(Minghui.org) Um policial foi mantido em um centro de lavagem cerebral por três meses. Logo após ter sido libertado foi forçado a se aposentar mais cedo, além de ser colocado sob estrita vigilância, tudo por causa de sua fé no Falun Gong.
O Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, é uma disciplina espiritual perseguida pelo regime comunista chinês desde 1999.
Em 24 de maio de 2022, o Sr. Yan Ji, 50 anos, da cidade de Anlu, província de Hubei, foi preso em seu trabalho. Oficiais da Agência 610 e do Escritório de Segurança Doméstica primeiro disseram que precisavam falar com ele. Mas antes que ele pudesse responder, eles o empurraram para fora e o jogaram para dentro do carro da polícia.
Eles o levaram a 30 milhas de distância para uma instalação de propriedade do Beifan Township Village Committee. Na placa da porta está escrito “Centro de Cuidados”, um novo nome para muitos centros de lavagem cerebral por toda a China. Todas as janelas e portas tinham grades de segurança, além das janelas que foram cobertas com uma película escura que impede de quem está do lado de fora ver o interior.
Não havia fechadura na porta do quarto onde o Sr. Yan estava detido, então as autoridades podiam entrar a qualquer momento para ver como ele estava. Ele não tinha permissão para fechar a porta quando tomava banho ou apagar a luz para dormir.
Como o Sr. Yan foi preso no trabalho, ele não tinha como trocar de roupa. Naquele dia estava calor e suas roupas logo começaram a cheirar mal. Então ele teve que pedir para sua família lhe enviar roupas.
O celular, as chaves de casa e o cinto do Sr. Yan foram confiscados. Embora as autoridades tenham prometido que não desbloqueariam seu telefone, o oficial Yang, da Agência 610, disse mais tarde que gastaram 20.000 yuans para contratar um especialista para grampear seu telefone e obter acesso a suas informações pessoais.
As autoridades usaram suas chaves para revistar seu escritório e sua casa, incluindo seus armários, geladeira e debaixo da cama. A polícia levou seu computador e ainda não o devolveu.
O centro de lavagem cerebral tinha requisitos estritos sobre como o Sr. Yan deveria se levantar e sentar. Mesmo quando saía do quarto para buscar comida ou água, era agredido verbalmente. Ele não tinha permissão para cortar o cabelo e tinha que ficar no quarto o tempo todo. Durante os três meses em que esteve lá, não foi permitido sair nem por um minuto.
Os oficiais costumavam dizer a ele: “Você tem que fazer o que o partido manda e não pode fazer nada que o partido não aprove”.
Quando Yang, da Agência 610, tentou fazer uma lavagem cerebral no Sr. Yan, ele disse que não acreditava que os esforços dos praticantes do Falun Gong para aumentar a conscientização sobre a perseguição pudessem ter qualquer efeito em ajudar as pessoas a entender os fatos ou lutar contra o partido. Zhang Guihong, um membro da equipe do centro de lavagem cerebral, disse: “Matar você é tão fácil quanto esmagar uma formiga!”
Mais tarde, o centro de lavagem cerebral conseguiu que um advogado de sobrenome Cheng falasse com o Sr. Yan. Primeiro Cheng ameaçou detê-lo em um local diferente. O Sr. Yan pediu a Cheng que procurasse duas informações online. Cheng concordou e as encontrou em seu próprio telefone: a lista de cultos emitida pelo Ministério da Segurança Pública e o aviso emitido pelo escritório chinês de publicações que suspendeu a proibição dos livros do Falun Gong em 2011. O Sr. Yan apontou que o Falun Gong nunca esteve na lista de cultos. Cheng pareceu chocado e ficou quieto por um longo tempo depois de ler as informações. Quando ele falou com o Sr. Yan novamente, sua atitude mudou dramaticamente.
Durante um interrogatório, um oficial acusou o Sr. Yan de infringir a aplicação da lei usando uma organização de culto. O Sr. Yan o desafiou a apresentar evidências para a acusação. O policial apenas disse que era baseado no artigo 300 da lei criminal. O Sr. Yan disse que o Artigo 300 se refere a uma organização de culto que obstrui a aplicação da lei, mas que nenhuma lei na China diz que praticar o Falun Gong é crime ou o rotula de culto.
Antes que o Sr. Yan fosse solto, ele recebeu um aviso de seu empregador informando que ele se aposentaria mais cedo. Um oficial do Escritório de Segurança Doméstica disse a ele que não importa como eles procedessem com seu caso, o único pré-requisito era que ele renunciasse ao Falun Gong.
Em 24 de agosto, quando o Sr. Yan voltou para casa, ele viu uma grande câmera de vigilância com uma luz brilhante instalada em frente à sua porta. Sempre que ele abria a porta, a luz acendia.
O Sr. Yan também notou um ruído diferente sempre que fazia ligações em seu telefone celular. As fotos que ele recebia em mensagens de texto tinham resolução extremamente ruim. Às vezes, as ligações que ele fazia ou recebia caíam repentinamente. O mesmo acontecia com seu computador: os arquivos que ele baixava em um minuto desapareciam em segundos ou a página da Web em que ele estava navegando fechava repentinamente.
O Sr. Yan disse que quando trabalhava no departamento de polícia, foi discriminado por causa de sua fé no Falun Gong. As autoridades recusaram-se a lhe dar o acesso necessário ao seu computador ou base de dados, o que dificultava muito a realização do seu trabalho. Ele também foi despojado de toda e qualquer promoção. Depois que ele foi forçado a se aposentar, sua aposentadoria foi significativamente menor do que os outros com os mesmos anos de serviço.
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Categoria: Casos de perseguição