(Minghui.org) De acordo com as informações coletadas pelo Minghui.org, o número de praticantes do Falun Gong assediados por causa de sua fé tem aumentado constantemente desde janeiro desse ano.

O mês de abril de 2020 registrou 508 praticantes presos e 670 perseguidos por causa de sua fé, o que representa um aumento de mais de três e sete vezes, respectivamente, em relação ao mês de janeiro. No momento da redação desse relatório, 220 dos praticantes que foram presos em abril permanecem sob custódia.

O Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, é uma disciplina espiritual tradicional que é perseguida pelo Partido Comunista Chinês (PCC) desde 1999.

Depois que Wuhan foi isolada em 23 de janeiro de 2020, a epidemia de coronavírus finalmente foi conhecida pelo público. Os praticantes do Falun Gong logo perceberam como o PCC tem usado as mesmas táticas da perseguição ao Falun Gong para encobrir a disseminação do vírus e o vasto número de mortes.

Como muitos praticantes intensificaram seus esforços para expor a inconsistência do PCC ao lidar com a epidemia, houve aumento de prisões e assédio aos praticantes. A perseguição foi agravada em março e continuou em abril, depois que o isolamento foi suspenso ou amenizado.

É importante notar que, após a quarentena de Wuhan haver sido suspensa em 8 de abril, houve uma série de prisões e assédios aos praticantes do Falun Gong na província de Hubei, que passou de seis prisões e dois casos de assédio, em março, para 43 prisões e 53 casos de assédio, em abril.

Outro fator que contribuiu para a intensificação da perseguição em abril está relacionado a duas datas sensíveis, o “apelo de 25 de abril” e o Dia Mundial do Falun Dafa, comemorado em 13 de maio.

25 de abril marcou esse ano o 21º aniversário de quando 10 mil praticantes do Falun Gong apelaram pacificamente em Pequim, em 1999, para buscar a libertação de vários praticantes que haviam sido presos injustamente dias antes. O dia mundial anual do Falun Dafa, em 13 de maio, celebrou esse ano a 28• introdução pública do Falun Gong, em 1992.

Tais aniversários são considerados “politicamente sensíveis” pelo PCC, e as autoridades frequentemente intensificam a perseguição nessas datas, na tentativa de impedir que os praticantes juntem esforços para expor a perseguição.

Além disso, as reuniões políticas anuais do PCC (conhecidas como “Duas Sessões”) em Pequim — o Congresso Nacional do Povo e a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês — que foram adiadas de março para maio devido ao surto do coronavírus, também levaram a polícia a assediar mais praticantes, coagindo os mesmos para não saírem durante esse período.

Um policial de Pequim revelou que os policiais receberiam 5 mil yuans a cada praticante preso. Um oficial da província de Hubei contou que prometeu mil yuans a quem denunciasse um praticante por conversar com as pessoas sobre o Falun Gong.

Um homem em Pequim foi assediado enquanto ainda lamentava a recente morte de sua esposa e de seu pai. Uma mulher de 84 anos de idade, em Xangai, foi vigiada 24 horas antes do aniversário do apelo de 25 de abril.

Outros fatores que desencadearam a prisão ou o assédio aos praticantes em abril incluíam a leitura em conjunto dos ensinamentos do Falun Gong ou simplesmente tentarem libertar seus companheiros de prática detidos.

Os idosos não foram poupados durante as últimas rodadas de perseguição, pois 9% do total de 1.178 praticantes vigiados no mês de abril tinham 65 anos ou mais, sendo que o mais velho tinha 89 anos, da cidade de Tianshui, província de Gansu. Uma mulher de 81 anos, da cidade de Fushun, província de Liaoning, foi forçada a viver longe de casa para evitar o assédio e a prisão.

Os praticantes não apenas sofreram ataques domiciliares, prisão arbitrária, detenção, prisão e tortura, como também muitos deles tiveram seus meios de vida ameaçados.

Do total de 1.178 casos de perseguição relatados em abril, 314 praticantes tiveram suas casas saqueadas e 48 foram submetidas a extorsão pela polícia no total de 220.250 yuans, com média de 4.588 yuans por pessoa.

Depois que a Sra. Liu Yongying, da cidade de Nanchang, província de Jiangxi, finalmente cumpriu a sua pena de dois anos de prisão, a ex-professora de faculdade ficou arrasada ao descobrir que havia sido despedida de seu trabalho e a sua aposentadoria foi revogada.

O Sr. Liu Fating, do condado de Xiao, província de Anhui, que já estava em estado crítico após anos de perseguição, faleceu dois dias depois que a polícia o assediou, em 30 de abril de 2020.

Perseguição em todo o país

Os 1.178 praticantes perseguidos no mês de abril residiam em 26 províncias e municípios diferentes. Semelhante aos meses anteriores, Hebei, Liaoning, Jilin, Heilongjiang e Shandong continuam sendo as cinco províncias com a perseguição mais severa.

As autoridades de várias províncias, incluindo Shandong, Jiangxi, Hebei, Liaoning, Guizhou e Jilin, perseguiram os praticantes em larga escala e realizaram sessões de lavagem cerebral para forçá-los a renunciar à sua fé.

Na província de Guizhou, as autoridades emitiram um “plano de retirada zero”, na tentativa de forçar todos os praticantes locais a renunciarem à sua fé.

Foi relatado que o Comitê de Assuntos Políticos e Jurídicos (CAPJ) de Guizhou emitiu uma ordem para “transformar” completamente todos os praticantes entre 2020 e 2023. A ordem foi baseada no Documento nº 101 divulgado pelo CAPJ central em Pequim, intitulado “Sobre a questão de reduzir o número de praticantes do Falun Gong”.

O CAPJ, uma agência extrajudicial que supervisiona a segurança do Estado, a procuradoria e os tribunais, desempenhou um papel central na perseguição ao Falun Gong, incluindo o planejamento e a execução de políticas nacionais de perseguição.

Na maioria dos casos, a polícia e os membros do comitê residencial telefonavam para os praticantes ou realizavam visitas às suas casas. Se os praticantes se recusassem a assinar as declarações preparadas para renunciar ao Falun Gong, os oficiais ameaçavam enviá-los para centros de lavagem cerebral ou chantageavam os mesmos, ameaçando impedir que seus filhos encontrassem emprego ou fossem para a faculdade. Na província de Liaoning, as autoridades também ameaçaram reaver terras agrícolas distribuídas pelo governo a alguns praticantes que são agricultores.

Aqueles que praticavam o Falun Gong antes, mas desistiram devido à perseguição, também foram assediados.

Assediados por divulgarem informações sobre a pandemia

Como as restrições de viagem diminuíram gradualmente na China desde março de 2020, mais praticantes do Falun Gong estão sendo presos por distribuir materiais informativos sobre a perseguição contra sua fé pelo regime comunista e o acobertamento da epidemia.

A Sra. Xu Jinfeng, moradora da cidade de Dalian, província de Liaoning, foi presa em 2 de abril depois que a polícia a viu fixando cartazes sobre o Falun Gong. Eles saquearam sua casa e confiscaram os livros do Falun Gong dela. A polícia coletou suas impressões digitais e uma amostra do seu sangue. Embora tenham libertado a Sra. Xu, no dia de sua prisão, eles ameaçaram detê-la por 15 dias após o término da epidemia.

Sr. Huang Qiangsheng

Em 7 de abril, o Sr. Huang Qiangsheng, de 52 anos, proprietário de uma empresa de construção na cidade de Guangzhou, província de Guangdong, foi preso e sua casa foi saqueada. A polícia o prendeu no dia seguinte, colocando-o no Centro de Detenção nº 2 da cidade de Guangzhou. A mãe de Huang, que tem 80 anos, está tão preocupada com ele que não consegue comer ou dormir. Ela está pedindo a libertação imediata de seu filho.

Na cidade de Xinji, província de Hebei, Wang (cujo primeiro nome ainda está sendo investigado), de 80 anos, foi presa em 10 de abril, depois de haver sido denunciada por conversar com as pessoas sobre o Falun Gong. A polícia extorquiu 4 mil yuans de sua família antes de libertá-la.

O Sr. Sun Zhiwen, um residente do condado de Yongji, província de Jilin, que foi preso pela primeira vez em 4 de fevereiro de 2020, foi levado novamente em custódia no dia 22 de abril e mantido no Centro de Detenção do Condado de Yongji.

Dois dias antes de sua prisão, a polícia procurou o Sr. Sun em seu local de trabalho e o conduziu ao Tribunal do Condado de Yongji. A equipe do tribunal tentou forçá-lo a assinar alguns papéis, mas ele se recusou. A família do Sr. Sun foi proibida de visitá-lo na prisão.

A Sra. Dai Qingping, moradora da cidade de Changsha, província de Hunan, tem sido forçada a viver fora de casa desde 18 de abril de 2020 para evitar a prisão.

As autoridades assediaram a Sra. Dai depois de acusá-la de colocar cartazes em uma movimentada rua comercial com códigos QR, que davam acesso a reportagens de mídia no exterior sobre o encobrimento da pandemia pelo regime comunista chinês.

Seis policiais da delegacia de polícia da Rua Pozi invadiram a casa da Sra. Dai e tentaram prendê-la na noite de 18 de abril de 2020. Como ela não estava em casa, a polícia invadiu o local e ameaçou prender seu marido. Mais tarde, cederam depois que o marido disse a eles que tinha pressão alta e um problema cardíaco.

A polícia também perseguiu a irmã da Sra. Dai e vários outros praticantes do distrito, em suas tentativas de encontrá-la.

Assediados antes das reuniões das “Duas Sessões” em Pequim

Muitos praticantes do Falun Gong em Pequim foram assediados em larga escala desde abril, antes das reuniões das “Duas Sessões” do PCC, desde 22 de maio de 2020.

A polícia invadiu a maioria das casas dos praticantes, interrogou-os e forçou-os a preencher questionários para saber se eles ainda praticavam o Falun Gong ou se assinaram alguma declaração de garantia, para renunciar à sua fé antes.

Como os centros de detenção locais se recusaram a admitir praticantes devido à pandemia, a maioria dos praticantes foi libertada sob fiança. Alguns foram forçados a deixar Pequim e não podem voltar antes do final das reuniões das “Duas Sessões”.

A Sra. Zhou Suxia e seu filho, Liu Kuo, foram presos na manhã de 24 de abril. A polícia confiscou seus materiais relacionados ao Falun Gong (livros e folhetos) e os interrogou na delegacia de Houshayu. A mãe e o filho foram levados para o Centro de Detenção de Shunyi em 26 de abril de 2020.

Quatro policiais invadiram a casa da Sra. Li Xiuzhi de 84 anos, em 24 de abril. Como a Sra. Li não estava em casa, a polícia revistou o local e confiscou livros do Falun Gong, computadores e outros pertences pessoais.

Depois que a Sra. Li voltou, a polícia tentou levá-la à delegacia, mas cedeu após o forte protesto de sua família.

A Sra. Yang Wanxin foi assediada por quatro oficiais em 25 de abril. Eles perguntaram à Sra. Yang se ela ainda praticava o Falun Gong e a ameaçaram, ordenando que ela não saísse para distribuir materiais sobre o Falun Gong. Dois policiais ficaram do lado de fora do apartamento da Sra. Yang e a seguiram quando ela saia para fazer compras.

A Sr. Yang Yuliang e sua filha de 24 anos, Srta. Yang Dandan, foram levados sob custódia em 27 de abril de 2020 e detidos por vários dias.

As prisões do Sr. Yang ocorreu apenas cinco dias depois que sua esposa, a Sra. Gao Yan, faleceu devido a décadas de perseguição. O casal foi forçado a viver fora de casa por dez anos. Apenas dois dias após o retorno, a polícia prendeu o casal e os sentenciou a dois anos de trabalho forçado cada.

Enquanto estavam detidos, o casal foi submetido a brutal tortura e lavagem cerebral com o objetivo de forçá-los a desistir do Falun Gong. O Sr. Yang sofreu falência múltipla dos órgãos e a Sra. Gao desenvolveu pressão alta persistente e um distúrbio endócrino.

As autoridades continuaram a assediar o casal depois que foram libertados, o que acabou levando à precoce e trágica morte da Sra. Gao, aos 49 anos.

Apenas duas semanas antes da morte da Sra. Gao, o pai do Sr. Yang faleceu em 7 de abril.

Sra. Gao Yan

Srta. Yang Dandan

Morte após assédio

O Sr. Liu Fating, um fazendeiro do condado de Xiao na província de Anhui, faleceu em 2 de maio de 2020, dois dias depois de ser assediado pelas autoridades. A polícia perseguiu o Sr. Liu, apesar de ele estar em estado crítico devido ao câncer de pulmão.

O Sr. Liu sofreu um derrame após ser açoitado, passar fome e forçado a fazer trabalho intensivo após sua prisão, em 17 de novembro de 2015. Apesar dele já haver ficado inválido, recebeu ordem de cumprir uma pena de prisão de 3,5 anos, o que arruinou completamente sua saúde. Ele deixou a prisão em janeiro de 2019 usando uma bengala e muitas vezes tossia sangue.

Depois de diagnosticado com câncer de pulmão, o Sr. Liu ficou no hospital e recebeu quimioterapia por alguns meses. Assim que voltou para casa, agentes da Agência 610 do condado de Xiao, uma agência extralegal criada especificamente para perseguir o Falun Gong, o assediaram e tentaram forçá-lo a renunciar à sua fé. Sua condição piorou nos meses seguintes devido à pressão mental.

Em 30 de abril de 2020, oficiais da Agência 610 perseguiram o Sr. Liu novamente, embora estivesse inconsciente e à beira da morte. Os policiais intimidaram sua família e levaram o celular do Sr. Liu para verificar se ele possuía contato com algum praticante do Falun Gong. O Sr. Liu faleceu em 2 de maio de 2020, aos 74 anos.

Detenções arbitrárias

Cinco residentes de Guangdong, incluindo um futuro pai, foram presos por estudar os ensinamentos de sua fé

Cinco moradores da cidade de Shanwei, província de Guangdong, foram presos em 9 de abril de 2020 enquanto estudavam o Zhuan Falun, o livro principal do Falun Gong, na casa do Sr. Zhuang Xiachang.

O Sr. Zhuang e três de seus convidados, incluindo o Sr. Huang Shengwei, o Sr. Wu Yiguo e o Sr. Zeng Shaolan, foram presos. Seu quarto convidado, o Sr. Chen Xianzhen, foi libertado sob fiança devido a problemas de saúde.

A polícia pegou a chave do Sr. Huang e invadiu a casa dele quando ninguém estava por perto. Os objetos de valor de sua esposa, incluindo mais de uma dúzia de jóias de ouro, 7.500 yuans em dinheiro, computadores e cartões bancários desapareceram após a operação policial.

A família do Sr. Huang denunciou o incidente à polícia, que negou ter apreeendido os objetos de valor e se recusou a investigar o aparente roubo.

A esposa do Sr. Huang está grávida de cinco meses. Como ela sofreu um aborto antes, sua família está muito preocupada com ela e o bebê do casal, ainda não nascido.

Seis praticantes do Falun Gong em Heilongjiang são presos por tentarem libertar um colega praticante

Seis praticantes do Falun Gong na cidade de Harbin, província de Heilongjiang, foram presos por tentarem libertar um praticante local que foi detido por distribuir informações sobre sua fé. Cinco dos praticantes receberam dez dias de detenção.

A Sra. Zhang Jun de 67 anos, foi à cidade vizinha de Xinglong para distribuir materiais informativos sobre o Falun Gong na noite de 9 de abril de 2020. Ela foi presa após ser seguida por um oficial.

Yang Chunlai, chefe da delegacia, ordenou que seus policiais procurassem a Sra. Zhang pela cidade. Eles a levaram presa e apreenderam o seu carro.

A família da Sra. Zhang e seis praticantes do Falun Gong foram à delegacia na tarde seguinte para pedirem sua libertação. Embora a polícia tenha concordado em libertar a Sra. Zhang, prendeu os seis praticantes e confiscou a minivan que os praticantes haviam pegado emprestado de um amigo. A polícia revistou a van e encontrou alguns materiais do Falun Gong.

A polícia deu um tapa na cara do motorista, Sr. Sun Tienong, com tanta força que ele caiu no chão e ficou extremamente tonto depois.

Quando o Sr. Li Yan tentou impedir a polícia de espancar o Sr. Sun, os policiais o arrastaram para uma sala sem câmeras de vigilância e o espancaram. Eles o algemaram e o seguraram no chão. Um oficial pisou no seu rosto e na cabeça. Outro chutou as costas do Sr. Sun.

Depois que um praticante de sobrenome Zhang (sem relação com a Sra. Zhang Jun) foi solto por volta do meio-dia, os outros cinco praticantes, incluindo Sr. Sun, Sr. Li, Sra. Yu, Yu Shufan, Sra. Gao Yabin e Sra. Xu Shufeng, permaneceram sob custódia e foram interrogados.

Yang ameaçou os praticantes, dizendo-lhes para nunca mais voltarem à cidade de Xinglong para distribuir materiais do Falun Gong. Ele também ameaçou os filhos e netos dos praticantes, afirmando que eles poderiam ser responsabilizados e punidos caso os praticantes expusessem a perseguição à comunidade internacional ou se publicassem os números de telefone dos policiais on-line (muitos praticantes fora da China estão ligando para a polícia e pedindo para que não participem da perseguição).

A polícia se recusou a devolver os dois carros confiscados de Zhang e Sun. Quando o amigo do Sr. Sun e proprietário da minivan foi à delegacia para exigir a devolução do veículo, ele próprio foi preso, embora não pratique o Falun Gong.

Mulher de Anhui foi presa por sua fé, sua filha foi punida e está traumatizada

Uma mulher com cerca de 60 anos ficou incomunicável por semanas depois de ser presa por praticar o Falun Gong. Sua filha, que foi presa junto com ela, ficou traumatizada pelos tormentos praticados pela polícia.

A Sra. Shang Qin, da cidade de Maanshan, província de Anhui, estava na loja de sua filha em 25 de abril de 2020, quando uma dúzia de policiais à paisana invadiu o local e a prendeu. A polícia também prendeu a filha dela, quando tentou impedi-los de levar a mãe. As mãos da jovem foram algemadas nas costas e ela e a sua mãe foram levadas para a delegacia de Huoli.

A polícia colocou a Sra. Shang em detenção criminal no dia seguinte e a transferiu para um centro de detenção. Desde então, a sua família não recebeu qualquer notícia dela. Um oficial alegou que eles estavam planejando prender a Sra. Shang por algum tempo e a estavam vigiando antes da prisão.

Quando a filha da Sra. Shang foi libertada em 26 de abril, a polícia a ameaçou para não divulgar a perseguição de sua mãe no site Minghui, ou a prenderia novamente.

Depois que ela voltou para a casa que dividia com a mãe, ela descobriu que a polícia havia saqueado o local e confiscado os livros do Falun Gong de sua mãe. A loja da filha também foi saqueada e dois de seus computadores e uma impressora sumiram.

A jovem mulher ficou tão traumatizada com a prisão que ficou incapaz de dormir por duas semanas. Ela vive com medo e apresenta sintomas de ataques de pânico. Ela não conseguiu trabalhar normalmente desde sua libertação.

Idosos assediados

Mulher de 81 anos forçada a viver longe de casa para evitar ser presa

A Sra. Yu de 81 anos, da cidade de Fushun, província de Liaoning, foi presa em 2 de abril de 2020, depois de ser denunciada por conversar com as pessoas sobre o Falun Gong. Ela foi levada para a delegacia de Gebu e forçada a colocar as impressões digitais no registro do interrogatório.

A polícia vasculhou a casa da Sra. Yu naquela tarde e confiscou livros e outros materiais do Falun Gong. Eles então a levaram de volta à delegacia e a interrogaram por várias horas antes de deixá-la sair por volta das 22h.

A polícia ordenou que a Sra. Yu retornasse à delegacia no dia seguinte. Preocupada que seria presa novamente, ela tem se escondido desde então.

Seis mulheres, a maioria na faixa dos 80 anos, foram perseguidas e enfrentam processos

Seis moradoras da cidade de Maanshan, província de Anhui, entre 77 e 86 anos de idade, foram assediadas e tiveram suas casas saqueadas entre 24 e 25 de abril de 2020.

A Sra. Xie Kuaiji de 84 anos, não foi presa devido ao protesto de sua família. As outras cinco praticantes, incluindo a Sra. Zhou Chunying, 86; Sra. Wang Suhua, 84; Sra. Shen Xuemei, 84; Sra. Chen Xiufang, 83; e Sra. Ji Yinzhu, 77, foram levadas à delegacia local e interrogadas.

A polícia disse que monitorava as praticantes desde março de 2020, depois de filmá-las distribuindo materiais do Falun Gong. Eles questionaram as praticantes sobre onde elas conseguiram os materiais.

Embora as cinco praticantes tenham sido mandadas para casa à noite, a polícia as ordenou voltarem à delegacia no dia seguinte para outra rodada de interrogatórios. A polícia está agora se preparando para enviar seus casos à procuradoria.

Homem de Shandong é assediado por falar sobre sua fé

Um morador da cidade de Yantai, província de Shandong, foi intimado para a ir à delegacia local de Wuning em 24 de abril de 2020 e disse que estava recebendo um ano de “julgamento pendente de fiança”, o que exige que ele se reporte à polícia sempre que for intimado e o proíbe de deixar seu distrito natal de Mouping.

Pouco tempo depois que o Sr. Wang Junheng voltou para casa, três policiais apareceram e confiscaram seus dois celulares e um computador.

A polícia tem assediado o Sr. Wang desde agosto passado, depois de descobrir que ele colocou as mensagens “Falun Dafa é bom; Verdade, Benevolência e Tolerância são bons [valores]” em uma parede pública. A polícia também chamou o filho do Sr. Wang e perseguiu o jovem, deixando a família incapaz de viver uma vida normal.

O Sr. Wang, de 70 anos, teve problemas de saúde durante a maior parte de sua vida. Ele desenvolveu artrite reumatoide aos 14 anos, mas depois de tentar muitos tratamentos, nenhum apresentou melhora. Ele desenvolveu depressão devido à sua condição física. Ele às vezes desmaiava enquanto dirigia. Sua saúde piorou com o tempo e ele também desenvolveu diabetes.

Em seus 60 anos, o Sr. Wang foi apresentado ao Falun Gong e sua saúde logo se recuperou. Ele é muito grato pela prática e tenta compartilhar as informações com outras pessoas para que elas também possam se beneficiar. Por esse motivo, ele agora é alvo da polícia.

Despedida de emprego e aposentadoria revogada

Após mal ter sobrevivido a dois anos de prisão por sua fé no Falun Gong, a Sra. Liu Yongying quase entrou em colapso ao descobrir que havia sido demitida na escola em que trabalhava e ter a sua aposentadoria revogada.

Sra. Liu Yongying antes da perseguição

Sra. Liu Yongying depois de sofrer dois anos de violações graves na prisão.

A Sra. Liu, de 57 anos, era professora na Escola de Administração Civil de Jiangxi na cidade de Nanchang, província de Jiangxi. Ela foi presa por volta da meia-noite do dia 3 de abril de 2018. A polícia invadiu sua casa e confiscou seu computador e sua impressora.

Os policiais mantiveram a Sra. Liu acorrentada a uma cadeira no porão do Departamento de Polícia de Qingshanhu e a interrogaram por quase 40 horas. O oficial Chen Liming bateu na cabeça dela e chutou seus joelhos.

A Sra. Liu compareceu ao Tribunal Distrital de Xihu três vezes entre junho e agosto de 2018 e foi condenada a dois anos de prisão, com uma multa de 5 mil yuans em outubro de 2018.

Durante os dois anos em que a Sra. Liu esteve presa no Centro de Detenção Nanchang nº 1, ela primeiramente foi forçada a dormir no chão de concreto. No ambiente imundo e úmido da prisão, ela desenvolveu muitas erupções cutâneas com coceiras no corpo.

Por causa da erupção cutânea, a Sra. Liu foi discriminada e humilhada por suas colegas de cela, que a forçaram a dormir no banheiro e não permitiram que ela usasse cadeiras compartilhadas por outras pessoas.

Para sobreviver ao inverno, a Sra. Liu havia comprado roupas de cama grossas. Mas, no verão, os guardas se recusaram a fornecer-lhe espaço nos armários para guardar as roupas de cama. Dormindo em roupas de cama grossas em um quarto sem ar-condicionado ou ventiladores, a Sra. Liu ficava tão quente e suada que não conseguia dormir à noite.

Quando a Sra. Liu foi finalmente libertada em 3 de abril de 2020, seu filho quase não a reconheceu — ela estava magra e com os olhos embotados. Ela também havia perdido muitos dentes.

Ao voltar para casa, o marido da Sra. Liu disse a ela que a Agência 610 obrigou a escola a demiti-la em maio de 2018, apenas um mês após sua prisão. Os líderes da escola também foram forçados a fazer discursos de autocrítica na frente de todos, na escola, e todo o bônus anual de todos os funcionários foi retido. Eles também foram forçados a denunciar o Falun Gong e prometer se distanciar da prática.

A Sra. Liu foi ao Escritório Provincial de Previdência Social (EPPS) em meados de abril de 2020 para registrar o pedido para receber sua aposentadoria, pois havia atingido a idade para se aposentar em setembro de 2018. A recepcionista disse-lhe que eles não conseguiam encontrar o seu nome no sistema e pediu que ela consultasse o Escritório Local de Segurança Social.

A EPPS local disse que sua escola não participava mais do programa de seguridade social desde 2014, quando ocorreu uma grande reforma da previdência social. Sua escola, no entanto, parou de fazer contribuições para sua conta após sua prisão em 2018. Como tal, ela tinha apenas cerca de 3,5 anos de contribuições, quando a reforma exige um mínimo de 15 anos de contribuições antes de se qualificar para os benefícios da aposentadoria.

A equipe do EPPS disse a Sra. Liu que se, ela quisesse receber uma aposentadoria por meio do programa de seguridade social, teria que compensar a contribuição perdida de 11,5 anos. Se ela optasse pagar a contribuição anualmente, teria que esperar até 2031, quando tivesse quase 70 anos de idade, para se qualificar para receber os benefícios da aposentadoria. Ou ela poderia pagar a contribuição restante de 120 mil yuans em um montante fixo de modo a receber um pagamento mensal de mil yuans a partir de agora.

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