Cientista propõe nova técnica para coletar evidências da extração forçada de órgãos

(Minghui.org) Um cientista do Missouri propôs uma nova técnica para coletar evidências da extração forçada de órgãos na China. Suas ideias foram apresentadas e discutidas na reunião anual do Congresso Americano de Transplantes de 2017 realizada em Chicago no mês passado. [Ver nota de rodapé]

Muitas evidências indiretas coletadas durante a última década por pesquisadores independentes, indicaram que o governo chinês vem retirando órgãos de prisioneiros de consciência, especialmente praticantes do Falun Gong, com fins lucrativos. O que ainda é necessário é a evidência direta, o que é difícil de obter na sociedade estreitamente controlada na China.

O Dr. Mike He, professor associado da Escola de Medicina da Universidade de Washington, propôs uma nova maneira de suprir esta lacuna de dados.

A responsabilidade clínica do Dr. He inclui o acompanhamento histopatológico de pacientes transplantados. Após a cirurgia de transplante de órgãos, os pacientes geralmente são acompanhados para ver se os órgãos transplantados estão funcionando bem e se há rejeição.

Muitas vezes, é utilizada uma biópsia, que envolve a amostragem do órgão transplantado. Por biópsia, um ou alguns fragmentos do tecido ou núcleos serão obtidos para exame histopatológico microscópico. Essas amostras de tecido biopsiado são geralmente fixadas em formalina e embebidas em parafina (FFPE).

O tecido FFPE pode ser armazenado por um longo período de tempo. O Dr. He, que tem formação e certificação em patologia molecular e genética, apontou que, quando pacientes internacionais vão para a China para receber órgãos, se os órgãos vêm de praticantes do Falun Gong, esses pacientes internacionais irão levar esses órgãos (dos praticantes do Falun Gong ) de volta aos seus países de origem.

O órgão e o tecido de cada indivíduo traz as características do indivíduo, especialmente, as características moleculares e genéticas. Esta é a base dos testes moleculares forenses modernos. Ao longo de algumas décadas, grandes progressos foram feitos nos testes laboratoriais forenses.

A maior parte do trabalho de investigação realizado no passado envolve a coleta de impressões digitais na cena do crime, em seguida, as comparando com os registros de impressões digitais no banco de dados. Se houver uma correspondência, sugere que as impressões digitais coletadas da cena do crime pertençam ao indivíduo no banco de dados.

Os avanços na biologia molecular durante as últimas duas ou três décadas mostraram que o tecido humano também possui características moleculares individuais únicas, assim como as impressões digitais. Um perfil molecular estabelecido por 20 sequências de genomas é atualmente usado em testes de DNA forense nos Estados Unidos. Este perfil molecular pode ser descrito como uma "impressão digital molecular".

O Dr. He espera estabelecer uma base de dados molecular dos órgãos transplantados recebidos na China. Ele está conectado com a comunidade de transplantes médicos e pacientes transplantados, para obter seus entendimentos, acordo e cooperação. Com a anuência dos pacientes, o DNA do doador de órgãos pode ser extraído do tecido FFPE pós-transplante para estabelecer o perfil molecular do doador.

Enquanto isso, o material biológico dos praticantes do Falun Gong em falta pode ser coletado na China, incluindo sangue seco e outros tecidos, que podem ser usados para extrair o DNA genômico.

Se nenhum tecido biológico estiver disponível, o tecido de membros da família também pode ser usado para esse propósito. Esses materiais podem ser enviados para os Estados Unidos para extrair DNA e estabelecer perfis moleculares para os praticantes desaparecidos do Falun Gong. Se houver alguma correspondência entre os perfis moleculares dos órgãos recebidos na China com os dos praticantes desaparecidos do Falun Gong, será a evidência convincente de que o órgão transplantado veio do praticante do Falun Gong desaparecido.

Na conferência de Chicago, médicos de transplantes de muitos países, incluindo da Europa, Austrália, América do Sul e do Norte, Oriente Médio e outros países asiáticos fizeram comentários muito positivos a essa ideia.

A proposta do Dr. He foi selecionada pela Universidade de Washington para um pedido de financiamento federal. Ele espera levar este projeto adiante trabalhando com outras organizações de direitos humanos e médicos, incluindo Doctors Against Forced Organ Harvesting (DAFOH) e a Organização Mundial para Investigar a Perseguição do Falun Gong (WOIPFG).

A DAFOH tem membros em muitos países onde pacientes viajam para a China para receber órgãos e WOIPFG tem os seus canais na China. Essas colaborações ajudarão a avançar este projeto e a acelerar o trabalho de parar a "extração forçada de órgãos", "um crime nunca antes visto".

Nota de rodapé: He M, Corson A, Wang Z, Russo J, Trey T. Use of Forensic DNA Testing to Trace Unethical Organ Procurement and Organ Trafficking Practices. [abstract]. Am J Transplant. 2017; 17 (suppl 3). http://atcmeetingabstracts.com/abstract/use-of- forensic-dna- testing-to- trace-unethical- organ-procurement-and- organ-trafficking- practices/