(Minghui.org) Já se passaram quase dois anos desde que comecei a praticar o Falun Dafa e nesse período, encontrei inúmeras oportunidades de crescimento e sabedoria. Como praticante, defender o princípio universal da Verdade, Compaixão e Tolerância, é um compromisso desafiador e sagrado. Cada vez mais o poder de transformação que esse princípio possui está sendo revelado para mim. Quando iniciei o caminho do cultivo, em abril de 1999, foquei principalmente em atuar de acordo com o mais alto padrão dos três princípios e em abandonar ao máximo os apegos, praticando e estudando bem. Embora, certamente não houvesse nada de errado com esse comportamento, eu descobri que a ênfase principal dessas atividades estava concentrada nas palavras "meu cultivo" e o que isso significava para mim, como me beneficiava, aperfeiçoava e me ajudava. Na verdade ao admitir isso eu sinto vergonha e posso ver o meu apego ao pensamento egoísta.

No dia a dia, o meu trabalho é difícil e cheio de pessoas difíceis. Às vezes, apenas para provarem seu ponto de vista, as pessoas exageram muito e causam transtornos. Muitos deles parecem estar trancados em um combate pelo que podem ganhar às custas de todos os outros. Quando comecei a trabalhar nesse emprego, comecei a praticar o Falun Dafa e ser muito diligente para manter meus princípios e ser uma boa pessoa. Trabalhar nesse ambiente hostil e competitivo era muito doloroso e quase insuportável. Eu me sentia péssimo ao ver o pior das pessoas. Nessa época o meu nível de entendimento me fez decidir que deveria me abster de todos os assuntos difíceis e trabalhar diligentemente sem reclamar. Era isso que eu achava que um bom praticante deveria fazer, então decididamente concentrei-me nessa tarefa e logo em seguida os meus testes começaram.

No trabalho eu ficava mais preocupado em encontrar novas maneiras de tolerar esse ambiente e assim, testes mais difíceis vieram em minha direção. Suportei tantas coisas ridículas, que agora me fazem rir, por exemplo, um dia por causa de uma tempestade a qual peguei no caminho para o trabalho eu fiquei totalmente ensopado. Cheguei atrasado com os sapatos encharcados. Meu chefe me repreendeu por estar atrasado e em seguida sem nenhuma consideração comigo (embora ele tenha me deixado tirar a água dos meus sapatos), insistiu que começássemos a trabalhar. Fui forçado a trabalhar com ele o dia inteiro em uma sala onde o ar-condicionado estava tremendamente gelado, isso porque ele sentia muito calor. Enquanto isso, eu estava tremendo de frio e não havia me secado até a hora de sair. O meu coração ficou realmente pesado por causa do egoísmo do meu chefe, mas continuei a tolerar.

Em outra ocasião, várias pessoas fizeram uma grande confusão depois de não assumirem a responsabilidade por um grande problema. Isso resultou em um problema enorme e muito caro. Em vez de contar o erro dessas pessoas para o presidente, silenciosamente, eu trabalhei para resolvê-lo. Foram três meses trabalhando até tarde para resolver. No final, não recebi nenhum agradecimento e em vez disso, as pessoas que ajudei disseram ao presidente que eu havia cometido o erro! Fiquei muito bravo mas mesmo assim não disse nada e continuei tolerante.

Eu continuei nesse caminho. Quando as pessoas no escritório diziam piadas desagradáveis eu as deixava sozinhas, almoçava sozinho e só falava com elas caso eu tivesse necessidade para isso. Naquele momento eu achava que estava agindo como um bom praticante, mas estava evitando meu ambiente de cultivo. Quanto mais eu conseguia tolerar, mais problemas eu tinha. Comecei a evitar mais e mais as pessoas e conflitos e depois tentei tolerar mais e mais. As coisas só pioraram. As pessoas constantemente me deixavam incomodado e aprontavam ao meu redor. Fui forçado a trabalhar por várias horas. Então comecei a ser culpado pelos erros dos outros, mesmo quando eu estava fazendo boas ações e consertando todos os seus erros. Eu não entendia o que estava acontecendo. Ocorreram todos os tipos de falhas de comunicação com outros profissionais. Por causa de tudo isso, eu não conseguia olhar muito bem para dentro de mim. Eu fazia um esforço para encontrar minhas falhas, mas sempre me enxergava como um bom praticante. Inconscientemente, sentia que eu era melhor do que todas aquelas pessoas. Estava sempre me preocupando com o efeito deles na minha prática e tentava evitar que, de alguma forma, me perturbassem ou me influenciassem. Eu reclamava tanto sobre como as coisas eram difíceis e como era injusto que sempre eu fosse o culpado. Agora posso ver o quanto isso tinha a ver com o meu egoísmo e com o meu pensamento de que era melhor do que as pessoas que estavam ao meu redor.

Após perceber isso, me senti muito humilhado e envergonhado. Tomei a decisão de reconhecer apenas o bem em todos com quem trabalhava e não julgar ou criticar. Admirava, sinceramente, seus pontos fortes e o que eu poderia aprender com eles. Assim que mantive esse pensamento, meu chefe contratou alguém para me ajudar no trabalho e minhas longas jornadas de trabalho foram reduzidas. Tendo essa nova atitude, notei uma natureza mais gentil desabrochando em mim e ria com mais frequência. De repente meu chefe começou a brincar e sorrir mais. Um dia até fiz uma piada de que quando algo desse errado todos deveriam me culpar por isso. Eu realmente ri disso porque pude ouvir nosso Mestre usando essas palavras para apontar uma questão importante, que um praticante deve sempre olhar para dentro em busca da causa de qualquer conflito. Por causa disso, me portei muito mais gentilmente com as pessoas do escritório e decidi apreciar meus colegas de trabalho por me ajudarem a melhorar.

O ambiente no meu trabalho mudou drasticamente para melhor depois que eu contei aos meus colegas de trabalho que eu era um praticante do Dafa e expliquei sobre a perseguição na China. Isso gerou uma discussão generalizada e fiquei preocupado por isto não ser adequado. No passado ninguém sabia muito sobre mim e mantive todos os meus assuntos pessoais guardados. Eu tinha a ideia de que meus colegas de trabalho eram incapazes de entenderem ou respeitarem o Dafa. Mas novamente eu estava errado. No passado se eu tivesse alguma atividade ou grupo de leitura do Dafa para participar e meu trabalho exigisse que eu ficasse até o último minuto mais tarde, eu sentia muito rancor. Após dizer às pessoas que eu era praticante, a quantidade de respeito que elas tinham em relação a mim aumentou muito e tudo ficou mais harmonioso. Eu acho que foi porque finalmente mostrei meu coração em vez de escondê-lo e protegê-lo. Na maioria das vezes as pessoas paravam de se xingar no escritório na minha frente, mas mesmo quando o faziam eu ainda era gentil e não os tratava severamente. Quando meu chefe era insensato ou pouco generoso, eu dizia o quanto aprendi com ele e o quanto o admirava por causa dos desafios que ele teve que enfrentar. Fiz todas essas coisas com um coração verdadeiro. De repente, não só a atmosfera no escritório melhorou mas também as pessoas começaram a compartilhar coisas interessantes sobre si mesmas ou a mostrar seu lado bom para mim.

Esta semana, eu soube que um colega de trabalho, considerado um contestador e que sempre tentou me sabotar, usou suas horas de trabalho para fazer algo para mim, o que me poupou muitas horas e esforço. O mais incrível foi que ele não tentou ganhar qualquer crédito ou se gabou por ter feito isso. Isso foi tão inacreditável que chorei ao pensar na mudança do seu coração a qual lhe permitiu abandonar sua habitual maneira de agir e fazer algo incondicionalmente bondoso. Antes eu queria deixar meu trabalho para encontrar um mais fácil e ter mais tempo para o cultivo. Agora percebo que já tenho o melhor ambiente de cultivo de todos.

Nos últimos meses, ganhei um novo nível de compreensão sobre o que é o cultivo. Parei completamente de me preocupar com o tempo e o espaço para o meu cultivo pessoal e apenas quero aproveitar as oportunidades para o mesmo, enfrentando todos os conflitos com um coração indiferente. De fato, essa atitude tem melhorado meu cultivo e removeu os obstáculos rapidamente enquanto meu ambiente tem se tornado cada vez melhor.

Aprendi no ano passado que o próximo passo depois do cultivo pessoal é alcançar uma visão mais madura. Os conceitos que tem me ajudado a melhorar incluem colocar os outros em primeiro lugar, procurar a oportunidade de melhorar em cada atividade, escolher agir com base no que é certo de acordo com os princípios do Fa, não naquilo que achamos que é correto ou que preferimos fazer. De todo modo, eu tento agir com um coração de verdadeira compaixão e, ao fazê-lo, presumo que pessoalmente eu posso fazer a diferença em vez de ficar esperando que os outros façam.

No meu entendimento, todas as preocupações sobre não ter tempo, quem está me irritando e se você pode ou não fazer alguma coisa, são irrelevantes. Ao me tornar um praticante mais maduro, desabrochei minha compaixão, elevei meu nível de sabedoria e aprendi que a tolerância significa manter o mais alto padrão sob todas as circunstâncias, não apenas suportar algo doloroso. Eu sinto que meu entendimento se tornou mais profundo. Só espero que eu possa fazer ainda melhor.