(Minghui.org) [Ouça esta experiência] 

Em 1999, comecei a praticar o Falun Dafa antes da perseguição, mas por ser muito jovem ainda, tive pouco contato com outros praticantes, pois ninguém mais em minha família praticava.

Logo após o início da perseguição, meus pais e eu deixamos a China. Sabia que o Falun Dafa era bom, mas devido ao medo e à pressão da perseguição dentro da China, e também da oposição de meus pais, só lia o Zhuan Falun (o livro principal dos ensinamentos do Dafa) ocasionalmente e às vezes meditava à noite. Não sabia nada sobre as outras palestras do Mestre ou sobre qualquer coisa da retificação do Fa, nem mesmo da necessidade dos discípulos do Dafa esclarecerem a verdade.

Perceber que temos responsabilidades 

Depois de concluir o ensino médio, fui admitido em uma universidade. Um dia, enquanto navegava na internet, encontrei o site Minghui. Então, essa foi a primeira vez que vi e li as novas palestras do Mestre. Entendi que, como discípulo do Dafa, era minha responsabilidade esclarecer os fatos e salvar seres sencientes. Fiquei profundamente arrependido por ter perdido tantos anos, devido à minha ignorância.

Senti certa dúvida sobre o Falun Dafa e a perseguição, até questionei se o Minghui era realmente um site fidedigno. Mas, depois de ler vários artigos sobre o Minghui, sabia que tudo o que lia era real. Não podia mais continuar a ignorar ou até mesmo negar a verdade. Foi um grande choque, mas tive que enfrentar a realidade.

Passei os seis meses seguintes lendo todas as conferências do Mestre. Posteriormente, comecei a participar de vários projetos de esclarecimento da verdade, logo, também entrei para a equipe de tradução do Minghui. Por estar na faculdade naquele momento e também ter boa facilidade com o idioma, a tradução era relativamente fácil para eu fazer. Muitos membros da equipe ficaram contentes por que me uni a eles.

Para compensar todas as perdas durante os anos que não fiz nada, estabeleci um requisito. Não importava o tamanho do artigo, mesmo que fosse um artigo de um fahui, traduzia um artigo todos os dias. Naquela época, os coordenadores nos entregavam vários artigos. Frequentemente, recebia artigos longos, e a carga de trabalho era relativamente pesada. Lembro que, um dia, comecei a traduzir um artigo de um fahui por volta do meio-dia. Parecia que nunca chegava ao fim, porém não pensava nisso, ao invés disso, só me concentrava em traduzir sem parar. Quando terminei, já era meia-noite, no entanto, o processo de tradução não é emocionante! Porém, se pudermos estabelecer uma meta para nós mesmos, como melhorar nossa agilidade, a qualidade da tradução etc ficaremos muito motivados a fazer melhor, e nos sentiremos satisfeitos ao alcançarmos nossa meta.

Progredindo com a coordenação

Em um determinado momento, o ex-coordenador não pôde continuar por vários motivos, portanto, o coordenador geral entrou em contato comigo, e assim, me tornei o coordenador dessa equipe do Minghui. Quando comecei a coordenar, percebi que não era fácil. Temos que ser discretos, e não podemos falar sobre o nosso projeto, como em outras mídias. Tenho que continuar fazendo meu trabalho diário, e continuar trabalhando diligentemente no Minghui. É fácil ficar relaxado, eu mesmo já fiquei. Não podemos ver tantas pessoas que salvamos por meio deste site, não podemos ver as mudanças nas pessoas depois de lerem nossos artigos, e não podemos ver os resultados das coisas que fazemos. Se não tivermos um ambiente para ajudar uns aos outros, com o tempo, cada vez menos pessoas participarão.

Para melhorar essa situação, adotei um canal de comunicação pessoal com os membros da equipe. Isso pôde nos ajudar a nos conhecermos melhor, analisar o tempo e esforço dos membros da equipe, assim também como acompanhar a contribuição de cada um para o projeto. A comunicação constante também pôde melhorar nossa compreensão sobre a importância do site. Também me deu uma ideia melhor do panorama geral de cada membro da equipe.

Em seguida, estabeleci um cronograma de trabalho para a equipe de tradução. Por exemplo, precisamos atualizar os artigos todos os dias. Como a maioria dos tradutores está ocupada durante a semana, geralmente eles trabalham nesse projeto nos fins de semana. Todo fim de semana, tínhamos muitos artigos para atualizar, porém, pouco era feito nos dias úteis, o que tornava nossa disponibilidade dos artigos muito instável.

Depois de conhecer o horário de todos, ajustei a carga de trabalho e a tornei mais razoável para editores e revisores. Também estabeleci a meta de publicar dez artigos por dia. Se algo não fosse muito urgente, poderíamos esperar alguns dias para publicá-lo. Dessa forma, conseguimos estabilizar nossa programação diária de publicações.

Também iniciei uma sessão on-line para tradutores. Revisava um artigo traduzido por aquele tradutor, portanto apontava onde ele estava indo bem, e onde precisava melhorar. Compartilhava o que aprendi sobre: gramática, ortografia e algumas das habilidades de tradução que aprendi. Acreditava que, ao compartilhar minha experiência, a qualidade da nossa tradução melhoraria. 

Embora isso exigisse muito do meu tempo, sentia que a maioria dos membros da equipe estava feliz com as reuniões. Por um lado, ajudou os tradutores a saberem que são membros valiosos da equipe; por outro lado, pude responder a algumas de suas perguntas sobre o trabalho de tradução. Isso também instituiu melhor qualidade da moral da equipe e incentivou uma participação mais ativa.

Por meio do cronograma de tradução e das reuniões de treinamento e feedbacks, normalmente podíamos garantir dez novos artigos todos os dias. Não é muito se comparado com o site do Minghui em chinês, mas decidimos que não atualizaríamos o site se não tivéssemos dez novos artigos.

As coisas mudam

Então, o pessoal do escritório do Shen Yun me encontrou e pediu para coordenar a divulgação no país em que moro. Desde então, o Shen Yun se tornou minha principal prioridade. Também pensei em encontrar um substituto para o trabalho do Minghui, mas decidi ficar. Não podia mais manter as reuniões individuais com os tradutores. Continuei a participar de reuniões semanais de estudo do Fa, esperando que todos pudessem permanecer diligentes. Depois de um tempo, percebi que isso não funcionava. Pouco a pouco, toda a equipe relaxou.

Alguns anos atrás, retomamos com nosso cronograma de tradução anterior, mas, desta vez não era tão rígido. Também formamos algumas equipes, portanto cada equipe tinha o seu líder, que é responsável por sua da equipe: esse enfoque facilitou a coordenação e a comunicação entre eles.

Através de minha experiência no Minghui durante todos esses anos, sinto que a maioria dos praticantes que trabalha nesse projeto não tem um forte apego a si mesmo. Normalmente, fazem tudo que são solicitados a fazer. Portanto, como coordenador, quero realmente agradecer a todos pelo árduo trabalho e cooperação. Por outro lado, também sinto que a maioria dos praticantes que trabalha para o Minghui não tem forte senso de responsabilidade pelo projeto. Se a tradução for demorada, ninguém ousa fazer mais trabalhos ou sugerem como podemos melhorar. Parece que eles apenas seguem uma rotina. Esse problema existe já há alguns anos, mas ainda não sei como resolvê-lo.

Por causa do meu trabalho e também do meu envolvimento no Shen Yun é difícil ter mais tempo e me esforçar mais, assim como antes fazia quando era apenas coordenador do Minghui. Questiono se essa é a melhor solução para essa equipe do Minghui. Como coordenador que não pode se comprometer totalmente, me pergunto se sou qualificado para ser o coordenador ideal, especialmente como decorre atualmente, com a procrastinação dos praticantes envolvidos, sem forte motivação para fazer as coisas avançarem. Sem um líder forte que possa impulsionar todos adiante, isso afetará a rapidez, pois como melhoraremos como equipe?

Gostaria de aproveitar esta oportunidade para compartilhar meus pensamentos com todos os praticantes envolvidos no Minghui. Como escolhemos trabalhar no Minghui, isso significa que estamos usando esse projeto como uma plataforma para cumprir nossos votos e o contrato que assinamos com o Mestre. O quão bem executamos esse projeto e se podemos alcançar nosso objetivo de salvar verdadeiramente as pessoas, acredito que essa é uma questão na qual todos que assinaram o contrato com o Mestre precisam pensar!

Se olharmos dessa maneira, o coordenador simplesmente desempenha o papel de organizar as coisas. O sucesso do projeto em si, depende da contribuição de cada membro da equipe, e da razão pela qual cada um de nós se juntou a esse projeto. Realmente espero que todos os membros da equipe possam prestar atenção a esse assunto. Não quero que nenhum de nós se arrependa no futuro, por não ter cumprido com nossas responsabilidades.

(Apresentado no Fahui do 20º aniversário do Minghui, selecionado e editado)