(Minghui.org) Durante os primeiros anos da perseguição, havia um campo de trabalho forçado em nossa região, onde um grande número de praticantes era detido ilegalmente. Esse campo de trabalho era conhecido por cometer muitos atos malignos, e um número incontável de praticantes ficou inválido ou foi perseguido até a morte lá.

Certa vez, peguei um ônibus de longa distância para distribuir materiais de esclarecimento da verdade na cidade do condado onde ele estava localizado. Descobri então que o campo de trabalho não ficava na cidade, mas em algum lugar no interior. Distribuí os folhetos que trouxe comigo e ainda sobrou uma pequena quantidade.

Almocei em uma lanchonete perto da rodoviária. Alguns dos clientes eram motoristas de táxi. Enquanto conversavam, alguém mencionou que muitas mulheres haviam sido enviadas recentemente para o campo de trabalho. Perguntei como chegar ao campo de trabalho. Um deles disse que havia várias divisões no campo de trabalho e que nem todas ficavam no mesmo lugar. Ele perguntou para qual eu queria ir, e eu respondi: “Vou para a divisão que você acabou de mencionar”. Ele então se ofereceu para me dar uma carona em seu carro e me mostrar onde ir. Isso foi mais do que uma mera coincidência, deve ter sido um arranjo do Mestre.

O campo de trabalho ficava próximo à margem de um rio e era cercado por muros altos. Era muito desolado e distante da estrada principal. Saí do carro e caminhei cerca de 500 metros por uma estrada de terra para chegar mais perto. Esse campo de trabalho ficava próximo à margem pantanosa de um rio com muitos salgueiros grandes. Havia uma pequena estrada de asfalto em mau estado serpenteando ao longo da margem do rio. Estava muito quente, com apenas alguns pedestres por perto. De pé no aterro, eu podia ver o interior do campo de trabalho.

Enviei pensamentos retos enquanto caminhava ao redor do muro. Pendurei algumas pequenas faixas e amarrei alguns folhetos e uma cópia do Informativo do Minghui a um graveto e joguei dentro do campo de trabalho. Eu esperava que os praticantes lá dentro se sentissem encorajados ao vê-los e que os malfeitores ficassem assustados. Então voltei para casa.

Um colega praticante veio me visitar alguns dias depois. Ele trabalhava na capital provincial, mas foi forçado a se demitir devido à pressão do seu local de trabalho. Enquanto conversávamos, ele disse que queria ir ao campo de trabalho forçado para instalar um alto-falante para esclarecer a verdade. Aparentemente, praticantes em muitas partes do nosso país estavam usando alto-falantes para transmitir a verdade. Eu respondi: “Que coincidência, eu estive lá há pouco tempo, então estou familiarizado com a área circundante e as condições das estradas”. Então, fizemos um plano para ir.

Depois que o praticante foi embora, pensei... Será que isso também foi uma mera coincidência? Parecia que minha viagem anterior ao campo de trabalho forçado foi uma preparação para esta viagem que estava por vir! Percebi que, quando temos um simples desejo de ajudar o Mestre a salvar as pessoas, ele não apenas abre o caminho, mas também nos dá a poderosa virtude para ter sucesso. Pegamos um ônibus de longa distância no dia da nossa partida. O ônibus tinha um bagageiro no teto, então subimos para amarrar uma bicicleta nele, pois não haveria ônibus de volta à noite.

Quando chegamos ao local do campo de trabalho, nos escondemos em um grande milharal para esperar até escurecer. Enviamos pensamentos retos por um longo tempo. Estava muito silencioso, exceto pelo som periódico de um apito vindo da estrada à distância. Quando escureceu, o outro praticante exclamou: “Vamos começar!”

Saímos do milharal com nossas mochilas nas costas; deixamos nossa bicicleta para trás. Quando chegamos ao dique, pudemos ver as luzes do campo de trabalho e, ocasionalmente, pessoas andando por lá. Queríamos colocar o alto-falante em um grande salgueiro. A árvore era grossa e alta, e os galhos ficavam muito acima do solo.

Eu costumava subir em árvores quando era criança, mas não fazia isso há anos. Enquanto contemplava aquela grande árvore, abaixei a voz e disse: “Esta árvore não é fácil de escalar”. Meu colega disse que tentaria. Perguntei: “Você consegue?” Ele respondeu que sim. Então, agachei-me, segurei a árvore com as duas mãos e disse: “Pise nos meus ombros e eu vou me levantar, assim será mais fácil para você escalar”. Ele hesitou por um momento e perguntou: “Tem certeza de que está tudo bem?” Eu respondi: “Sem problema, vá em frente!” Ele subiu nos meus ombros, enquanto eu me levantava lentamente.

Eu o observei subir e, na verdade, me senti culpado porque eu tinha crescido no campo e deveria ter sido eu quem iria subir na árvore, mas empurrei o fardo para ele. Isso não foi apenas porque eu tinha medo das dificuldades. Na verdade, foi uma forma de egoísmo. O Mestre exige que os praticantes sejam altruístas e pensem primeiro nos outros. Superficialmente, era apenas subir em uma árvore, mas, na realidade, havia fatores de superação de testes no cultivo real. Eu não fiz o que deveria ter feito naquele momento crítico. Muitos anos se passaram desde então e, quando penso nessa cena, ainda me sinto culpado.

Ele subiu. Desceu a corda e puxou o grande saco com equipamentos e ferramentas. Dessa forma, o trabalho na árvore dependia apenas dele. Comecei a me concentrar em enviar pensamentos retos debaixo da árvore e pedi ao Mestre que nos ajudasse a ter sucesso. O tempo passava, minuto a minuto, e parecia uma eternidade. Eu não me importava com quantos mosquitos rastejavam nas minhas costas e nem sentia as picadas. Ocasionalmente, um agricultor passava pela margem do rio em um trator, então eu me abaixava na grama.

O praticante continuava trabalhando na árvore. Às vezes, ele usava uma pequena lanterna, mas logo a desligava. Ele a usava repetidamente. Felizmente, os galhos e as folhas eram densos, e a luz não era facilmente vista de longe. Ocasionalmente, ouvia-se o som de pequenos galhos quebrando. O mais incrível naquele momento era que se ouvia música vinda do campo de trabalho. Era caótica e alta, e abafava os nossos sons. Senti que o Mestre estava cuidando de nós e nos fortalecendo.

O praticante na árvore finalmente baixou a corda e desceu. Ele disse que amarrou um pedaço de plástico sobre o equipamento para impedir que a chuva caísse sobre ele. Caso contrário, ele teria descido mais cedo. Ele disse: “Vamos embora. O botão foi ativado e o programa começará a ser transmitido em algumas dezenas de minutos”.

No caminho para casa, nos revezamos para pedalar a bicicleta. Foi muito relaxante e agradável. Estávamos com fome e compramos uma pequena melancia no caminho. Era tarde da noite quando chegamos em casa.

Sempre quisemos saber se o programa de esclarecimento da verdade foi transmitido com sucesso pelo alto-falante. Mais tarde, ouvi de praticantes que saíram do campo de trabalho que eles ouviram a transmissão e que o som estava muito claro. Os guardas ficaram confusos e até dispararam armas. Eles encontraram o alto-falante no dia seguinte.

Quando temos uma intenção pura que está de acordo com o Fa e é benéfica para salvar seres sencientes e eliminar o mal, receberemos a afirmação e a ajuda do Mestre. Ele fará os arranjos para nos ajudar a alcançar o sucesso. Obrigado, Mestre!