(Minghui.org) Olhando para os meus últimos anos de cultivo, o que eu mais lamento é eu não ter conseguido cultivar genuína e solidamente.

Eu perdi muitas oportunidades que o Mestre me deu para melhorar quando me encontrava com conflitos. Para cumprir os requisitos estabelecidos pelo Mestre e o Dafa, e apesar de haver eliminado alguns apegos e noções de pessoas comuns, eu ainda tenho um longo caminho a percorrer.

O que posso fazer agora é não me esquecer de cultivar bem no futuro para fortalecer esta preciosa oportunidade para o cultivo. Juntamente com outros praticantes, desejo cultivar como eu fazia no início e cumprir o meu voto durante o período da retificação do Fa.

Cultivando a verdade nos conflitos

Eu vivo na América do Norte há mais de 20 anos e acreditava ser uma pessoa verdadeira, tanto em meu caráter pessoal quanto em meu cultivo. No início, sempre que eu tinha problemas no meu cultivo eu conseguia falar com outros praticantes. Como eu acreditava que como praticante do Dafa não havia nada a esconder, eu não hesitava em expor meus defeitos ou apontar eventuais deficiências nos outros.

Eu acreditava que devíamos eliminar os apegos que tínhamos antes de começarmos a cultivar, especialmente a mentalidade egoísta que procura nos proteger pela astúcia. É necessário que como praticantes, nos elevemos para que possamos concluir nossos projetos de salvar os seres sencientes. A comunicação franca é como podemos nos ajudar e melhorar mutuamente.

Conforme eu aprofundava o meu estudo do Fa, eu percebia pouco a pouco como é difícil sermos sempre verdadeiros. Nossas mentes humanas são complicadas e estamos cultivando em diferentes níveis. Quando eu trabalhava com outros praticantes, se eu visse qualquer coisa que eu achasse que não estava em conformidade com os requisitos do Fa, se houvessem brechas em sua prática, ou se eu encontrava uma maneira melhor de desenvolver um projeto, eu costumava apontar.

Às vezes, eles podiam entender a minha franqueza e isso nos ajudava a melhorar. Às vezes, porém, eles não respondiam bem à minha atitude direta. Quando isso acontecia, eu não tomava essa preciosa oportunidade para olhar para dentro e cultivar a mim mesma. Baseada no meu ponto de vista formado antes de cultivar em Dafa, eu não conseguia distinguir quem estava “certo ou errado”.

Os conflitos com os outros me deixavam desanimada, e eu perdi a vontade de concluir os projetos em que trabalhava. Duvidei que eu pudesse ser “sincero” com os outros, o que me distanciava dos outros praticantes. Em algumas situações, eu não tinha a vontade de cultivar com firmeza, não agia como uma cultivadora, e não mostrava tolerância para com os outros praticantes.

Naquela ocasião, o aquecedor de água em minha casa, que era novo, não estava funcionando corretamente. A água estava amarelada e a ferrugem saía pela torneira de água quente. Fiquei intrigada pela forma como isso poderia acontecer com um aquecedor novo de água. Mais tarde percebi que era o Mestre benevolente que tinha me lembrado para “remover a ferrugem” (os caracteres “ferrugem” e “cultura” têm a mesma pronúncia em chinês). Depois de estar tropeçando no cultivo por tantos anos, percebi que eu não poderia ser “verdadeira” da mesma forma.

Estudei o Fa e cultivei o meu coração. Quando compartilhava a leitura dos artigos do Minghui, eu percebia gradualmente que “sinceridade” é: olhar com sinceridade para dentro de si mesma.

O Mestre nos disse (não exatamente essas palavras) que cultivamos simultaneamente “Verdade-Compaixão-Tolerância”. Se eu tivesse feito isso eu não teria mantido apegos tão fortes. O meu eu verdadeiro poderia ter trabalhado e eliminado as noções e percepções adquiridas durante minha vida.

Quando eu superei essas tribulações, percebi que a “compaixão” é obtida naturalmente à medida que ascendemos para níveis mais elevados através do cultivo. A determinação de cultivar genuína e solidamente pode nos ajudar a alcançar “tolerância” em diferentes níveis.

No meu nível, “verdade” agora significa conhecer claramente os meus verdadeiros motivos para dizer e fazer tudo com verdade, e avaliar tudo de acordo com o Fa. Eu não sou hipócrita: em primeiro lugar penso nos outros, trato as diferenças com benevolência, e salvo os seres sencientes de forma eficaz.

Quando alcancei um estado de “verdade” e “compaixão” em alguns níveis, entendi que eu poderia ser tolerante a esses níveis. Verdade sem Compaixão e Tolerância não é o estado de um verdadeiro discípulo. Isso eu percebi através de um longo período de cultivo.

Sendo sincera com os meus amigos e trabalhando as diferenças e atritos na família ou com os outros praticantes é como eu cultivo simultaneamente a verdade, compaixão e tolerância. É difícil salvar uma pessoa se não podemos ter uma mente sincera para salvar os seres sencientes, porque nossas palavras e ações não terão a enorme força da compaixão de um discípulo do Dafa.

Mudando noções humanas e passando testes com os familiares

A minha família é o meu principal ambiente de cultivo. Acho difícil enfrentar com compaixão e com calma as muitas noções humanas e comportamentos do meu marido e filhos.

Percebi ao longo dos anos, que cada vez que eu caía no meu cultivo em meu ambiente familiar, era porque eu não conseguia ficar livre das minhas noções humanas. Às vezes eu não reconhecia a noção humana, e às vezes eu não queria olhar para dentro e me cultivar.

Tendo crescido na China eu estava profundamente influenciada. Na educação das crianças, eu achava que eles deviam obedecer aos pais incondicionalmente. Eu estava ciente de que, na América do Norte, o relacionamento entre pais e filhos era bem diferente, e eu achava difícil tratar os filhos como iguais.

Ficava irritada quando a minha autoridade era desafiada. Acusava meus filhos de não me respeitarem como sua mãe. Minha raiva aumentava se eles discutiam comigo. Eu tinha um relacionamento especialmente tenso com o meu filho adolescente.

Eu sabia que, como praticante, eu não deveria perder a paciência e devia ser tolerante com os outros. Lamentava não ter podido fazer melhor e queria ser mais tolerante e ter mais compaixão na próxima vez, mas era difícil.

O Mestre nos diz em Zhuan Falun: “Há pessoas que perdem a paciência quando educam os próprios filhos, gritam tanto com eles”, e depois, “Se você nem é sequer capaz de tolerar essas pequenas coisas sem perder a paciência, como quer se seu gong cresça”?

Um dia, outra praticante estava desanimada e queria falar comigo. Ela perguntou por que as crianças de hoje não são gratas aos seus pais. Como eu tentei consolá-la, o meu problema de repente tornou-se claro. Não era apenas sobre apegos emocionais humanos, mas sobre as minhas noções humanas formadas há muito tempo.

É verdade que, na sociedade humana comum, especialmente na cultura tradicional chinesa, as crianças deveriam ser gratas à geração mais velha. Nós praticantes temos uma visão diferente – não esperamos coisas boas em troca do que fazemos para os outros, incluindo nossos filhos. Quando entendi isso, ficou mais fácil para eu superar as tribulações que encontrava com meus filhos, marido e amigos.

No ambiente de meu cultivo com a família comumente sou testada nos meus apegos à reputação, lucro e sentimentalismo. Assim que eu pensava ter abandonado o coração de reputação e lucro, meu marido se preocupava com o seu trabalho e me pedia para conseguir um emprego e ganhar dinheiro.

Recentemente ele não mostrou preocupação com renda e com emprego, nem mesmo por pagarmos muito caro a matrícula para a minha filha em uma universidade particular. O comportamento dele me fez lembrar que o ambiente ao nosso redor é o reflexo do coração de um praticante.

Eu guardo na minha mente o ensinamento do Mestre que me ajudou a manter com firmeza a minha determinação de cultivar: “Vou lhes dizer uma verdade: para um praticante, o processo de cultivo é precisamente para eliminar continuamente corações de apego”.(Zhuan Falun)

Valorizando esta relação predestinada e cultivando diligentemente

Nos últimos anos, na divulgação do Shen Yun no meio oeste dos Estados Unidos, eu trabalhei com os telefonemas. Para salvar seres conscientes, outros praticantes trabalharam arduamente no projeto. Seus esforços tocaram profundamente meu coração, e, quando olho para dentro e me comparo, eu me sinto em falta. Percebi mais uma vez que sempre que estou desanimada é reflexo de eu não estar firme em meu cultivo.

Se eu estivesse trabalhando em projetos como falar ao telefone para divulgar o Shen Yun, eu sempre falava aos praticantes que não tinha tempo para fazer os exercícios. Quando o projeto terminasse, eu seria muito diligente em fazer os exercícios.

Os praticantes sempre foram muito gentis e compreensivos, e eu pensei que isso era razoável por um bom tempo. Mas isso realmente afetaria a força e a eficácia de salvar os seres sencientes se, como uma discípula do Dafa, eu não pudesse fazer bem as três coisas. Uma vez meu marido zombou de mim: “Você está cultivando Falun Dafa quando você faz esses projetos?” Na verdade, o meu estado de cultivo afetou minha família.

Agora eu percebo que não é tão simples. Eu tinha desenvolvido o desejo de viver confortavelmente e temia as dificuldades e a fadiga física. Antes quando eu cultivava, eu não temia as dificuldades, então por que agora eu queria viver confortavelmente?

Pensando mais profundamente, percebi que este era um problema de acreditar no Mestre e no Fa. O Mestre disse que fazer os exercícios é a melhor maneira para os praticantes descansarem. Com as noções formadas ao longo de décadas, eu ainda acreditava que seria melhor dormir mais. Eu fiquei chocada quando eu descobri isso em mim, e decidi refazer a minha mente e me corrigir.

Quando comecei a atender a linha direta para a venda de bilhetes, eu fiquei animada porque eu poderia participar na promoção Shen Yun de uma forma conveniente que coincidia com meus outros projetos do Dafa. Eu abracei essa oportunidade e quis fazer o meu melhor. Eu não quis deixar nenhum telefonema sem resposta, e tinha a esperança de que cada chamada compraria bilhetes.

Embora eu esteja vivendo aqui há muito tempo, o meu inglês ainda é limitado, principalmente ao telefone. Às vezes eu suava frio quando falava com um profissional ou quando alguém me fazia uma pergunta difícil. Eu temia que a pessoa, o ser senciente, não pudesse ser salvo porque minhas respostas ao telefone não eram boas o suficiente.

Às vezes eu tinha que escrever o nome e número de telefone da pessoa e pedir para o coordenador contatar. O Mestre me incentivou através das palavras nas chamadas. Em mais de 20 anos o primeiro elogio que recebi veio de uma chamada local. A pessoa me disse que eu tinha uma voz bonita e que tinha sido um prazer comprar bilhetes de mim.

Outra pessoa disse que ela gostou da minha cultura tradicional chinesa com sotaque inglês. A minha coordenadora também me incentivou. Ela me cumprimentou pelas informações precisas ao vender bilhetes.

Logo percebi que é difícil estar envolvida em tantos projetos. Eu me importaria mais com um projeto e seria negligente com outro. Houve mal entendidos entre os praticantes o que levou a um distanciamento. Meu entusiasmo inicial desapareceu, e as atitudes negativas surgiram. Meu coração para salvar seres conscientes não estava tão puro quanto antes. Às vezes eu sentia que estava apenas cumprindo com o meu dever e com a minha responsabilidade como praticante.

Fiquei chocada novamente quando eu li o “Ensinando o Fa no Fahui de 2015 na costa oeste dos Estados Unidos.” O Mestre disse que a única esperança para os praticantes que não estão acompanhando o progresso da retificação do Fa é se apressarem. Aquilo era para mim. Ficou claro que eu tinha que despertar como se estivesse iniciando o cultivo.

Entretanto, eu despertei e agora consigo trabalhar melhor em diferentes projetos, fazer qualquer coisa que o coordenador designar, e posso colaborar melhor com outros discípulos para concluir os projetos.

Agora eu me sinto cheia de energia ao fazer as três coisas: Eu presto muita atenção quando eu estudo o Fa, faço os exercícios de forma diligente e trabalho de forma mais eficiente para salvar os seres sencientes. O meu estado de cultivo é muito melhor.

O Mestre nos disse:

“Também desejo que durante tantos anos de cultivo, todos aumentem suas sabedorias e inteligências da perspectiva do lado positivo, e não se esforcem tanto para obter frutos na vida da sociedade comum e nos contatos com as pessoas comuns.” (“Ensinando o Fa no Fahui de Nova York”- 2010)

E como tratar os colegas discípulos, o Mestre disse:

...abracem o coração de misericórdia, não olhem as pessoas sempre de uma maneira fixa.” (Apresentado no Fahui 2016 no Meio-Oeste dos EUA “O que é um discípulo do Dafa”)

Para eliminar mal-entendidos desnecessários, venho sempre levando ao conhecimento do coordenador a maneira como estou trabalhando em um projeto. E sempre que algo acontece ao meu redor eu vejo como uma oportunidade para elevar meu cultivo.

No futuro vou estudar o Fa mais diligentemente e com cuidado, porque o Mestre disse que salvar pessoas e cultivar com “Esse tipo de determinação e convicção firme vem do Fa.” (“Ensinando o Fa no Fahui de 2015 na costa oeste dos Estados Unidos”)

Eu gostaria de compartilhar o Fa do Mestre como um incentivo para todos nós:

Quando vocês salvam as pessoas do mundo, quando querem despertá-las e salvá-las, vocês próprios precisam estar despertos e conscientes. Ao fazerem muitas coisas, se esquecem do próprio cultivo; isso não pode acontecer. Vocês são cultivadores, estas palavras não se referem ao seu passado, ao que fez ou ao seu comportamento, essas palavras se referem à sua essência, ao significado de sua vida, à responsabilidade que você carrega, à sua missão histórica, somente assim você é um discípulo verdadeiro do DaFa.” (Apresentado no Fahui 2016 Mid-EUA “O que é um discípulo do Dafa” )