(Minghui.org) Em 25 de abril de 2017, a Câmara dos Deputados de Missouri aprovou a Resolução nº 7 da Câmara, condenando a extração forçada de órgãos de praticantes do Falun Gong e de outros prisioneiros de consciência e pedindo novas ações para impedir as atrocidades.

"A resolução trata de conscientizar para se evitar uma injustiça terrível para a humanidade", disse Lynn Morris, representante do estado, R-Ozark, patrocinador da HCR 7, no piso da Casa.

O representante do estado Lynn Morris (3º da direita) e o senador estadual Jill Schupp (3º da esquerda) com os praticantes do Falun Gong do Missouri.

O representante Kip Kendrick, D-Columbia, discursou em apoio a HCR 7: "É definitivamente uma violação dos direitos humanos e mais pessoas precisam ser informadas. Então eu incentivo todos a apoiar a HCR 7 e vamos enviar uma mensagem a todos ".

A resolução encontrou um apoio bipartidário esmagador com uma votação final de 149-1.

Um momento impressionantemente pungente surgiu durante o debate quando o deputado Steve Cookson, R-Poplar Bluff, disse ao patrocinador: "Eu só quero dizer que, como uma pessoa que precisa de um órgão, que apoio plenamente a sua resolução. É o que é certo, e obrigado por apresentá-la. Eu apoio de todo o coração.

Grupo Pacífico é alvo da extração forçada de órgãos

O deputado Dean Dorhman, R-La Monte, apontou durante o debate: "A resolução em si, basicamente, diz respeito ao Falun Gong, que é um grupo tradicional, com muita tradição chinesa envolvida, alguns religiosos, e são vistos como "inimigos do estado". Eles são um "problema político" para o Partido Comunista Chinês ".

"Somente porque o Partido Comunista o faz dessa maneira", explicou o promotor Morris. "Falun Gong é um grupo que é maior que o próprio Partido Comunista. Eu acho que é onde está a parte ameaçadora. Essas pessoas não pretendem prejudicar o Partido Comunista, e estão sendo perseguidas ".

O Rep. Randy Dunn, D-Kansas City, acrescentou: "Esta é a questão na qual muitas pessoas que praticam essencialmente um exercício são perseguidas e encontram-se tendo seus órgãos arrancados de seus corpos por causa de sua prática".

Em resposta a uma questão sobre saber se os órgãos são retirados após a execução de um prisioneiro, o deputado Morris explicou: "Em geral, eles removem os órgãos enquanto as pessoas estão vivas. Eles não lhes dão qualquer tipo de anestésico porque querem que o sangue flua através de todos os órgãos no momento em que retiram o órgão ".

O Rep. Morris disse que a resolução é para ajudar a alertar os cidadãos do Missouri contra o turismo de órgãos para a China, dizendo: [se alguém for lá], "Você provavelmente vai ser cúmplice do assassinato. E o órgão que você está recebendo pode ser de uma pessoa assassinada, não de alguém que ofereceu seu órgão ".

As vítimas da tortura testemunham na audiência do comitê da Câmara

Os partidários do Falun Gong e as vítimas da perseguição na China foram convidados a testemunhar na audiência do Comitê de Segurança Interna, a primeira das duas audiências do comitê para a HCR 7, em 23 de fevereiro. Uma das testemunhas, o pesquisador de biologia Dr. Sa Geng, disse à comissão como ele sofreu prisão ilegal na China, tortura e a perda de sua esposa para a brutal perseguição ao Falun Gong, antes de fugir para os EUA.

O Dr. Sa Geng (à esquerda) compartilha seu testemunho no Comitê de Segurança Interna do HCR 7 em 23 de fevereiro.

Documentário sobre a extração de órgãos é exibida no State Capitol

Foi realizada no Missouri State Capitol no início da sessão em janeiro, uma exibição do documentário "Colheita Humana: tráfico ilegal de órgãos na China", que ajudou a conseguir apoio e impulso para a HCR 7. O representante Morris participou com vários outros representantes e funcionários. Também participou o Senador do Estado, Jill Schupp, que patrocinou a Resolução nº 8 do Senado, um espelho da HCR 7.

Exibição no Dia de Conscientização do Tráfico Humano em 11 de janeiro de 2017 , do documentário Colheita Humana: tráfico ilegal de órgãos na China, no Capitólio do Estado de Missouri.

"Todo Estado deve fazer algo"

Agora que a HCR 7 passou na Câmara, como uma resolução concorresnte, também deve passar pelo comitê do Senado e pelo voto do Senado antes da conclusão da resolução.

O Rep. Morris disse que espera que a resolução inspire ações similares em todo o país e em todo o mundo. "Esta é uma questão mundial muito importante, uma tragédia da humanidade que penso que todos os estados devem ser alertados e cada estado deve fazer algo sobre isso".

PDF da HCR 7

Texto da HCR 7

Resolução Concorrente nº. 7

99ª Assembleia Geral

Apresentada pelo Representante Morris

CONSIDERANDO que, relatórios extensos e credíveis revelaram o assassinato em massa dos prisioneiros de consciência na República Popular da China, principalmente dos praticantes de exercícios espirituais do Falun Gong, e também de outros grupos minoritários religiosos e étnicos, para obter órgãos para transplantes; e

CONSIDERANDO que o sistema de transplantes de órgãos na China não está em conformidade com os Princípios Orientadores da Organização Mundial da Saúde de rastreabilidade e transparência nos processos de aquisição de órgãos, e o governo da República Popular da China resistiu ao escrutínio independente do sistema; e

CONSIDERANDO que, o costume tradicional chinês exige que os corpos sejam preservados intactos após a morte. Com raras doações voluntárias de órgãos, no entanto, o setor de transplante da China aumentou significativamente desde 2000; e

CONSIDERANDO: "O Relatório Nacional sobre Direitos Humanos para a China em 2011 afirmou: "Fora do país, grupos de mídia e de defesa continuam a denunciar casos de extração de órgãos, especialmente de praticantes do Falun Gong e uigures"; e

CONSIDERANDO que um novo relatório de investigação, publicado em junho de 2016, realizado pelo advogado de direitos humanos David Matas, o ex-secretário de Estado canadense para a Ásia-Pacífico David Kilgour e o jornalista Ethan Gutmann, estimou que a China está realizando entre 60 mil a 100 mil transplantes por ano em oposição aos 10 mil transplantes alegados pelo governo chinês, o qual é "um sistema de transplante de órgãos de escala industrial, dirigido pelo Estado, controlado por meio de políticas e financiamento nacionais, e que implica tanto os sistemas militares como civis de saúde".

CONSIDERANDO que o Sistema de Registro de Transplante de Fígado da China indicou que mais de 25% dos casos eram transplantes de emergência, para os quais o órgão foi encontrado em dias ou até em horas. Os tempos de espera para transplantes de fígado não emergenciais geralmente foram citados em semanas. A maioria dos pacientes em outros países tem que esperar anos para um transplante; e

CONSIDERANDO que, o governo chinês afirma que 90% das fontes de transplante de órgãos da China são provenientes de prisioneiros executados. No entanto, o número de execuções caiu 10% anualmente desde 2002 e é muito inferior ao número de transplantes ocorridos. O governo nunca reconheceu a obtenção de órgãos de prisioneiros de consciência; e

CONSIDERANDO que o Falun Gong, uma prática espiritual envolvendo exercícios meditativos de "qigong" e centrada nos valores de verdade, bondade e compaixão, tornou-se imensamente popular na China na década de 1990, com múltiplas estimativas colocando o número de praticantes em mais de 70 milhões; e

CONSIDERANDO que, em julho de 1999, o Partido Comunista Chinês lançou uma perseguição intensiva e nacional destinada a erradicar a prática espiritual do Falun Gong, incluindo a tortura física e mental, refletindo a longa intolerância do partido aos grandes grupos independentes da sociedade civil; e

CONSIDERANDO que, desde 1999, centenas de milhares de praticantes do Falun Gong foram detidos extra legalmente em campos de trabalho, centros de detenção e prisões de reeducação por meio de trabalho, onde torturas, abusos e implausíveis exames médicos e exames de sangue para praticantes do Falun Gong são rotina; e

CONSIDERANDO que a Freedom House informou em 2015 que os praticantes do Falun Gong compõem a maior parte dos prisioneiros de consciência na China e enfrentam um risco elevado de morrer ou ser morto em custódia;

CONSIDERANDO que o Comitê das Nações Unidas contra a Tortura e o Relator Especial sobre Tortura manifestaram sua preocupação com as alegações da extração de órgãos de prisioneiros do Falun Gong e pediram ao Governo da República Popular da China para aumentar a prestação de contas e transparência no sistema de transplante de órgãos e punir os responsáveis por abusos; e

CONSIDERANDO que, em junho de 2016, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou por unanimidade a Resolução da Câmara 343, condenando a extração sistemática de órgãos de praticantes do Falun Gong e de outros prisioneiros de consciência sancionada pelo governo

CONSIDERANDO que o assassinato de prisioneiros religiosos ou políticos com a finalidade de vender seus órgãos para transplante é uma violação flagrante e intolerável do direito fundamental à vida; e

CONSIDERANDO que, o turismo de órgãos para a China não deve ser protegido pelo segredo médico, mas monitorado abertamente. Nenhuma nação deveria permitir a seus cidadãos ir para a China receber órgãos até que a China tenha permitido uma investigação completa sobre a extração de órgãos de prisioneiros de consciência, tanto do passado como do presente:

NESTE MOMENTO, PORTANTO,

SEJA RESOLVIDO pela Legislatura do Estado do Missouri que:

(1) Exortar ao Governo da República Popular da China a encerrar imediatamente a prática da extração de órgãos de todos os prisioneiros e prisioneiros de consciência e, explicitamente, dos prisioneiros de consciência do Falun Gong e membros de outros grupos de minorias religiosas e étnicas;

(2) Solicitar ao Governo da República Popular da China que acabe imediatamente com a perseguição de 17 anos ao Falun Gong e a libertação imediata de todos os praticantes do Falun Gong e outros presos de consciência;

(3) Exortar o Presidente dos Estados Unidos a realizar um processo completo e transparente de investigação pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos das práticas de transplante de órgãos na República Popular da China, e solicitar a responsabilização das pessoas que se encontraram envolvidas em práticas tão antiéticas; e

(4) Incentivar a comunidade médica do Missouri a se envolver na educação de colegas e residentes do Missouri sobre os riscos de viajar para a China para transplantes de órgãos, de modo a ajudar a evitar que os moradores do Missouri se envolvam involuntariamente em assassinatos sob a forma de extração de órgãos forçados de prisioneiros de consciência.

(5) Concordar em tomar medidas para proibir a entrada daqueles que participaram da remoção ilegal de tecidos e órgãos humanos e buscar a responsabilização de tais indivíduos se forem encontrados no solo do Missouri.

FICA AINDA RESOLVIDO que o Secretário de Estado do Estado do Missouri está orientado a preparar cópias deste memorial e transmiti-los ao presidente e vice-presidente dos Estados Unidos, ao presidente e secretário do Senado dos Estados Unidos, ao presidente e secretário da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, ao presidente do Comitê do Senado sobre Relações Exteriores, ao presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara e aos Senadores e Representantes do Missouri no Congresso.