(Minghui.org) Uma mulher de 84 anos no distrito de Jiangbei, Chongqing, foi recentemente indiciada por causa de sua fé no Falun Gong, uma prática para aprimoramento de mente e corpo que tem sido perseguida pelo Partido Comunista Chinês desde julho de 1999.
Antes de se aposentar, a Sra. Zhang Xingchao foi vice-presidente do Comitê Permanente do Congresso do Povo da cidade de Wofo, distrito de Tongnan, Chongqing. Ela escreveu uma carta ao secretário do Comitê de Assuntos Políticos e Jurídicos do Distrito de Yubei no ano passado ao ler notícias sobre sua participação na perseguição aos praticantes locais do Falun Gong. Para sua própria segurança, ela deixou a carta no correio da rua Datong, no distrito de Yuzhong.
Os correios interceptaram a carta e a entregaram à Delegacia de Polícia de Daomenkou, no distrito de Yuzhong. A polícia examinou os vídeos de vigilância e determinou que a Sra. Zhang havia entregado a carta. Eles então entregaram o caso ao distrito de Yubei porque o destinatário pretendido da carta estava naquele distrito.
Mais de 20 agentes do Escritório de Segurança Doméstica do Distrito de Yubei e delegacias de polícia sob sua supervisão invadiram a casa da Sra. Zhang um pouco depois das 8h do dia 8 de julho de 2022. Eles perguntaram se ela havia enviado a carta e ameaçaram o filho, dizendo que seriam afetados se a Sra. Zhang continuasse praticando o Falun Gong. Eles confiscaram seus livros do Falun Gong e colocaram pessoas do lado de fora de sua casa para monitorá-la. Mais tarde, a polícia também assediou ela e seu filho por telefone várias vezes.
A polícia chegou em três viaturas e assediou a Sra. Zhang em casa em 10 de setembro de 2022 (Festival do Meio Outono) e ameaçou transformar seu caso em um caso grave.
Ela recebeu uma notificação da Procuradoria do Distrito de Jiulongpo em 16 de junho de 2023 dizendo que havia sido indiciada.
Todos os distritos mencionados acima estão entre os 26 distritos de Chongqing.
Perseguição passada
A Sra. Zhang costumava sofrer de hérnia de disco, pielonefrite (infecção bacteriana que causa inflamação dos rins), hipotensão (pressão arterial anormalmente baixa), anemia e artrite reumatóide. Ela teve que tomar pílulas o ano todo, mas nada ajudou muito. Entretanto, todos os seus sintomas desapareceram logo depois que ela iniciou a prática do Falun Gong em 12 de janeiro de 1997. Como tal, ela nunca vacilou em sua fé depois que a perseguição começou em 1999.
Antes de seu último episódio de perseguição, ela foi presa várias vezes e recebeu um ano de trabalho forçado após uma das prisões.
A Sra. Zhang e duas outras praticantes decidiram ir a Pequim apelar para o Falun Gong em dezembro de 1999, mas agentes da Delegacia Ferroviária as prenderam antes que pudessem fazer a viagem. A polícia as deteve por mais de dez horas antes de levá-las à Estação Ferroviária de Chongqing, onde agentes do Escritório de Segurança Doméstica do Distrito de Tongnan as esperavam com algemas.
A polícia confiscou da Sra. Zhang um livro do Falun Gong e mais de 1.000 yuans em dinheiro. Naquela noite, a polícia manteve intencionalmente as três mulheres em uma cela masculina. Na manhã seguinte, elas foram transferidas para o Centro de Detenção do Distrito de Tongnan. Cada praticante tinha um preso que a vigiava o tempo todo e foram ordenadas a escreverem declarações de garantia para renunciar à sua fé no Falun Gong.
A Sra. Zhang foi libertada sob fiança de 4.000 yuans um mês depois. Ela foi ordenada a se apresentar à polícia regularmente e pedir permissão se quisesse sair de casa.
A polícia prendeu a Sra. Zhang novamente em fevereiro de 2000 e a manteve em um centro de detenção por mais de quatro meses.
A Sra. Zhang conseguiu viajar para Pequim em 1º de julho de 2000, para apelar pelo Falun Gong. Ela foi presa na Praça da Paz Celestial. A polícia a socou e a chutou antes de levá-la para a Delegacia da Paz Celestial. Ela foi transferida para o Departamento de Polícia do Distrito de Daxing em Pequim naquela tarde. A polícia a transferiu novamente no meio da noite, levando-a a uma delegacia a mais de 100 quilômetros de distância.
Nos dias seguintes, policiais da distante delegacia espancaram e xingaram a Sra. Zhang todos os dias, tentando forçá-la a revelar seu nome e endereço. Ela se recusou a obedecer e, mais tarde, foi levada para o Centro de Detenção do Distrito de Daxing, onde todos os praticantes que se recusaram a revelar seus nomes tiveram seu sangue coletado à força. Ela soube mais tarde que as coletas de sangue eram para determinar se os praticantes seriam bons doadores na horrenda extração de órgãos do regime comunista de praticantes vivos do Falun Gong.
Em 16 de julho de 2000, todos os praticantes que se recusaram a revelar seus nomes foram transferidos para diferentes instalações em Tianjin. A Sra. Zhang foi levada para o Centro de Detenção do Condado de Wuqing, onde os guardas conseguiram descobrir seu nome e endereço. Em 23 de julho de 2000, o Escritório de Ligação do Departamento de Polícia de Chongqing em Pequim a pegou e a levou de volta a Chongqing dois dias depois. Ela foi mantida em um centro de detenção por mais de um mês antes de ser transferida para o Campo de Trabalho Feminino de Chongqing, onde ficou detida por um ano e um mês.
No campo de trabalho, a Sra. Zhang foi forçada a andar em postura militar ou sentar em um banquinho de 10 cm de altura com as mãos no colo todos os dias. Se sua posição de caminhar ou sentar se desviasse um pouco dos padrões dos guardas, ela seria espancada ou agredida verbalmente pelos dois presos designados para vigiá-la. Às vezes, eles a denunciavam aos guardas, que então impunham punições mais severas a ela.
O longo período no banquinho fez com que suas nádegas infeccionassem e exsudasse pus. A dor era insuportável.
Os guardas também forçaram a Sra. Zhang a ler ou assistir materiais difamando o Falun Gong e escrever “relatórios de pensamento”. Visitas familiares foram proibidas porque ela se recusou a desistir de sua crença.
Os guardas também a faziam trabalhar sem remuneração. Ela foi privada de sono e ameaçada de prorrogação do prazo quando não conseguiu terminar sua cota de trabalho.
A Sra. Zhang deveria ser libertada em agosto de 2001, mas a Agência 610 do Distrito de Tongnan ameaçou levá-la a um centro de lavagem cerebral se ela ainda se recusasse a renunciar à sua fé. Na época, seu marido estava gravemente doente e seu neto de sete meses precisava que ela cuidasse dele (seus pais não podiam pagar uma babá profissional). Sob tal circunstância, a Sra. Zhang escreveu uma declaração para renunciar à sua fé contra sua vontade. Só então ela foi liberada.
A Sra. Zhang foi presa outra vez em outubro de 2003, enquanto divulgava materiais informativos do Falun Gong. Agentes da Delegacia de Polícia da Vila Yuhua a interrogaram e a torturaram. Eles a libertaram por não conseguir reunir evidências incriminatórias contra ela.
A mesma delegacia de polícia prendeu a Sra. Zhang novamente em 2004, depois que ela foi denunciada por distribuir materiais informativos sobre o Falun Gong. A polícia a interrogou por quase sete horas seguidas. Ela se recusou a responder às suas perguntas. Eles então telefonaram para o filho dela da delegacia e ameaçaram detê-la. Porém, por falta de provas, a polícia acabou dando-lhe uma advertência em vez da detenção administrativa. Eles assediaram seu filho em seu local de trabalho três dias depois e ordenaram que seu supervisor o demitisse se ele não “disciplinasse” sua mãe (impedindo-a de aumentar a conscientização sobre a perseguição ao Falun Gong).
Em 12 de fevereiro de 2010 (dois dias antes do Ano Novo Chinês), a Sra. Zhang foi seguida por um policial à paisana, que mais tarde a prendeu e a levou para a Delegacia de Polícia da Vila Daxing. Ele a interrogou por várias horas e a agrediu verbalmente quando ela se recusou a responder suas perguntas. Ele então a soltou, porém continuou vigiando-a.
O marido da Sra. Zhang ficou traumatizado por suas repetidas prisões e assédio. Ele era um homem saudável antes, porém, desenvolveu diabetes e doenças cardíacas e não conseguia cuidar mais de si mesmo.
Procuradoria do Distrito de Jiulongpo:
Endereço: Avenida Hongshi nº 2, distrito Jiulongpo, Chongqing, CEP: 400039. Tel.: +86-23-8906 ramal. 2001
Relatório relacionado em inglês:
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Categoria: Casos de perseguição