(Minghui.org) Em 22 de janeiro de 2023, dia do Ano Novo Chinês, Wuhan (onde o vírus COVID-19 se originou) na província de Hebei, a cidade tornou-se florida. Em um vídeo, uma mulher exclamou: “Oh, que coisa! Há flores de crisântemo por toda parte!”

O crisântemo é uma flor popular na China, frequentemente usada para lamentar os mortos.

A versão do PCC de uma “onda de gastos”

Um dia antes do Ano Novo Chinês, um repórter da AFP viu muitos moradores de Wuhan correndo para floriculturas. Zhang, com os braços cheios de flores, disse que alguns de seus parentes e amigos morreram recentemente. “No dia do Ano Novo Chinês, temos a tradição de visitar as famílias que perderam entes queridos com incenso e flores”.

Tao, uma vendedora de flores, concordou. “Muitas pessoas morreram de COVID nos últimos anos, então os crisântemos vendem muito bem”, explicou ela. Este ano em particular, ela teve mais clientes do que o normal, o que a obrigou a trabalhar muito na véspera do Ano Novo Chinês.

Fornecedores como Tao estavam bem preparados desta vez porque as flores se esgotaram nas datas próximas do Ano Novo Chinês de 2021. Desta vez, a mídia local controlada pelo Partido Comunista Chinês (PCC) chamou a compra massiva de flores de uma “onda de gastos” ou “consumo retaliatório”. Esta designação gerou condenação dos internautas. “Nossa mídia do PCC não tem consciência. As pessoas estão de luto pelos mortos e correndo para comprar flores de crisântemo”, escreveu um internauta, “mas o Partido usou isso como propaganda para enganar os outros”.

Han Xiu (Teresa Buczacki), uma escritora americana que viveu na China por décadas, falou recentemente sobre a situação do COVID na China durante uma entrevista ao Fangfei Time. Em meados de dezembro de 2022, um amigo em Wuhan com acesso a informações privilegiadas disse a ela por meio de uma mensagem criptografada que dois terços dos residentes de Wuhan foram infectados e um quarto morreu.

Por trás da política suspensa COVID-zero

Muitas pessoas acreditaram que o aumento acentuado de infecções foi desencadeado pelo fim da política de COVID-zero. Na verdade, foi o contrário. Um grande número de casos surgiu desde meados de outubro de 2022 e a situação estava ficando fora de controle. O PCC teve que encerrar abruptamente a política de COVID-zero em 7 de dezembro.

O Minghui relatou anteriormente que o distrito de Chaoyang em Pequim já era considerado uma região de alto risco em meados de outubro de 2022. Situações semelhantes aconteceram em outras áreas. Uma cerimônia de casamento realizada na cidade de Qingdao, província de Shandong, em 30 de outubro de 2022 resultou em muitos casos positivos. O noivo trabalhava no Executivo e a noiva no sistema educacional. Ambos os pais eram ricos e tinham muitas conexões com o PCC. Por isso, infecções associadas a este evento não foram relatadas.

Outras cidades da província de Shandong também tiveram casos crescentes, como Jinan, Liaocheng e Linyi. Entre eles, um grande incidente de infecção eclodiu no Mercado de Fantasias Jimo, em Qingdao, em 21 de novembro. As autoridades novamente bloquearam as informações e relataram apenas um caso positivo. Embora a situação fosse grave, a pior em três anos de pandemia, as autoridades se recusaram a divulgá-la aos cidadãos comuns. No entanto, o governo de Shandong anunciou em 29 de novembro que investiria 23 bilhões de yuans para construir 119 hospitais improvisados em Fangcang que poderiam acomodar um total de 200.000 pessoas.

Contudo, o vento muda rapidamente sob o domínio do regime totalitário do PCC. Em 5 de dezembro, a mídia controlada pelo governo pediu uma abertura total, já que a doença era “leve”. A política de COVID-zero terminou oficialmente dois dias depois.

Na cidade de Guilin, província de Guangxi, pacientes recém-infectados lotaram rapidamente os hospitais Fangcang na região, em 23 de novembro de 2022. Outros pacientes foram enviados para Yangshuo e outros locais para quarentena. À medida que mais casos foram identificados em Diecai, Xiufeng, Xiangshan e outras áreas da região, os governos locais emitiram uma ordem para cancelar as escolas – furtivamente. Em vez de enviar avisos por escrito, os funcionários da escola instruíram os professores a notificar oralmente os alunos sobre a decisão por telefone. Para evitar deixar evidências, o anúncio não deveria mencionar “fechamento da escola”; em vez disso, foi chamado de “avaliação de saúde em casa”.

Taxa de mortalidade alarmantemente alta

Gu Bei, uma escritora de Xangai, escreveu na rede social Weibo que teve que esperar quase duas semanas para que o corpo de sua mãe fosse cremado. A funerária ainda não agendou uma cerimônia fúnebre devido à longa lista de espera.

Hospitais grandes e pequenos ficaram sobrecarregados de pacientes no mês passado e a equipe médica teve que se apresentar ao trabalho, mesmo que eles próprios tivessem sido infectados. O grande número de mortes também sobrecarregou funerárias e crematórios. No campo, novas sepulturas surgiram à medida que os corpos eram enterrados. Até agora, 30 membros da Academia Chinesa de Ciências e da Academia Chinesa de Engenharia morreram, representando 1,7% do total de membros. Os membros falecidos tiveram acesso aos melhores cuidados de saúde, mas a medicina não pode salvá-los. Pode-se imaginar o que está ocorrendo com os cidadãos menos privilegiados que muitas vezes não podem pagar ou não têm acesso aos cuidados de saúde.

O internauta Li cresceu em um condado remoto na província de Jiangxi. Ao visitar sua cidade natal recentemente, ele conheceu um vizinho, chamado Long (pseudônimo). Long é vice-diretor responsável pelos testes, tratamento e prevenção de COVID no condado. Durante a conversa, Li mencionou que os dados publicados pela Comissão Nacional de Saúde mostraram 59.938 mortes em todo o país, entre 8 de dezembro de 2022 e 12 de janeiro de 2023. Long ficou muito emocionado e gritou: “Mentiras! São todas mentiras!”

Long disse que no passado havia apenas 10 a 15 mortes por COVID por dia em hospitais, mas agora eram cerca de 60 a 70 por dia. “Entre 8 de dezembro de 2022 e 12 de janeiro de 2023, as mortes por COVID em nossos hospitais do condado ultrapassaram 2.000. Portanto, deve haver milhões de mortes em todo o país [com quase 3.000 jurisdições em nível de condado]. Como pode haver apenas 59.938 mortes?!” As mortes reais podem ser muito mais que as reportadas, já que muitas pessoas não têm “conexões” para serem internadas em hospitais, mesmo nas áreas urbanas do país, muito menos na vasta população rural.

Long também disse que o PCC não se importava com a vida das pessoas, deixando os funcionários de baixo escalão desamparados. Um motorista de caminhão que transportava combustível para o crematório do condado costumava entregar diesel uma vez a cada vários dias, mas agora nem mesmo as entregas diárias são suficientes. Outro oficial, chamado Li, disse que suas informações mostraram que cerca de 10.000 pessoas morreram no país, incluindo aquelas que não foram hospitalizadas.

À medida que o número de mortos aumentou, a demanda por caixões também disparou. Um internauta na província de Shanxi disse que todos os fabricantes de caixões estavam lutando para atender à demanda. Muitas vezes, as pessoas tinham que esperar dias para comprar um caixão. Alguns pagaram extra aos trabalhadores para acelerar a produção. Porém, agora, poucos trabalhadores se preocupam em receber um pagamento extra porque sua carga de trabalho já é muito pesada.

Riscos de se aliar ao PCC

Muitos membros e seguidores do PCC perderam suas vidas recentemente. Fu Ning, roteirista e diretor de cinema e televisão, morreu aos 55 anos em Pequim em 23 de janeiro de 2023. Ele produziu muitos programas pró-PCC para a Estatal CCTV. Vários outros artistas pró-PCC também tiveram destinos semelhantes, incluindo Chen Chan (diretor do Shanghai Film Studio), Wang Jingguang (54, diretor de cinema) e Wei Lian (um renomado diretor do Bayi Film Studio do exército que produziu muitos filmes para fazer lavagem cerebral em cidadãos chineses).

A Escola de Ciências Matemáticas da Universidade de Pequim também publicou cinco obituários entre 7 de dezembro de 2022 e 5 de janeiro de 2023, incluindo Wang Zhenjia (ex-secretário do Partido da Escola e posteriormente vice-presidente da universidade, faleceu em 27 de dezembro) e Huang Denghang (ex-vice-secretário do partido da escola, faleceu em 14 de dezembro).

A empresa de dados Airfinity, com sede em Londres, previu que o COVID atingiria o pico na China em 13 de janeiro com outra onda em 3 de março, informou o The Economist em seu artigo de 19 de janeiro intitulado “O Covid-19 já se espalhou por grandes áreas da China: mas uma segunda onda poder ser mais mortal”.

Ao visitar a vila de Weiji, na província de Henan, o repórter do The Economist foi informado de que 90% dos residentes locais foram infectados e que o número real de mortos era muito maior do que o anunciado oficialmente. Mesmo que a infecção tenha atingido o pico, a situação pode piorar com as mortes contínuas, afirma o artigo.