(Minghui.org) O Minghui.org havia noticiado, em 31 de março de 2025, a sentença de cinco anos e meio de prisão imposta a uma moradora do Condado de Zhengding, na Província de Hebei, por praticar o Falun Gong. Esta nova reportagem traz informações adicionais obtidas pelo Minghui.org sobre a prisão, o indiciamento, o julgamento e a sentença da Sra. Li Guoying.
Prisão
A Sra. Li foi detida na noite de 18 de julho de 2023, enquanto fazia compras em uma loja de conveniência na Vila Yongan, a caminho de casa após o trabalho. Foi cercada por várias pessoas que a questionaram se praticava o Falun Gong. Ao responder que sim, eles a agarraram e a polícia foi acionada. Ela foi levada à Delegacia de Polícia de Chezhan, nas proximidades.
Mais tarde, soube que um morador havia encontrado um panfleto do Falun Gong em sua residência e o entregou a um funcionário da aldeia. Coincidentemente, o funcionário estava em patrulha e viu a Sra. Li na loja. Sabendo que ela não era moradora local, concluiu, sem evidência, que poderia ser ela a responsável pela distribuição do material.
Capitão da polícia a deixa inconsciente
Nas primeiras horas do dia 19 de julho de 2023, agentes da Delegacia de Chezhan forçaram a Sra. Li a levá-los até sua casa. Ficaram surpresos ao encontrar a porta aberta e todas as luzes acesas. Nenhum familiar estava presente, mas o capitão Wang Xiaofeng, da Divisão de Polícia Criminal de Chengqu, vasculhava a residência com mais de dez agentes.
A Sra. Li, imediatamente, percebeu que Wang tentava se creditar pela prisão e se vingar dela por antigos conflitos com sua esposa, dona de uma loja de roupas onde Li trabalhou no passado. Na época, a esposa de Wang havia exigido tarefas que violavam os princípios do Falun Gong, Verdade, Compaixão e Tolerância. A Sra. Li se recusou, pediu demissão e, desde então, o casal nutria ressentimento contra ela.
Ao confrontar Wang por invadir sua casa sem mandado judicial e exigir que se afastasse do caso por conflito de interesses, o oficial reagiu violentamente. Em um acesso de fúria, a empurrou com força, fazendo com que sua cabeça batesse no canto de uma mesa. A Sra. Li perdeu a consciência na hora.
Provas forjadas
Quando recobrou os sentidos, a Sra. Li estava na Divisão de Segurança Doméstica do Condado de Zhengding. O capitão Wang aproximou-se e ordenou que ela assinasse e colocasse suas digitais em uma lista de itens supostamente apreendidos em sua casa. Ao examinar a lista, ela ficou chocada ao ver objetos que não lhe pertenciam, como uma impressora quebrada.
Como nenhum familiar presenciou a ação policial, a relação de itens não foi verificada conforme exige a lei. Estava claro que Wang havia inserido uma grande quantidade de materiais informativos sobre o Falun Gong para incriminá-la. Embora não seja ilegal produzir ou possuir esses materiais, a Sra. Li não tinha tal volume em sua residência. Ela se recusou a assinar e voltou a denunciar o abuso.
Wang, então, ficou ainda mais agressivo. Agarrou a mão da Sra. Li, forçou seus dedos e pressionou suas digitais na lista.
Na sequência, convocou dois funcionários da Vila Yongan para prestarem falso testemunho contra ela. Também organizou mais de doze cópias de materiais do Falun Gong sobre uma mesa, tirou fotos e registrou como se tivessem sido “distribuídos” por Li no dia da prisão. Adicionalmente, anexou um vídeo gravado por celular em que ela aparecia sendo detida na loja de conveniência.
Todo esse “conjunto probatório” foi submetido ao Departamento de Polícia da Cidade de Shijiazhuang, órgão que supervisiona o Condado de Zhengding, para suposta autenticação.
Logo depois, Wang encaminhou o caso à Procuradoria do Condado de Zhengding e ainda extorquiu 1.000 yuans da filha da Sra. Li para cobrir o “tratamento médico” da mãe após o desmaio, embora nenhuma assistência médica tenha sido prestada após a agressão.
Indiciamento e sentença sem base legal
A promotora Tian Ye foi designada ao caso. Ela apresentou denúncia contra a Sra. Li e encaminhou o processo ao Tribunal do Condado de Zhengding, sem sequer investigar as provas forjadas pela polícia, como exige a lei.
Na primeira audiência, em 6 de março de 2024, o advogado da Sra. Li declarou sua inocência e denunciou o abuso policial, a invasão sem mandado, a agressão que a deixou inconsciente e a falsificação da lista de apreensões. Também acusou a promotora Tian de proceder com a acusação sem qualquer respaldo legal. Tian não apresentou nenhuma evidência em juízo que sustentasse as alegações.
Na segunda audiência, em 21 de março de 2024, a filha grávida da Sra. Li, a Sra. Song Danxi, atuou como defensora legal não-oficial da mãe.
Song relatou como o Falun Gong havia restaurado a saúde da mãe, que sofria de complicações após o parto em 1994 e não encontrou alívio com nenhum tratamento convencional. Pouco depois de iniciar a prática do Falun Gong, em 1998, os sintomas desapareceram.
Segundo ela, o cultivo também transformou o caráter da Sra. Li, tornando-a mais compassiva. Mesmo após o divórcio, ela continuou cuidando dos pais do ex-marido. Quando o avô paterno faleceu, seguiu assistindo a avó paterna com dedicação. A nova prisão da Sra. Li devastou ambas as avós, que passaram a chorar frequentemente.
Song argumentou que sua mãe jamais deveria ter sido presa por exercer o direito constitucional de seguir uma crença espiritual que salvou sua vida.
Sistema Judiciário conivente
O juiz presidente suspendeu a sessão. Após a audiência, Song abordou a promotora Tian e pediu que desistisse do caso. A promotora respondeu que o processo já não estava sob sua alçada. Song procurou o Departamento de Polícia do Condado de Zhengding, que a orientou a falar com o juiz.
O juiz informou que o caso havia sido encaminhado ao Tribunal Intermediário da Cidade de Shijiazhuang para revisão. Embora, por lei, os tribunais de primeira instância possam decidir de forma autônoma, os tribunais intermediários frequentemente intervêm em casos envolvendo o Falun Gong, ratificando sentenças e rejeitando recursos.
Song procurou diversas agências governamentais, mas nenhuma se dispôs a ajudar. Sua avó materna, com 80 anos de idade, faleceu enquanto o processo ainda estava em andamento.
Ela ainda nutria a esperança de ver a mãe em liberdade a tempo de presenciar o nascimento do neto. No entanto, a criança nasceu e a Sra. Li permanecia detida. Em março de 2025, a família recebeu a notificação oficial: cinco anos e meio de prisão e multa de 30.000 yuans.
Enquanto recorre da condenação injusta, a Sra. Song moveu queixas formais contra o policial Wang, a promotora Tian e outros envolvidos junto à Procuradoria da Cidade de Shijiazhuang, ao Comitê de Assuntos Políticos e Jurídicos do Condado de Zhengding, ao Congresso Popular local, ao Tribunal do Condado e demais instituições.
Artigo relacionado em inglês:
Copyright © 2025 Minghui.org. Todos os direitos reservados.