(Minghui.org) Os Médicos Contra a Extração Forçada de Órgãos (DAFOH) realizaram recentemente um seminário sobre a importância da liberdade religiosa e destacaram a questão dos praticantes do Falun Gong na China serem mortos através da extração forçada de seus órgãos. O Falun Gong é uma prática de meditação e disciplina espiritual perseguida pelo regime comunista na China desde 1999. O seminário foi realizado no Cosmos Club em 26 de julho de 2018, o último dia da primeira reunião ministerial do Departamento de Estado dos EUA para promover a liberdade religiosa.

"Genocídio frio"

Torsten Trey, mestre e PhD, diretor executivo da DAFOH, disse que desde o início da perseguição em julho de 1999 “a implementação dessa extração forçada de órgãos equivale a um 'genocídio frio'. Neste caso, o Partido Comunista Chinês tem intenção de erradicar o Falun Gong.” Quando a perseguição começou, o número de praticantes do Falun Gong foi estimado entre 70 e 100 milhões.

Torsten Trey, médico e PhD, é o diretor executivo da DAFOH.

A Dra. Jessica Russo, psicóloga do Hospital Universitário Thomas Jefferson, na Filadélfia, explicou ainda o conceito de "genocídio frio" como sendo a eliminação de um certo grupo de forma sigilosa. Ela acredita que o regime chinês está tentando erradicar os praticantes do Falun Gong física, mental e socialmente. Os meios de tortura usados são muitas vezes invisíveis para o público, devido a isso a perseguição foi gradualmente aceita e considerada “normal” pela população na China.

A Dra. Russo pediu à plateia para imaginar uma situação que realmente ocorre na China: “A polícia te pega e te leva embora porque você se recusa a negar sua fé. Eles se revezam torturando você de todos os modos. Se você é uma mulher, eles podem pegar você e jogá-la em uma cela masculina. Em qualquer caso, os outros presos são ordenados a bater em você. Você ouve os oficiais dizerem: 'Você pode bater em qualquer lugar, apenas tenha certeza de não danificar nenhum órgão.' Enquanto você está ferido e sangrando, a polícia o leva para um exame físico completo que inclui verificação do seu tipo sanguíneo e de tecido. Você sabe que é o próximo doador de órgãos.

“Um dia, eles arrastam você para fora da cela e o imobilizam em uma mesa de operações cercada por policiais e pessoal médico. Eles te dão uma injeção que te paralisa, mas você ainda mantém os seus sentidos. Uma lâmina afiada corta sua pele e a dor é insuportável. Você sente que eles estão matando você e sua vida está no fim.”

Jessica Russo, médica, psicóloga do Hospital Universitário Thomas Jefferson, na Filadélfia.

Um documentário sobre extração de órgãos filmado em Tianjin, China, foi exibido no seminário. O documentário foi produzido e exibido pela TV Chosun, uma das maiores emissoras de televisão da Coreia do Sul. O fotógrafo visitou um hospital de transplante de órgãos em Tianjin e fingiu se passar por um paciente da Coreia do Sul. Somente naquele hospital, mais de 3.000 pacientes da Coreia do Sul receberam transplantes de órgãos nos últimos três anos. Na Coreia do Sul é preciso esperar cinco anos por um transplante de fígado. Se alguém estivesse disposto a pagar US $ 190.000, levaria duas semanas em Tianjin. Quanto mais se paga, mais rapidamente se programa um transplante. O documentário mencionou que alguns dos médicos foram treinados nos EUA e falavam inglês fluentemente.

Médicos no seminário demandam ações imediatas

Dr. Marcel Horowitz, médico urologista com sede em Baltimore, disse: "A situação na China, que obviamente precisa ser discutida, precisa ser divulgada neste país porque certamente poucas pessoas sabem disso".

O Dr. Glynn Gilcrease III, médico oncologista da Faculdade de Medicina da Universidade de Utah, ressaltou que os artigos sobre ética devem ser incluídos nas cartas das associações médicas profissionais para desencorajar essa conduta antiética. Ele também pediu que escolas de medicina parem de treinar médicos da China em transplantes de órgãos.

O Dr. Gilcrease disse que o Departamento de Estado dos EUA deve considerar o fornecimento de mais informações sobre transplantes de órgãos ao considerar a emissão de vistos e avisos para os passageiros em partida. Por exemplo, aqueles que estiveram envolvidos em transplantes de órgãos forçados devem ser proibidos de entrar nos EUA, e avisos deveriam ser dados aos pacientes que estão indo para a China para receber transplantes de órgãos.

Declaração sobre liberdade religiosa na China

No dia do seminário, o Departamento de Estado dos EUA emitiu uma “Declaração de Preocupação” (Statement of Concern) sobre a liberdade religiosa na China. “Como representantes da comunidade internacional, estamos profundamente preocupados com as restrições significativas à liberdade religiosa na China e pedimos ao regime comunista chinês que respeite os direitos humanos de todos os indivíduos. Muitos membros de grupos minoritários religiosos na China, incluindo Uigures, Hui e Cazaques muçulmanos, Budistas tibetanos, Católicos, Protestantes, e praticantes do Falun Gong, enfrentam severa repressão e discriminação devido às suas crenças. Essas comunidades consistentemente relatam incidentes nos quais as autoridades supostamente torturam, abusam fisicamente, prendem arbitrariamente, detêm, sentenciam à prisão ou perseguem adeptos de grupos religiosos registrados e não registrados por atividades relacionadas às suas crenças religiosas e práticas pacíficas.”

No Ministério para o Avanço da Liberdade Religiosa, Frank Wolf, ex-representante do Congresso da Virgínia, discursa sobre a extração forçada de órgãos de praticantes do Falun Gong.

Frank Wolf, ex-representante do Congresso da Virgínia, abordou especificamente a extração forçada de órgãos de praticantes do Falun Gong. “Os praticantes do Falun Gong estão enfrentando severa perseguição, e há relatos reais de extração de órgãos onde eles os matam e depois levam seus órgãos para venda. Não estamos nos sentindo sobrecarregados atualmente pela grande injustiça da perseguição religiosa que ocorre em todo o mundo?”