(Minghui.org) (Continuação da parte 1) Histórias da antiga China sobre como se resguardar contra a luxúria (parte 1 de 5)
6. A velha esposa de Yan Zi
Yan Ying, também conhecido como Yan Zi, foi um pensador e diplomata de grande renome durante o período da Primavera e Outono. Ele era muito apreciado pelo duque de Jing, do Estado de Qi.
Um dia o duque Jing foi visitar Yan Ying na sua casa. Enquanto bebiam, o duque Jing viu uma mulher e perguntou: “A senhora que vi a pouco é a sua mulher?” Quando Yan Zi disse que sim, o duque Jing comentou em tom de escárnio: “Ela é velha e feia. Tenho uma filha jovem e bela. Que tal se casar com ela?”
Ao ouvir isso, Yan Zi levantou-se, ficou em frente ao duque Jing, inclinou-se diante dele e disse: “Meu senhor, ainda que minha esposa seja velha e feia, tenho vivido com ela durante muito tempo e a conheci quando era jovem e bonita. Quando uma mulher se converte na esposa de um homem, ela oferece a sua juventude e beleza pela sua vida, até tornar-se velha e feia. Quando minha esposa era jovem, entregou-se a mim e aceitei-a e me casei com ela. Ela viveu comigo todos esses anos.
“Agora, apesar de que o meu senhor me ofereceu uma grande honra, como posso trair o compromisso que ela me fez em sua juventude?” Yan Ying se inclinou novamente ante o duque e desprezou sua oferta com agradecimento. Ao ver que Yan Ying valorizava suas obrigações e sentimentos por sua esposa, o duque Jing retratou-se.
Em outra ocasião, Tian Wuyu (uma celebridade influente nesse tempo) tentou convencer Yan Ying a desprezar a sua velha esposa. Yan Ying disse: “Tenho ouvido que é inadequado desprezar a esposa ainda que seja velha e é indecente tomar concubinas jovens e formosas. Se um homem se esquece da honra quando vê mulheres formosas e desfruta da riqueza, então essa pessoa está violando os princípios morais. Como posso ir contra os princípios dos nossos antepassados?”
Sobre Yan Ying diziam: Como oficial da corte, Yan Ying era leal ao soberano e se preocupava com as pessoas. Como homem, era admirado pelo seu alto nível moral. Simples e honesto, seguia os princípios da benevolência, justiça, dos bons costumes e da honestidade. Confúcio falou favoravelmente sobre a sua conduta, já que era cortês e espirituoso. (Comentário do autor)
7. Confúcio fez advertências contra a luxúria
Confúcio disse: “Durante a juventude, quando o corpo e o vigor ainda não são estáveis, é preciso se resguardar contra a luxúria.”
Huang Xaiozhi referiu-se a essa frase: “Segundo o sábio, um homem deve evitar a luxúria. No “Livro do Ritos” se diz que um homem comum não deve tomar uma concubina a menos que ainda não tenha tido filhos aos cinquenta anos. É evidente que as pessoas procuravam evitar os desejos luxuriosos. Confúcio não disse muito a respeito disso, mas fez menção que: ‘Na juventude, quando a força física ainda não se aquieta, é necessário se resguardar contra a luxúria.’ Certamente, esse é um assunto muito importante e as pessoas devem se abster dos desejos luxuriosos."
“Isso se deve ao fato de que as pessoas jovens estão em pleno florescimento, como uma planta germinando ou um inseto hibernando. Se os brotos forem danificados, murcharão. Se um inseto está hibernando e é desenterrado e exposto, seguramente morrerá. Confúcio deixou advertências aos jovens sobre a luxúria para que se abstenham dela e cuidem de si mesmos e, assim, preservem a sua juventude."
“Se uma pessoa pode manter os desejos luxuriosos sob controle quando é jovem, sua essência será bem conservada e estará cheia de energia. Quando for à corte lidar com os assuntos do Estado, seu espírito e energia lhe permitirão conseguir coisas incríveis. Atingir um caráter agradável e uma real sabedoria reside nesse ponto. Inclusive se uma pessoa não tem grandes pretensões, vai poder desfrutar de uma vida longa e não morrerá por causas não naturais. Isso é algo que os jovens devem prestar atenção."
Um comentário de louvor: Os ensinamentos de Confúcio regulavam os princípios morais; de lealdade, piedade, integridade e sentido de decência, benevolência, justiça, cortesia e honra. O homem e a mulher são diferentes e devem se manter a certa distância um do outro. Essa é uma advertência sincera aos jovens. (Comentário do autor)
8. Mêncio tinha poucos desejos
Mêncio disse: “Para nutrir a mente, não há nada melhor do que reduzir os desejos. Se tens poucos desejos, ainda que às vezes perca o controle, as possibilidades de que isso ocorra são poucas. Se tens muitos desejos, ainda que às vezes sejas capaz de controlar os teus desejos, as possibilidades de que isso ocorra são poucas.”
O Mestre Yin Huang explica essa questão com um exemplo: “As pessoas devem abster-se dos desejos luxuriosos, inclusive quando estão sãos e muito mais ainda quando acabam de recuperar-se de uma enfermidade. Há dez anos, o filho de um próspero homem de negócios estava estudando medicina ocidental no Japão e foi o mais destacado da sua classe. Um dia estava viajando de trem e pulou para fora antes que o vagão estivesse parado, fraturando o braço.
“Como ele era um médico especializado nessa área, logo se recuperou. Os ossos necessitam de cerca de 100 dias para uma recuperação completa e relações sexuais deveriam ser evitadas durante esse período. Retornou para a China antes que transcorressem os 100 dias porque sua mãe havia falecido. Passou uma noite com uma mulher e morreu no dia seguinte. Ele era muito inteligente e estava pronto para dar início à sua carreira como médico, porém, não sabia que deveria ter evitado tal comportamento. Por um pouco de prazer sexual, pagou com sua vida. Que pena!”
“... ... Eu posso afirmar que 40% de todas as mortes são o resultado de entregar-se à luxúria. Apesar de que as suas mortes possam não resultar diretamente dos desejos luxuriosos, a sua saúde se debilita muito com tais desejos e encontra a morte de maneira indireta. Somente 20% de todas as mortes se devem a causas naturais. Um mundo tão vasto, com tantas pessoas e 8 ou 9 de cada 10 morrem por ter sucumbido aos desejos luxuriosos. Não é triste?... ...”
As pessoas elogiavam Mêncio. Baseando-se nas contribuições dos seus predecessores e promovendo o coração de um sábio, ele centrou sua conduta na benevolência e manteve um coração limpo, com poucos desejos. Foi considerado como o segundo depois de Confúcio; e as pessoas o respeitavam. Sua mãe, honrada por sua causa, mudou-se três vezes até encontrar uma vizinhança adequada para criá-lo. (Comentário do autor)
(Continua)
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