(Minghui.org) Este artigo é baseado na minha experiência e entendimentos pessoais limitados ao meu nível.
“O que está por trás da incapacidade de olhar para dentro?”. Quando esta pergunta foi feita entre os praticantes, ouvi várias respostas:
“O que é olhar para dentro?”.
“Procurei no meu interior e encontrei alguns apegos. Tentei removê-los durante muitos anos, mas eles parecem ainda lá estar”.
“O Mestre disse que nós, praticantes, devíamos olhar para dentro de nós mesmos. Mas eu não sei como”.
“Sim, como praticantes, devemos olhar para dentro. Mas as circunstâncias nessa época eram...”.
“O problema foi causado por outra pessoa. Não fiz nada de mal. Para que devo olhar para dentro?”.
“Eu posso olhar para dentro enquanto lido com os assuntos diários das pessoas. Mas este é o trabalho do Dafa e estamos salvando pessoas. Porque é que ele não faz as coisas de acordo com o Fa? Porque ele não olhou para dentro?”.
“Esta foi uma interferência e perseguição das velhas forças. Devemos eliminá-las e negá-las. Porquê olhar para dentro?”.
O Mestre disse:
“...sempre que encontrar problemas, coisas desagradáveis ou atritos com os outros, deve examinar a si próprio e olhar para dentro. Encontrará as causas desse problema intransponível”. (Expondo o Fa no Primeiro Fahui de Nova York, 1998)
Sejam conflitos entre praticantes, ou conflitos entre praticantes e pessoas comuns, quando nos deparamos com dificuldades pessoais ou interferências enquanto fazemos o trabalho de retificação do Fa e salvar pessoas, ou enquanto estamos sob perseguição: porque é que os praticantes não olham para dentro? Esta não é uma questão tão simples.
Não saber como olhar para dentro
Estou me cultivando com o tianmu fechado. Eu não sabia como olhar para dentro durante a fase do meu cultivo pessoal antes do início da perseguição. Nessa época, tínhamos um grupo de estudo do Fa.
O Mestre nos diz no Zhuan Falun:
“Vou lhe dizer uma verdade: para um cultivador, o processo de cultivo, do começo ao fim, é para eliminar continuamente seus apegos humanos”.
“...sem cultivar o interior, sem cultivar o xinxing, o gong não cresce”.
Li estas palavras muitas vezes, mas não pensava muito nelas.
Compreendo alguns apegos bem conhecidos e as suas manifestações. Como não me cultivava solidamente, sentia que os apegos eram intangíveis e ideológicos por natureza. Várias vezes tentei suprimi-los ou rejeitá-los quando surgiam. Eu sabia como medir as minhas ações com o Fa e me corrigir se fizesse algo de errado. Mas quando estava longe do ambiente do cultivo, começava a baixar a guarda, e logo as minhas ações não estavam alinhadas com o Fa.
Tive a tendência de usar o Fa para medir os outros e olhar para as suas falhas em vez das minhas próprias. Muitas vezes notei que outros praticantes faziam a mesma coisa. Um praticante leu um parágrafo dos ensinamentos do Mestre a outro praticante disse: “Esta parte é sobre você”.
No local de prática, naquela época, muitos dos praticantes não compreendiam bem o que significava olhar para dentro. Após muitos anos, ainda há praticantes que não sabem como olhar para dentro.
Lutando para regressar depois de entrar em um mau caminho
Durante os primeiros anos, após o início da perseguição, senti uma barreira entre mim e o Dafa. Uma grande porta fechada manteve-me fora do Dafa. Eu me perguntava porque estava afastado e se havia realmente me cultivado no Fa.
Estudei sempre o Fa, fiz os exercícios e o trabalho de esclarecimento da verdade. Eu persisti no cultivo e nunca desisti. Mas porque é que eu estava tendo estes tipos de sentimentos? Senti que era estranho, mas não procurei profundamente em mim para saber a razão. Mais tarde percebi que esse “sentimento estranho” não era bom e que estava interferindo comigo e me atrapalhando de olhar para dentro.
Devido aos meus apegos, fui incapaz de resistir à perseguição e abandonei o cultivo do Dafa. Fiquei muito envergonhado, e depois de ter perdido a esperança, pensei que já não estava mais qualificado para ser um praticante. Mas no fundo do meu coração eu não queria desistir da prática. A minha mente estava cheia de desespero, dor, culpa e tristeza. Até pensei em acabar com a minha vida. Vivi nesse estado durante muito tempo.
Um dia, tive um pensamento: “Tenho de regressar ao Dafa para o bem dos meus seres conscientes. Pedi ao Mestre para me dar outra oportunidade, para o bem dos meus seres conscientes, apesar de ter feito algo que um discípulo do Dafa nunca deveria ter feito”.
No entanto, o caminho de volta não foi fácil
As velhas forças continuaram a trazer à tona memórias dos meus erros, e por isso não consegui largar a culpa e a vergonha. Surgiu todo o tipo de pensamentos, tentando me fazer desistir. Alguns praticantes também me disseram que seria muito difícil regressar. Eu me senti como se estivesse preso em um poço.
Passado algum tempo, reuni a minha coragem e comecei a me reerguer. Depois de avançar novamente alguns passos, fui puxado para o poço dos meus apegos. A luta entre os meus pensamentos retos e os pensamentos negativos foi intensa. Senti que não tinha forças para derrotar os meus apegos.
Não fui capaz de distinguir o meu verdadeiro eu dos meus apegos. Eu só sabia que esses pensamentos eram maus e que tinha de me manter positivo. Conservava um pensamento na minha mente: “Tenho de voltar para o Dafa e ninguém me pode impedir”.
Eu dizia constantemente a mim mesmo: “Continua, persevera. Um passo de cada vez”. Eu fiquei dizendo isso várias centenas de vezes por dia. Ao mesmo tempo, estudei muito o Fa. Finalmente emergi desse estado.
Continuei com o estudo do Fa e o envio de pensamentos retos. Passado algum tempo, quando olhei para trás nesse período de tempo, senti como se tivesse caminhado em uma neblina, incapaz de ver o caminho. As velhas memórias tornaram-se vagas e eu não conseguia me lembrar dos detalhes. Senti que foram apagadas. Percebi que o Mestre me ajudou a libertá-las completamente.
Rompendo a escravidão do medo
O apego do medo interfere frequentemente e controla os praticantes. Alguns praticantes ficavam paralisados pelo medo e eram incapazes de fazer qualquer trabalho de retificação do Fa.
Quando eu estava em um estado depressivo, o meu apego ao medo não se manifestava fortemente. Mas depois de ter feito progressos e de ter começado a fazer mais coisas, o apego ao medo interferiu gravemente comigo. Sentia-o todos os dias, mesmo nos meus sonhos. Por vezes uma frase, uma breve memória ou uma pessoa podiam desencadear o medo em mim.
O medo é uma matéria que me fazia sentir mal. Quando o medo era forte, o meu corpo tremia e o meu coração batia muito depressa. Eu perdia todas as minhas forças. Imaginei que a polícia iria bater à minha porta a qualquer momento e me levaria para a prisão. A minha consciência principal sabia que os praticantes não deviam temer nada. Procurei superá-lo e expulsá-lo, mas sem grande efeito. O medo atacava o meu corpo e controlava a minha mente.
Um dia, quando o medo me atacou de novo, um forte sentimento de indignação reta irrompeu subitamente do fundo do meu coração. A minha consciência principal me disse calmamente: “O apego ao medo não sou eu. Eu vou eliminá-lo, por mais forte que seja. Eu não tenho medo de você”. Quando esse pensamento surgiu, senti que o medo rapidamente se esfumou. Dois minutos mais tarde, o meu medo tinha desaparecido. A minha mente e o meu coração se acalmaram e o meu corpo já não tremia.
Tudo isto aconteceu tão rapidamente que eu não sabia como raciocinar. Parei e andei em círculos e senti uma força no meu corpo. Confirmei que o apego ao medo tinha certamente desaparecido. Eu me dei conta de duas coisas através dessa experiência.
Primeiro, pela primeira vez, distingui explicitamente o apego ao medo e à minha consciência principal. Apegos e pensamentos são matérias formados após o nascimento. Não são do nosso verdadeiro ser. Os nossos verdadeiros seres estão se assimilando com a Verdade, Bondade, Tolerância. Se tratarmos os apegos e os pensamentos como se fossem parte de nós próprios, não seremos capazes de eliminá-los.
Em segundo lugar, o apego ao medo era uma matéria com vida em outra dimensão. O Mestre disse:
“Digo a todos que, na verdade, matéria e mente são uma mesma coisa”. (Zhuan Falun)
“Toda a matéria tem vida”. (Palestra em Sydney,)
Depois de ganhar esta batalha, o apego ao medo já não é capaz de me enganar e está sendo eliminado através de fortes pensamentos retos.
Como havia muitas matérias estimulando o meu medo, durante algum tempo, continuei enviando fortes pensamentos retos durante mais de meia hora, todos os dias, apenas para eliminá-las, com bom efeito.
(Continua)
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Categoria: Autoaprimoramento