(Minghui.org) 14 casos de praticantes de Falun Gong perseguidos até a morte por defenderem sua fé foram registrados em novembro de 2023, elevando o total de mortes registradas até o momento para 188.
O Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, é uma prática de cultivo do corpo e da mente baseada nos princípios da Verdade, Compaixão e Tolerância. A prática foi apresentada ao público em 1992 e, nos anos seguintes, milhões de chineses adotaram seus profundos ensinamentos e benefícios à saúde. O regime comunista chinês temia sua popularidade e lançou uma campanha nacional para erradicar o Falun Gong em julho de 1999. A perseguição continua até hoje.
Com exceção de uma morte ocorrida em dezembro de 2004 e em maio de 2012, os outros 12 casos ocorreram em 2023. Devido à rigorosa censura de informações do regime comunista, o número real de mortes como resultado da perseguição é provavelmente muito maior.
As províncias de Jilin e Anhui registraram três mortes cada, a Mongólia Interior duas e as seis províncias restantes, Gansu, Guangdong, Henan, Heilongjiang, Hunan e Liaoning, tiveram um caso cada.
Os quatorze praticantes falecidos incluíam nove mulheres e cinco homens. Entre os 11 praticantes cujas idades no momento da morte eram conhecidas, o mais jovem tinha 51 anos e o mais velho 84 anos.
A maioria dos praticantes sofreu espancamentos e torturas graves durante o encarceramento antes de falecerem. Uma mulher de 66 anos morreu enquanto estava na prisão. Uma mulher de 70 anos morreu um dia após ser libertada da custódia policial. Uma mulher de 69 anos morreu seis dias depois que a polícia a colocou em um centro de detenção. Outro homem de 70 anos foi torturado em um centro de detenção e, como resultado, perdeu a visão.
Além disso, um homem de 51 anos foi espancado em um centro de detenção até vomitar sangue e perder a consciência por uma semana. Ele foi mandado para casa enquanto sua esposa, que também praticava o Falun Gong, foi colocada em um campo de trabalhos forçados. Ele sofreu grave retenção de água no abdômen e não tinha dinheiro para ir ao médico. Da mesma forma que ele, uma mulher de 78 anos ficou doente demais para cuidar de si mesma como resultado da tortura. Enquanto ela cumpria uma sentença de três anos em casa, as autoridades continuaram a assediá-la duas vezes por mês até que ela faleceu. Outra mulher de 61 anos nunca se recuperou da tortura e das injeções de drogas tóxicas a que foi submetida na prisão e morreu em consequência disso.
A aposentadoria de um homem de 84 anos foi deduzida por anos devido ser um praticante do Falun Gong. Quando as autoridades tentaram forçá-lo a devolver a aposentadoria que recebeu no passado, ele sofreu um derrame e morreu.
Abaixo estão breves resumos de 11 das 14 mortes registradas em novembro de 2023. A lista dos 14 praticantes pode ser baixada aqui (PDF).
Sr. Jiang Dejin
Um homem da cidade de Dashiqiao, província de Liaoning, faleceu em 4 de dezembro de 2004, devido a ferimentos causados por tortura na prisão por praticar Falun Gong. Ele tinha 51 anos de idade.
O Sr. Jiang Dejin costumava ter problemas com quase todos os seus órgãos internos, incluindo os rins, o estômago e o coração. Ele também sofria de baixo nível de açúcar no sangue e fornecimento insuficiente de sangue ao cérebro. Ele estava sempre fraco e não tinha energia. Ele se tornou um homem saudável depois que aprendeu Falun Gong.
As autoridades da cidade de Dashiqiao ofereceram uma recompensa de 2.000 yuans em maio de 2002 pela prisão de um praticante de Falun Gong. O chefe de polícia Zhan Wei e Han Dan, o diretor do comitê de rua, prenderam o Sr. Jiang. Eles primeiro o mantiveram na cadeia local e depois o transferiram para o Centro de Detenção da Cidade de Dashiqiao.
Os presos na cela do Sr. Jiang o chicotearam com fios de metal leves. Eles disseram que, com o uso de arames leves, seus ferimentos seriam principalmente internos e não apareceriam do lado de fora.
O Sr. Jiang continuou vomitando sangue e logo desmaiou. Quando ele foi levado para o hospital, o médico não conseguiu nem tirar sangue de seu braço, pois ele havia perdido muito sangue. Depois de muito esforço, o médico conseguiu retirar um pouco de sangue de sua perna para ser examinado.
O Sr. Jiang permaneceu em coma por uma semana. Sua família não teve permissão para visitá-lo durante esse período. Mais tarde, o diretor do centro de detenção o liberou.
O Sr. Jiang ficou acamado por mais de um mês. Quando finalmente conseguiu sair da cama e andar, um problema no fígado o deixou com edema sistêmico. Na época, sua esposa estava sendo mantida no Campo de Trabalhos Forçados de Masanjia. Ele não tinha condições de ir ao hospital nem de contratar alguém para cuidar si. A polícia também tinha pessoas vigiando sua casa para monitorá-lo. Ele faleceu cerca de um ano e meio depois, em 4 de dezembro de 2004.
A Sra. Xu Guizhi, da cidade de Yushu, província de Jilin, lutou contra a deterioração de sua saúde depois de ter sido torturada na prisão de 2019 a 2021. Ela não teve permissão para praticar o Falun Gong depois de ser libertada e morreu dois anos depois, em janeiro de 2023, aos 69 anos de idade.
A Sra. Xu foi presa por policiais da Delegacia de Polícia de Zhengyang em 6 de dezembro de 2018. Ela foi julgada no Tribunal da Cidade de Yushu e condenada a 2 anos e 6 meses de prisão em 15 de março de 2019. As guardas da Prisão Feminina da Província de Jilin a espancaram e torturaram na tentativa de forçá-la a renunciar à sua fé. A tortura afetou sua saúde e ela desenvolveu diabetes, tornou-se incontinente e tinha dificuldade para andar.
Depois de ser libertada em 2021, sua família ficou aterrorizada com a perseguição e a impediu de retomar a prática. Sua saúde continuou a piorar e, como resultado, ela morreu.
Uma moradora do condado de Tuquan, Liga de Hinggan, Mongólia Interior, morreu seis dias depois de ter sido presa em março de 2023 quando visitava sua filha na cidade de Changchun, província de Jilin.
A Sra. Liang Lixin tornou-se praticante de Falun Gong em 1997. Como resultado da perseguição, ela foi colocada em um campo de trabalhos forçados em fevereiro de 2001 por 2 anos e 6 meses. Ela foi condenada a sete anos de prisão em 2004 e a 3 anos e 6 meses em 2013.
Ela se mudou para a cidade de Changchun, província de Jilin, para viver com sua filha. A polícia local a prendeu em março de 2023 e a colocou no Centro de Detenção de Jiutai. Mais tarde, a polícia a transferiu para o Centro de Detenção da Cidade de Changchun e ela morreu seis dias depois.
O Sr. Li Dianxing, morador da cidade de Huaihua, província de Hunan, era constantemente assediado pelas autoridades locais. Um funcionário do Departamento de Recursos Humanos e Previdência Social do Condado de Yuanling foi até sua casa em 3 de abril de 2023 e exigiu que ele devolvesse uma parte da aposentadoria que recebia. A pessoa alegou que, como o Sr. Li não tinha direito a nenhum benefício de aposentadoria enquanto cumpria uma pena de prisão anterior por sua fé, ele era obrigado a devolver os fundos que recebeu durante esse período. O Sr. Li ficou tão irritado e perturbado que sofreu um derrame hemorrágico. Ele morreu mais tarde naquele dia. Ele tinha 84 anos.
O Sr. Li era engenheiro e vice-chefe do Departamento de Recursos Hídricos do Condado de Yuanling. Suas doenças crônicas no pulmão e no estômago e a artrite reumatoide desapareceram depois que ele aprendeu o Falun Gong em 1998.
Ele foi preso em 17 de março de 2020 pela polícia do condado de Yuanling por distribuir panfletos do Falun Gong e foi detido por 15 dias.
A polícia o prendeu outra vez em novembro de 2020 depois que ele colocou um panfleto do Falun Gong em um carro. O Tribunal do Condado de Yuanling o condenou a seis meses e o multou em 2 mil yuans em 30 de novembro de 2021. Ele apelou ao Tribunal Intermediário da cidade de Huaihua, que decidiu manter o veredicto original em 8 de fevereiro de 2022. Ele foi transferido para a prisão de Wangling, no condado de You, em 14 de julho de 2022, e mais tarde sofreu hipertensão, gota e febre como resultado da tortura.
Enquanto ele estava na prisão, o Departamento de Recursos Humanos e Previdência Social do Condado de Yuanling reteve secretamente todas as suas economias de aposentadoria, um total de 1.118,64 yuans. Quando foi libertado, em 13 de janeiro de 2023, ele não tinha dinheiro e nada para viver.
Dois meses depois, em 24 de março, funcionários do departamento de Recursos Humanos foram à sua casa e exigiram que ele devolvesse a aposentadoria que havia recebido anteriormente. Ele se recusou a cumprir a exigência e argumentou que a aposentadoria era seu patrimônio pessoal, conquistado com décadas de trabalho árduo.
As autoridades voltaram novamente em 3 de abril, ainda tentando forçá-lo a assinar documentos para devolver a aposentadoria. Ele sofreu hemorragia cerebral em decorrência da raiva e morreu naquele dia.
O Sr. Wang Maojie, do condado de Tonghe, província de Heilongjiang, morreu em abril de 2023, aos 53 anos de idade, como resultado de anos de perseguição.
O Sr. Wang costumava ensinar inglês na cidade de Nonghe. Por causa da perseguição, ele foi preso e detido várias vezes. Quando ficou detido no Centro de Detenção do Condado de Tonghe por 157 dias, os guardas lhe colocaram algemas de 53 libras, que eram destinadas apenas a presos no corredor da morte. Em uma ocasião, um detento o espancou no quadril com um tubo de plástico de uma polegada de espessura até que o sangue ficasse visível em sua bermuda. Seus membros desenvolveram úlceras em decorrência da tortura e apresentavam uma coceira insuportável.
Representação de tortura: Algemas pesadas
Um juiz do Tribunal do Condado de Tonghe sentenciou o Sr. Wang a um ano na Prisão de Hulan em 15 de dezembro de 2016. O chefe do Agência 610 do condado de Tonghe, juntamente com policiais da delegacia de polícia da cidade de Nonghe, continuou a assediá-lo e intimidá-lo depois que ele foi libertado.
Sucumbindo à tortura física, à administração de drogas tóxicas e à angústia mental de cumprir uma pena de cinco anos por sua fé no Falun Gong, a Sra. Li Ping faleceu em 15 de setembro de 2023, apenas oito dias antes de seu 61º aniversário.
A Sra. Li, residente na cidade de Holingol, Mongólia Interior, foi presa pela última vez em 12 de agosto de 2014. Ela foi transferida para a Prisão Feminina de Hohhot com as mãos e os pés acorrentados em 18 de outubro de 2015 para cumprir uma pena de cinco anos. Os guardas instruíram as detentas a misturar drogas desconhecidas em sua comida. Também a injetaram com drogas tóxicas quando ela se recusou a comer a comida adulterada. Dois dias antes de sua libertação, em 12 de agosto de 2019, os guardas a obrigaram a sentar-se em um banquinho por nove horas porque ela fazia os exercícios de Falun Gong.
Antes de ser condenada a cinco anos de prisão em 2015, Li foi mantida duas vezes em centros de lavagem cerebral e cumpriu pena de 2 anos e 6 meses em um campo de trabalhos forçados.
A Sra. Gu Jinfen, da cidade de Yanji, província de Jilin, foi presa em abril de 2023 por um policial da Delegacia de Polícia de Beishanjie por contar às pessoas sobre a perseguição ao Falun Gong. Apesar de a polícia tê-la liberado sob fiança, ainda assim submeteram seu caso à procuradoria local. Ela foi forçada a morar fora de casa para se esconder das autoridades depois de ser indiciada.
Assim que voltou para casa, meses depois, a polícia a prendeu e a levou de volta à custódia. Ela logo recebeu uma sentença de prisão e foi levada para a Prisão Feminina da Cidade de Changchun. Ela morreu na prisão em 1º de outubro de 2023. Ela tinha 66 anos de idade.
A Sra. Su Xianghong, moradora da cidade de Zhongshan, província de Guangdong, foi presa em 12 de julho de 2019 por agentes do Agência 610 da cidade de Tanzhou e do Escritório de Segurança Doméstica local. Sua saúde se deteriorou após ser detida por mais de um ano. Ela foi torturada até ficar incapaz de cuidar de si mesma. Apesar de sua saúde debilitada, o tribunal local a condenou a uma pena de três anos de prisão. Ela foi autorizada a cumprir a pena em casa. As autoridades continuaram a assediá-la duas vezes por mês até que ela faleceu em 12 de outubro de 2023. Ela tinha 78 anos de idade.
A Sra. Xu Lixia, da cidade de Ma'anshan, província de Anhui, foi presa em 23 de outubro de 2023 por policiais da Segurança Doméstica do distrito de Yushan. Na época, ela estava falando às pessoas sobre a perseguição ao Falun Gong. A polícia a liberou no dia seguinte e ela morreu no dia seguinte. Ela estava na casa dos 70 anos. Sua família tentou buscar justiça para ela, mas as autoridades os forçaram a cremar o corpo da Sra. Xu em 5 de novembro.
A irmã mais nova da Sra. Xu, a Sra. Xu Liping, foi presa com ela e, desde então, está detida no Centro de Detenção da Cidade de Ma'anshan. Antes do falecimento de sua irmã, a Sra. Xu Liping também perdeu seu marido e outra irmã, a Sra. Xu Lizhen, este ano devido à perseguição.
A Sra. Zhang Xiuxiang, moradora da cidade de Changchun, província de Jilin, foi presa em 7 de abril de 2015 e condenada a 3 anos e 6 meses de prisão em 27 de outubro de 2015. Ela sofreu tortura implacável enquanto cumpria pena na Prisão Feminina da Província de Jilin. Ela lutou contra a saúde debilitada quando foi libertada em 7 de outubro de 2018. Mesmo depois de ficar incapacitada, a polícia ainda ia à sua casa para assediá-la. Ela faleceu em 5 de novembro de 2023. Ela estava em seus 70 anos.
Representação de tortura: permanecer sentada em um pequeno banco por um longo período de tempo
Quando a Sra. Zhang chegou à Prisão Feminina da Província de Jilin, as autoridades prisionais ordenaram que outras prisioneiras a despissem. Elas a forçaram a segurar uma placa de identificação criminal e tiraram fotos dela sem roupa. Em seguida, não lhe permitiram usar roupas íntimas por baixo da jaqueta e da calça.
Os guardas a obrigaram a ficar sentada em um banquinho de sete centímetros de altura, das 5h30 às 21h, todos os dias. Ela tinha de olhar para frente, com as costas retas e os joelhos encostados um no outro. Suas mãos tinham de ser colocadas sobre as pernas, e ela não podia se mover ou falar. A postura prejudicava suas costas e fazia com que a parte inferior de suas pernas inchasse. Os sulcos da cadeira arranhavam suas nádegas e rompiam a pele, o que fazia com que sua carne infeccionasse. Enquanto ela estava sentada, as guardas a xingavam e a forçavam a assistir a vídeos que difamavam o Falun Gong e seu fundador.
Um homem de 70 anos que vivia na cidade de Pingdingshan, província de Henan, foi preso em setembro de 2019. Ele foi violentamente espancado em um centro de detenção e perdeu a visão um mês depois de ser libertado. A polícia continuou a assediá-lo, e sua saúde piorou. O site Minghui.org confirmou em novembro de 2023 que ele morreu enquanto estava sendo tratado no Hospital de Chongqing.
O Sr. Xiao Shiquan foi preso em 24 de setembro de 2019 durante uma varredura policial. Os policiais do distrito de Zhanhe espancaram o senhor de 70 anos até que sua camisa ficasse encharcada de sangue.
O Sr. Xiao ficou preso em um centro de detenção por um mês e mal conseguia enxergar depois de ser libertado. Logo ele ficou completamente cego. A polícia do distrito de Zhanhe continuou a assediá-lo em casa e tentou fazer com que ele assinasse declarações renunciando à sua fé. Isso piorou ainda mais sua saúde, que já era precária, e ele acabou sendo hospitalizado e faleceu.
O Sr. Xiao tornou-se praticante de Falun Gong em 1995 e recuperou-se de suas doenças pulmonares, hepáticas e estomacais. Ele sofreu muitas prisões e detenções antes de sua última prisão. Ele foi preso em outubro de 2000 e mantido no Segundo Centro de Detenção de Pingdingshan por um mês.
A polícia o prendeu novamente em janeiro de 2001 quando ele foi visto falando às pessoas sobre a perseguição ao Falun Gong. No centro de detenção, ele foi espancado até desmaiar e torturado fisicamente. Ele passou mais de sete meses no centro de detenção e teve que trabalhar sem remuneração por 15 a 21 horas todos os dias.
Agentes do Agência 610 e seu empregador o colocaram em um centro de lavagem cerebral por mais de um mês em junho de 2003.
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