuração do Sr. Xie Chunfeng e representar a Sra. Cai. O Sr. Xie, mais jovem, costumava trabalhar como escrivão no Tribunal Intermediário da Cidade de Shantou, mas perdeu o emprego por praticar o Falun Gong.
Um escrivão de sobrenome Li aceitou sua procuração, mas exigiu que ele apresentasse uma carta emitida pela polícia para provar que não tinha antecedentes criminais.
O Sr. Xie foi à Delegacia de Polícia de Waisha à tarde e pediu a carta. Como ele havia recebido duas penas em campos de trabalhos forçados antes por praticar o Falun Gong, a polícia se recusou a emitir a carta para ele. Eles, no entanto, alegaram que, se o tribunal solicitasse formalmente que emitisse uma carta dizendo que o Sr. Xie não tinha antecedentes criminais, eles poderiam fazê-lo.
O Sr. Xie foi ao tribunal duas vezes, respectivamente em 19 e 20 de maio, e explicou a situação. Outro juiz de sobrenome Lin, que alegou ser o assistente do juiz Yang, disse que, se eles enviassem o pedido formal à polícia, isso significaria que eles atestavam que ele não tinha antecedentes criminais. Ele repetiu duas vezes que não havia como eles fazerem isso, o que acabou impedindo o Sr. Xie de representar a Sra. Cai.
O Sr. Xie foi ao tribunal mais duas vezes em 26 e 28 de maio, tentando negociar com o tribunal, mas sem sucesso. Embora o juiz Lin tenha prometido que não realizariam a audiência antes que a questão de sua representação legal fosse resolvida, o tribunal julgou a Sra. Cai em 10 de agosto por meio de uma videoconferência, sem informar o Sr. Xie.
Condenada à prisão
Em 13 de setembro de 2021, o juiz Yang sentenciou a Sra. Cai a 3,5 anos com multa de 10.000 yuans, sob a acusação de “infringir a aplicação da lei com uma organização de culto”, um pretexto padrão usado para prender praticantes do Falun Gong.
A Sra. Cai recorreu ao Tribunal Intermediário da Cidade de Shantou. O colegiado de três juízes, Zheng Xianghong, Chen Lianjia e Lin Hongbin, decidiu manter seu veredicto original em 30 de novembro de 2021. A Sra. Cai ainda está detida no Centro de Detenção de Tuopu em 8 de janeiro de 2022.
Perseguição à família
Desde o início da perseguição, a família da Sra. Cai sofreu uma perseguição implacável por causa de sua fé no Falun Gong.
Em março de 2000, seu filho mais velho, o Sr. Xie Chunze, dono de uma loja de roupas, foi preso por ir a Pequim apelar pelo Falun Gong. Ele foi mantido no Campo de Trabalhos Forçados de Sanshui por dois anos e dois meses. Os guardas o eletrocutaram com bastões elétricos, alimentaram-no à força e misturaram drogas tóxicas em sua comida. Ele sofria de alucinações e dores de cabeça terríveis. Ele foi preso novamente em janeiro de 2004 e interrogado por seis dias sem dormir. Um guarda bateu em sua cabeça com um sapato, causando ferimentos graves.
O filho mais novo da Sra. Cai, o Sr. Xie Chunfeng, foi preso em agosto de 1999 por se manifestar na Praça da Paz Celestial em Pequim contra a perseguição. As autoridades o mantiveram em um hospital psiquiátrico em Shantou por nove meses e injetaram nele drogas tóxicas, fazendo com que sua cabeça entortasse para o lado e sua esclera (a parte branca do olho) ficasse amarela. Mais tarde, ele recebeu a sentença de um a dois anos no Campo de Trabalhos Forçados de Sanshui em 2000 e 2001, respectivamente. As autoridades o levaram a um centro de lavagem cerebral e o mantiveram lá por mais três meses depois que ele terminou de cumprir a segunda pena do campo de trabalhos forçados.
A filha da Sra. Cai, a Sra. Xie Chunyao, que trabalhava em Guangzhou como intérprete, também foi mantida no Campo de Trabalhos Forçados de Chatou, onde foi torturada.
A Sra. Cai sofreu assédio constante e foi mantida em centros de lavagem cerebral várias vezes. Ela foi condenada a 1,5 anos em 2011. Seu marido, o Sr. Xie Jiqi, que não praticava o Falun Gong, ficou arrasado com a perseguição de seus entes queridos e faleceu em profunda dor.
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Categoria: Casos de perseguição