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Como o espectro do comunismo está governando o nosso mundo (Capítulo 6: A revolta contra Deus)

3 de maio de 2020 |   Pela equipe editorial dos Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês

(Minghui.org) [Nota do editor] Esta série é uma reimpressão da tradução em português do Epoch Times do livro “Como o espectro do comunismo está governando nosso mundo”, pela equipe editorial de Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês.

Sumário

Prefácio
Introdução
Capítulo 1: As estratégias do diabo para destruir a humanidade
Capítulo 2: O início do comunismo na Europa
Capítulo 3: Matança no Oriente
Capítulo 4: Exportando a revolução
Capítulo 5: Infiltrando-se no Ocidente
Capítulo 6: A revolta contra Deus
Capítulo 7: A destruição da família
Capítulo 8: Como o comunismo semeia o caos na política
Capítulo 9: A armadilha econômica comunista
Capítulo 10: Usando a lei para o mal
Capítulo 11: Profanando as artes
Capítulo 12: Sabotando a educação
Capítulo 13: Sequestrando os meios de comunicação
Capítulo 14: Cultura popular, uma indulgência decadente
Capítulo 15: As raízes comunistas do terrorismo
Capítulo 16: O comunismo por trás do ambientalismo
Capítulo 17: Globalização: comunismo no seu cerne
Capítulo 18: As ambições globais do Partido Comunista Chinês
Conclusão

O que está incluído nesta parte?

Capítulo 6: A revolta contra Deus

Índice

Introdução
1. No Oriente: uma violenta revolta contra Deus
a. Como a União Soviética destruiu as religiões ortodoxas com violência
b. A destruição da cultura e da religião pelo Partido Comunista Chinês e o rompimento da conexão entre o homem e Deus
2. No Ocidente: infiltrando-se e reprimindo religiões
a. Infiltrando-se na religião
b. Reprimindo a religião
3. A teologia distorcida do espectro comunista
4. Caos religioso
Referências bibliográficas

* * *

Introdução

Quase todos os povos do mundo têm seus antigos mitos e lendas que falam sobre a criação do ser humano à imagem de Deus e que estabelecem a base da moralidade e da cultura para esses povos. Essas tradições asseguram o retorno ao Céu para aqueles que acreditam nos seus deuses. No Oriente e no Ocidente, há registros e lendas sobre como Nüwa e Jeová criaram o seu povo.

Os deuses exortam os seres humanos a obedecerem aos seus mandamentos, caso contrário, sofrerão as consequências. Em épocas de decadência moral generalizada, os deuses destroem a humanidade a fim de preservar a pureza do universo. Em muitos povos do mundo, há histórias sobre um dilúvio ou inundação que destruiu as civilizações existentes. Algumas contém relatos detalhados.

Para manter a moralidade dos seres humanos, há ocasiões em que seres iluminados ou profetas vêm ao mundo humano com a missão de purificar os corações das pessoas de modo a impedir a destruição e orientar as pessoas para que se desenvolvam adequadamente e amadureçam. Alguns exemplos foram Moisés e Jesus no Ocidente, Lao Zi no Oriente, Sakyamuni na Índia e Sócrates na Grécia antiga.

A história e a cultura humanas ajudam as pessoas a entender o que são os budas, os taos e os deuses; o que significa acreditar em Deus e cultivar-se espiritualmente. As diferentes escolas espirituais ensinam o que é justo e o que é injusto, a distinguir entre verdade e ilusão, entre o bem e o mal. Ensinam aos seres humanos a esperar pela salvação do Criador no final dos tempos.

Quando as pessoas cortam a sua ligação com o deus que as criou, a moralidade rapidamente se deteriora. Algumas civilizações desapareceram, como a lendária civilização da Atlântida, a qual afundou no mar da noite para o dia.

No Oriente, especialmente na China, crenças foram enraizadas nos corações das pessoas por meio da cultura tradicional. Portanto, é difícil seduzir o povo chinês a aceitar o ateísmo usando apenas mentiras. Para erradicar os cinco mil anos de crenças e cultura da China, o maligno espectro comunista usou de extrema violência para exterminar as elites, herdeiras da cultura tradicional, e depois se valeu de mentiras para ludibriar os jovens ao longo de gerações.

No Ocidente e em outras partes do mundo, as religiões e crenças são as principais formas de contato entre o homem e os deuses, e são também importantes pilares para a manutenção dos padrões morais. Embora o maligno espectro comunista não tenha conseguido estabelecer a sua tirania comunista nesses países, ele alcançou o seu objetivo de sabotar as religiões ortodoxas e corromper os seres humanos por meio da astúcia, infiltração e outros meios insidiosos.

1. O Oriente: uma violenta revolta contra Deus

a. Como a União Soviética destruiu as religiões ortodoxas com violência

O “Manifesto Comunista” convoca a população a destruir a família, a igreja e o Estado-nação. Obviamente, subverter e eliminar as religiões é um dos principais objetivos do comunismo.

Porque inicialmente ele acreditava em Deus e depois se tornou um seguidor de Satanás, Karl Marx claramente reconhecia a existência de Deus e do diabo. Ele tinha perfeita consciência de que os ensinamentos demoníacos, mesmo polidos e vestidos com vestimentas sedutoras, não seriam aceitos pelas pessoas, especialmente as pessoas religiosas. Por isso, desde o início, ele defendeu o ateísmo, declarando que “a religião é o ópio do povo” e que “o comunismo é ateísmo desde o início”, e assim por diante. [1]

Para serem seguidoras do mal, as pessoas não precisam adorar satanás, pois se elas deixarem de acreditar em Deus, o diabo conseguirá corrompê-las e se apoderar das suas almas e, no final, arrastá-las para o inferno. É por isso que os partidos comunistas cantam: “Nunca houve um salvador do mundo e nem dependemos de emperadores ou deuses; para criar a felicidade humana, dependemos apenas de nós mesmos!”

Marx vilipendiou as religiões retas e os deuses justos nos seus escritos, ao passo que Lenin usou a máquina do Estado para atacá-los depois de chegar ao poder em 1917. Lenin usou a violência e outras táticas de grande pressão para perseguir e suprimir as religiões ortodoxas e a fé justa, a fim de afastar as pessoas de Deus.

Em 1919, Lenin deu início ao seu projeto de eliminar a religião visando a proibir a propagação de ideias contrárias à ideologia comunista. Em 1922, ele aprovou uma resolução secreta estipulando que as propriedades e os bens, especialmente das instituições religiosas mais ricas, deveriam ser confiscados “com determinação implacável, sem deixar dúvidas e no menor tempo possível”. Ele declarou: “Quanto maior o número de representantes do clero reacionário e da burguesia reacionária que nós executarmos, tanto melhor, porque eles devem receber uma lição exemplar para que não ousem pensar em nenhuma forma de resistência ou reação por várias décadas.” [2]

Prédios e edificações de propriedade da igreja foram saqueados; igrejas e mosteiros fechados; muitos clérigos foram presos e milhares de membros do clero ortodoxo foram executados.

Depois da morte de Lenin, Stalin deu continuidade aos projetos do seu antecessor e iniciou uma cruel supressão religiosa nos anos de 1930. Além dos membros do Partido Comunista, intelectuais e religiosos laicos foram incluídos nessa supressão. Stalin ordenou que todo o país implementasse o Plano Quinquenal do Ateísmo. Ele afirmou que quando o plano estivesse concluído, a última igreja estaria fechada, o último padre estaria morto e a União Soviética se tornaria uma terra propícia para o ateísmo comunista, e que ninguém mais encontraria nenhum vestígio de religião.

De acordo com estimativas conservadoras, cerca de 42 mil padres foram torturados até a morte na campanha. Em 1939, havia pouco mais de cem igrejas ortodoxas abertas ao público em toda a União Soviética, comparadas às mais de 40.400 existentes antes dos sovietes tomarem o poder; 98% das igrejas ortodoxas e mosteiros de toda a União Soviética foram fechados. Igrejas católicas também foram erradicadas. Durante esse período, as elites culturais e intelectuais foram enviadas para os gulagi ou fuziladas.

Durante a Segunda Guerra Mundial, para tirar proveito dos recursos financeiros e da força de trabalho da igreja para resistir à Alemanha, Stalin deu uma pausa na perseguição às igrejas Ortodoxa e Católica, dando a impressão de que ele restauraria essas religiões. Mas ele tinha em mente um objetivo vil: exercer um rigoroso controle sobre a Igreja Ortodoxa e a Igreja Católica restauradas, usando isso como uma ferramenta para minar as religiões tradicionais.

Alexis II, da ex-União Soviética, foi promovido a bispo da Igreja Ortodoxa em 1961 e tornou-se arcebispo em 1964. Ele se tornou patriarca de Moscou em 1990, antes da desintegração da União Soviética. Depois que a União Soviética entrou em colapso, os arquivos do KGB foram temporariamente abertos e revelaram que Alexis II trabalhava para o KGB (o Comitê para a Segurança do Estado, que era de fato a agência da polícia secreta da União Soviética).

Mais tarde, Alexis II confessou que ele foi enredado e atuou como agente dos sovietes. Ele se arrependeu abertamente disso: “Para defender algo, era necessário pagar um preço. Houve quaisquer outras organizações ou pessoas que eram responsáveis pelas vidas de milhares de outras que não foram compelidas a agir daquele modo naqueles anos da União Soviética? Não apenas diante de Deus, mas também diante de todas as pessoas as quais o meu comprometimento, silêncio, passividade ou expressões forçadas de lealdade [ao regime comunista] permitidos pelos líderes da igreja naqueles anos causaram danos, eu peço perdão, compreensão e orações.” [3]

Sob o controle do maligno espectro comunista, a religião foi, desse modo, uma ferramenta para fazer lavagem cerebral e enganar as pessoas.

O Partido Comunista da União Soviética não se limitou a adulterar e sabotar a religião apenas no seu próprio território. Ele expandiu sistematicamente essa influência maligna pelo mundo todo.

b. A destruição da cultura e da religião pelo Partido Comunista Chinês e o rompimento da conexão entre o homem e Deus

O Partido Comunista Chinês destrói a tradicional cultura chinesa

Ainda que na China as pessoas não tenham uma única religião predominante como em outros países, o povo chinês também tem uma firme crença nos deuses e em Buda. A vida religiosa da China é singular: diferentemente de outras regiões repletas de conflitos religiosos, o confucionismo, o budismo, o taoismo e até mesmo as religiões ocidentais coexistiram pacificamente na China. Essas crenças são a base da cultura tradicional da China.

Apesar do grande dilúvio que provocou a destruição da humanidade, a China preservou a sua civilização e continuou se desenvolvendo. Ela manteve um registro contínuo da sua história de cinco mil anos e viveu um período esplêndido e magnífico que mereceu a estima de muitas nações. A China foi chamada de o “Império Celestial”. Sua cultura influenciou profundamente toda a região do Leste Asiático. A Rota da Seda e a disseminação das quatro grandes invenções (fabricação de papel, bússola, pólvora e impressão) para o Ocidente promoveram a civilização globalmente, influenciando o desenvolvimento da Europa e do mundo.

A magnífica cultura e crenças da China foram impressas profundamente no DNA do povo chinês ao longo de cinco mil anos, e isso fez dela um alvo para o espectro maligno comunista. No entanto, simplesmente induzir o povo chinês a abandonar a sua cultura e crenças tradicionais para que ele aceitasse a ideologia ocidental do comunismo não era possível. Para conseguir isso, o Partido Comunista Chinês vem empregando todo o tipo de estratégias e táticas malignas ao longo de décadas de persistentes campanhas políticas. Começando com um massacre violento, o PCC minou a essência da religião, perseguiu intelectuais e arrasou a cultura tradicional chinesa, incluindo o seu patrimônio cultural (arquitetura, templos, relíquias culturais, pinturas, documentos, etc.). Para destruir a essência do ser humano, o Partido buscou destruir a cultura tradicional para assim romper a conexão entre Deus e os seres humanos.

Ao mesmo tempo em que destruía a cultura tradicional, o Partido Comunista Chinês foi sistematicamente introduzindo uma cultura maligna e a usou para doutrinar aqueles que ele não matou, a fim de transformá-los em ferramentas para danificarem ainda mais a cultura tradicional. Alguns seguiram o espectro comunista e mataram outros.

O Partido Comunista Chinês sabe usar muito bem os interesses econômicos, a lavagem cerebral política e outros meios para fazer as pessoas cederem ou sucumbirem à manipulação. Vários movimentos políticos, repressões e massacres tornaram o PCC cada vez mais familiarizado e eficiente nesses métodos e permitiram que ele se preparasse para a batalha final entre o bem e o mal no mundo humano.

Destruindo as fundações da cultura tradicional

Os latifundiários e a pequena nobreza das áreas rurais, bem como os comerciantes e as autoridades acadêmicas das áreas urbanas, eram as elites da cultura tradicional chinesa. Eles tinham a missão de herdar e difundir as tradições da China. Nos estágios iniciais da tomada do poder em 1949, o Partido Comunista Chinês usou uma série de movimentos como a campanha de reforma agrária, a campanha para reprimir os contrarrevolucionários, e as Campanhas Três-Anti e Cinco-Anti para massacrar os latifundiários e capitalistas nas cidades. Dilapidando a riqueza social, ao mesmo tempo em que promovia o terror, o PCC aniquilou as elites que herdaram e promoviam a cultura tradicional.

Concomitantemente, fazendo vários “ajustes institucionais” para “reformar ideologicamente” os intelectuais e doutriná-los com o materialismo, o ateísmo e a teoria da evolução, o Partido Comunista Chinês fez lavagem cerebral sistemática em uma nova geração de estudantes, instilando o ódio à cultura tradicional. Durante o movimento antidireitista da década de 1950, todos os intelectuais desobedientes foram exilados e sentenciados à reeducação por meio do trabalho forçado, passando a figurar entre os segmentos mais baixos da sociedade. O PCC fez com que os intelectuais, cujos pontos de vista eram antes respeitados e serviam de orientação para a sociedade, fossem objeto de zombaria e escárnio.

Depois da erradicação das elites tradicionais, o processo de herança e transmissão da cultura tradicional chinesa, que existiu durante longas gerações, foi destruído. Os jovens das gerações seguintes não foram mais socializados e nutridos com essa cultura por meio da família, da escola, da sociedade e da comunidade, e assim se tornaram uma geração sem cultura tradicional.

Depois do movimento antidireitista, seja na família, na escola ou na sociedade, não havia vozes independentes. No entanto, isso não satisfez o Partido Comunista Chinês, porque os idosos ainda preservavam a memória da cultura tradicional e os proprietários de patrimônios da cultura tradicional, incluindo artefatos e construções antigas, estavam por toda parte. Além disso, os valores tradicionais continuavam a ser transmitidos por meio da arte.

Em 1966, o Partido Comunista Chinês iniciou um movimento destinado a destruir a cultura tradicional em maior escala, a Grande Revolução Cultural. Servindo-se de estudantes que sofreram lavagem cerebral após o estabelecimento da República Popular da China, eles estimularam a rebeldia adolescente e a usaram, lançando a campanha chamada “Destruindo os Quatro Velhos” (velhas ideias, velha cultura, velhos costumes, velhos hábitos) para apagar a cultura tradicional chinesa.

Depois da Revolução Cultural, o fogo infernal da Destruição dos Quatro Velhos literalmente ardeu no solo da China. Mosteiros, templos, estátuas e pinturas budistas, artefatos e locais culturais foram completamente destruídos. A essência da cultura chinesa, elaborada, herdada e preservada por milhares de anos, foi destruída rapidamente, sem possibilidade de restauração.

Antes da Revolução Cultural, havia mais de 500 templos e mosteiros na cidade de Pequim. Todas as cidades da China tinham antigas muralhas, templos e mosteiros. Obras de artes estavam por toda parte. Obras de arte da história recente e legadas de dinastias anteriores eram vistas em todos os lugares, no entanto, com a Revolução Cultural, uma enorme quantidade delas foi destruída.

A campanha para Destruir os Quatro Velhos não apenas arruinou os locais de prática religiosa, oração e ensinamentos (lugares ancentrais que representavam a harmonia entre o homem e o Céu), mas também erradicou dos corações humanos as crenças retas básicas, como a crença na união e harmonia entre os seres humanos e o cosmos. Muitas pessoas podem não se importar muito com isso, acreditando que essas tradições são irrelevantes. Porém, quando as pessoas cortam os seus laços com os deuses, elas perdem a proteção deles e se aproximam de um abismo perigoso. É apenas uma questão de tempo para o mal tomar conta.

Além disso, para cortar a conexão do povo chinês com os seus ancestrais e deuses, o Partido Comunista Chinês tomou a iniciativa de difamar os ancestrais do povo chinês e contaminar e desprezar a cultura tradicional. Países ao redor do mundo costumam reverenciar os seus ancestrais e governantes do passado, e valorizam as suas tradições. Os sábios e filósofos da história chinesa transmitiram uma cultura de esplendor. Essa cultura é um tesouro que pertence à China e ao mundo, e merece o respeito das gerações futuras.

No entanto, aos olhos do Partido Comunista Chinês e dos seus propagandistas, os imperadores, generais, intelectuais e pessoas talentosas da China antiga não valiam nada. Esse insulto aos próprios ancestrais é algo realmente raro ao longo da história. Liderados pelo PCC, o povo chinês se opôs a Deus, rejeitou os seus ancestrais e destruiu a própria cultura, enveredando por um caminho perigoso.

Perseguindo religiões

A crença religiosa é um componente vital da cultura tradicional chinesa. O taoismo, o budismo e o confucionismo, conhecidos no mundo todo, foram reverenciados durante milhares de anos na China. Religiões ocidentais também tiveram um papel importante na história chinesa.

Após chegar ao poder por meio da violência em 1949, o Partido Comunista Chinês mirou-se na União Soviética. De um lado, promoveu o ateísmo e lançou ataques ideológicos contra a crença em Deus, e por outro lado, por meio de uma série de movimentos políticos, usou métodos de violência e grande pressão para reprimir, perseguir e eliminar as religiões, inclusive recorrendo ao assassinato de praticantes dessas religiões. A perseguição de religiosos com fé ortodoxa tornou-se cada vez pior até atingir o seu auge com o início da sangrenta perseguição ao Falun Gong em 1999.

A partir de 1949, o Partido Comunista Chinês começou a perseguir amplamente as religiões e a proibir as reuniões religiosas. O Partido queimou inúmeras cópias da Bíblia e escrituras de muitas outras religiões. Ele também aplicou pesadas punições a cristãos, católicos, taoistas e budistas, como, por exemplo, a exigência de que os membros dessas igrejas, templos e sociedades religiosas se registrassem junto às agências do governo e se arrependessem dos seus supostos erros. Aqueles que se recusavam a obedecer eram submetidos a castigos severos.

Em 1951, o Partido Comunista Chinês também declarou explicitamente que aqueles que continuassem a participar de reuniões religiosas seriam executados ou condenados à prisão perpétua. Numerosos monges budistas foram expulsos dos templos ou forçados a viver e a trabalhar em ambientes seculares. Católicos e sacerdotes ocidentais na China foram presos e torturados. Sacerdotes chineses também foram presos, e os crentes foram executados ou submetidos a trabalhos forçados. Sacerdotes e discípulos cristãos sofreram o mesmo destino que os católicos.

A partir de 1949, mais de cinco mil bispos e padres católicos chineses foram presos ou executados, restando apenas algumas centenas. Alguns padres estrangeiros que moravam na China foram executados e os demais foram expulsos. Mais de 11 mil católicos foram mortos. Inúmeros crentes foram presos arbitrariamente ou sujeitos a multas extorsivas. De acordo com estatísticas incompletas, nos primeiros anos da ascensão ao poder do Partido Comunista Chinês, quase três milhões de crentes religiosos e membros de organizações religiosas foram presos ou executados.

Assim como o Partido Comunista Soviético, o Partido Comunista Chinês estabeleceu agências reguladoras para cada grupo religioso, como por exemplo, a Associação Taoista Chinesa e a Associação Budista Chinesa, para fortalecer o controle sobre a religião. Para controlar totalmente os católicos, o PCC fundou a Associação Católica Patriótica Chinesa. Todas as associações religiosas tinham e têm de obedecer à vontade do Partido, que controla e “reforma o pensamento” dos membros dessas associações. O PCC também usou essas associações para realizar ações que o seu espectro do mal não podia fazer diretamente: semear a discórdia e corromper as religiões ortodoxas de dentro, via infiltração.

O Partido Comunista Chinês tratou o budismo tibetano da mesma maneira. Depois de despachar forças militares e ocupar o Tibete em 1950, ele iniciou uma feroz perseguição ao budismo tibetano. O 14º Dalai Lama fugiu do Tibete em 1958 e se exilou na Índia, o que foi considerado pelo PCC como um ato rebelde. Em maio de 1962, o 10º Panchen Lama apresentou ao Conselho de Estado do PCC um relatório sobre a sabotagem da cultura tibetana pelo Partido, especialmente as suas tradições budistas:

“Quanto à destruição de estátuas, escrituras e estupas budistas, à exceção de um número muito pequeno de mosteiros, incluindo os quatro grandes mosteiros que foram protegidos, outros mosteiros do Tibete foram completamente destruídos… nossos ativistas chineses planejaram tudo e nossos ativistas tibetanos mobilizaram as pessoas para que destruíssem tudo. Eles usurparam o nome das massas e falsamente em seu nome criaram convulsões para destruir as estátuas do Buda. Escrituras e estupas budistas foram quebradas e derretidas. Com frenesi, eles destruíram brutal e rapidamente os monastérios, salões e estupas budistas, muros e pedras ‘mani’, e roubaram muitos ornamentos estatuários do Buda e itens preciosos das estupas budistas. Porque os órgãos de compras do governo que compram materiais ferrosos não tiveram o cuidado de separar os metais ferrosos dos não ferrosos, eles compraram muitas estátuas do Buda, estupas e recipientes para oferendas sagradas feitos de metais não ferrosos, e essa atitude estimulou a destruição desses objetos. Como resultado, em algumas aldeias e mosteiros isso não pareceu ser o resultado da ação humana comum, em vez disso, pareceu ser uma destruição devido a um bombardeio e que uma guerra acabara de terminar. O cenário era lamentável. Além disso, eles insultaram inescrupulosamente a religião, usaram o Tripitaka como material para fazer fertilizantes e, mais especificamente, usaram as imagens do Buda e os sutras budistas para fazer sapatos. Foi totalmente insano e irracional. Eles fizeram coisas que até as pessoas lunáticas dificilmente fariam. Pessoas de todos os segmentos da sociedade ficaram completamente chocadas, confusas e deprimidas. Elas gritavam e se lamentavam com lágrimas nos olhos, dizendo, entre outras coisas: ‘Nossa terra foi tomada pela escuridão.’” [4]

Durante a Revolução Cultural, iniciada em 1966, muitos Lamas foram forçados a retornar à vida secular, e muitas escrituras sagradas preciosas foram queimadas. Até 1976, dos 2700 templos existentes no Tibete, restam apenas oito. O Templo Jokhang, construído mais de 1300 anos antes da dinastia Tang e o mais importante templo do Tibete, também foi saqueado durante a Revolução Cultural.

Na China, o ensino do taoismo tem uma história muito antiga. Há mais de 2500 anos, Lao Zi deixou como legado a escritura “Dao De Jing”, composta de cinco mil caracteres. Esse texto é a essência dos ensinamentos taoistas. A difusão do Dao De Jing não se limitou aos países orientais, muitos países ocidentais também o traduziram para as suas línguas nativas. No entanto, durante a Revolução Cultural, Lao Zi foi chamado de hipócrita, e o Dao De Jing foi considerado “superstição feudal”.

Os ensinamentos do confucionismo têm como base cinco virtudes: bondade, justiça, conduta apropriada, sabedoria e integridade. Confúcio estabeleceu padrões morais que foram adotados por sucessivas gerações. Durante a Revolução Cultural, os rebeldes em Pequim levaram os Guardas Vermelhos a Qufu, a cidade natal de Confúcio, onde eles queimaram livros antigos e destruíram milhares de lápides históricas, incluindo a de Confúcio. Em 1974, o Partido Comunista Chinês iniciou outro movimento intitulado “Para criticar Lin [Biao], critique Confúcio”. O PCC considera inútil o pensamento do confucionismo sobre a conduta e os padrões morais a serem observados.

Ainda mais brutal e trágica foi a perseguição lançada em julho de 1999 pelo então líder chinês Jiang Zemin contra o Falun Gong (também conhecido como Falun Dafa) e os seus adeptos, que praticam e cultivam a si mesmos com base nos princípios de verdade, compaixão e tolerância. Além disso, o Partido Comunista Chinês tem conduzido a extração forçada e sistemática de órgãos de praticantes vivos do Falun Gong, um crime nunca antes ocorrido no planeta.

Em poucas décadas, o Partido Comunista Chinês devastou totalmente milhares de anos da cultura chinesa e destruiu os seus valores morais e crenças no autocultivo espiritual. Como consequência disso, as pessoas já não acreditam mais em Deus, se afastaram de Deus e experimentam um vazio espiritual e a corrupção dos valores morais. E assim, a sociedade se corrompe e degenera cada vez mais.

2. No Ocidente: infiltrando-se e reprimindo religiões

O satânico comunismo fez planos sistemáticos para atacar também crentes religiosos em países do Ocidente. Usando dinheiro e espiões do Partido Comunista da União Soviética e do Partido Comunista Chinês, sob o pretexto de fazer “intercâmbio religioso”, o comunismo se infiltrou nas instituições religiosas de outros países para distorcer crenças retas ou destruí-las diretamente de dentro por meio da introdução de ideologias socialistas e comunistas na religião. Desse modo, os religiosos passaram a seguir religiões adulteradas pela ideologia comunista.

a. Infiltrando-se na religião

Curtis Bowers, produtor do documentário “Agenda: Grinding Down America” (Agenda: triturando a América), revelou um depoimento feito por feito por Manning Johnson, um membro de alto nível do Partido Comunista, perante o Congresso dos EUA em 1953. Johnson disse:

“Uma vez que a estratégia de se infiltrar em organizações religiosas foi estabelecida pelo Kremlin, a real mecânica de implementação de uma ‘nova linha’ baseava-se em reproduzir as experiências gerais do movimento da igreja renovacionista na Rússia, pois os comunistas descobriram que a destruição da religião poderia ser muito mais rápida por meio da infiltração na igreja de agentes comunistas operando dentro da própria igreja. …”

“Em geral, a ideia era desviar o foco do pensamento clerical do espiritual para o material e o político. Por política, é claro, entende-se política baseada na doutrina comunista da conquista do poder. Em vez de enfatizar o espiritual e as questões da alma, havia uma nova e forte ênfase em questões geralmente relacionadas ao programa comunista de ‘demandas imediatas’. Essas exigências sociais, é claro, eram de tal ordem que lutar por elas enfraquecia a sociedade atual, preparando-a para a conquista final das forças comunistas.”

O satânico comunismo agiu desse modo. Por exemplo, alguns marxistas se disfarçaram e se infiltraram em igrejas cristãs nos Estados Unidos. Eles começaram a participar de seminários nas décadas de 1980 e 1990 e promoveram a deseducação de várias gerações de padres e pastores, que exerceram influência sobre a religião nos Estados Unidos.

Após extensa pesquisa nos arquivos do Partido Comunista Búlgaro da época da Guerra Fria, o historiador búlgaro Momchil Metodiev expôs o fato de que a rede de inteligência comunista da Europa Oriental colaborou estreitamente com os comitês religiosos do Partido para influenciar e se infiltrar em organizações religiosas internacionais. [5]

Em nível global, uma organização que teve forte infiltração do comunismo na Europa Oriental foi o Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Estabelecido em 1948, o CMI é uma organização cristã mundial de igrejas que inclui igrejas de várias vertentes do cristianismo, representando cerca de 590 milhões de pessoas de 150 países diferentes. O CMI é, portanto, uma força importante nos círculos religiosos mundiais.

O CMI foi a primeira organização religiosa internacional a aceitar os países comunistas (incluindo a União Soviética e os seus Estados subordinados) como membros durante a Guerra Fria, bem como o apoio financeiro dos países comunistas.

A infiltração comunista no CMI resultou em conquistas importantes, como a eleição do bispo ortodoxo russo de Leningrado, o metropolita Nikodim, como presidente do CMI em 1975. Outra vitória foi o papel de décadas desempenhado pelo espião comunista búlgaro Todor Sabev, que foi vice-secretário-geral do CMI entre 1979 e 1993. O historiador Momchil Metodiev destacou que, na década de 1970, Nikodim liderou a infiltração, mediante instruções do KGB, com o apoio de bispos e agentes na Bulgária. [6]

Com base em um arquivo do KGB de 1969, Christopher Andrew, historiador e professor da Universidade de Cambridge, afirmou que, durante a Guerra Fria, altos representantes da Igreja Ortodoxa Russa no CMI trabalhavam secretamente para o KGB, exercendo influência sobre as políticas e operações do CMI. Um arquivo do KGB, cujo conteúdo foi divulgado em 1989, revela que esses representantes da Igreja Ortodoxa Russa, controlados pelo KGB, inseriram com êxito a sua agenda via comunicações públicas do CMI. [7]

Se entendermos a maneira como os comunistas do Leste Europeu se infiltraram e manipularam as igrejas, não é difícil entender por que o CMI, desconsiderando a oposição dos seus membros, insistiu em financiar a Frente Patriótica Nacional Africana (ZANU-PF) em janeiro de 1980. A ZANU-PF era um mal-afamado grupo de guerrilheiros comunistas que assassinou missionários e derrubou aeronaves comerciais.

O Partido Comunista Chinês se infiltrou no CMI por meio do Conselho Cristão Chinês, uma ferramenta do Partido para controlar a religião. O Conselho é o único representante oficial da China comunista no CMI e, por razões financeiras, dentre outras, o CMI vem cooperando com os interesses do PCC.

O secretário-geral do CMI visitou oficialmente a China no início de 2018 e reuniu-se com várias organizações cristãs controladas pelo Partido, incluindo o Conselho Cristão Chinês, o Comitê Nacional do Movimento Patriótico das Três Autonomias (MPTA) das igrejas protestantes na China, e a Administração Estatal para Assuntos Religiosos. Na China, o número de membros de grupos cristãos não oficiais (igrejas clandestinas) é muito maior do que o oficial. Contudo, os delegados do CMI não agendaram ou realizaram reuniões com grupos cristãos não oficiais para evitar atritos com Pequim.

b. Reprimindo a religião

A infiltração do espectro comunista no Ocidente é onipresente, e a religião foi golpeada por ideologias e comportamentos que difamam Deus. Ideias como a “separação entre a Igreja e o Estado” e o “politicamente correto”, derivadas do comunismo ou reforçadas por ele, têm sido usadas para marginalizar e sabotar as religiões ortodoxas e justas.

Os Estados Unidos foram constituídos como uma nação temente a Deus. Todos os presidentes dos EUA, quando prestam juramento, colocam a mão sobre a Bíblia e pedem que Deus abençoe o país. Hoje em dia, quando religiosos criticam comportamentos, ideias e políticas proibidos por Deus, como o aborto ou a homossexualidade, os comunistas nos Estados Unidos, ou a esquerda militante, partem para a ofensiva. Eles usam o argumento da “separação entre a Igreja e o Estado” para afirmar que a religião não deve se imiscuir na política para, assim, opor-se à vontade de Deus e aos limites ao comportamento humano estabelecidos pelos deuses.

Por milhares de anos, os deuses se revelaram aos que têm fé. Fiéis com crenças virtuosas foram responsáveis pela formação da maior parte da sociedade no passado e exerceram uma grande influência positiva sobre a moralidade social. Hoje, as pessoas só podem falar sobre a vontade de Deus dentro das igrejas. Fora das igrejas, eles não podem mais falar livremente em defesa do que os deuses estabeleceram para a conduta humana. A religião praticamente perdeu a sua função de assegurar a moralidade da sociedade e, como resultado, a moralidade nos Estados Unidos e no mundo ruiu.

Recentemente, a preocupação com o “politicamente correto” atingiu tal ponto que as pessoas hesitam até em dizer “Feliz Natal” em um país que foi fundado no cristianismo. Isso acontece porque alguns alegam que essa simples saudação não é politicamente correta, que ela fere os sentimentos dos não cristãos. Da mesma forma, quando as pessoas falam abertamente sobre a sua crença em Deus ou oram a Deus, alguns afirmam que isso é discriminatório contra as pessoas que têm outras crenças, incluindo os não crentes. O fato é que todas as pessoas, cada uma a seu modo, devem ter permissão para expressar as suas crenças, inclusive o respeito pelos seus deuses, e isso não tem nada a ver com discriminação.

Nas escolas de hoje, não são mais permitidas aulas sobre crenças retas e valores tradicionais. Os professores não devem falar sobre a Criação, segundo o argumento de que a ciência ainda tem de provar a existência de Deus. Contudo, a ciência também teria que provar a não existência de Deus e a teoria da evolução, mas essas teorias são ensinadas como verdades nas escolas. Por outro lado, o discurso que ataca, rejeita e vilifica os deuses é protegido e glorificado sob a bandeira da liberdade de expressão.

A infiltração do espectro comunista na sociedade e sua ação de manipular a religião, a cultura, a educação, as artes e o direito são questões extremamente complexas e sistêmicas. Por isso, esses tópicos serão tratados nos próximos capítulos.

3. A teologia distorcida do espectro comunista

No século passado, várias teologias distorcidas ganharam força à medida que o pensamento comunista difundiu-se pelo mundo religioso, subvertendo o clero e se infiltrando de modo a corromper gradual e progressivamnte as religiões ortodoxas. O clero interpretou impudentemente as escrituras sagradas de acordo com os seus caprichos, distorcendo assim os ensinamentos das religiões ortodoxas. Especialmente na década de 1960, a “teologia revolucionária”, a “teologia da esperança”, a “teologia política” e outras teologias distorcidas, repletas da ideologia marxista, semearam o caos no mundo religioso.

Muitos sacerdotes da América Latina foram educados em seminários europeus no século passado e foram profundamente influenciados pelas novas teorias teológicas alteradas pelas tendências comunistas. A “teologia da libertação” esteve muito ativa na América Latina no século 20 durante os anos de 1960 a 1980. Seu principal representante foi o padre peruano Gustavo Gutiérrez.

Essa teologia introduz a luta de classes e o pensamento marxista diretamente na religião. Ela interpretou a compaixão de Deus pela humanidade como uma exortação para que os pobres sejam libertados. Assim, os crentes religiosos devem participar da luta de classes para que os pobres se igualem aos ricos. Essa escola de pensamento usou a citação bíblica da instrução de Deus para que Moisés conduzisse os judeus para fora do Egito como base teórica para a crença de que o cristianismo deve libertar os pobres.

Essa teologia emergente, que enfatiza a luta de classes e o estabelecimento do socialismo, foi muito elogiada por Fidel Castro, o líder do Partido Comunista de Cuba. Embora a Igreja Católica tradicional tenha resistido à proliferação dessas chamadas teologias emergentes, o novo Papa, nomeado em 2013, convidou o representante da teologia liberal, Gutiérrez, para participar de uma conferência de imprensa no Vaticano em 12 de maio de 2015, como convidado principal, mostrando assim a aquiescência tácita da Igreja Católica atual e o seu apoio à teologia da libertação.

A teologia da libertação espalhou-se pela América do Sul e depois pelo mundo. Em várias partes do mundo, surgiram muitas teologias emergentes semelhantes à teologia da libertação, como “teologia negra”, “teologia das mulheres”, “teologia da morte de Deus”, “teologia liberal” e até mesmo “teologia queer”. Essas teologias distorcidas desestabilizaram de modo significativo as crenças católicas, cristãs e outras crenças ortodoxas em todo o mundo.

Durante a década de 1970, nos Estados Unidos, o líder do mal-afamado Templo dos Povos dos Discípulos de Cristo (ou simplesmente “Templo dos Povos”), que se intitulava a reencarnação de Lenin, era um crente marxista e estabeleceu os ensinamentos originais do marxismo-leninismo e o pensamento de Mao Tsé-tung como a doutrina do Templo dos Povos. Ele alegou que estava fazendo proselitismo nos Estados Unidos para alcançar os seus ideais comunistas.

Depois de assassinar o congressista americano Leo Ryan, que estava investigando as alegações contra o culto, ele sabia que seria difícil escapar, então cruelmente, ele forçou os seus seguidores a cometerem suicídio em massa, e chegou inclusive a matar aqueles que não estavam dispostos a cometer suicídio com ele. No final, mais de 900 pessoas cometeram suicídio ou foram mortas. Esse culto manchou a reputação da religião e prejudicou a fé virtuosa que as pessoas tinham nas religiões ortodoxas. Consequentemente, esse episódio teve um impacto negativo sério nas pessoas em geral.

4. Caos religioso

O livro “The Naked Communist” (O comunista nu), publicado em 1958, lista 45 objetivos para comprometer os Estados Unidos e o Ocidente. Surpreendentemente, a maioria dos objetivos já se tornou realidade. O número 27 da lista diz: “Infiltre-se nas igrejas e substituir a religião revelada pela religião ‘social’. Desacreditar a Bíblia. …” [8]

No âmbito religioso de hoje, particularmente as três religiões ortodoxas originais – cristianismo, catolicismo e judaísmo (denominadas como religiões reveladas) – foram demoniacamente alteradas e controladas pelo espectro comunista, e perderam as suas funções originais. Novas denominações foram estabelecidas ou adulteradas malevolamente para se adequarem com os princípios comunistas, e seus conceitos se tornaram ditames ainda mais alinhados com a ideologia comunista. As religiões sempre tiveram um papel importante na sustentação do mundo ocidental, mas foram completamente deformadas pelo espectro comunista.

Hoje em dia, nas igrejas de várias religiões, bispos e padres promulgam teologias degeneradas, ao mesmo tempo em que corrompem os seus adeptos e estão associados a vários escândalos. Muitos religiosos vão agora à igreja porque acham que é civilizado, por hábito ou até mesmo como forma de entretenimento ou vida social, mas eles não estão genuinamente comprometidos em aprimorar o próprio caráter.

As religiões foram corrompidas desde o seu interior, e como resultado disso, as pessoas estão perdendo a confiança nas religiões e em suas crenças sinceras nos budas, taos e deuses. Como resultado, eles acabam abandonando as suas crenças. Se o ser humano romper o elo com Deus, ele não terá a sua proteção e, por fim, a humanidade acabará se destruindo.

Em 29 de junho de 2017, o Departamento de Polícia de Victoria, na Austrália, organizou uma breve coletiva de imprensa para anunciar que “com base em reclamações de diversas pessoas”, o cardeal australiano George Pell enfrentaria acusações relacionadas a crimes sexuais. Pell tornou-se arcebispo de Melbourne em 1996 e cardeal em 2003. Em julho de 2014, Pell foi designado pelo Papa Francisco para atuar na supervisão de todas as transações financeiras do Vaticano. Ele tinha muito poder e era o Nº 3 no Vaticano.

A coluna Spotlight, de 2002, no Boston Globe, publicou uma série de reportagens sobre o molestamento sexual de crianças por padres católicos nos Estados Unidos. A investigação dos repórteres do jornal revelou que, nas últimas décadas, aproximadamente 250 padres de Boston haviam molestado crianças e que a Igreja, numa tentativa de acobertamento, deslocou o clero de uma área para outra, em vez de comunicar a polícia. E assim, os padres continuaram a molestar crianças nas novas áreas, aumentando o número de vítimas.

Eventos semelhantes se espalharam rapidamente pelos Estados Unidos. As revelações atingiram sacerdotes em outros países onde o catolicismo é expressivo, como Irlanda, Austrália, etc. Outros grupos religiosos começaram a denunciar publicamente a corrupção da igreja católica.

Por fim, sob forte pressão pública, João Paulo II foi obrigado a realizar uma conferência no Vaticano para os cardeais católicos dos EUA, na qual o Vaticano admitiu que ocorreu o abuso sexual de crianças, um crime, e disse que a estrutura administrativa da Igreja seria reformada. Além disso, ele disse que a Igreja expulsaria os padres que molestaram crianças. A igreja pagou mais de dois bilhões de dólares em acordos relacionados aos abusos.

Apropriar-se de dinheiro dos crentes em nome da religião também tem sido frequente. Por exemplo, na China, várias religiões têm se apropriado indevidamente de dinheiro, explorando a fé dos que creem em Buda e outros deuses, e fazendo da religião um negócio. Os fiéis pagam por cerimônias religiosas e rituais de adoração com queima de incenso, envolvendo taxas que chegam por vezes a 100 mil yuanes (US$ 15 mil).

Muitos templos e igrejas têm sido construídos com uma aparência esplêndida, enquanto a fé genuína em Deus míngua. Religiosos verdadeiros são cada vez menos numerosos. Muitos desses templos e igrejas tornaram-se locais de reunião para espíritos malignos. Como templos da China que se transformaram em pontos turísticos comerciais onde monges ganham salários e abades budistas e taoístas, que mais parecem executivos, administram esses templos como se fossem empresas.

Durante a chamada onda de estudos sobre o Relatório do 19º Congresso do Partido Comunista Chinês, o vice-presidente da Associação Budista da China fez a seguinte manifestação em um “Programa de Treinamento para o Espírito do 19º Congresso”: “O Relatório do 19º Congresso é a escritura budista contemporânea, e eu a transcrevi à mão três vezes.” Ele também declarou: “O Partido Comunista Chinês é agora o Buda e a Bodisatva contemporâneos. O Relatório do 19º Congresso é uma escritura budista contemporânea na China, e ele resplandece com os raios brilhantes da fé no Partido Comunista.”

Houve também quem convocasse os crentes budistas que seguissem esse exemplo e usassem a prática de copiar à mão as escrituras sagradas para copiar o Relatório do 19º Congresso com um coração devoto e assim assimilar a sua sabedoria e propiciar a iluminação. Quando uma reportagem sobre isso foi publicada no Instituto Budista Nanhai, na província de Hainan, ela causou grande polêmica e foi finalmente excluída. O Relatório, no entanto, foi amplamente divulgado na internet. Esse incidente mostra que, na China, o budismo oficial está cheio de monges políticos e não é, em última análise, uma comunidade voltada para autocultivo espiritual. Em vez disso, o budismo oficial da China se tornou uma ferramenta usada pelo Partido Comunista Chinês, especialmente pelo seu Departamento de Trabalho da Frente Unida.

Por mais de mil anos, bispos do mundo inteiro foram nomeados diretamente e reconhecidos pelo Vaticano. Os cerca de 30 bispos nomeados previamente pelo Vaticano na China não foram reconhecidos pelo Partido Comunista Chinês. Da mesma forma, o Vaticano e os católicos fiéis a ele na China (particularmente os rotulados de clandestinos) não reconheceram os bispos nomeados pelo PCC. No entanto, vítima da constante coerção e engodo por parte do PCC, o novo Papa iniciou recentemente conversações com o PCC que parecem indicar que o Vaticano reconhecerá os bispos indicados pelo PCC. Se isso acorrer, os bispos previamente nomeados pelo Vaticano serão ignorados.

A Igreja é uma comunidade de fé que tem por objetivo capacitar os crentes a cultivarem-se espiritualmente, elevarem a sua moral e, finalmente, retornarem ao Céu ou ao seu ser verdadeiro. Quando se negocia no mundo humano com o espírito maligno do comunismo em sua revolta contra Deus, quando se permite ao espectro do comunismo nomear bispos e assim se inserir e tomar conta de questões relativas à crença de dezenas de milhões de católicos na China, como se espera que Deus reaja a isso? Qual será o futuro para as dezenas de milhões de católicos na China?

Na China, um país com uma cultura tradicional outrora riquísima, o espectro do comunismo organizou com meticulosadade um sistema que arruinou abominavelmente essa cultura tradicional, destruiu religiões ortodoxas e matou milhões de pessoas. Com isso, ele destruiu a moralidade humana e fragilizou a conexão entre o ser humano e os deuses, tudo isso com o objetivo de arruinar completamente a humanidade.

No Ocidente e em outras partes do mundo, o espectro usou a astúcia e a estratégia da infiltração para demonizar as religiões ortodoxas e para confundir e enganar as pessoas, de modo a fazê-las desacreditarem e desistirem das crenças ortodoxas. Assim, as pessoas se afastam dos deuses e caminham para a perdição total. Não importa o meio usado pelo espectro do mal, o objetivo final é o mesmo, destruir a humanidade.

Referências bibliográficas:

[1] Dimitry V. Pospielovsky, History of Marxist-Leninist Atheism and Soviet Antireligious: A History of Soviet Atheism in Theory and Practice and the Believer (Springer, 1987), p. 80.

[2] Letter from Lenin, https://www.loc.gov/exhibits/archives/ae2bkhun.html

[3] De uma entrevista do Patriarca Alexy II com o jornal Izvestia, No. 137, 10 de junho de 1991, intitulada “Patriarca Alexy II: Eu assumo a responsabilidade por tudo o que aconteceu”, tradução para o inglês de Nathaniel Davis, A Long Walk to Church: A Contemporary History of Russian Orthodoxy (Oxford: Westview Press, 1995), p. 89, http://roacusa.org/htdocs/Orthodox%20School/History%20of%20the%20Russian%20Church/A%20Long%20Walk…(contemporary%20Russian%20Orthodoxy),%20Nathaniel%20Da.doc, https://tinyurl.com/ybc4vsnk

Confira também: History of the Russian Orthodox Church Abroad, por St. John (Maximovich) of Shanghai and San Francisco, The Orthodox Word, março-abril de 1971, Vol. VII #2, http://orthodoxinfo.com/ecumenism/roca_history.aspx

[4] From the Heart of the Panchen Lama, Central Tibetan Administration, India (1998), http://tibet.net/wp-content/uploads/2015/04/FROM-THE-HEART-OF-THE-PANCHEN-LAMA-1998.pdf

[5] Momchil Metodiev, Between Faith and Compromise: The Bulgarian Orthodox Church and the Communist State, 1944-1989 (Sofia: Institute for Studies of the Recent Past/Ciela, 2010).

[6] Ibid.

[7] Christopher Andrew, “KGB Foreign Intelligence from Brezhnev to the Coup”, in Wesley K. Wark (ed.), Espionage: Past, Present, Future? (London: Routledge, 1994), p. 52.

[8] W. Cleon Skousen, The Naked Communist (Salt Lake City: Izzard Ink Publishing, 1958), Capítulo 12, https://archive.org/details/B-001-002-046