(Minghui.org) Saudações, estimado Mestre e colegas praticantes: Obtive o Fa ao mesmo tempo em que a minha família, no ano de 1997, em Changchun. Atualmente, curso um MBA em uma universidade na cidade de Quebec. Gostaria de partilhar a minha experiência de cultivo ao promover o Shen Yun no México em 2018.
Abandonando o apego ao eu
No final do ano passado, o coordenador do Shen Yun do México ligou e me perguntou se poderia ajudá-lo na venda de bilhetes. Disse-me que a situação no México era muito crítica, pois sentia uma forte pressão vinda de outras dimensões. Como as apresentações seriam em abril, durante a estação de inverno, e eu tinha apenas algumas atividades do Dafa no Quebec, concordei em ajudá-lo. Inscrevi-me nos cursos de inverno online de MBA, para aprimorar as minhas habilidades na língua espanhola, renunciei ao meu emprego de meio período de final de semana e fui para a Cidade do México no início de março.
Por ser grande a rotatividade de praticantes naquela região, a Cidade do México apresentava uma enorme defasagem de praticantes no centro comercial. Cinco praticantes chineses de várias partes da América do Norte vieram ajudar a vender os ingressos. Nós vivíamos num apartamento oferecido por um praticante local mexicano.
Visitando o México pela segunda vez, estava bastante familiarizado com a cultura, estilo de vida e idioma locais, especialmente porque sentia uma forte conexão predestinada com esse lugar. Tudo parecia natural e habitual para mim, andava pela cidade de forma independente. No entanto, o coordenador solicitou-me para auxiliar os praticantes que vieram ao México pela primeira vez. Achei desafiador esse pedido, pois envolvia cuidar de muitas coisas insignificantes, que eram demoradas e cansativas.
Precisava de um espaço relativamente calmo, pois estava estudando para os cursos do MBA quando não estava vendendo bilhetes para o Shen Yun. Como morava com outras pessoas, o estilo de vida dos outros praticantes tornava impossível manter a concentração, enquanto estudava. Além disso, estava habituado a planejar tudo com antecedência, e em muitos detalhes. No entanto, como trabalhamos em grupo, muitas vezes precisava cooperar com os outros, o que significava que tinha que esquecer os meus planos. Aconteceu que muitos dos meus compromissos estavam atrasados. Viver em grupo parecia natural para os praticantes que gostavam de apoiar os outros. Mas foi uma experiência dolorosa para mim, especialmente quando esse estilo de vida era um pesadelo que ficou seriamente fora de controle. Pensei muitas vezes em alugar um quarto de hotel e morar sozinho. No entanto, sabia que esse era um teste que precisava passar.
Durante este processo bastante acidentado, percebi que deveríamos formar um só corpo. O sucesso ou o insucesso das vendas dos bilhetes dependia em não cair nas armadilhas das velhas forças. Analisamos se éramos capazes de vivermos juntos, se podíamos deixar de lado nossos egos e se podíamos trabalhar em equipe. Dizia a mim mesmo que não poderia partir, e sim, que devia ficar com os praticantes. Embora houvesse altos e baixos, conseguimos trabalhar como um corpo ao longo de toda a jornada. Todas as manhãs estudamos o Fa juntos e, no final, alcançamos a nossa meta de vendas.
Fora isso, o meu ego também foi desafiado na bilheteira. Um dia, quando estava no shopping, um praticante de outra cidade do México veio ajudar. Foi a primeira vez que nos encontramos. Nos apresentamos, e então, ele começou a falar sobre o discurso de vendas. Ele disse: “Este ano, O México acabou de eleger e mudar para um novo presidente de esquerda. Então devia falar sobre o perigo do Partido Comunista quando vender os bilhetes”. Naquele momento, senti-me bastante aborrecido. Pensei como ele poderia começar a ensinar-me a vender bilhetes, quando acabamos de nos conhecer? Já não era um novato, e sabia como precisava ajustar o meu discurso de vendas de acordo com as reações dos clientes. Então porque ele estava ensinando-me o que fazer? Isso criou uma barreira no meu coração com esse praticante. No final, discuti com ele no stand, devido a uma questão trivial no processo de pagamento.
Também havia um casal que trabalhava em período integral, podendo ajudar somente nos fins de semana. Enquanto trabalhava com eles, observei que, depois de alguns clientes ouvir-nos apresentar o show por um longo tempo, eles respondiam: “Vou pensar nisso”. Nesse momento, o casal deixava os clientes irem sem tentar convencê-los e fechar o negócio. O espetáculo estava há apenas três semanas, e estava sentindo-me bastante ansioso. Acusei-os várias vezes de uma maneira rude por não conseguirem fechar as vendas. O coordenador então providenciou que eles trabalhassem num shopping diferente. Quando descobri que foram embora, fiquei muito arrependido. Vim aqui para ajudar os praticantes locais mas, na verdade estava forçando-os a irem embora.
O coordenador me explicou como trabalhar com outras pessoas. Disse que muitos dos praticantes locais no México eram relativamente novos. Que vieram ajudar com as vendas de bilhetes do Shen Yun, apesar das suas restrições financeiras e limitações de tempo, o que era realmente notável e deviam ser valorizados. Sugeriu que, embora os praticantes locais tivessem brechas no seu auto cultivo, eram praticantes chineses veteranos que obtiveram o Fa antes da perseguição, e que devíamos tratá-los com compaixão. Ele sugeriu que eu olhasse para dentro.
Quando olhei para dentro, descobri que na superfície parecia que estava ansioso por vender bilhetes. Sim, a minha motivação estava realmente cem por cento no Fa? Não estava. No fundo, tinha um coração realmente egoísta, arrogante e de auto validação que se sentia magoado. Considerando meu comportamento com esses praticantes e a compreensão deles no Fa que era diferente da minha, desenvolvi certo ressentimento e causei uma distância entre nós. Enquanto que, trabalhar bem com os outros requer que se abandone completamente a si mesmo. É preciso desistir do ego ao ponto de não ter ego. Estava aparentemente longe desse reino. Também estabeleci “uma linha de base” e alguns princípios para mim que estavam fora das minhas noções comuns, e rejeitei qualquer um que não atendesse a esse critério. Isso fez com que as minhas motivações ficassem longe de serem puras.
Depois de encontrar esses apegos, prestei atenção em eliminar essas noções ao enviar pensamentos retos. Quando tive outra chance de trabalhar com praticantes locais, enviei silenciosamente pensamentos retos quando eles conversavam com os clientes, em vez de julgar se faziam um bom trabalho ou não.
Ao conversarem com os clientes, os mesmos diziam que precisavam conversar com os membros da família para finalizarem a data. Com base em cada situação, quando apropriada, participava da conversa e acrescentava que, à medida que as vendas dos bilhetes avançavam, teriam menos lugares disponíveis para escolherem, portanto, era aconselhável tomarem uma decisão rápida. Quando não encontrava uma brecha para participar, enviava pensamentos retos para que os clientes voltassem e comprassem os ingressos. Acreditava que o Mestre podia arranjar algo para aqueles que eram predestinados a assistirem ao espetáculo.
Quando deixei o egoísmo, vi que, embora a minha própria cidade tivesse recebido o Shen Yun por mais de dez anos, os praticantes locais do México não eram inferiores a nós em termos de conhecimento sobre o Shen Yun, ao forte desejo de salvar seres sencientes e as suas técnicas de vendas.
Uma vez, um senhor de aparência muito elegante passou por nosso expositor. Dei-lhe um panfleto (flyer). Depois de analisar o panfleto, disse que a sua esposa entrou para um clube de alto nível social. E as pessoas do Partido Comunista Chinês (PCC) tinham entrado no clube e espalhado mentiras sobre o Shen Yun. O senhor falava pouco inglês, e o meu espanhol não era bom o suficiente para esclarecer-lhe a verdade em profundidade. Nesse momento, o meu colega, um praticante mexicano, aproximou-se e cumprimentou o cliente. Conversou com esse senhor por um longo tempo, começando por explicar como o PCC arruinou a cultura tradicional chinesa, o quão maravilhoso é o Shen Yun e como é bem-vindo entre a sociedade em geral. Aquele senhor soube a verdade, mas não comprou imediatamente bilhetes.
Algumas semanas depois, apenas alguns dias antes da apresentação, quando o shopping tinha acabado de abrir, aquele senhor foi direto ao nosso stand, comprou nove dos bilhetes mais caros, e disse que gostaria de convidar todos os seus netos para apreciarem o espetáculo. O praticante que conversou com ele da última vez não estava lá naquele dia, mas fiquei verdadeiramente agradecido pelos seus esforços e agradeci ao Mestre por me deixar entender o poder de cooperar como um corpo inteiro.
Eliminando os meus apegos à fama e riqueza
No México, trabalhar no shopping pode ser muito intenso. Tinha que trabalhar dez horas ou mais todos os dias, seis dias por semana. O México é um país muito populoso e o tráfego diário é como no Natal, no Canadá. Acordava às 4h da manhã todos os dias para fazer os exercícios e estudar o Fa em grupo às 6h30 da manhã. Depois de me arrumar, ia para o shopping. Normalmente voltava para casa por volta das 23:00 horas.
Inscrevi-me em quatro cursos de MBA. Embora fossem disponibilizados on-line, eu
ainda precisava gastar tempo e esforço para estudar os materiais e terminar o trabalho de casa. Depois de algumas semanas, senti-me muito estressado, porque se eu garantisse que fazer um trabalho de qualidade necessário para a venda de bilhetes para o Shen Yun, eu não tinha energia para estudar. A única solução era deixar para antes do exame quando voltasse para casa.
O meu plano original era voltar assim que o espetáculo na Cidade do México terminasse, já que estava próximo dos meus exames finais. No entanto, o coordenador disse que a terceira apresentação do Shen Yun no México, em Queretaro, também estava com baixos índices de vendas e tinham apenas quatro praticantes locais. O coordenador queria que ficássemos mais alguns dias para ajudar nos stands dos shoppings de Queretaro. Persuadidos pelo coordenador, todos os outros praticantes mudaram as suas passagens de avião para uma data posterior. Eu era o único que não conseguia decidir-me. Os praticantes disseram-me para que voltasse para casa, e terminasse os meus estudos e que eles mesmos poderiam cuidar das vendas.
Talvez o Mestre tenha percebido que eu era muito apegado, por isso ajudou-me a acordar com uma tribulação. Logo pela manhã recebi um e-mail da minha universidade, informando que todas as bolsas para as quais me inscrevi foram recusadas. Isso foi uma surpresa, embora o dinheiro fosse insubstancial. A minha média no semestre anterior foi bastante alta. Também participei como vice-presidente na associação de estudantes e organizei muitos eventos, então pensei que, com certeza, receberia uma bolsa de estudos. Isto foi totalmente inesperado.
A primeira coisa que me veio à mente foi o que o Mestre disse emZhuan Falunsobre livrar-se do apego à fama e à riqueza:
“Um cultivador deve seguir o curso natural. Se algo é seu, você não o perderá; se algo não é seu, você não o terá por mais que lute por isso.” (Sétima Aula, Zhuan Falun, versão 2018)
Então comecei a pensar porque estava tão apegado ao meu trabalho acadêmico. Seguindo o meu pensamento original, percebi que queria ter boas notas para encontrar um emprego decente, o qual era motivado por uma sede de ganhos e riquezas egoístas. No entanto, comparado com o Shen Yun, qual deles tem a maior prioridade? Era óbvio.
Partilhei os meus pensamentos com os praticantes, e todos se sentiram felizes pelo meu xinxing ter se elevado. Quando reservamos as passagens novamente, descobrimos que as mais acessíveis eram para os voos no dia logo após o encerramento do espetáculo em Queretaro. Era a mesma situação para todos nós, embora estivéssemos em direções diferentes. Quando voltei para casa, realmente conclui os meus trabalhos acadêmicos e participei dos principais eventos no Leste do Canadá, incluindo os eventos dos dias 25 de abril e 13 de maio. O Mestre já tinha feito os melhores arranjos.
Lidando com o carma de doença
Quando cheguei pela primeira vez ao México, adaptei-me suavemente ao estilo de vida local. Os outros praticantes chineses não estavam habituados à comida mexicana, mas eu realmente gostei da comida e nunca fiquei doente. Todos brincavam que eu era mexicano na minha vida passada. Os outros praticantes chineses passaram por vários graus de carma de doença quando chegaram, e alguns até bastante sérios, mas eu estava bem.
Uma manhã, a caminho do shopping, o ônibus passou por uma ponte que atravessa o rio. Observei toda a cidade abaixo e um pensamento veio à minha mente: “Existem tantos praticantes capazes na América do Norte, porque fui escolhido pelo Mestre para vir ao México? Talvez na história tivesse feito um voto com os seres sencientes para salvá-los neste lugar, e devo fazer o meu melhor para cumpri-lo.” Depois disso, cheguei ao stand.
Naquela tarde, o meu corpo começou a tremer, mesmo que não tivesse experimentado nenhum carma de doença nos últimos cinco ou seis anos. À noite, quando voltei ao hotel, senti cada vez mais frio, embora a temperatura fosse de 20 graus (68° F). Os praticantes encontraram quatro cobertores grossos de lã para me cobrirem, mas ainda assim, sentia-me congelado até aos ossos. Não consegui dormir e não consegui concentrar-me quando enviei pensamentos retos. Continuava a pedir ajuda ao Mestre. Algumas vezes pedi ajuda em voz alta. Mas, não senti medo.
Enquanto me sentia confuso, pensava que no dia seguinte era fim de semana, e que o shopping precisava de mais praticantes, por isso não poderia faltar ao meu turno. Finalmente, durante a madrugada, passei do frio ao calor intenso. Essa tribulação durou a noite toda até de manhã, e então estudei o Fa com todos.
O coordenador pediu-me para descansar. Dormi um pouco e depois acordei para fazer os exercícios e senti-me muito melhor, então fui ao shopping à tarde. Durante os próximos dois dias, não senti muito frio ou calor. Mas ainda não conseguia comer nada e vomitei tudo o que comi, então só bebi água. Foi realmente milagroso que a minha mente estivesse tão clara no stand e não senti nenhuma fome. Trabalhei no stand o dia inteiro sem sentir fadiga.
Este carma de doença veio e saiu como um flash. A minha iluminação sobre esse assunto foi que eu precisava suportar pelos meus seres sencientes e, ao mesmo tempo, eliminar os seres corruptos em outras dimensões.
O Mestre disse:
“Especialmente durante o período da retificação do Fa, todas as vidas positivas e negativas estão pensando em serem salvas, inclusive os Deuses imensos e ilimitados em níveis após níveis mais altos, especialmente os seres conscientes nesses mundos. Por isso, todos eles colocaram um pé no mundo humano, nos Três Reinos; acaso eles poderiam perder esta oportunidade de se salvar, oportunidade que não se encontra nem em milhões de kalpas? “Você tem que me salvar”; todos dizem: “Você tem que me salvar, você tem que me salvar”, porém a forma em que isso se manifesta não é segundo a lógica e as razões do mundo humano, na qual, quando pede algo, tem que ser de forma muito cordial, muito humilde: “Você vai me salvar, então, primeiro devo lhe agradecer; eu lhe darei algo proveitoso”; mas não ocorre desse modo. Da forma como eles veem: “Para você poder me salvar, você terá que chegar ao meu nível. Deve ter tal poderosa virtude, pois só assim pode me salvar. Se você não tem tão poderosa virtude, se não chegou tão alto como eu, como poderá me salvar?” Então, ele fará que você tropece, que sofra tribulações, que elimine seus apegos, pois só depois que você tiver estabelecido sua poderosa virtude e tiver se cultivado ao nível dele, é que poderá salvá-lo; todos eles agem dessa maneira.” (“Os discípulos do Dafa devem estudar o Fa”, Fahui realizado em Washington DC, 2011)
Por outro lado, sinto que as velhas forças encontraram uma brecha e aproveitaram-se de mim. Quando vi outros praticantes lidarem com o carma da doença, exibi-me e empolguei-me. Pensei que tinha mais capacidades de adaptação a um novo ambiente do que os outros, e que não sofri nenhum impacto pelo ar poluído, comida ou água. Percebi que a poluição era apenas uma ilusão na superfície. Na essência, deveria negar as tribulações forçadas em mim com pensamentos retos.
Atendendo ao padrão do Fa
Esta experiência de um mês foi um período intenso de cultivo para mim, e também conheci muitos mexicanos predestinados através da venda de bilhetes para o Shen Yun. Deparei-me com muitas histórias emocionantes, mas não quero listar todas. No entanto, no final, todos os espetáculos esgotaram na Cidade do México e em Queretaro, porque todos colaboraram bem uns com os outros.
Na noite de estreia no México, sentei-me em um canto que foi disponibilizado em última hora antes do espetáculo. Quando me virei para olhar para o teatro cheio com 5 mil pessoas, além dos assentos adicionais que foram disponibilizados, os meus olhos encheram-se de lágrimas. Atendemos aos requisitos do Mestre, ao encontrar todas as pessoas que deveriam comparecer ao espetáculo, e elas estavam sentadas nos lugares que lhes pertenciam. Esse sentimento era indescritível. Também despertou uma sensação de vergonha e arrependimento, uma vez que não nos saímos tão bem em Quebec. O resultado final sempre refletirá o quanto nos dedicamos para fazer isso acontecer. Desde então, sabia que tipo de atitude deveria trazer comigo para a promoção do Shen Yun do próximo ano em Montreal.
Penso que durante a retificação do Fa, mesmo que todo o praticante esteja contando os minutos e segundos para tentar salvar as pessoas, o Mestre ainda está ensinando meticulosamente que devemos nos cultivar para atender ao padrão do Fa. Também sinto que, pelo coração e pelos esforços colocados no projeto, não se pode forçá-lo, pois baseia-se na profunda compreensão do Fa.
Quando se mantém pensamentos retos, naturalmente terá a determinação e a motivação para superar as tribulações. Quando parecer ser impossível, veja se é possível. Ao mesmo tempo, devemos refletir sobre o nosso próprio comportamento, sendo guiados pelo Dafa, ao analisar cada pensamento para ver se ele veio da consciência principal, do apego, do egoísmo, do carma do pensamento ou se foi imposto pelas velhas forças. Para essas fontes, devemos enviar pensamentos retos inabaláveis para eliminá-las e negá-las.
(Apresentado na Conferência do Fa no Canadá em 2019)
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