(Minghui.org) O primeiro semestre de 2021 registrou 3.291 praticantes do Falun Gong presos e 6.179 assediados pela sua fé, uma antiga disciplina espiritual que tem sido perseguida pelo Partido Comunista Chinês (PCC) desde 1999.

Entre os 9.470 praticantes perseguidos, 1.384 tiveram suas casas saqueadas. Cento e cinquenta e dois praticantes tiveram um total de 1.942.553 yuans e 20 mil dólares confiscados em dinheiro, com uma média de 142.292 yuans por pessoa.

Outros 113 praticantes tiveram as suas pensões suspensas pelas autoridades, muitas vezes com a desculpa de não terem direito a qualquer subsídio de reforma durante a sua prisão (embora não exista tal estipulação na lei trabalhista chinesa), uma vez que estavam cumprindo pena por causa da sua fé. Uma mulher na província de Yunnan, teve os seus 32 anos de serviço eliminados e não recebe mais nenhum pagamento de pensão. Ela depende de um pequeno subsídio de desemprego para sobreviver. No momento em que este artigo foi escrito, 2.042 dos praticantes presos permanecem sob custódia. Outros 78 foram obrigados a viver longe de casa para evitar mais perseguições e possíveis detenções.

Os 9.470 praticantes perseguidos provêm de 264 cidades em 30 províncias. Hebei (1.556), Shandong (1,293), Heilongjiang (998), Liaoning (795) e Sichuan (767) são as cinco províncias com mais casos. Quinze outras regiões registraram casos de três dígitos, variando entre 129 e 718. Sete outras províncias tinham casos de dois dígitos e três tinham casos de um dígito.

Um total de 347 presos e 425 dos praticantes assediados relatados na primeira metade de 2021 tinham 65 anos de idade ou mais. O praticante mais velho assediado tinha 94 anos.

Além dos praticantes idosos, uma menina de 12 anos com epilepsia foi presa com os pais e a avó materna às 2 horas da madrugada.A menina fica agora com a sua avó paterna e luta para superar o trauma daquela noite.

Uma mulher de 46 anos com um problema de saúde preexistente sofreu uma piora em sua saúde após a sua detenção em abril. Quando o seu advogado a visitou em junho, ela não pôde andar sozinha e teve de ser transportada por reclusos. Ela foi forçada a aliviar-se nas calças algumas vezes. Também sente aperto no peito e dores extremas por todo o corpo, incluindo na cabeça e nos olhos. As suas mãos estão deformadas, e ela está magra.

Aumento nos casos de assédio

As 3.291 detenções relatadas incluem 660 casos que tiveram lugar em 2020 e 2.631 casos em 2021. Os 6.179 incidentes de assédio repartem-se por 7 casos em 2016, 1.122 em 2020 e 5.050 em 2021.

Os casos adicionais em 2020 também fizeram passar o total de praticantes visados no ano passado de 15.235 para 17.017 (7.319 detenções e 9.698 assédios). Em comparação com as 3.213 detenções e 3.054 assédios confirmados no primeiro semestre de 2020, de acordo com os novos dados, as 2.631 detenções no primeiro semestre de 2021 registraram uma ligeira redução, mas os 5.050 casos de assédio registraram um aumento de 65%, em comparação com o mesmo período do ano passado.

A maioria dos aumentos do assédio ocorreu nos meses de abril (1,561) e maio (1,447) e foram quase duas vezes superiores aos dos mesmos meses do ano anterior. Isto é o resultado da continuação da campanha de assédio "Zerar" realizada desde o ano passado, bem como da intensificação da perseguição em torno das "datas sensíveis" do 25 de abril (o aniversário de 10.000 praticantes do Falun Gong apelando em 1999 fora do complexo do governo central pelo direito de praticar a sua fé) e 13 de maio (o aniversário da introdução do Falun Gong ao público), para evitar que os praticantes falassem sobre a perseguição. A campanha de "manutenção da estabilidade" antes do centenário do PCC é outra causa do assédio intensificado aos praticantes.

Comparando os dados disponíveis sobre detenções e assédios que ocorreram nos últimos três anos, os meses de abril e julho (aniversários que marcam o início da perseguição) foram sempre os meses de maior número de casos de perseguição. O que é novo em 2020 foram os enormes picos em novembro e dezembro. Picos semelhantes também foram observados no número de praticantes condenados por causa de sua fé nos últimos dois meses do ano passado, provavelmente um resultado da campanha "Zerar". Também não está claro se as autoridades receberam quotas para detenções que poderiam ter levado ao aumento de incidentes de perseguição no final do ano. Embora o regime comunista também tenha tido a campanha de assédio "Bater à porta" de 2017 e a chamada campanha de "Repressão de bandos" em 2018, que visava os praticantes do Falun Gong pela sua fé, de entre todas, a campanha "Zerar" tem sido a mais completa e generalizada, na qual as autoridades estão visitando todos os praticantes (e alguns dos seus familiares) da lista negra do governo de porta em porta e tentando forçá-los a renunciar ao Falun Gong.

Abaixo encontram-se detalhes de vários casos de perseguição.

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Mortes devido à perseguição

Até agora, as prisões em 2021 resultaram na morte de dois praticantes.

Sr. Li Xianxi da cidade de Anyang, província de Henan, saiu para comprar pães cozidos a vapor para o jantar por volta das 17 horas do dia 11 de maio de 2021, e foi preso por ter falado com pessoas sobre o Falun Gong. Foi algemado e acorrentado por fazer os exercícios do Falun Gong no centro de detenção local.

Na manhã de 13 de junho, a família do Sr. Li foi informada de que o proprietário de uma pequena loja na casa dos 50 anos tinha falecido no dia anterior. De acordo com aqueles que viram o seu corpo, ele estava magro. A sua cabeça estava inchada, e tinha ferimentos nas costas e nos joelhos.

Sr. Sun Pijin, do condado de Mengyin, província de Shandong, morreu um dia depois de ter sido preso enquanto trabalhava na fazenda de sua família em 17 de junho de 2021.

A polícia alegou que o Sr. Sun recusou-se a fazer o teste do coronavírus no hospital. Disseram que ele saltou do edifício e morreu instantaneamente. Quando a família do Sr. Sun viu o seu corpo na casa funerária, ele estava perdendo líquido cerebral, um dos seus globos oculares tinha desaparecido e o seu abdomen estava afundado.

Como a mulher do Sr. Sun, a Sra. Yu Zaihua, morreu há seis anos na perseguição, a sua filha (apelidada de Jiaojiao), que se encontra detida, está agora sem pais.

Houve mais três mortes devido a assédio.

O Sr. He Xinli, um residente da cidade de Dalian, província de Liaoning, foi assediado em abril de 2021 e ordenado a assinar uma declaração de renúncia ao Falun Gong. O idoso nos seus 80 anos ficou profundamente traumatizado com a invasão e morreu em menos de 20 dias.

Incidentes semelhantes também aconteceram ao Sr. Liu Tiemin e ao Sr. Jiang Weibin, do condado de Yitong, província de Jilin, que morreram em março e abril de 2021, respectivamente.

Detenções em grupo

Além do assédio em massa, várias detenções em grupo também aconteceram em maio e junho de 2021.

Quinze praticantes do Falun Gong na cidade de Suzhou, província de Jiangsu, foram detidos em 10 de maio de 2021. A maioria das detenções teve lugar entre as 6h e as 10h. Nenhum dos agentes da polícia que os prenderam estavam de uniforme. Alguns agentes disseram que, sob ordens dos seus superiores, tinham vigiado os praticantes durante sete meses e tinham tirado muitas fotografias e vídeos dos praticantes. Vários disseram que se os praticantes assinassem uma declaração de renúncia ao Falun Gong, seriam libertados.

Dois dias mais tarde, 31 praticantes foram presos na cidade de Tangshan, província do Hebei. Departamentos de polícia em dez distritos e cidades a nível municipal sob a jurisdição de Tangshan participaram nas detenções. As detenções começaram cedo, desde as 5 horas da manhã. A maioria dos praticantes também teve as suas casas saqueadas e materiais relacionados com o Falun Gong confiscados.

No início de junho, pelo menos 25 praticantes e quatro dos seus familiares na cidade de Dalian, província de Liaoning, foram detidos entre 1 e 3 de junho.

Dezesseis praticantes do Falun Gong na cidade de Jiaozhou, província de Shandong, foram detidos por centenas de agentes da polícia no dia 2 de junho de 2021.

Entre 9 e 10 de junho, ocorreram detenções em grupo na cidade de Mudanjiang, cidade de Hailin e cidade de Daqing, província de Heilongjiang, relacionadas com a celebração do centenário do PCC e a campanha "Zerar".

Outra detenção em grupo de 11 praticantes na cidade de Lingyuan, província de Liaoning, foi documentada em 11 de junho.

Assédio

Na campanha de assédio "Zerar", vários praticantes relataram que eram seguidos sempre que saíam. Alguns até notaram que estavam sendo seguidos e fotografados por drones. Outros relataram que os seus celulares estavam sendo monitorados e a sua localização rastreada.

Dois oficiais na cidade de Dalian, Província de Liaoning assediaram os pais da Sra. Li Chunxiao em 25 de abril de 2021. A polícia exigiu que os pais da Sra. Li lhes dessem o seu número de telefone e endereço. Pediram para falar com ela e fotografar-lhe. Disseram que precisavam se encontrar pessoalmente com a Sra. Li, pois era uma ordem dada pelos superiores hierárquicos. Os pais dela não obedeceram a ordem.

A polícia voltou à casa dos pais da Sra. Li em 6 de maio de 2021, e pediu novamente para se encontrar com ela e fotografar-lhe. A polícia ameaçou que, com a enorme rede de vigilância na China, eles poderiam definitivamente descobrir onde ela vive. Os seus pais, nos seus 70 anos de idade, estão agora sob enorme angústia devido ao assédio.

Na cidade de Tonghua, província de Jilin, um secretário do Partido da aldeia ameaçou o Sr. Wang Chuanfu e a sua mulher Sra. Xu Shuzhen  em 18 de maio de 2021, dizendo-lhes para não saírem para falar com as pessoas sobre o Falun Gong. O motivo citado foi a eminência do próximo aniversário do centenário do Partido Comunista Chinês.

Um oficial pediu ao casal que assinasse declarações de garantia previamente preparadas e assegurou-lhes que as autoridades não os procurariam mais depois de assinarem. Quando se recusaram a cumprir, os oficiais partiram.

Dois oficiais da aldeia foram novamente à casa do casal em 3 de junho de 2021. Em vez de lhes pedir que assinassem a declaração de renúncia, disseram que estavam lá para fotografar os dois e enviarem aos superiores. Quando um funcionário entregou os documentos ao Sr. Wang, outro tirou secretamente uma fotografia do Sr. Wang ao receber os documentos. A Sra. Wang reparou que algumas páginas da declaração tinham sido assinadas com o seu nome, pela polícia ou por funcionários da aldeia.

A Sra. Zhang Peizhi, residente em Pequim, está acamada, mas a polícia e os funcionários da aldeia ainda a assediaram em casa em 8 de junho de 2021. Os funcionários pegaram um panfleto do Falun Gong e ameaçaram investigar onde ela o tinha conseguido.

Ao encontrar uma mulher na casa dos 70 anos, enviando uma carta a um procurador e pedindo para não perseguir o Falun Gong, a polícia na cidade de Suzhou, província de Jiangsu, viajou quase 1.000 milhas até Chongqing para assediar a Sra. Lei Changrong. A polícia mostrou à Sra. Lei um videoclipe da sua volta para casa depois de ter enviado a carta. O vídeo também tinha aproximação placa da sua porta. Depois da polícia ter libertado a Sra. Lei sob fiança, avisaram-na para não enviar nada sobre o seu assédio ao site Minghui ou ela "estaria em apuros".

Além da polícia local, autoridades da aldeia e comitês residenciais que foram mobilizados para realizar o assédio em massa, várias empresas e companhias controladas pelo Estado também participaram na campanha do assédio.

Central de Produção de Petróleo de Gudao do Campo Petrolífero da Sinopec Shenli na cidade de Dongying, província de Shandong, é um desses exemplos.

Desde março de 2021, o Comitê do PCC da fábrica petrolífera, o Gabinete de Petição e o Sindicato dos Trabalhadores organizaram reuniões em conjunto com praticantes, tanto empregados atuais como aposentados, em sua maioria, na presença da polícia. Durante as reuniões, os praticantes foram ameaçados com a rescisão do contrato de trabalho, pagamento e dedução de bônus, ou obstáculos para os seus filhos na procura de emprego ou promoções, caso se recusassem a renunciar à sua fé no Falun Gong. Alguns praticantes foram obrigados a entregar os seus documentos de identificação.

A fábrica de produção de petróleo também realizou sessões de lavagem cerebral nos praticantes em um hotel de propriedade da empresa. Foram instalados sistemas de monitoramento móvel em duas salas de reuniões, com capacidade para armazenar vídeos de vigilância até por uma semana.

Por se recusar a renunciar à sua fé, o Sr. Li Bin foi suspenso do seu trabalho em 1º de abril e a Sra. Chen Hailing foi despedida em 21 de abril.

Foi noticiado que o pessoal relevante receberia recompensas financeiras por cada praticante que assinasse as declarações de garantia.

Ressurgem centros de lavagem cerebral

Quando os praticantes perseguidos se recusaram a renunciar à sua fé na campanha "Zerar", um determinado número de praticantes foi levado para centros de lavagem cerebral para "educação adicional".

Wuhan, a capital da província de Hubei onde a pandemia eclodiu, foi outrora um "modelo nacional" na organização de sessões de lavagem cerebral para os praticantes do Falun Gong. Com mais de 60 centros de lavagem cerebral já em funcionamento, as autoridades de Wuhan abriram recentemente outros nove locais  por toda a cidade.

Frequentemente conhecidos como "Centros de Educação Legal" ou "Centros de Aprendizagem de transformação", os centros de lavagem cerebral estão localizados em escritórios governamentais em todos os níveis do governo, faculdades e universidades, empresas estatais, empresas e residências privadas. Locais como lares de idosos, hospitais, casas de assistência social, pensões e hotéis são também utilizados para realizar sessões de lavagem cerebral.

A partir de 2021, as autoridades de Wuhan deram aos centros de lavagem cerebral novos nomes, como "casas de assistência" ou "centros de assistência", a fim de evitar o crescente escrutínio internacional dos crimes ocultos que ocorrem nestas instalações.

De acordo com as últimas informações recolhidas pelo Minghui, entre janeiro e 20 de junho de 2021, 43 praticantes e um familiar na cidade de Wuhan foram mantidos em 13 centros de lavagem cerebral.

Enquanto estão nos centros de lavagem cerebral, os praticantes são sujeitos a várias formas de abuso, incluindo a proibição de utilizar o banheiro, dormir, lavar roupa ou beber água. As autoridades contrataram pessoas que tinham desistido do Falun Gong sob pressão para fazer a lavagem cerebral nos praticantes.

O Sr. Fang Wanggui, um residente de 90 anos do Distrito de Wuchang em Wuhan, foi arrastado para o centro de lavagem cerebral e libertado à noite em janeiro de 2021. Isto aconteceu durante três dias seguidos.

Sra. Zhang Wei, professora associada na Universidade de Tecnologia Wuhan na província de Hubei, foi detida às 7h30 da manhã do dia 4 de abril de 2021, depois de se recusar a assinar declarações para renunciar ao Falun Gong. Ela está agora no Centro de Lavagem Cerebral de Qingling. A polícia também ameaçou prender a sua irmã, a Sra. Zhang Fan.

Sra. Feng Xiaoyun, outra residente de Wuhan, estava a caminho de levar os seus dois filhos, de 4 e 10 anos, à escola no dia 27 de maio, quando foi impedida na saída do seu edifício por dois agentes comunitários.

Eles instruíram a Sra. Feng, que tem cerca de 47 anos, a assinar uma declaração para renunciar à sua fé no Falun Gong. Disseram que, devido ao centenário do PCC, cada comunidade de residência recebeu ordens dos superiores para "converter" um certo número do praticantes de Falun Gong. A Sra. Feng recusou-se a cumprir.

Quando a Sra. Feng e os seus filhos chegaram em casa às 17 horas, um grupo de oficiais cercaram-na subitamente. Ela entrou rapidamente em sua casa e trancou a porta. Os seus filhos entraram em pânico e não conseguiram dormir nessa noite. Na manhã seguinte, assim que ela levou os seus filhos à escola, a polícia empurrou-a para um carro e levou-a diretamente para o Centro de Lavagem Cerebral de Shiqiao.

Outras sessões de lavagem cerebral também estão sendo realizadas na província de Sichuanprovíncia de Shanxi, e província de Anhui .

Além de estabelecer uma base de lavagem cerebral em um parque pantanoso, as autoridades da cidade de Mayong, na província de Guangdong, também realizaram uma série de exposições nas comunidades, campi escolares e empresas em 14 aldeias em toda a cidade, com conteúdo que difama o Falun Gong. Os organizadores do evento disseminaram a desinformação por meio de estandes interativos, painéis, distribuição de panfletos, brindes e questionários públicos. Milhares de estudantes e residentes locais participaram desses eventos.

Violência policial e tratamento desumano

O Sr. Wang Defu do condado de Xingding, província de Hebei, foi ao escritório da aldeia e falou com o secretário sobre o Falun Gong em 23 de março. Em vez de ter uma conversa com ele, o secretário da aldeia atacou o Sr. Wang, batendo a sua a cabeça contra a parede e provocando uma hemorragia. A polícia prendeu o Sr. Wang e ameaçou levá-lo diretamente para a prisão.

Quando a Sra. Shen Xiaona, da cidade de Anshan, província de Liaoning, voltou para casa com o seu filho na noite de 27 de abril de 2021, foi arrastada para dentro por agentes da polícia escondidos atrás da porta. Bateram em sua cabeça e deram-lhe um pontapé nas costas.

Depois da Sra. Shen ter sido levada para a delegacia por volta da meia-noite, a polícia amarrou-a em uma cadeira de metal, coletou à força uma amostra de sangue e bateu-lhe novamente. Desde então, ela permanece sob custódia. A sua filha fica muito assustada sempre que vê um policial na rua.

Durante os três dias de detenção da Sra. Xie Yuqin, residente na cidade de Weifang, província de Shandong, após ser detida em 7 de maio, a polícia espancou-a constantemente e a agrediu verbalmente. Arrastaram-na pelo chão e fizeram com que a maioria das suas roupas fossem arrancadas. Outro agente amarrou-a e ameaçou enterrá-la viva.

A Sra. Zhang Junxiu, na cidade de Hanzhong, residente na província de Shaanxi, notou que estava sendo seguida enquanto caminhava na rua no dia 18 de junho. Quando começou a fugir, o oficial chamou o seu nome e prendeu-a. A polícia espancou-a selvagemente durante a sua detenção, partindo duas das suas costelas. O seu dinheiro, 600 yuans, um mp3, um cartão de compras, um guarda-chuva e a chave da sua motocicleta elétrica foram confiscados.

Os praticantes mais velhos também não foram poupados de violência e de agressões.

Cinco agentes, dois com uniforme da polícia, invadiram a casa da filha da Sra. Wang Shuhui, (onde a Sra. Wang estava temporariamente hospedada) às 20h do dia 13 de maio de 2021, e a preenderam em seu quarto. Apesar dos fortes protestos da família, a polícia arrastou a Sra. Wang, de 78 anos, à força para o carro da polícia e levou-a para a delegacia. Dois agentes transportaram a Sra. Wang para uma sala onde fizeram quatro tentativas para fotografarem-lhe, mas não conseguiram fazê-lo. Depois seguraram o dedo médio dela e coletaram uma amostra de sangue. Posteriormente, levaram-na para outro quarto e a fotografaram com os artigos confiscados da sua casa. Quando ela se recusou a assinar a lista de artigos confiscados, a polícia segurou-a firmemente e pressionou à força a sua impressão digital sobre a mesma.

A Sra. Wang foi levada novamente para casa pela filha por volta das 2h da madrugada. Duas semanas mais tarde, suas axilas ainda estavam feridas e doloridas devido à violência policial.

Uma mulher de 75 anos, a Sra. Jiang Guangfeng de Tianjin, sofreu uma provação semelhante. Quando ela se recusou a assinar uma declaração de renúncia ao Falun Gong em seguida a sua detenção em 7 de junho, a polícia bateu em seu rosto, tirou suas meias e enfiou-as em sua boca, e forçou-a a assinar a declaração.

O seu dedo indicador, dedo médio e anelar da mão direita ficaram inchados e profundamente feridos como resultado. Exausta, ela desmaiou e caiu no chão. Dois membros do comitê residencial ajudaram-na a voltar a pé para casa. Enquanto caminhava, mal conseguia respirar devido à dor extrema sob a axila direita.

Os dedos da Sra. Jiang ficaram inchados e escureceram após as agressões da polícia sob custódia.

Duas semanas depois a Sra. Zhong Weiling, de 71 anos de idade, foi detida e levada para um centro de detenção em 16 de junho de 2021, a residente da cidade de Lianyungang, província de Jiangsu, ela emagreceu e sofreu tonturas constantes.

De acordo com um guarda do centro de detenção, devido ao próximo centenário da fundação do PCC, o centro está recebendo todos os dias entre 200 e 300 novos detidos como parte do esforço do regime para "manter a estabilidade" durante a celebração.

Com lesões nas pernas e perda de dentes por ter sido torturada quando foi detida anteriormente, a Sra. Zhong está tendo dificuldades em conseguir alimentos devido aos recursos extremamente limitados e às más condições do centro de detenção.

Amostras de DNA e sangue coletadas

Entre 26 e 29 de abril de 2021, apenas quatro praticantes em Xangai relataram que a polícia tinha invadido as suas casas e coletado amostras de sangue. Desde julho de 2020, dezenas de praticantes do Falun Gong em Xangai tiveram as suas amostras de sangue e outras informações pessoais coletadas pelas autoridades. Alguns suspeitam que o recente aumento na coleta de biometria e amostras de sangue de praticantes é para as autoridades estabelecerem uma base de dados maciça de DNA e de correspondência de órgãos, bem como para melhorar a vigilância dos praticantes através da extensa rede de monitoramento da China.

A Sra. Wu Yuqin foi a primeira a ser perseguida em 26 de abril de 2021. A polícia arrastou-a lá para fora sem lhe permitir calçar os sapatos. Depois de a levarem para a delegacia de polícia, quatro agentes a mantiveram imóvel e coletaram seu sangue. A violência causou-lhe grandes hematomas nas mãos e nos pés. Por volta das 20h, a Sra. Wu foi libertada.

No dia seguinte, outros quatro oficiais bateram à porta da Sra. Wu Xiaojie. Tendo ficado paralisada há um ano, ela não foi capaz de abrir a porta para a polícia. Como resultado, a polícia ordenou a um serralheiro que abrisse a porta. A polícia coletou uma amostra de sangue à força e ameaçou fazer o mesmo ao seu filho.

Oficiais invadiram a casa da Sra. Qu Mujie de 84 anos em 28 de abril. A polícia perguntou primeiro se ela ainda praticava Falun Gong. Depois de ela confirmar que sim, eles ameaçaram coletar uma amostra do seu sangue. A Sra. Qu resistiu fortemente e pediu os números de identificação dos agentes. O incidente chamou a atenção dos vizinhos da Sra. Qu e eles reuniram-se no exterior do apartamento da Sra. Qu, tentando entender o que estava acontecendo. A polícia desistiu de tentar coletar seu sangue e foi embora.

Um dia mais tarde, a polícia invadiu a casa de uma praticante na casa dos 90 anos. Apesar do seu forte protesto, a polícia picou seu dedo e recolheu a sua amostra de sangue. Antes de sair, disseram à praticante: "Não lhe é permitido ter o retrato [do fundador do Falun Gong] em sua casa."

Outras informações pessoais recolhidas pela polícia incluem a caligrafia da praticante, as suas impressões digitais, altura, fotografias e números de telefone.

Além de Xangai, a polícia de outras 17 províncias e municípios está também coletando amostras de sangue e dados biométricos de praticantes do Falun Gong. Estas áreas incluem Pequim, Shandong, Heilongjiang, Jilin, Zhejiang, Liaoning, Gansu, Jiangxi, Jiangsu, Guizhou, Hebei, Hubei, Henan, Shanxi, Sichuan, Guangdong e Shaanxi.

Perseguição financeira de idosos

Além do assédio e abuso físico acima mencionados, os praticantes idosos na China também enfrentam outras formas de perseguição, incluindo o encarceramento e a devastação financeira.

Há mais de sete anos as autoridades da cidade de Yingkou, província de Liaoning, suspenderam a pensão da Sra. Zhu Ruimin. O seu marido, de 81 anos, continua a viver longe de casa para evitar ser preso por causa de sua fé compartilhada no Falun Gong. Com a sua pensão também suspensa, a Sra. Zhu, uma professora de escola primária aposentada de 80 anos de idade, esforça-se para conseguir pagar as contas e cuidar da sua mãe de 101 anos.

A Sra. Zhu regressou várias vezes ao Gabinete da Educação para procurar justiça, mas em vão. A última vez foi em meados de maio de 2021. Um dos supervisores da agência disse que não havia maneira de lhe restituir a pensão. Disseram que a única coisa que podiam fazer era escrever uma carta, mostrando que a Sra. Zhu tinha sido despedida, para que pudesse candidatar-se a um salário de baixo renda na comunidade.

Sr. Dai Dakui, um residente de 82 anos de Chongqing, foi preso em 12 de maio de 2021, por escrever cartas aos funcionários do governo local, pedindo que deixassem de participar na perseguição. Encontra-se agora detido há dois meses. Tendo sido condenado duas vezes por um total de nove anos e tendo a sua pensão de 37 anos de serviço sido suspensa por várias vezes, o Sr. Dai enfrenta agora de novo uma possível perseguição.

Outra praticante,Sra.Tang Xuzhen, uma professora aposentada em seus 80 anos, teve a sua pensão suspensa pela Universidade Médica do Sudoeste na província de Sichuan em 2011. Durante todos estes anos, a universidade nunca forneceu qualquer notificação ou explicação formal sobre a suspensão da sua pensão. A Sra. Tang regressou repetidamente à escola para procurar justiça, mas em vão. Em 2021, a Sra. Tang intentou vários processos contra a escola por ter retido a sua pensão, apenas para receber a compensação por parte de diferentes agências. A direção da escola instruiu o pessoal de segurança a impedir completamente a entrada da Sra. Tang no campus.

A situação das famílias

Outro impacto devastador da perseguição é nas famílias dos praticantes. A separação dos pais dos seus filhos pequenos, a detenção do único sustento da família, ou o encarceramento de praticantes que cuidam de pais idosos, causaram uma tremenda angústia às famílias dos praticantes do Falun Gong.

Por procurar a libertação da sua mãe, a Sra. Wang Meiqi e as suas duas tias foram presas duas vezes, em 21 de dezembro de 2021, e em 19 de abril de 2021. Como a Sra. Wang, uma finalista universitária, estava agendada para fazer o exame de admissão à escola de pós-graduação entre 26 e 27 de dezembro, teve de pedir autorização especial para fazer os exames e depois regressar para terminar de cumprir a detenção. A sua mãe, a Sra. Zhang Qiaolei, foi condenada a 7,5 anos e multada em 10 mil yuans. A Sra. Wang e uma das suas tias também estão sendo processadas.

No Japão, a Sra. Fu Weitong também está trabalhando arduamente para assegurar a libertação da sua mãe, a Sra. Mao Jiaping da cidade de Dalian, na província de Liaoning, que foi alvo da prisão em grupo em 2 de junho. Pouco depois de ter acabado de realizar uma manifestação em frente à embaixada chinesa em 12 de junho, a Sra. Fu recebeu um telefonema do seu pai na China. Pediu-lhe que parasse as suas atividades e retirasse os artigos sobre sua mãe no Minghui, pois as autoridades chinesas ameaçaram despedi-lo do seu trabalho.

A detenção do Sr. Dai Xuebing, proprietário de uma empresa logística com 49 anos de idade e o único provedor da sua família, deixou o seu filho de quatro anos, a sua mulher, que está mal de saúde, e os pais idosos na casa dos 80 anos em profundo desespero.

A polícia começou a seguir e a assediar o Sr. Dai em janeiro de 2021, depois de uma conversa telefônica dele com um praticante do Falun Gong que procurava emprego na cidade de Changsha, província de Hunan. Após a prisão do Sr. Dai em 30 de maio, a polícia disse à sua mulher que ele tinha sido gravado por uma câmera de vigilância distribuindo materiais do Falun Gong. Aqueles que estavam com ele também foram presos e enfrentam penas de prisão.

Sr. Dai Xuebing e o seu filho

Quando voltou do hospital após sofrer um ataque cardíaco, uma mãe na casa dos 70 anos, ficou devastada ao saber das detenções do seu filho, da sua filha e da sua nora. Com os três membros da família na cidade de Guangzhou, província de Guangdong, ainda encarcerados e enfrentando um processo judicial, a mãe entrou subitamente em coma em 22 de junho e o médico emitiu um aviso de estado crítico em 26 de junho.

A mãe dos irmãos Zeng em tratamento de emergência

Perseguidos repetidamente

Ao longo dos 22 anos de perseguição, alguns praticantes têm sido repetidamente presos e detidos por causa de sua fé.

Sr. Chen Yan, residente da cidade de Shuangyashan, na província de Heilongjiang, foi detido em 23 de abril de 2021 depois de ter sido denunciado pelo avô de uma criança por ter falado com a criança sobre o Falun Gong. Antes da sua última prisão, o antigo empregado de 59 anos da Departamento de Mineração da Segunda Construtora de Shuangyashan cumpriu duas penas em campo de trabalho forçado e uma pena de prisão, durante um total de nove anos. Enquanto cumpriu pena, o Sr. Chen foi constantemente agredido e torturado. Foi pendurado pelos pulsos, mantido em solitária, teve os seus quatro membros amarrados em posição de águia, recebeu choques com bastões elétricos, teve as suas pernas separadas à força, e foi brutalmente alimentado à força.

Seis meses após a Sra. Zuo Xiuyun ter sido libertada depois de ficar presa durante cinco anos, foi novamente presa em 19 de junho de 2021. Esta é a sexta vez que a residente da província de Fujian é presa por causa de sua fé. Quatro das suas prisões anteriores resultaram em penas de prisão, durante três anos, seis anos, três anos e meio e cinco anos. Também perdeu o seu emprego como professora de jardim de infância e divorciou-se do seu marido em 2003.

O seu irmão, o Sr. Zuo Fusheng, um veterano, cumpriu duas penas em campo de trabalho por um total de três anos e oito meses, assim como uma pena de seis anos de prisão. Uma vez foi pendurado pelos pulsos e espancado durante seis horas na prisão, fazendo com que ficasse cego de um olho. A sua mulher divorciou-se dele para evitar ser implicada na perseguição.

Quando os seus dois irmãos foram presos, a sua mãe morreu em 25 de abril de 2015, em menos de dois meses da Sra. Zuo ser libertada da sua terceira pena de prisão.

Praticantes perseguidos

Muitos dos praticantes perseguidos são profissionais, incluindo professores universitários, advogados, engenheiros, contabilistas e médicos, e até mesmo agentes da polícia.

Sra. Liang Yaomin, antiga supervisora da polícia na cidade de Yantai, província de Shandong, tem sofrido graves problemas cardíacos e as suas pernas tremem incontrolavelmente, quatro meses após a sua detenção em 9 de janeiro de 2021. O seu advogado e família apresentaram um pedido de libertação para a mulher de 62 anos sob fiança por razões médicas, mas a polícia rejeitou o pedido, dizendo que a rejeição se devia à "sua má atitude de não cooperar com as autoridades ou de se declarar culpada".

Dois policiais à paisana bateram à porta da Sra. Zhang Chunhe, contabilista e ex-diretora financeira na cidade de Guangzhou, província de Guangdong, por volta das 20 horas do dia 10 de abril de 2021. Afirmaram que estavam lá para cobrar uma taxa de gestão do lixo. Depois dela abrir a porta, a polícia empurrou a porta e prendeu-a. A polícia colocou selos na sua porta enquanto ela estava presa.

Outros praticantes que foram perseguidos no primeiro semestre de 2021 incluem o Sr. Gu Jiushou, um engenheiro sênior aposentado de 82 anos, bem como o Sr. Wang Dexin, um perito aposentado em perfuração de poços de petróleo com vasta experiência em perfuração de diamantes.

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