(Minghui.org) Em maio de 1997, enquanto eu estava trabalhando em Nova York, assisti sem interrupção a todos os vídeos do seminário dos nove dias do Mestre Li. Enquanto eu assistia, alegrei-me por poder encontrar esse grande Mestre e aprender o propósito de ser um humano e os princípios da prática de cultivo. Logo depois, peguei emprestado as fitas das várias conferências do Mestre Li e dos livros do Dafa.
Embora eu tivesse lido todos os livros do Dafa e praticado os exercícios diariamente, não entendia a prática de cultivo no cotidiano. No começo, já que havia lido o Zhuan Falun várias vezes e achava que o entendia muito bem, eu raramente me juntava aos estudos em grupo do Fa e troca de entedimentos locais. Mais tarde, participei de trocas em grupo e descobri que também passei por algumas tribulações enfrentadas por outros praticantes. Mas eu não tratei a tribulação da forma que um praticante deveria e deixei passá-la. Eu não tentei entender e fiquei até confuso. Por que outros praticantes passaram por tribulações uma após a outra, enquanto eu não experimentei nenhuma? De fato, não era que eu não havia enfrentado nenhum teste, mas sim que eu não agi de acordo com os ensinamentos do Dafa. Quando enfrentei uma tribulação eu nem olhei para dentro para achar a causa, nem a aceitei como uma oportunidade de progresso. Eu avaliei a dificuldade como uma pessoa comum e procurei uma saída. Assim perdi de novo e de novo as oportunidades de cultivo. Até que um dia percebi a importância do estudo e da prática em grupo. Nesse ambiente de cultivo, os praticantes são capazes de compartilhar experiências para encorajar uns aos outros e juntos melhorarem. Isso é especialmente bom para se livrar de nossos apegos e é o caminho mais rápido para nos aperfeiçoarmos. O Mestre Li disse: “Vou lhes dizer uma verdade: para um praticante, o processo de cultivo é precisamente para eliminar continuamente corações de apego” (Zhuan Falun). A partir daí, comecei a participar regularmente do estudo do Dafa e das práticas em grupo.
Nos últimos anos, a concorrência entre as operadoras de telefonia tornou-se cada vez mais intensa. Eles utilizam vários métodos para atrair clientes como reduções de tarifas, isenções de taxas mensais e até mesmo prêmios em dinheiro. Eu também me tornei um de seus alvos. Quando uma operadora tinha uma condição boa a outra vinha com uma melhor. No começo, eu não queria mudar de operadora de telefonia porque não queria nenhum problema e também porque pensei: "Como posso obter o dinheiro de outro sem um bom motivo?" Disseram-me que demorava apenas alguns minutos para mudar de operadora e que não somente nos dariam taxas reduzidas como também obteríamos uma recompensa em dinheiro. Naquela época, eu estava desempregado e não tinha muito o que fazer, então decidi tentar. Depois de tal tentativa senti imediatamente o benefício. Duas ou três semanas após eu mudar de operadora uma outra me ofereceu benefícios ainda mais favoráveis. O representante da operadora chegou a dizer: “Com o que você está se preocupando?" Pensei comigo mesmo: não fui eu quem pedi e, se é assim que eles fazem negócios, não me preocupei. Eles estão felizes e eu também. Então, em apenas dois meses, troquei de operadora três vezes e me senti satisfeito. Depois de um tempo chegou a conta do telefone e olhei para ela. O que estava acontecendo? Como é que apenas duas ou três chamadas a longa distância custaram trezentos dólares? A operadora tinha uma regra: os clientes que mudassem para a operadora e não ficassem pelo período de três meses, além de terem que devolver o prêmio em dinheiro também seriam cobrados por uma taxa mais alta! Com alguns cálculos, descobri que todo o dinheiro que ganhei trocando de operadora tinha que ser pago agora. De repente, percebi que, como o Mestre Li disse: "Sem perda, não há ganho” (Zhuan Falun). Percebi que isso era um teste para ver se eu cobiçava ganhos materiais. Mas eu não entendi e falhei no teste. Em vez disso, troquei minha virtude de novo e de novo em troca de “benefícios pessoais”, e não me comportei como um praticante.
Este incidente expôs muito meu apego ao ganho material. Ainda me lembro de quando comecei a aprender o Dafa que eu havia dito a mim mesmo que o ponto crucial do cultivo do Falun Dafa era assimilar a característica do universo da Verdade, Compaixão e Tolerância, e nos livrar dos apegos humanos à fama, interesse material e sentimentalismo. Naquela época, eu achava que não gostava de fama ou interesses materiais. Eu pensei que meu cultivo deveria se concentrar no sentimentalismo. Parece que agora o chamado "não interessado em fama ou interesse material" era simplesmente do ponto de vista de uma pessoa comum. Tendo aprendido o Dafa, devo viver de acordo com um padrão mais elevado.
Eu costumava trabalhar em Nova York. Devido à reestruturação da empresa, muitos funcionários foram demitidos e eu também perdi meu emprego, então voltei para Boston. Eu havia acabado de estudar o Dafa por duas semanas. Eu não estava tão infeliz e comecei a procurar vigorosamente por um novo emprego. Pensei que, por que eu havia começado a aprender o Fa tardiamente, tal arranjo me permitiria recuperar o tempo. A partir de então eu praticava os exercícios, estudava o Fa e assistia aos vídeos das palestras do Mestre Li todos os dias.
Meio ano se passou. Outros já haviam encontrado emprego, mas eu ainda não havia me estabelecido. Haviam empresas interessadas em mim. Naqueles poucos meses, a cada mês tinham duas ou três entrevistas. Em algumas empresas eu já tinha passado por todo o processo de seleção e estava esperando eles escolherem uma boa data para eu começar a trabalhar. Mas por razões desconhecidas meu início era adiado de novo e de novo. Eu simplesmente não pude começar um novo trabalho. No começo, encontrei objeções: as empresas se fundiram e assim congelaram as contratações, os gerentes deixavam as empresas, o plano para novas contratações mudou, etc… passei por todos os motivos citados. Depois veio a crise financeira asiática e muitas empresas financeiras fizeram demissões em massa. Para mim, especialista em economia asiática, foi mais um golpe. Eu me considerava uma boa pessoa. Eu não tinha fortes apegos com fama ou interesses materiais. Eu não procurava por altos padrões de vida. Onde quer que estivesse e o que quer que fizesse, desde que o trabalho utilizasse minha especialidade e contanto que o salário seja proporcional à minha experiência e capacidade, eu ficaria contente. No entanto eu não percebi que estava bloqueando a melhoria do meu caráter somente por causa dessa maneira de pensar.
Uma noite, recebi um telefonema de um diretor executivo de uma grande empresa de investimentos. Ele disse que me recomendaram para trabalhar no cargo de analista de economias e ações asiática. Depois de brevemente conversarmos me senti confortável com o trabalho, pois o mesmo combinava com meus pontos fortes e especialidades. O diretor também ficou muito satisfeito e iria agendar uma entrevista com seus sócios. Mas, conforme fomos conversando um conflito surgiu. Ao discutir os temas das ações e das economias asiática eu me esqueci totalmente e agi como se eu fosse uma autoridade. Comecei a falar bombasticamente e até comecei a discutir com ele. Cada frase foi preenchida com a mentalidade de se exibir e de competir. Minha filha descreveu minha conversa: “Se cada palavra estivesse escrita, todas estariam em negrito e cada sentença teria um ponto de exclamação!" Depois que terminamos a ligação, minha esposa disse: “Com o seu jeito de falar, seria surpreendente se alguém te contratasse. Você teve tantas entrevistas, por que todas não deram certo? Você deve procurar respostas em si mesmo”. Está certo. O Mestre Li disse que, quando há um conflito, você deve olhar para dentro, em vez de olhar externamente. Como eu poderia ter estragado uma oportunidade tão grande? Por quê? Relembrando todo o curso da entrevista por telefone, descobri que minhas palavras estavam cheias de apego à fama. Eu aproveitei cada oportunidade para mostrar que era um profissional e um especialista. Eu estava com inveja porque outros eram melhores do que eu. Enfrentando um conflito de opiniões, eu estava defendendo minha autoestima para provar que "estou certo e você está errado”.
Naquela noite pensei muito. Buscar fama, status, benefícios e reconhecimento da sociedade são apegos à fama que são facilmente detectados. Através do estudo do Fa, eu tenho me tornado menos preocupado com fama e interesses materiais. Mas meu apego à fama tinha raízes profundas desde o ensino fundamental quando comecei a competir para ser o primeiro na escola. Depois que comecei a trabalhar, raramente ficava satisfeito com minha própria posição e estava sempre pronto para mudar para uma melhor. Eu sempre achei que era melhor que os outros. Usava todas as oportunidades para exibir meus conhecimentos, habilidades e para que os outros me vissem como alguém incrível e extraordinário. Esse tipo de apego à fama e interesses materiais, comparado ao tipo mencionado acima, é mais sutil e não tão facilmente detectável. É por isso que eu sempre me senti infeliz e por isso que os outros não me entendiam. Somente agora reconheci que de acordo com o padrão do Dafa, eu não apenas não abandonara o apego à fama e aos interesses materiais, mas o apego vinha se desenvolvendo desde os meus primeiros anos. Esses apegos tinham raízes profundas, permeando todos os aspectos da minha vida. Muitas vezes, quando eu conhecia um novo amigo ou colega, eu perguntava naturalmente em qual faculdade ele era formado e qual era seu cargo. Esses apegos à fama também afetaram a educação da minha filha: sem que eu percebesse, parecia haver um entendimento geral de que ela não frequentaria nenhuma faculdade que não fosse Harvard ou MIT. Isso gerou invisivelmente uma pressão desnecessária sobre ela. E assim, por algum tempo, ela contava apenas as boas notícias e não as más, por medo de ser criticada e por não atender às expectativas de seus pais. Eu estava ensinando algo bom ou ruim para ela?
Pensando nisso, de repente percebi que todo o processo de encontrar um emprego era na verdade a melhor oportunidade para me cultivar. Nesse processo, meus apegos à fama e interesses materiais foram totalmente exibidos para mim. Olhando para dentro, minha raiva esfriou. Pouco tempo depois finalmente consegui uma posição em uma firma financeira em Boston.
O Mestre Li disse: “Uma pessoa só é realmente boa quando age de acordo com a natureza do universo, Zhen-Shan-Ren” (Zhuan Falun). O Mestre Li também disse: “Como um cultivador, ao assimilar-se à natureza do universo, você se torna alguém que obteve o Tao. É uma verdade simples assim.” (Zhuan Falun). Depois de considerar os três aspectos, Zhen, Shan, Ren (Verdade, Compaixão e Tolerância), descobri que eu era pior em Tolerância. Eu tive que trabalhar a Tolerância. Mas mesmo assim não pensei cuidadosamente sobre a causa de eu não poder tolerar. Achei que, naquela época, se alguém me atacasse ou xingasse eu provavelmente seria capaz de tolerar porque tinha aprendido, ao ler os ensinamentos, que eu deveria deixar isso de lado. Também pensei que talvez eu não seria capaz de manter verdadeiramente o meu coração calmo e pensei que deveria melhorar passo a passo. Toda vez que passava por uma tribulação, meu caráter não melhorava então eu não seria capaz de tolerar. Para manter minha aparência eu sempre resmungava e revidava. Foi somente depois da tribulação que eu percebi que deveria ter tolerado. A razão pela qual eu não pude manter o meu coração calmo foi porque eu não melhorei meu caráter e me concentrei no motivo fundamental pelo qual não pude deixar de falar. Depois de dois anos de cultivo, percebi gradualmente que a razão pela qual não podia tolerar era porque eu ainda estava apegado à fama e ao ganho pessoal. Quando surgia uma tribulação, eu nunca olhava para dentro e sempre procurava exteriormente por justificativas, tentando dar a mim mesmo alguma evidência de que estava certo. Por isso que eu tinha que argumentar com os outros até que concordassem comigo. Se eu não alcançasse meu objetivo então seria impossível continuar a tolerar. Exteriormente isso não é ser capaz de tolerar e ainda, a partir de um nível mais profundo de compreensão, também não é possuir compaixão suficiente.
Manter a aparência é expor o apego à fama. Quando alguém compete, luta para manter a aparência ou protege seus próprios interesses materiais, esse alguém não pensa na reputação dos outros nem coloca os outros em primeiro lugar o tempo todo e nem seria compassivo com os outros, por isso que há compaixão na tolerância. Então quando eu não possuía compaixão suficiente, eu não era capaz de ter a mente aberta, nem perdoava os erros dos outros, nem era capaz de deixar meus interesses materiais. Como praticante, devo agir como o Dafa ensina e pensar mais nos outros. Só assim poderei olhar para dentro quando encontrar tribulações. No processo, vou melhorar meu caráter, remover todos os meus apegos, assimilar a característica do universo, Verdade Compaixão Tolerância e rapidamente retornar ao meu verdadeiro eu.
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Categoria: Jornadas de cultivo