​Ajudando duas de minhas alunas

(Minghui.org) No final de 2020, alguns meses antes de me aposentar, o Partido Comunista Chinês (PCC) me demitiu de meu emprego não governamental porque me recusei a parar de praticar o Falun Dafa. Isso foi inesperado, mas não fiquei desanimada. Enquanto o PCC fechava uma porta, nosso compassivo Mestre Li (o fundador do Falun Dafa) abriu duas janelas para mim. Encontrei emprego de professora particular e minha renda era a mesma.

Após um ano, ao olhar para trás, percebo que, de todas as pessoas do mundo, eu estava predestinada a conhecer os alunos que orientei. A seguir, histórias sobre dois deles.

HanHan

HanHan, uma garota alegre e adorável, foi uma das alunas que tive como tutora. Ela tinha boas habilidades sociais, mas precisava melhorar na matéria que eu ensinava. No ensino fundamental, ela se saiu muito bem nas outras matérias, mas seus colegas no geral tiraram notas melhores do que ela nessa matéria. Mesmo tendo aulas particulares ela não conseguiu passar nessa matéria no ensino médio. No entanto, sua mãe já havia contratado vários tutores para ela no passado. No dia em que nos conhecemos, ela me disse que não tinha confiança de que conseguiria aprender essa matéria porque todos a consideravam burra.

Minha principal prioridade era ajudá-la a desenvolver sua confiança e fazê-la parar de pensar que era burra. Adaptei-me à sua maneira de aprender para poder elaborar e resolver as perguntas de forma que ela pudesse entender. Ela tentou responder a todas as minhas perguntas durante nossas sessões. Portanto a elogiava por sua boa caligrafia, respostas claras e respostas rápidas a perguntas específicas. Nós nos dávamos muito bem, e aos poucos, HanHan foi se tornando mais confiante e respondia corretamente a mais perguntas.

Um dia, toda animada, HanHan me disse que finalmente havia passado no exame intermediário desta matéria. Ela disse com sinceridade: “Professora, você é a primeira pessoa a achar que eu não sou burra! Na frente de toda a classe, os professores das minhas três matérias principais sempre me “elogiavam” dizendo que eu não era inteligente, mas que me esforçava muito para melhorar minhas notas.” Isso me fez ficar sem palavras.

A mãe de HanHan disse: “Antes de um exame, HanHan não queria que eu a culpasse se ela não se saísse bem. Ela disse que você é paciente e gentil, explica as coisas com clareza e ela entende o que você diz. Ela disse que seria ela a culpada se não passasse. Ela também prometeu se esforçar mais e pediu que eu mantivesse a senhora como tutora dela.” Que criança adorável! Desabei em lágrimas.

A mãe dela também disse: “Ouvi falar de você pelas mães de dois colegas de HanHan na escola primária. Elas lecionaram em sua antiga escola e disseram que você era uma boa pessoa. Estou confiante de que posso deixar a instrução de HanHan com você!”

Suas palavras significaram muito para mim. Na escola anterior, me dava bem com as pessoas de acordo com os princípios Verdade-Compaixão- Tolerância. Estava feliz por ter um crédito para o Falun Dafa.

LiLi

LiLi estava no primeiro ano do ensino médio, porém sua mãe e sua avó disseram que ela não gostava de estudar e não tinha uma boa base acadêmica. Percebi seus sentimentos de impotência.

Um começo difícil

Preparei o programa de estudos cuidadosamente e o expliquei a LiLi com entusiasmo no primeiro dia. Ela cooperou bastante, mas notei que ela escrevia com uma incrível lentidão. Ela pensava por um longo tempo antes de escrever um ideograma, e nenhum dos ideogramas que ela escreveu estava completo. Em meus mais de 30 anos de ensino, ela foi a primeira aluna que encontrei com essa dificuldade de aprendizado. Pacientemente, eu lhe instrui para escrever as palavras corretamente e em tempo hábil.

Embora ela tenha prometido escrever mais rápido, não o fez. Aquela sessão parecia interminável, e parecia que um balde de água fria havia sido jogado sobre meu entusiasmo, com isso minha mente ficou acelerada. No entanto, como praticante do Dafa, olhei para dentro de mim e dei o meu melhor para que a aula corresse bem.

Quando cheguei em casa, pensei: “Eu estava predestinada a conhecer essa aluna, pois apesar disso, seus pais dirigiam uma escola. Eles sabiam da minha situação e, mesmo assim, me pediram para ensinar sua filha sem hesitar. Eles devem conhecer os fatos sobre o Dafa. Eu deveria fazer o meu melhor para ajudar LiLi a melhorar. Portanto deveria demonstrar a mente aberta e o coração bondoso de um praticante e ajudá-los a reconhecer mais o Dafa”.

No dia seguinte, terminei o conteúdo do curso com grande interesse. Observei-a calmamente aplicando os teoremas. Ela escreveu palavras e respondeu às perguntas uma a uma. Pacientemente, expliquei as coisas que estavam incorretas. No entanto ainda precisava melhorar sua lentidão e acelerar mais.

Além disso, às vezes ela fazia perguntas irrelevantes enquanto eu estava explicando outra coisa. Portanto sempre a lembrava repetidamente de ouvir e se concentrar em uma coisa de cada vez. Levei mais de duas horas para concluir a aula que poderia ter sido feita em 90 minutos. Contudo já estava exausta quando terminamos.

LiLi não tirou boas notas em nenhuma disciplina nos primeiros exames mensais, e sua pontuação na matéria que eu ensinei também ficou muito abaixo do esperado. Ela me disse que o professor da sala de aula comentou sobre seu desempenho no geral como sendo “inferior”. Portanto fiquei com pena dela, pois seus pais se sentiriam ainda pior quando vissem suas notas.

LiLi é uma boa criança. Quando não havia aula, ela fazia o dever de casa em silêncio ou brincava sozinha na sala de aula. Infelizmente, seu professor ignorou todos os seus pontos fortes. De acordo com o PCC, os adultos julgam uma pessoa apenas por seu poder aquisitivo, e muitos professores julgam um aluno por suas notas.

À medida que a tutoria avançava, LiLi e eu nos familiarizamos mais uma com a outra. Um dia, ela me disse que já havia tirado apenas 20 pontos nessa matéria. Perguntei a ela por que não havia contratado um professor particular antes. Lili disse: “O professor do meu pai me dava aulas particulares, mas ele parou de vir depois de algumas aulas. Você não vai fugir, vai?”

Quando ela disse isso, lembrei-me de que, quando ocasionalmente colocava meu casaco durante a aula, porque estava com frio, ela me perguntava se ia embora. Obviamente, os comentários de seus ex-professores e o fato de ter sido abandonada por seu tutor prejudicaram psicologicamente essa pobre criança.

Eu lhe disse: “Desde que você estude muito e melhore, sempre cuidarei de você. Se você não prestar atenção e não progredir, depois de algum tempo eu ficaria muito envergonhada para ensiná-la. Isso não significaria que você indiretamente me demitiu? Portanto, temos de trabalhar juntas. Por exemplo, se você sempre deixa um traço de fora quando escreve um caractere, mesmo que eu tenha apontado a correção necessária muitas vezes, e você não muda, pense nisso, aquelas palavras que você escreveu sem braços e pernas não eram lamentáveis?”

A partir de então, Lili quase não escreveu nenhum personagem de forma incorreta. Certamente foi um golpe de sorte, e vi a bondade em meu coração.

Para evitar que ela ficasse para trás, eu a ensinava todos os dias, chovesse ou fizesse sol, mesmo tendo que andar de bicicleta elétrica por mais de 20 minutos em dias de neve para chegar à casa dela. Em uma noite chuvosa, meu pneu furou. Sem conseguir encontrar uma oficina mecânica depois de escurecer, liguei para meu marido para me buscar. Como ele não sabia exatamente onde eu estava, teve de dirigir de um lado para o outro várias vezes antes de me encontrar.

Posso cultivar em qualquer ambiente. Também sei que dar aulas particulares era uma jornada de cultivo.

A família de LiLi, tem um relacionamento predestinado com o Dafa

Depois de seis meses, LiLi havia feito um progresso significativo. Agora, ensiná-la exigia menos esforço.

Um dia, depois de nossa aula, a avó de LiLi me deu um cachecol de lã. Tentei de várias formas recusar, mas sua sinceridade não me deixou escolha. Depois disso, me senti envergonhada por ter aceitado o presente. Pensei em devolvê-lo várias vezes, mas nunca o fiz.

Um dia, dei um presente à avó de LiLi em retribuição, disse-lhe: “Irmã, este é o meu presente para você. A senhora precisa aceitá-lo. O pai de LiLi sabe que eu pratico o Falun Dafa. Eu preferiria perder meu emprego a abandonar minha prática. Com o Dafa, entendo o significado de “sem perda, sem ganho”. É impróprio aceitar um presente sem motivo. O Falun Dafa é uma prática espiritual baseada nos princípios Verdade-Compaixão-Tolerância. Ele ensina as pessoas a cultivarem seu xinxing e a serem gentis”.

Naquele momento, nós duas estávamos chorando. Continuei a falar: “A propaganda sobre o Falun Dafa na TV é totalmente falsa. O PCC está enganando o mundo. Vocês serão abençoados se recitarem com frequência ‘Falun Dafa é bom! Verdade-Compaixão-Tolerância é bom!’ As crianças ao seu redor também serão beneficiadas. Algumas pessoas foram salvas durante a pandemia porque recitaram essas frases auspiciosas.”

A avó de LiLi perguntou se ela poderia recitar as frases mesmo sendo budista. Então respondi: “Não há nenhum problema! Se você as disser com sinceridade, sentirá isso. Você pode tentar”.

Ela disse: “LiLi tem muita sorte de ter você como tutora. O secretário onde trabalho também é praticante. Ele foi preso e mantido em um centro de detenção por 15 dias por praticar o Falun Dafa, e foi destituído de suas funções. Na época, eu era a secretária. Recusei-me a permitir que os agentes da Agência 610 revistassem seu escritório. No dia seguinte, limpamos sua mesa e encontramos muitos livros do Dafa nas gavetas. Guardamos os livros em um local seguro para ele. Havia também muitos cupons de assistência social que ele não havia resgatado. Ele era muito popular em meu local de trabalho”.

A avó de LiLi estava com aproximadamente com 60 anos, mas parecia muito mais jovem do que seus colegas. Ela era muito gentil e tinha um temperamento equilibrado. Ela preparava uma xícara de chá para mim antes de cada aula. Certa vez, quando cheguei dez minutos mais cedo do que o normal, ela e LiLi já estavam lá. Ela disse: “LiLi, você tem uma professora maravilhosa! Você precisa estudar muito.” LiLi e eu sorrimos.

Das alunas que eu orientava, LiLi era a que morava mais longe e tinha a pior base acadêmica, e seus pais eram os que menos me pagavam. Por que eu não queria desistir dela? Deve ter sido porque a família de LiLi tinha uma predestinação com o Dafa, e eu queria honrar esse vínculo sagrado. Senti que poderia ajudá-la a melhorar suas notas.