(Minghui.org) [Nota do editor] Esta série é uma reimpressão da tradução em português do Epoch Times do livro “Como o espectro do comunismo está governando nosso mundo”, pela equipe editorial de Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês.
Prefácio
Introdução
Capítulo 1: As estratégias do diabo para destruir a humanidade
Capítulo 2: O início do comunismo na Europa
Capítulo 3: Matança no Oriente
Capítulo 4: Exportando a revolução
Capítulo 5: Infiltrando-se no Ocidente
Capítulo 6: A revolta contra Deus
Capítulo 7: A destruição da família
Capítulo 8: Como o comunismo semeia o caos na política
Capítulo 9: A armadilha econômica comunista
Capítulo 10: Usando a lei para o mal
Capítulo 11: Profanando as artes
Capítulo 12: Sabotando a educação
Capítulo 13: Sequestrando os meios de comunicação
Capítulo 14: Cultura popular, uma indulgência decadente
Capítulo 15: As raízes comunistas do terrorismo
Capítulo 16: O comunismo por trás do ambientalismo
Capítulo 17: Globalização: comunismo no seu cerne
Capítulo 18: As ambições globais do Partido Comunista Chinês
Conclusão
Capítulo 18: As ambições globais do Partido Comunista Chinês
Índice
Introdução
1. A ambição do Partido Comunista Chinês de substituir os EUA e dominar o mundo
a. O Partido Comunista Chinês sempre se dedicou à dominação mundial
b. Dominação mundial requer a derrota dos Estados Unidos
c. O Partido Comunista Chinês tem uma estratégia multifacetada para subverter e conter os EUA
d. O PCC incita o ódio contra os EUA enquanto se prepara para a guerra com os EUA
e. O Partido Comunista Chinês não mais oculta as suas intenções no relacionamento sino-americano
2. Estratégias da China comunista para a dominação mundial
a. A iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota” é uma expansão territorial mascarada como globalização
b. A Estratégia da Grande Periferia do PCC tem como objetivo excluir os EUA da região da Ásia-Pacífico
c. Dividir e conquistar na Europa serve para repelir os Estados Unidos da região
d. O Partido Comunista Chinês exporta o “modelo chinês” para colonizar a África
e. Avançando na América Latina, o Partido Comunista Chinês invade o quintal dos EUA
f. A China comunista ostenta as suas ambições militares
3. “Guerra irrestrita” com as características comunistas chinesas
a. O Partido Comunista Chinês promove a cultura do Partido em todo o mundo
b. Frente de Trabalho Unida visa desintegrar o mundo livre a partir de dentro
c. Guerra econômica irrestrita é o armamento pesado do Partido Comunista Chinês
d. O Partido Comunista Chinês usa as massas para espionagem
e. A guerra irrestrita assume muitas formas
4. O “modelo da China” e o seu impacto destrutivo
5. Lições aprendidas e o caminho de saída
a. A política de apaziguamento foi um grave erro
b. Por que o Ocidente avaliou erroneamente a China?
c. Qual é a saída?
Referências bibliográficas
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No começo do século 20, os comunistas soviéticos tomaram o poder na Rússia de forma violenta. O sucesso da revolução, por sua vez, abriu o caminho para o surgimento do ator principal do espectro comunista, o Partido Comunista Chinês (PCC).
O Partido Comunista Chinês foi estabelecido em 1921 por agentes do ramo Extremo Oriente da Internacional Comunista. Nas décadas que se seguiram, a União Soviética desempenhou um papel importante no cenário mundial ao se mostrar com uma ameaça à democracia ocidental: foi a Guerra Fria. Nesse período, os ocidentais viram a União Soviética e seus regimes satélites na Europa Oriental como a única ameaça comunista. Isso deu tempo suficiente ao PCC para se estabelecer e atingir sua maturidade.
A União Soviética entrou em colapso em 1991, deixando o regime do Partido Comunista Chinês sozinho no cenário mundial. Então, o comunismo chinês adotou uma nova abordagem – o não confronto direto – e seduziu o resto do mundo ao abrir sua economia ao mercado capitalista enquanto mantinha intacto seu sistema político totalitário. Por causa disso, muitos analistas, empresários e políticos ocidentais equivocadamente não consideravam o PCC como um partido realmente comunista e viram-no, no máximo, como uma variante tolerável do comunismo.
Isto não podia estar mais longe da verdade. O Partido Comunista Chinês alçou as características da ideologia comunista – fraude, malícia e luta – ao seu apogeu, criando um regime que adota os métodos mais perniciosos e insidiosos de intriga política desenvolvidos ao longo da história humana. O PCC seduz as pessoas com lucros, controla-as com poder e as engana com mentiras. Ele cultivou a sua técnica demoníaca até a maestria.
A história de cinco mil anos da China e seu esplendido patrimônio de tradições sempre atraiu o respeito e a admiração das pessoas do mundo. O Partido Comunista Chinês capitalizou para si essa admiração e respeito. Depois de tomar o poder e submeter o povo chinês a seu poder, o PCC fez com que as pessoas vissem o regime comunista e a nação chinesa como uma mesma coisa. O PCC viabilizou suas ambições tendo como fachada uma “ascensão pacífica” da China, tornando assim difícil à comunidade internacional compreender suas verdadeiras intenções.
Porém, a natureza do Partido Comunista Chinês nunca mudou. Em vez de permitir que a China experimente verdadeira prosperidade e grandeza, a estratégia de engajamento econômico do Partido “nutriu um corpo capitalista” [1] visando fortalecer seu corpo socialista, estabilizar seu regime e concretizar suas ambições. Na prática, os métodos do PCC desprezam a ética moral e os valores universais mais básicos.
Os países foram fundados com base na sabedoria de seus fundadores e na fé no Divino. A sociedade humana deve viver de acordo com os padrões de conduta estabelecidos pelo Criador: manter um elevado padrão moral, proteger o direito à propriedade privada e adotar valores universais. O desenvolvimento econômico de uma sociedade saudável precisa estar apoiado sobre padrões morais correspondentes.
Mas o Estado-regime do Partido Comunista Chinês seguiu um caminho diametralmente oposto, criando uma abominável economia que, embora tenha crescido rapidamente, levou a uma grave degeneração moral. A motivação do espectro do mal ao promover o “milagre econômico” chinês foi simples: sem poder econômico, o regime do PCC não teria o necessário poder de influência para ditar seus termos ao mundo. Seus planos não têm como objetivo beneficiar a China ou os chineses, mas para, aproveitando-se da ganância das pessoas por dinheiro, obter do mundo a cooperação econômica e a aceitação internacional necessárias para viabilizar suas ambições.
Dentro da China, o Partido Comunista Chinês governa com tirania e emprega os aspectos mais implacáveis do sistema capitalista. Ele recompensa o mal e pune o bem, tornando os piores indivíduos nos mais bem-sucedidos da sociedade chinesa. Suas políticas fomentam o lado mau da natureza humana, usando o ateísmo para criar um ambiente de completa degeneração e no qual as pessoas não têm escrúpulos morais.
Quando atua no exterior, o Partido Comunista Chinês defende a sua ideologia de “características chinesas”, ou seja, o comunismo, e oferece incentivos econômicos poderosos como uma atração para que os povos do mundo livre baixem a guarda, abandonem os princípios morais e fechem os olhos para os amplos abusos dos direitos humanos perpetrados pelo PCC e a sua perseguição brutal à religião. Muitos políticos e corporações de países ocidentais traíram e comprometeram seus valores quando foram cativados pelo lucro, assim alinhando-se com as práticas do PCC.
Muitos países ocidentais acreditam que podem ajudar o Partido Comunista Chinês a fazer uma transição pacífica saindo do comunismo, mas, enquanto na superfície a China mostra ter de fato se modernizado e ocidentalizado, no fundo, o Partido nunca mudou a sua natureza. Nas últimas décadas, o resultado prático desse engajamento em ajudar o PCC deu a ele força para sabotar com sucesso e sistematicamente os preceitos morais dos Estados Unidos e do Ocidente, e desta forma corromper a vontade pública.
O Partido Comunista Chinês é o braço principal do comunismo e, por isso, a maior ameaça ao mundo. O objetivo do espectro comunista em fortalecer o poder global do PCC é espalhar seu veneno por todos os cantos da Terra e, finalmente, fazer com que as pessoas abandonem as tradições e o Divino. Mesmo que os planos do Partido para dominar o mundo não sejam bem-sucedidos, ele ainda terá alcançado o seu propósito subjacente que é afastar as pessoas dos seus valores morais. Ele faz isso seduzindo pessoas e tirando vantagem dos seus interesses, manipulando-as com armadilhas financeiras e chantagem, infiltrando-se nos seus sistemas políticos, intimidando-as com força militar e confundindo-as com a sua propaganda.
Diante de tão grande perigo, devemos examinar cuidadosamente as ambições, as táticas, as estratégias e os objetivos do regime do Partido Comunista Chinês.
O Partido Comunista Chinês não está satisfeito em ser uma potência regional. Ele quer controlar o mundo. Isso é determinado pela característica inerente da tirania do Partido. No seu âmago, o Partido Comunista se opõe ao Céu, à Terra e à tradição; recorre à violência para esmagar o “velho mundo” e visa destruir todos os países, nações e classes usando como pretexto “liberar toda a humanidade”. Na realidade, sua missão imutável é submeter o mundo todo à ideologia comunista. Suas doutrinas e práticas são essencialmente globalistas.
Porque a cultura tradicional já foi bastante poderosa, o comunismo teve que frequentemente adotar uma abordagem gradual e indireta. Na União Soviética, Stalin alegou a necessidade do “socialismo em um país”; mais recentemente, o Partido Comunista Chinês adotou o “socialismo com características chinesas”.
Ao contrário das democracias ocidentais nas quais os partidos políticos compartilham ou detêm o poder pela alternância no poder, o Partido Comunista Chinês tem poder absoluto. Ele próprio estabelece seus objetivos estratégicos para décadas ou séculos. Alguns anos depois de o Partido se estabelecer em 1949, ele lançou o slogan “superar a Grã-Bretanha e alcançar a América”, o qual precedeu o Grande Salto Adiante. Depois, devido ao contexto nacional e internacional desfavorável, o PCC assumiu um perfil discreto por décadas.
Após o Massacre na Praça da Paz Celestial, a comunidade internacional boicotou o regime chinês. Em resposta, o Partido avaliou a situação e concluiu que ainda era incapaz de competir diretamente com os Estados Unidos. Por isso, tomou o caminho de esconder seus pontos fortes e vantagens e ganhar tempo, em vez de tentar assumir a liderança no cenário internacional. Isto não ocorreu porque o PCC mudou suas metas, mas porque ele adota diferentes estratégias de luta de acordo com as circunstâncias para finalmente estabelecer a hegemonia mundial.
Pode-se dizer que o espectro comunista usou o antigo estratagema chinês de “reparar estradas esburacadas abertamente enquanto se avança secretamente pela rota oculta de Chencang”. A primeira superpotência comunista foi a União Soviética, mas o seu papel final acabou sendo o de ajudar a ascensão e maturação do regime comunista chinês.
Desde a Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos têm sido o país mais poderoso do mundo e têm servido para manter a ordem internacional. Qualquer país que queira mudar essa ordem deve derrubar os Estados Unidos, por isso, em termos estratégicos, a América é o principal inimigo do Partido Comunista Chinês. Esse tem sido o caso por décadas, e o Partido nunca cessou de se preparar para uma ofensiva total contra os EUA.
No seu livro “The Hundred-Year Marathon: China’s Secret Strategy to Replace America as the Global Superpower” (A maratona dos cem anos: a estratégia secreta da China para substituir a América como superpotência global), Michael Pillsbury escreveu que a China tem uma estratégia de longo prazo para subverter a ordem política e econômica mundial liderada pelos Estados Unidos e substituí-la pelo comunismo até 2049, ou seja, no centenário da ascensão do Partido Comunista ao poder na China. Pillsbury mostra claramente, usando como exemplo a série de TV de nome “Competição Silenciosa”, produzida pela Universidade Nacional de Defesa da China, a ambição do PCC de vencer os EUA: o processo do PCC de realizar sua “grande causa” de dominar o mundo “incorrerá inevitavelmente em constante atrito-e-desgaste e luta com o sistema hegemônico dos EUA”. “É uma disputa centenária, que não será mudada pela vontade humana”. [2]
A estratégia global do Partido Comunista Chinês está centrada no combate aos Estados Unidos. Arthur Waldron, professor da Universidade da Pensilvânia e especialista em China, declarou em uma audiência no Senado em 2004 que o Exército da Libertação Popular (ELP) da China é o único Exército do mundo dedicado a operações anti-EUA. [3] De fato, além do ELP, a maioria das relações diplomáticas e das atividades internacionais do PCC tem os EUA como o seu alvo direto ou indireto.
O Partido Comunista Chinês adotou uma abordagem abrangente para ter sucesso no seu impulso de dominar o mundo. Em ideologia, ele compete com os Estados Unidos e outros países onde há liberdade e democracia. Ele usa transferências forçadas de tecnologia e roubo de propriedade intelectual para fechar o gap tecnológico e aumentar sua confiança econômica. Militarmente, ele se envolve em uma rivalidade silenciosa contra os EUA por meio da guerra assimétrica e “irrestrita” em lugares como o Mar do Sul da China. Ele apoia a Coreia do Norte, o Irã e outros regimes criminosos para perturbar e distrair os EUA e a OTAN.
Na diplomacia, o regime do Partido Comunista Chinês tem promovido a sua “estratégia da grande periferia” e sua iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”. Ele tem expandido rapidamente a sua influência internacional, incluindo em países vizinhos e também em países da Europa, África, Oceania e América Latina, na tentativa de construir uma coalizão internacional, desenvolver uma esfera liderada pelos chineses e isolar os Estados Unidos.
O Partido Comunista Chinês tem vários métodos para atingir esses objetivos. Ele estabeleceu em 1996 a Organização de Cooperação de Xangai, em 2015, o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, e em 2012, a cooperação “16 + 1” com os países da Europa Central e Oriental. Ele coopera intensamente como parte dos cinco países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), e promove vigorosamente a internacionalização da sua moeda. Ele procura controlar a formulação de padrões industriais (como os usados para as redes propostas de celulares 5G) e dominar o discurso público.
O regime do Partido Comunista Chinês aproveitou-se da democracia e da liberdade de imprensa que há nos Estados Unidos e em outros países ocidentais para conduzir operações da frente unida, disseminar propaganda e realizar espionagem. Com isso, o regime manipula tanto quanto possível os EUA e impõe mudanças sem derramamento de sangue e a partir de dentro dos EUA.
Para efetivar essas estratégias, os agentes do Partido Comunista Chinês subornam funcionários do governo dos EUA, congressistas, diplomatas e oficiais militares aposentados. O Partido usa seu poder econômico para fazer que capitalistas americanos façam lobby para comunistas chineses e para influenciar a política dos EUA com relação à China. Ele força empresas de alta tecnologia a cooperarem com o PCC na censura a internet via seu Grande Firewall, coage e incentiva muitas das comunidades chinesas no exterior a atuarem como uma quinta-coluna e se infiltrarem em think tanks e departamentos acadêmicos ocidentais. Ele manipula instituições para praticarem a autocensura em relação a tópicos sensíveis, o que as leva a adotarem efetivamente uma postura de defesa do Partido Comunista. As empresas chinesas, controladas ou influenciadas pelo PCC, também têm investido pesadamente em Hollywood.
Ao mesmo tempo em que desenvolve a sua influência em vários países para cercar e conter os Estados Unidos, por um lado, o regime chinês estabelece redutos camuflados em solo americano para minar os EUA a partir de dentro. Por outro lado, ele construiu uma extensa rede de agentes e tem promovido divisões na sociedade americana, representando uma séria ameaça interna.
A ideologia do Partido Comunista Chinês é movida pelo ódio. O patriotismo que ele promove implica odiar o Japão, Taiwan, os tibetanos, as minorias étnicas de Xinjiang, os crentes religiosos, os dissidentes e, mais importante, odiar os Estados Unidos. Há um ditado entre os internautas chineses: “Pelos pequenos problemas, culpe o Japão, e pelos grandes, culpe os Estados Unidos.” Isso significa que, ao incitar o ódio contra inimigos estrangeiros, o Partido busca amenizar a indignação pública contra si durante uma crise.
Antes de os comunistas chineses tomarem o poder, eles repetidamente elogiaram os Estados Unidos por sua amizade com a China e pelo sistema democrático americano. No entanto, depois que o Partido Comunista Chinês estabeleceu o seu regime, imediatamente ele tirou proveito do sofrimento experimentado pela China na história moderna, bem como da ânsia do povo em ter uma nação forte. O PCC se pintou como o salvador da China, alimentando o ódio contra a América e outros países e povos estrangeiros.
De fato, o Partido Comunista Chinês não se importa com a vida e a morte do povo chinês, nem se preocupa com a integridade territorial da China ou com o desenvolvimento sustentável de longo prazo da nação chinesa. É quase impossível descrever a crueldade de como o PCC tem perseguido o povo chinês, traído a soberania da China, destruído a moralidade e a cultura tradicional chinesas e dilapidado o futuro da China.
Ao incitar o ódio contra países estrangeiros, o Partido Comunista Chinês tem com objetivos: primeiro, colocar-se como um salvador, de modo a legitimar seu governo brutal; segundo, usar o sentimento nacionalista para distrair e desviar a atenção do público em períodos de crise; terceiro, obter apoio às suas ambições e planos expansionistas com o argumento de que irá desfazer as humilhações sofridas no passado recente; e quarto, usar o ódio para preparar o contexto psicológico necessário para justificar guerras futuras e dessensibilizar o público para atos de barbárie.
O Partido Comunista Chinês tem doutrinado as gerações mais jovens com ódio contra os Estados Unidos com o propósito de usá-las como ferramentas no seu esforço para superar os EUA e dominar o mundo. Quando chegar a hora, o PCC pretende usar a juventude chinesa para se infiltrar de várias formas nos EUA e em países democráticos aliados dos EUA, para participar de conflitos armados, travar guerra irrestrita e, se necessário, sacrificá-los num holocausto nuclear.
As reações jubilantes do público chinês após os ataques terroristas de 11 de setembro nos EUA mostraram que o Partido Comunista Chinês alcançou os seus objetivos com a sua propaganda. Nos principais fóruns políticos e militares chineses, vê-se sentimentos comuns como “a China e os EUA devem ter uma guerra”, outra indicação do sucesso do PCC em doutrinar as pessoas para odiarem os EUA. Esta é uma mobilização gradual de longo prazo e voltada para a guerra, e foi deliberadamente planejada e sistematicamente implementada pelo PCC.
A propaganda do Partido Comunista Chinês de ódio aos EUA não se limita à China. No cenário internacional, explícita ou ocultamente, o PCC dá suporte a regimes desonestos e organizações terroristas para lutar contra os Estados Unidos, fornecendo-lhes assistência financeira, armas e equipamentos, orientação, treinamento tático e apoio perante o público. O PCC se tornou o centro de um eixo de Estados antiamericanos e dirige arrogantemente as forças globais antiamericanas.
Em 2008, enquanto os Estados Unidos enfrentavam uma crise econômica, a China sediou em Pequim os Jogos Olímpicos mais caros da história. Vestido com uma fantasia de prosperidade, o regime entrou no cenário internacional. Como resultado da globalização, a indústria de fabricação dos EUA declinou. Diante das dificuldades econômicas, os EUA pediram ajuda à China. “A América está sobrevivendo com o empréstimo de dinheiro de nós chineses” se tornou um tema quente na propaganda do Partido Comunista Chinês. “A América está em declínio, a China está em posição de substituí-la.” Praticamente todos os meios de comunicação controlados pelo Partido na China elogiaram essas manchetes; ideias do tipo se tornaram opiniões populares nos meios de comunicação e acadêmicos ocidentais.
Desde 2008, os Estados Unidos têm mostrado sinais de declínio em áreas como economia e política e força militar. Na economia, os EUA estavam promovendo a assistência médica para todos, ampliando benefícios sociais, colocando questões climáticas no centro das políticas, fortalecendo o monitoramento ambiental e impondo restrições aos negócios manufatureiros tradicionais. Ainda assim, a indústria de energia verde foi derrotada pelos produtos made-in-China, e a fabricação dos EUA continuou a ser esvaziada. Não havia como conter e proteger-se contra os ataques comerciais da China e seu roubo de propriedade intelectual.
Diante dessas tendências, muitos simplesmente aceitaram como fato a narrativa de que a China estava em ascendência e a América em declínio. Os gastos militares americanos diminuíram e os Estados Unidos adotaram uma posição diplomática fraca. Na política dos EUA, a ideologia socialista estava em ascensão, as divisões sociais se ampliaram, a política democrática tornou-se uma arena para disputas partidárias, e como resultado, o papel do governo foi frequentemente prejudicado. O Partido Comunista Chinês comparou esse caos desfavorável com o totalitarismo marcial do seu sistema, retratando a democracia dos EUA como motivo de riso.
Em 2010, a China superou o Japão para se tornar a segunda maior economia do mundo. Em 2014, de acordo com as estatísticas do Banco Mundial, se calculadas com base na paridade do poder de compra, o PIB da China poderia ter ultrapassado o dos Estados Unidos. [4] O Partido Comunista Chinês viu que o contraste de poder entre a China e os EUA estava mudando e, pensando que o declínio dos EUA era irreversível, acabou com a sua antiga estratégia de esconder sua força e ganhar tempo. Em vez disso, o PCC passou a contestar aberta e diretamente a ordem internacional liderada pelos EUA. A posição oficial do PCC, da mídia e dos especialistas gradualmente começou a falar com crescente arrogância de um “sonho chinês” de expansionismo.
Em 2012, durante o seu 18º Congresso Nacional, o Partido Comunista Chinês introduziu a noção de construir uma “comunidade de futuro compartilhado para a humanidade”. Em 2017, o PCC realizou o seu Grande Encontro de Partidos Políticos Mundiais para evocar falsamente as antigas imagens da miríade de reinos que ia prestar honras na corte imperial chinesa. O PCC publicou o seu desejo de exportar o “modelo chinês” comunista para o resto do mundo.
Em nome de divulgar o que o Partido Comunista Chinês chama de modelo chinês, plano chinês ou sabedoria chinesa, a ambição do PCC é controlar o mundo e estabelecer uma nova ordem mundial de acordo com as regras do Partido. O PCC tem se preparado para isso em todos os aspectos há décadas. Se esta nova ordem mundial for de fato estabelecida, ela será um incrível novo eixo do mal, um adversário ainda mais ameaçador para o mundo livre do que a aliança do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial.
“Um Cinturão, Uma Rota” toma o centro do palco
Em 2013, o Partido Comunista Chinês introduziu oficialmente o plano para seu “Cinturão Econômico da Rota da Seda e a Rota da Seda Marítima do Século 21”, mais conhecido como “Um Cinturão, Uma Rota” (ou OBOR, na sigla em inglês). O plano envolve o investimento de trilhões de dólares na construção de infraestrutura crítica, como pontes, ferrovias, portos e geração de energia, em dezenas de países. OBOR é o maior projeto de investimento planejado na história.
“Um Cinturão” refere-se ao Cinturão Econômico da Rota da Seda, que consiste em três componentes terrestres: da China até a Ásia Central e a Rússia e então para a Europa e o Mar Báltico; do Noroeste da China até a Ásia Central e a Ásia Ocidental e daí para o Golfo Pérsico e o Mediterrâneo; e do Sudoeste da China pela península da Indochina até o Oceano Índico.
“Uma Rota” refere-se à Rota Marítima da Seda do Século 21, que é um esforço em duas frentes: a primeira rota vai dos portos da China para o Mar do Sul da China, passando pelo Estreito de Malaca e chegando à Europa pelo Oceano Índico; a segunda rota se destina ao Sul do Oceano Pacífico.
A via terrestre do “Um Cinturão” é constituída de seis corredores econômicos: o Corredor Econômico China-Mongólia-Rússia (CMREC), a Nova Ponte Terrestre da Eurásia (NELB), o Corredor Econômico China-Ásia Central e Ocidental (CCWAEC), o Corredor Econômico China-Península da Indochina (CICPEC), o Corredor Econômico China-Paquistão (CPEC) e o Corredor Econômico Bangladesh-China-Índia-Mianmar (BCIMEC).
A Nova Ponte Terrestre da Eurásia será baseada em ligações ferroviárias entre a China e a Europa, denominada China Railway Express. O transporte da China para a Europa por mar leva mais de trinta dias, em comparação com pouco mais de dez dias por via férrea. A China Railway Express começou a operar em 2011 e tem sido um componente importante no OBOR.
O Corredor Econômico China-Paquistão (CPEC) é um plano conjunto dos dois governos. Ele inclui uma estrada que liga Kashgar, na província noroeste chinesa de Xinjiang, ao porto de Gwadar, no Paquistão, no Oceano Índico. A China ganhou o direito de operar o porto em 2013. Sendo a porta de entrada do Paquistão para o Golfo Pérsico e o Mar da Arábia, o Porto de Gwadar ocupa uma localização estratégica crítica. Ele se conecta ao Estreito de Ormuz, através do qual 40% do petróleo bruto do mundo passa para chegar ao Mar da Arábia.
O quadro geral da via marítima da “Uma Rota” é a construção de vários portos estratégicos e o controle do transporte marítimo. Em países financeiramente robustos, as empresas chinesas participam de joint ventures ou adquirem participação acionária. Em países financeiramente mais fracos, a China investe grandes quantias de dinheiro localmente e tenta obter os direitos para operar os portos.
Somente em 2013, as empresas chinesas receberam o direito de operar pelo menos dezessete portos ou terminais. A China Merchants Port Holdings Company Ltd. comprou 49% das ações da Terminal Link SAS na França. Com essa compra, a China obteve os direitos de operação de quinze terminais em oito países e quatro continentes. [5]
Estes portos e terminais incluem os portos de Antuérpia e Zeebrugge, na Bélgica; o Terminal do Canal de Suez, no Egito; Kumport em Istambul, Turquia; o Porto do Pireu, na Grécia; o Porto de Pasir Panjang, na Cingapura; o maior porto da Holanda (Euromax Terminal Rotterdam, que é chamado de “o Portão da Europa”); o terminal de segunda fase no Porto Khalifa em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos; o Porto de Vado, na região italiana da Ligúria; o Porto Kuantan no Estreito de Malaca, na Malásia; o Porto de Djibouti, na África Oriental; e o Canal do Panamá.
Além do atrativo do investimento, o Partido Comunista também usa a armadilha do endividamento criado pelo OBOR para obter o controle de localizações estratégicas. O Sri Lanka não conseguiu pagar sua dívida às empresas chinesas, de modo que, em 2017, teve que assinar um contrato de 99 anos com uma empresa chinesa para o uso do Porto de Hambantota.
O Partido Comunista Chinês lançou a sua Rota da Seda Digital em 2018 com a intenção de reformular o desenvolvimento futuro da infraestrutura de internet. A Rota da Seda Digital é considerada um estágio avançado no projeto OBOR e é o seu mais novo desenvolvimento. Ela inclui principalmente a construção de infraestrutura de fibra óptica, serviços de informações digitais, telecomunicações internacionais e comércio eletrônico.
Muitos países envolvidos no OBOR não possuem um sistema de crédito completo. O Partido Comunista Chinês pretende introduzir seus sistemas de comércio eletrônico e serviços de pagamento eletrônico, como o Alipay, nesses países, ao mesmo tempo em que elimina totalmente a concorrência ocidental. O Grande Firewall, que filtra o tráfego de internet na China, está sendo exportado para os países do “Um Cinturão, Uma Rota”, assim como os sistemas de vigilância em massa já adotados pelo PCC na China.
A extensão do alcance estratégico do Partido Comunista Chinês pode ser vista pelo seu investimento em infraestrutura global. De acordo com um artigo de novembro de 2018 no New York Times, o PCC construiu ou está construindo mais de quarenta oleodutos e outras infraestruturas de petróleo e gás, mais de duzentas pontes, estradas e ferrovias, quase duzentas usinas de energia nuclear, gás natural, carvão e renováveis, e uma série de grandes barragens. Ele tem investido em 112 países, a maioria dos quais pertence à iniciativa OBOR. De fato, o PCC espalhou os seus tentáculos ao redor do mundo. [6]
Quando o OBOR tomou forma, os esforços do Partido Comunista Chinês para suplantar os Estados Unidos no cenário mundial aumentaram. Ele promoveu agressivamente o yuan (ou renminbi) como uma moeda internacional, bem como o seu sistema de crédito. Redes de telecomunicações chinesas (incluindo 5G) estão sendo promovidas como o futuro em muitos países, assim como linhas ferroviárias de alta velocidade construídas pela China. O objetivo é eventualmente estabelecer um conjunto de padrões controlados pelo PCC e independente dos atuais padrões ocidentais.
Iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota” tem alcance global
No estágio inicial da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”, o regime chinês se concentrou nos países vizinhos da China, alcançando até a Europa. Muito rapidamente, o PCC expandiu o seu alcance para a África, a América Latina e até mesmo o Oceano Ártico, cobrindo o mundo inteiro. A Rota da Seda Marítima originalmente consistia em apenas duas rotas. Uma terceira rota, a Rota da Seda no Gelo, ou Rota da Seda Polar, foi adicionada para se conectar à Europa através do Oceano Ártico. Antes do OBOR, o PCC já havia investido pesadamente na África e na América Latina. Essas regiões são agora parte da estrutura principal do OBOR, que permitiu ao PCC expandir mais rapidamente o seu alcance financeiro e militar na África e na América Latina.
O objetivo principal do OBOR é exportar o excesso de capacidade da China, construindo infraestrutura básica, como ferrovias e rodovias em outros países. Esses países são ricos em recursos e energia. Ao ajudá-los a construir infraestrutura, o regime chinês realiza dois objetivos secundários. Um deles é abrir rotas para enviar produtos domésticos para a Europa a baixo custo; o outro é assegurar os recursos estratégicos dos países que participam do OBOR. A intenção do PCC é aumentar suas exportações, e não ajudar os países ao longo do OBOR a estabelecerem as suas próprias indústrias manufatureiras; o PCC não abandonaria o setor manufatureiro chinês.
A verdadeira ambição por trás do OBOR é usar os meios econômicos como uma vanguarda para estabelecer o controle sobre os aspectos financeiros e políticos vitais de outros países, e transformá-los em colônias do Partido Comunista Chinês na sua estratégia globalista. Os subprodutos da participação nos esquemas do OBOR incluem a importação de todos os aspectos perniciosos do comunismo: corrupção, dívida e repressão totalitária. O projeto é uma armadilha enganosa que não trará prosperidade econômica duradoura para os seus participantes.
Muitos países ficaram alarmados e estão interrompendo ou reavaliando a sua participação no projeto OBOR. O Partido Comunista Chinês admitiu que deveria ser mais transparente e fazer ajustes nas severamente criticadas armadilhas de dívida. No entanto, os planos do PCC não podem ser subestimados. Enquanto as empresas ocidentais operam com base em princípios de busca de lucros e não permanecem em países anfitriões turbulentos por mais de alguns anos, os cálculos do PCC se estendem para o próximo século. Ele pode suportar operações em ambientes internacionais turbulentos no longo prazo sem levar em conta as perdas imediatas.
O que o Partido Comunista Chinês quer são governos pró-comunistas que o apoiarão nas Nações Unidas. O PCC quer se tornar o líder da Ásia, África e América Latina, lutar com o mundo livre e tomar o lugar dos EUA como a potência número um do mundo. O PCC está disposto a arcar com os custos humanos necessários para atingir esse objetivo. Por exemplo, o Partido pode forçar o povo chinês a pagar pelos custos que as empresas ocidentais de propriedade privada jamais poderiam suportar. Nessa guerra para conquistar o mundo, não se trata de quão poderoso é o PCC por si só, mas que ele conta com os recursos de centenas de milhões de chineses, independentemente das suas vidas ou mortes. Eles são seus peões de sacrifício.
O ex-estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon, ofereceu uma interpretação única do projeto OBOR. Ele credita a essa iniciativa chinesa como tendo integrado com sucesso as teses de Mackinder-Mahan-Spykman sobre como dominar o mundo.
Andrew Sheng, do Asia Global Institute, resumiu as opiniões de Bannon:
“Sir Halford Mackinder foi um influente geógrafo e historiador britânico que argumentou em 1904 que ‘Quem quer que governe a Heartland (a Ásia Central) comanda a Ilha do Mundo (Eurásia); quem governa a Ilha do Mundo comanda o mundo.’ Seu contemporâneo americano, Alfred Mahan, foi um historiador naval que moldou a estratégia dos EUA de dominar o poder marítimo, estendendo a lógica britânica do império marítimo de controlar as rotas marítimas, pontos de estrangulamento e canais policiando o comércio mundial. Em contraste, Nicholas John Spykman argumentou que a Rimland (as terras costeiras que cercam a Ásia) é mais importante que a Heartland, assim: ‘Quem controla a Rimland governa a Eurásia; quem governa a Eurásia controla os destinos do mundo.’” [7]
As avaliações de Bannon refletem a crescente vigilância do mundo ocidental contra as ambições do Partido Comunista Chinês, contidas no projeto OBOR.
De fato, a ambição do regime chinês não se limita ao OBOR. A iniciativa não se restringe apenas a obter os direitos sobre as rotas terrestres, as rotas marítimas e os principais portos. O PCC quer aproveitar as brechas, onde quer que estejam em todo o mundo. Muitos países da Ásia, África e América Latina são novos Estados independentes criados pela descolonização. Essas regiões experimentaram um vácuo de poder, convidando o PCC a ganhar pontos de apoio. Os países recém-independentes que antes constituíam a União Soviética e seus satélites da Europa Oriental tinham controle soberano fraco e também eram alvos fáceis para o regime do PCC. Países turbulentos, dos quais os investidores ocidentais tendem a se afastar, naturalmente caíram na armadilha do PCC. Países pequenos, insulares e subdesenvolvidos que ocupam lugares estratégicos estão todos na mira do PCC.
Mesmo alguns Estados que já estiveram firmemente no campo democrático ocidental chegaram à órbita do PCC após sofrerem com economias fracas e dívidas elevadas. Geopoliticamente, o Partido Comunista Chinês está gradual e sistematicamente cercando os Estados Unidos por meio do controle da economia de outros países. O objetivo é marginalizar a influência americana e, finalmente, removê-la desses países, quando o PCC terá então estabelecido uma ordem mundial separada, centrada na tirania comunista. Esta não é uma nova abordagem. Isso tem as suas raízes na velha estratégia do PCC de ocupar o campo para cercar as cidades, o que levou à vitória na Guerra Civil Chinesa.
O que é a chamada Diplomacia da Grande Periferia do Partido Comunista Chinês? Os grupos de reflexão (think tanks) partidários a definem assim: “A China é vizinha de catorze países ao longo de sua extensa fronteira terrestre e olha através do mar para seis outros países. Além disso, para o leste está a região da Ásia-Pacífico, e para o oeste está a Eurásia. Ou seja, a extensão radial da vizinhança ampliada da China cobre dois terços da política, economia e segurança internacionais. Assim, a estrutura da diplomacia periférica é mais do que uma mera estratégia regional. … É uma verdadeira grande estratégia.” [8]
Austrália é o elo fraco do mundo ocidental
Em junho de 2017, a Fairfax Media Ltd. e a Australian Broadcasting Corporation (ABC) divulgaram os resultados de uma investigação de cinco meses com o documentário “Power and Influence: The Hard Edge of China’s Soft Power” (Poder e influência: o gume afiado do poder brando da China). O documentário levantou preocupações em todo o mundo, descrevendo a ampla infiltração e influência do Partido Comunista Chinês sobre a sociedade australiana. [9] Seis meses depois, Sam Dastyari, um membro do Partido Trabalhista Australiano, anunciou a sua renúncia do Senado. A renúncia de Dastyari ocorreu após acusações de que ele havia aceitado dinheiro de comerciantes chineses ligados ao PCC para fazer declarações em apoio a Pequim em relação a disputas territoriais no Mar do Sul da China. Suas declarações sobre esta questão crítica entraram em conflito com as opiniões do seu próprio partido. [10]
Em setembro de 2016, a emissora australiana SBS News publicou uma reportagem revelando doações políticas feitas por um empresário chinês com o objetivo de influenciar as políticas comerciais sino-australianas. [11] Além disso, nos últimos anos, os meios de comunicação estatais chineses assinaram contratos com a mídia australiana, permitindo-lhes transmitir conteúdo fornecido pela mídia chinesa para o público australiano. [12]
Na verdade, já em 2015, a Austrália permitiu que uma empresa chinesa com laços estreitos com o Exército da Libertação Popular (ELP) conseguisse um contrato de arrendamento de 99 anos envolvendo o Porto de Darwin. O porto ocupa um local militar importante para a proteção contra possíveis ataques provenientes do norte. Richard Armitage, ex-vice-secretário de Estado dos EUA, disse que ficou surpreso com o acordo e que os Estados Unidos estavam preocupados com os desdobramentos disso. [13]
Em 2017, um livro intitulado “Silent Invasion: China’s Influence in Australia” (Invasão silenciosa: a influência da China na Austrália), do autor Clive Hamilton, foi rejeitado três vezes por editores australianos devido ao receio de retaliações da China. Finalmente, depois de muita reflexão, o terceiro editor concordou em publicá-lo. A censura provocou uma preocupação generalizada entre os australianos a respeito da influência da China no seu país. [14]
Muitos se perguntam por que a China direcionou tanto esforço para a Austrália. Qual é o valor estratégico militar do Partido Comunista Chinês infiltrando a Austrália e exercendo controle lá?
Em dezembro de 2017, a organização americana National Endowment for Democracy (NED) declarou no seu relatório “Sharp Power: Rising Authoritarian Influence” (Poder duro: a crescente influência autoritária) que o Partido Comunista Chinês está influenciando e mudando a política e a academia australianas por meio de suborno e infiltração com o objetivo principal de enfraquecer a aliança entre os EUA e a Austrália. [15]
No seu Relatório Branco de Política Externa de 2017, o governo australiano afirmou: “Os Estados Unidos têm sido o poder dominante em nossa região em toda a história da Austrália após a Segunda Guerra Mundial. Hoje, a China está desafiando a posição dos EUA.” [16] O Dr. Malcolm Davis, analista sênior do Instituto Australiano de Políticas Estratégicas, disse que Pequim estava tentando obter uma vantagem estratégica na região australiana para alcançar sua meta final de acabar com a aliança da Austrália com os EUA. [17]
A Austrália é o campo de testes do regime comunista chinês para operações de poder brando (soft power) na sua estratégia de diplomacia periférica. [18] A infiltração do Partido Comunista Chinês na Austrália remonta a 2005, quando Zhou Wenzhong, então vice-chefe do Ministério das Relações Exteriores, chegou a Canberra e informou os altos funcionários da embaixada da China sobre a nova abordagem diplomática do PCC. Ele disse que o primeiro objetivo de incluir a Austrália na grande periferia da China é garantir que a Austrália sirva como uma base de suprimento confiável e estável para o crescimento econômico da China nos próximos vinte anos. O objetivo no longo prazo é romper a aliança entre os EUA e a Austrália. A missão dos presentes no encontro era entender como o PCC poderia exercer ampla influência sobre a Austrália nas esferas da economia, política e cultura. [19]
O regime do PCC usa sua força econômica para forçar a Austrália a fazer concessões em uma série de questões militares e assuntos de direitos humanos. A abordagem padrão adotada pelo PCC para coagir os outros a cooperarem é cultivar relacionamentos pessoais por meio de interesses econômicos e, simultaneamente, criar a ameaça implícita de chantagem. [20]
Após anos de investigação, Clive Hamilton descobriu que “as principais instituições da Austrália – desde nossas escolas, faculdades/universidades e associações profissionais até nossa mídia; desde profissões de mineração, agricultura e turismo até ativos militares como portos e redes elétricas; desde nossos parlamentos locais e governos estaduais até nossos partidos em Canberra [a capital nacional] – estão sendo infiltradas e transformadas por um sistema complexo de controle sob a supervisão do Partido Comunista Chinês.” [21]
Após a crise econômica de 2008, na prática, a Austrália mostrou-se disposta a servir como base de fornecimento do regime chinês, devido à crença comum de que o PCC resgatou a Austrália da recessão. Hamilton diz que a razão pela qual a infiltração e influência do PCC têm sido tão eficazes na Austrália é que os australianos “permitiram que isso ocorresse bem debaixo de nossos narizes, porque estamos cegos pela crença de que somente a China pode garantir nossa prosperidade econômica e porque não ousamos nos levantar contra a intimidação de Pequim”. [22]
Mesmo com a conscientização da infiltração e influência do Partido Comunista Chinês na sociedade ocidental, e particularmente a infiltração e controle do PCC nas comunidades chinesas no exterior, a maioria dos ocidentais bem-intencionados imaginou inicialmente que o objetivo principal das estratégias do PCC era “negativo”, isto é, visava silenciar as vozes dos críticos e daqueles com opiniões políticas diferentes. No entanto, Hamilton diz que por trás das operações “negativas” estão as ambições “positivas” do PCC: usar os imigrantes chineses para mudar o quadro da sociedade australiana e fazer com que os ocidentais simpatizem com o PCC para permitir que Pequim construa e solidifique a sua influência. Desta forma, a Austrália seria transformada numa ajudante do PCC a se tornar uma superpotência asiática e em seguida global. [23]
Da mesma forma que na Austrália, o Partido Comunista Chinês está ampliando a sua infiltração e controle sobre a Nova Zelândia. Anne-Marie Brady, especialista em política chinesa na Universidade de Canterbury, divulgou um relatório intitulado “Magic Weapons” (Armas Mágicas), que analisa a situação da Nova Zelândia como um exemplo para ilustrar como o PCC estende a sua infiltração e influência política no exterior. O relatório revela que vários nativos chineses que são membros do Parlamento da Nova Zelândia têm ligações estreitas com o PCC, e que muitos políticos foram subornados por grandes doações políticas de comerciantes chineses ricos e organizações da frente unida do PCC, como associações comerciais chinesas na Nova Zelândia. [24] Logo após o seu relatório ter sido publicado, o escritório da faculdade da Dra. Brady foi invadido. Antes do arrombamento, ela também recebeu uma carta anônima que a ameaçava com as palavras “Você é a próxima.” [25]
A China está ativamente empenhada em controlar os políticos locais da Nova Zelândia. Por exemplo, os membros dos partidos políticos da Nova Zelândia recebem tratamento cordial em viagens à China. Políticos aposentados recebem ofertas de altos salários em empresas chinesas, além de outros benefícios, em troca de siguirem as diretrizes do PCC. [26]
O Partido Comunista Chinês visa as nações das ilhas do Pacífico por seu valor estratégico
Apesar do seu tamanho, as nações insulares do Pacífico têm o valor estratégico crítico de poderem servir como bases marítimas. Sua área total é de apenas 53 mil quilômetros quadrados, relativamente pequena em comparação com suas Zonas Econômicas Exclusivas (ZEEs) sobre o oceano, que medem 19 milhões de quilômetros quadrados, uma área seis vezes maior que as ZEEs da China. Desenvolver maiores laços com as nações insulares do Pacífico é um componente da estratégia militar do PCC reconhecido publicamente.
Atualmente, as esferas de influência na área do Pacífico estão divididas entre os Estados Unidos, o Japão, a Nova Zelândia, a Austrália e a França. Para desenvolver suas capacidades marítimas no Oceano Pacífico, o Partido Comunista Chinês deve primeiro construir boas relações com as nações insulares, e então lentamente repelir a presença dos EUA. [27]
John Henderson, um professor da Nova Zelândia, e Benjamin Reilly, um professor na Austrália, disseram que o objetivo de longo prazo do Partido Comunista Chinês na região do Pacífico Sul é tomar o lugar dos EUA como superpotência regional. [28] O PCC investiu quantias imensas de dinheiro na Melanésia, Micronésia e Polinésia para ajudar essas nações insulares na construção de infraestrutura. Ele promoveu o turismo local e disponibilizou plataformas de comércio eletrônico, e está superando a atividade americana na região. Ben Bohane, um autor australiano, alertou que a América está perdendo influência sobre o Oceano Pacífico para a China. [29]
Após a assistência e o investimento financeiro em larga escala do Partido Comunista Chinês, o comportamento arrogante dos seus funcionários reflete a mentalidade real do PCC, quando este tem uma posição forte e ufana-se das suas habilidades. Ele tenta tratar as pessoas de outras nações da maneira como trata o povo chinês sob o seu controle totalitário. O objetivo do PCC é exigir obediência de países de força inferior. Naturalmente, não se pode esperar que o PCC respeite os regulamentos e protocolos internacionais.
Na cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês) realizada no final de 2018 na Papua-Nova Guiné, o comportamento rude e incivilizado dos funcionários chineses chocou a população local e os presentes no evento. As autoridades chinesas impediram que jornalistas (incluindo os da Papua-Nova Guiné) entrevistassem os participantes de um fórum realizado entre o líder chinês Xi Jinping e os líderes das nações insulares do Pacífico. Em vez disso, eles exigiram que todos os jornalistas usassem o comunicado de imprensa da agência de notícias oficial chinesa Xinhua.
Para impedir que as declarações condenando o comportamento comercial desleal do regime do PCC fossem escritas em um comunicado conjunto, as autoridades chinesas exigiram um encontro com o ministro das relações exteriores da Papua-Nova Guiné. Como uma reunião privada com as autoridades chinesas afetaria sua postura imparcial, ele recusou a demanda. Então, as autoridades chinesas recorreram a gritar e vociferar na cúpula enquanto acusavam outros países de estarem planejando um esquema contra a China. Um alto funcionário dos EUA descreveu o comportamento dos quadros do PCC na APEC como “diplomacia de birra”. [30]
Armadilhas de dívida permitem que o PCC assuma o controle sobre os recursos da Ásia Central
Após a dissolução da União Soviética, o Partido Comunista Chinês empreendeu grandes esforços para desenvolver e consolidar seu relacionamento com os países da Ásia Central, como o Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão. O objetivo da estratégia do PCC na Ásia Central pode ser visto de vários ângulos: por um lado, a Ásia Central é uma rota terrestre inevitável na expansão da China para o oeste. Além disso, quando a China constrói infraestrutura para transportar mercadorias para dentro e para fora da China, ela também pode expandir seus interesses comerciais na Ásia Central. Em segundo lugar, a China pretende aproveitar os recursos naturais, incluindo carvão, petróleo, gás natural e metais preciosos, que são encontrados em abundância nesses países. Em terceiro lugar, ao controlar os países da Ásia Central que estão geográfica e culturalmente próximos de Xinjiang, a China pode reforçar seu controle sobre as minorias étnicas na sua província do Noroeste.
Embora o Partido Comunista Chinês não tenha anunciado o seu desejo de dominar a Ásia Central, ele assumiu efetivamente o papel mais influente nessa região. O International Crisis Group, um think tank com sede em Bruxelas, divulgou um relatório em 2013 dizendo que a China vem crescendo rapidamente como uma potência economicamente dominante na região, aproveitando-se da agitação social na Ásia Central. Pequim vê a Ásia Central como uma base de fornecimento de matérias-primas e recursos e como mercado para os seus produtos de baixo preço e baixa qualidade. Enquanto isso, o PCC também despejou milhões de dólares em investimento e ajuda na Ásia Central em nome da manutenção da estabilidade em Xinjiang. [31]
Uma enorme rede de rodovias, ferrovias, vias aéreas, comunicações e oleodutos conectou a China à Ásia Central. A China Road and Bridge Corporation (CRBC) e seus contratados foram responsáveis pela construção de rodovias, ferrovias e linhas de transmissão de eletricidade na Ásia Central. Eles pavimentam estradas em alguns dos terrenos mais perigosos e complexos, e constroem novas estradas para o transporte de mercadorias da China para a Europa e o Oriente Médio, bem como para portos no Paquistão e no Irã. Nas duas décadas entre 1992 e 2012, em função das relações diplomáticas entre a China e os cinco países da Ásia Central, o volume total de comércio entre a China e a Ásia Central cresceu cem vezes. [32]
Na Ásia Central, o Partido Comunista Chinês promoveu investimentos em grandes projetos estatais de infraestrutura financiados por crédito. Alguns estudiosos perceberam que esses investimentos formariam a base de uma nova ordem internacional na qual a China teria um papel dominante. Visto desta perspectiva, a Ásia Central, como a Austrália, é outro campo de testes para a revolução conceitual do PCC na estratégia diplomática. [33]
Pequim tende a apoiar os líderes autoritários corruptos dos países da Ásia Central, e seus projetos de investimento sem transparência são considerados benéficos principalmente para as elites sociais locais. O relatório do International Crisis Group observou que cada um dos governos da Ásia Central é fraco, corrupto e repleto de agitação social e problemas econômicos. [34] Os grandes projetos de infraestrutura promovidos por Pequim não estão apenas vinculados a empréstimos enormes, mas obviamente também envolvem aprovações e permissões oficiais, que muito frequentemente são baseadas em interesses escusos. Isso dá origem e piora a corrupção nesses regimes.
No Uzbequistão, Islam Karimov, ex-primeiro-secretário do Partido Comunista da República Socialista Soviética do Uzbequistão na URSS, serviu como presidente do país desde a independência em 1991 até a sua morte em 2016. Após a queda da União Soviética, o Uzbequistão esteve sob o governo autoritário de Karimov por mais um quarto de século. Em 2005, as forças do governo entraram em confronto com manifestantes na cidade de Andijan, no Leste do país, resultando em centenas de mortes. O Partido Comunista Chinês posicionou-se como um firme defensor de Karimov, prestando apoio firme, como de costume, ao Uzbequistão e outros países da região nos seus esforços para salvaguardar o status quo. [35]
As frágeis estruturas econômicas dos países da Ásia Central, em combinação com os enormes empréstimos de infraestrutura da China, deixam esses países especialmente propensos a caírem na armadilha do endividamento com a China. O Turcomenistão está sofrendo de uma grave crise econômica, com uma taxa de inflação anual de mais de 300%, desemprego estimado em mais de 50%, escassez severa de alimentos e corrupção desenfreada. Agora, a China é o único cliente do gás natural turcomano, [36] e também o maior credor da sua dívida externa, que é de 9 bilhões de dólares (estimada em 30% do PIB em 2018). [37] É possível que o Turcomenistão não tenha escolha senão entregar seus campos de gás natural à China para saldar sua dívida. [38] Este país colocou as suas artérias econômicas nas mãos de Pequim.
O Tajiquistão emprestou mais de 300 milhões de dólares da China para construir uma usina de energia. Incapaz de pagar a dívida, o país transferiu a propriedade de uma mina de ouro para a China a fim de quitar as dívidas. [39]
A economia quirguiz também está em perigo, uma vez que projetos de infraestrutura de larga escala conduzidos pelo Partido Comunista Chinês fizeram com que ela caísse na armadilha de dívida. O Quirguistão provavelmente dará parte dos seus recursos naturais para pagar dívidas. O país também cooperou com as empresas de comunicações chinesas Huawei e ZTE para construir ferramentas de comunicação digital, a fim de apertar o controle governamental sobre a população, ao mesmo tempo em que deixa a China uma porta dos fundos para esta estender sua vigilância na região. [40]
Pequim aproveitou o vácuo de poder após a dissolução da União Soviética para entrar no setor de energia do Cazaquistão. A economia do Cazaquistão depende da produção de petróleo bruto, e a receita do petróleo em dólares americanos é usada para comprar produtos chineses baratos. Além da perfuração de petróleo, a fundação industrial deste país é frágil. Com o fluxo de produtos chineses baratos no seu mercado, a indústria de fabricação do Cazaquistão entrou em colapso. [41]
Outro motivo para a expansão do Partido Comunista Chinês na Ásia Central é reprimir os dissidentes uigures que vivem na lá. A carta fundadora da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), assinada por seus membros liderados pela China, permite que suspeitos sejam extraditados entre os países-membros. Um país-membro pode inclusive enviar seus próprios funcionários para outro país-membro para realizarem uma investigação. Desta forma, o PCC estende a sua supressão dos uigures no exterior e pode deter dissidentes uigures que se refugiam nesses países. [42]
O Partido Comunista Chinês usa outros Estados para garantir recursos estratégicos
A implementação da estratégia da grande periferia do Partido Comunista Chinês envolveu a reavalição de Estados centrais, que são então usados como base para alcançar objetivos estratégicos numa dada região. De acordo com os think tanks do PCC, os Estados centrais são países que têm poder regional considerável e que Pequim tem a capacidade e os recursos para influenciar/orientar, eles não têm conflitos diretos com o PCC em termos de interesses estratégicos e não compartilham interesses próximos com os Estados Unidos. [43] Além da já mencionada Austrália, Cazaquistão e outros, exemplos de Estados centrais para o regime chinês incluem o Irã, no Oriente Médio, e Mianmar (antiga Birmânia), no Sul da Ásia continental.
No Oriente Médio, o Irã é o maior recipiente do investimento chinês. O Irã é um importante produtor de petróleo na região e tem estado em oposição ideológica ao Ocidente desde o final dos anos de 1970, tornando-se um parceiro econômico e militar natural para o Partido Comunista Chinês. Pequim mantém relações econômicas e militares estreitas com o Irã desde os anos 80.
Em 1991, a Agência Internacional de Energia Atômica descobriu que o Partido Comunista Chinês havia exportado urânio para o Irã e que a China e o Irã haviam assinado um acordo nuclear secreto em 1990. Em 2002, quando o projeto de enriquecimento de urânio do Irã foi revelado, as petrolíferas ocidentais se retiraram do país, dando ao PCC uma oportunidade de capitalizar com a situação e cultivar relações ainda mais próximas e amplas com o Irã. [45]
O volume de comércio bilateral entre o regime chinês e o Irã cresceu exponencialmente entre 1992 e 2011, aumentando em mais de cem vezes em dezessete anos, embora tenha havido uma desaceleração significativa devido à pressão causada pelas sanções internacionais contra o regime iraniano. [46] Devido à assistência do Partido Comunista Chinês, o Irã foi capaz de resistir ao isolamento internacional imposto a ele e desenvolver um amplo arsenal de mísseis balísticos de curto e médio alcance, bem como mísseis de cruzeiro antinavio. Os chineses também forneceram minas marítimas e embarcações de ataque rápido, e ajudaram o Irã a estabelecer um projeto secreto de armas químicas. [47]
Outro Estado central favorecido pelo regime do PCC é Mianmar, um dos seus países fronteiriços no Sul da Ásia continental. Mianmar tem um longo litoral, que confere acesso estratégico ao Oceano Índico. O PCC considera a abertura de um canal China-Mianmar como um passo estratégico para minimizar a dependência do Estreito de Malaca. [48] O fraco histórico de direitos humanos do governo militar birmanês fez com que ele fosse isolado pela comunidade internacional. O movimento democrático de 1988 em Mianmar foi finalmente esmagado pela força militar. No ano seguinte, em Pequim, tanques do Exército chinês abriram fogo contra manifestantes pró-democracia na Praça da Paz Celestial (Tiananmen).
Os dois governos autoritários, ambos condenados pela comunidade internacional, encontraram certo consolo em sua companhia diplomática e, desde então, desfrutam de relações próximas. Em outubro de 1989, o general birmanês Than Shwe visitou a China e os dois lados assinaram um acordo de 1,4 bilhão de dólares em armas. [49] Na década de 1990, houve novamente vários acordos de armas entre os dois lados. Equipamentos que o Partido Comunista Chinês vendeu para Mianmar incluem aviões de combate, navios de patrulha, tanques e veículos blindados, armas antiaéreas e foguetes. [50] O apoio militar, político e econômico do PCC tornou-se assim a tábua de salvação da junta militar birmanesa na sua luta pela sobrevivência contínua. [51]
Em 2013, os chineses investiram 5 bilhões de dólares no oleogasoduto da China-Mianmar, considerado o quarto maior duto estratégico de importação de petróleo e gás natural da China. Embora tenha enfrentado forte oposição popular em 2017, ele entrou em operação com o apoio do Partido Comunista Chinês. [52] Investimentos semelhantes incluem a represa Myitsone (atualmente colocada em espera devido à oposição local) e a mina de cobre Letpadaung. Em 2017, o comércio bilateral entre a China e Mianmar totalizou 13,54 bilhões de dólares. O PCC está atualmente planejando criar um corredor econômico China-Mianmar com 70% da participação controlada pelo lado chinês. Isto inclui um porto de águas profundas para o acesso comercial ao Oceano Índico, [53] e o parque industrial da Zona Econômica Especial de Kyaukpyu. [54]
Na Guerra Fria, a Europa estava no centro do confronto entre o mundo livre e o campo comunista. Os Estados Unidos e as nações da Europa Ocidental mantiveram uma aliança estreita por meio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Após o fim da Guerra Fria, a Europa começou a declinar em termos de importância econômica e política.
A fim de criar desentendimento e distância entre a Europa e os Estados Unidos, o Partido Comunista Chinês adotou a estratégia de dividir e conquistar os países europeus, adaptando-se às condições locais para gradualmente penetrar e desenvolver sua influência na Europa. Nos últimos anos, as diferenças entre a Europa e os Estados Unidos em muitas questões importantes tornaram-se cada vez mais evidentes. As atividades do PCC têm influenciado isso.
Depois da crise financeira de 2008, o Partido Comunista Chinês explorou o fato de que economias europeias mais fracas estavam precisando urgentemente de investimento estrangeiro. O PCC injetou grandes somas de dinheiro nesses países em troca de compromissos em questões como direito internacional e direitos humanos. O PCC usou esse método para criar e expandir as rachaduras entre os países europeus e colher os benefícios. Os países visados pelo PCC incluem a Grécia, Espanha, Portugal e Hungria.
Depois da crise da dívida soberana na Grécia, o Partido Comunista Chinês investiu pesadamente no país, trocando dinheiro por influência política e usando a Grécia como uma brecha para aumentar sua influência na Europa. Em poucos anos, o PCC obteve uma concessão de 35 anos para os segundo e terceiro terminais de contêineres do Porto do Pireu, o maior porto da Grécia, e assumiu o controle do principal centro de transbordo no porto.
Em maio de 2017, a China e a Grécia assinaram um plano de ação de três anos abrangendo investimentos em ferrovias, portos, construção de redes aeroportuárias, redes de energia elétrica e usinas de energia. [55] O investimento do PCC já obteve retornos políticos. Depois de 2016, a Grécia, membro da União Europeia, se opôs repetidamente a propostas da UE que criticariam as políticas do regime chinês e seu histórico de direitos humanos. Muitas declarações potenciais da UE para este efeito não se concretizaram. Em agosto de 2017, o jornal New York Times disse que “a Grécia abraçou os avanços da China, seu parceiro mais ardente e ambicioso geopoliticamente”. [56]
Em 2012, o regime do Partido Comunista Chinês lançou um plano de cooperação com dezesseis países da Europa Central e Oriental chamado “16 + 1”. A Hungria foi o primeiro país a aderir à iniciativa 16 + 1 e o primeiro país europeu a assinar com a China um acordo como parte da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”. Em 2017, o volume de comércio bilateral entre a China e a Hungria ultrapassou 10 bilhões de dólares. Como a Grécia, a Hungria tem se oposto repetidamente às críticas da UE às violações dos direitos humanos perpetradas pelo PCC. [57] O presidente da República Tcheca contratou um rico empresário chinês para ser seu assessor pessoal e tem mantido distância do Dalai Lama. [58]
Entre os dezesseis países incluídos nesse plano de cooperação, onze países pertencem à UE e cinco não. O Partido Comunista Chinês propôs ulteriormente um novo modelo de cooperação regional, com a intenção óbvia de dividir a União Europeia. Além disso, entre os dezesseis países, muitos são antigas nações socialistas. Esses países têm uma história de governo comunista e preservaram muitos traços ideológicos e estruturais desses regimes. Até certo ponto, a conformidade com as exigências do PCC vem naturalmente, ou pelo mesnos não lhes é nada estranha.
Existem muitos países pequenos na Europa, e é difícil para qualquer país competir com o regime chinês. O Partido Comunista Chinês tem usado isso para lidar com cada governo individualmente, intimidando-os a permanecer em silêncio sobre os abusos dos direitos humanos na China e sua política externa perniciosa. Um exemplo típico é a Noruega. Em 2010, o comitê norueguês do Prêmio Nobel concedeu o Prêmio da Paz a um dissidente chinês encarcerado. O PCC rapidamente se vingou, impondo vários obstáculos para impedir que a Noruega exportasse salmão para a China, além de causar outras dificuldades. Seis anos depois, as relações entre os dois países foram “normalizadas”, mas a Noruega tem permanecido em silêncio sobre as questões de direitos humanos na China. [59]
As potências tradicionais da Europa Ocidental também têm sentido a crescente influência do Partido Comunista Chinês. O investimento direto do regime chinês na Alemanha cresceu substancialmente desde 2010. Em 2016 e 2017, a China foi o maior parceiro comercial da Alemanha. Em 2016, 56 empresas alemãs foram adquiridas por investidores chineses e de Hong Kong, com um valor de 11 bilhões de euros. Essas fusões e aquisições permitiram que empresas chinesas entrassem rapidamente no mercado regional e adquirissem tecnologia avançada, marcas e outros ativos ocidentais. [60] O Instituto Hoover dos Estados Unidos, num relatório de 2018, chamou esses investimentos do PCC de “agressivos”. [61]
A cidade industrial de Duisburg, no Oeste da Alemanha, tornou-se o ponto de trânsito europeu para o OBOR. Toda semana, trinta trens cheios de mercadorias chinesas chegam à cidade, onde são processadas e resdistribuídas para outros países. O prefeito disse que Duisburg é a “cidade chinesa” da Alemanha. [62]
Ao lidar com a França, o Partido Comunista Chinês usou por muito tempo uma estratégia de “diplomacia de transação”. Por exemplo, quando o então líder chinês Jiang Zemin visitou a França em 1999, ele realizou uma grande compra no valor de 15 bilhões de francos adquirindo quase trinta aeronaves Airbus, o que levou o governo francês a apoiar a admissão da China à Organização Mundial do Comércio (OMC). Após o Massacre da Praça da Paz Celestial, a França tornou-se o primeiro país ocidental a estabelecer uma parceria estratégica abrangente com a China. O presidente francês na época foi o primeiro no Ocidente a se opor às críticas à China na Conferência de Direitos Humanos de Genebra, o primeiro a defender fortemente o levantamento do embargo de armas da UE à China e o primeiro chefe de um governo ocidental que elogiou o PCC. [63] Além disso, o PCC realizou várias Semanas da Cultura Chinesa em larga escala na França, num estágio inicial da sua atividade expansionista e como um meio de promover a ideologia comunista sob o disfarce de cultura. [64]
O Reino Unido, uma potência tradicional europeia e importante aliada dos Estados Unidos, também é um dos alvos mais cobiçados pelo Partido Comunista Chinês. Em 15 de setembro de 2016, o governo britânico aprovou oficialmente o início do projeto de energia nuclear da unidade de Hinkley Point C, uma joint venture entre a China e um consórcio francês. A usina nuclear de Hinkley Point C está situada em Somerset, no Sudoeste da Inglaterra, e tem uma capacidade instalada de 3200 megawatts.
O projeto foi severamente criticado por especialistas, incluindo engenheiros, físicos, ambientalistas, especialistas chineses e analistas de negócios, que se referiram especialmente aos enormes perigos à segurança nacional britânica. Nick Timothy, ex-chefe de gabinete de Theresa May, destacou que os especialistas em segurança, alegadamente dentro e fora do governo, “estão preocupados que os chineses possam usar seu papel para criar vulnerabilidades no sistema de computador, o que lhes permitiria interromper a produção de energia britânica à vontade”. [65] O jornal britânico Guardian referiu-se a isso como “o ‘terrível acordo’ por trás da usina de energia mais cara do mundo”. [66]
Como em outras partes do mundo, os métodos que o regime chinês adota para expandir sua influência na Europa são extremamente diversos, invasivos e penetrantes. Eles incluem a aquisição de empresas europeias de alta tecnologia, o controle acionista de portos importantes, o suborno de políticos aposentados para elogiarem a plataforma do PCC, a persuasão de sinologistas para elogiarem o PCC, a penetração em universidades, think tanks e instituições de pesquisa, e assim por diante. [67] A edição em língua inglesa do Diário da China, controlado pelo PCC, tem uma página mensal no jornal britânico Daily Telegraph, essas inserções trazem artigos que embelezam o regime chinês. Pequim paga ao Daily Telegraph até 750 mil libras por ano pelo espaço. [68]
As atividades do Partido Comunista Chinês na Europa causaram grandes dúvidas entre os pesquisadores. O Global Public Policy Institute (GPPi), um think tank líder na Europa, publicou um relatório de pesquisa em 2018 expondo as atividades de infiltração do PCC na Europa:
“A China comanda um conjunto abrangente e flexível de ferramentas de influência, que vão do explícito ao secreto, aplicadas principalmente em três arenas: elites políticas e econômicas; mídia e opinião pública; e sociedade civil e academia. Ao expandir sua influência política, a China aproveita a abertura unilateral da Europa. Os portões da Europa estão escancarados, enquanto a China procura restringir rigidamente o acesso de ideias, competidores e capital estrangeiros.”
“Os efeitos dessa relação política assimétrica começam a aparecer na Europa. Cada vez mais, os Estados europeus tendem a ajustar suas políticas em termos de ‘obediência preventiva’ para agradar o lado chinês. As elites políticas dentro da União Europeia (UE) e na vizinhança europeia começaram a abraçar a retórica e os interesses chineses, inclusive quando contradizem os interesses nacionais e/ou europeus. A unidade da UE sofreu com a estratégia chinesa de divisão e conquista, especialmente quando está em jogo a proteção e projeção dos valores da liberdade e dos direitos humanos. Pequim também se beneficia dos ‘serviços’ de facilitadores situados entre as classes políticas e profissionais europeias que estão felizes em promover os valores e interesses chineses. Mas não é só a China que tenta construir ativamente uma vantagem política, há também muita influência por parte das elites políticas nos Estados-membros da UE que buscam atrair dinheiro chinês ou obter maior reconhecimento no plano global.” [69]
Além da infiltração política, econômica e cultural na Europa, o Partido Comunista Chinês também tem se envolvido em várias formas de espionagem. Em 22 de outubro de 2018, o jornal francês Le Figaro trouxe a manchete “As revelações do Le Figaro sobre o programa de espionagem chinês voltado para a França”. Por meio de uma série exclusiva de reportagens especiais, Le Figaro revelou as várias atividades de espionagem do PCC na França. Isso incluía como os sites de redes sociais de negócios, especialmente o LinkedIn, eram usados para recrutar cidadãos franceses para fornecerem informações ao PCC com o propósito de se infiltrar nos domínios político, econômico e estratégico da França e para obter amplo conhecimento interno em situações e questões específicas. O artigo também disse que esses casos são apenas a ponta do iceberg das operações de espionagem do PCC na França. [70] O propósito do PCC é a pilhagem em grande escala de informações sensíveis sobre o Estado francês e seus ativos econômicos. Atividades similares de espionagem também ocorreram na Alemanha. [71]
Após a Segunda Guerra Mundial, a África sofreu a descolonização e muitos países africanos conquistaram a independência. À medida que a tecnologia e o capital foram transferidos do Ocidente para a China, a África gradualmente perdeu a atenção do Ocidente. Fortalecido pelo Ocidente, o Partido Comunista Chinês invadiu a África. As forças do Partido Comunista Chinês começaram a substituir o que os poderes soberanos ocidentais estabeleceram na África e se infiltraram na sua política, economia e sociedade. Por um lado, o PCC cortejou os Estados africanos sob a bandeira de ajudar o desenvolvimento desses países, criando uma frente unida contra os Estados Unidos e outros países livres nas Nações Unidas. Por outro lado, por meio do suborno econômico e da ajuda militar, o PCC tem manipulado implacavelmente os governos africanos e os grupos de oposição, controlando os assuntos dos países africanos enquanto lhes impõe o modelo da China e seus valores.
De 2001 a 2010, o Banco de Exportação e Importação da China, controlado pelo Partido Comunista Chinês, forneceu 62,7 bilhões de dólares em empréstimos a países africanos. As taxas de juros desses empréstimos foram relativamente baixas e superficialmente não parecem vir com condições políticas, mas como esses empréstimos usam os recursos naturais como garantia, o PCC obteve os direitos efetivos de extrair enormes quantidades de recursos.
Em 2003, o empréstimo concedido a Angola pelo Banco de Exportação e Importação da China utilizou petróleo bruto como garantia no que foi chamado de “modelo de Angola”. A seguinte situação se desenvolveu: “Há chineses para perfurar o petróleo e depois bombeá-lo para o oleoduto chinês, que é vigiado por homens fortes chineses, a caminho de um porto construído pelos chineses, onde é carregado em petroleiros chineses para a China. [Há também] chineses para armar um governo que comete crimes contra a humanidade; e chineses para proteger esse governo e defendê-lo no Conselho de Segurança da ONU.” [72]
Em 2016, a China se tornou o maior parceiro comercial da África e investidor estrangeiro direto na região. [73] Na África, o modelo de gestão do Partido Comunista Chinês tem sido criticado por seus muitos males: baixos salários, más condições de trabalho, produtos de má qualidade, engenharia podre, poluição ambiental, suborno de funcionários do governo e outras práticas corruptas. As operações de mineração da China na África também foram frequentemente recebidas com protestos da população local.
Michael Sata, ex-presidente da Zâmbia, disse durante a sua campanha presidencial em 2007: “Queremos que os chineses saiam e os antigos governantes coloniais retornem. Eles também exploraram nossos recursos naturais, mas pelo menos cuidaram bem de nós. Eles construíram escolas, nos ensinaram a sua língua e nos trouxeram a civilização britânica. Pelo menos o capitalismo ocidental tem uma face humana; os chineses estão aqui apenas para nos explorar.” [74] Na Zâmbia, a influência chinesa pode ser vista em toda parte. Sata não teve escolha senão fazer acordos com o regime chinês. Depois que ele ganhou o poder, ele imediatamente se encontrou com o embaixador da China e, em 2013, visitou a China.
O Sudão foi uma das primeiras bases que o Partido Comunista Chinês estabeleceu na África, e nos últimos vinte anos, o investimento do PCC no Sudão cresceu exponencialmente. Além das suas abundantes reservas de petróleo, a localização estratégica do Sudão no Mar Vermelho também foi vital para os planos do PCC. [75] Na década de 1990, quando o Sudão foi isolado pela comunidade internacional devido ao seu apoio ao terrorismo e ao islamismo radical, o PCC aproveitou e rapidamente se tornou o maior parceiro comercial do Sudão, comprando a maior parte do petróleo exportado pelo Sudão. [76] O investimento do PCC ajudou o regime totalitário de Bashir a sobreviver e se desenvolver, apesar de ser contido pelo Ocidente. Os militares do PCC inclusive exportaram armas para o Sudão durante esse período, facilitando indiretamente o genocídio de Darfur no início deste século.
Na comunidade internacional, o Partido Comunista Chinês desempenhou um papel de duas faces: enquanto a China enviava uma equipe de manutenção da paz à ONU para mediar o conflito no Sudão, Pequim também convidava abertamente o presidente sudanês, um criminoso procurado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade, para visitar a China, e declarou que, independentemente de como o mundo mudasse ou qual fosse a situação no Sudão, a China sempre seria uma amiga do Sudão. [77]
O Partido Comunista Chinês não poupa esforços no cortejo de nações em desenvolvimento. O Fórum de Cooperação China-África foi estabelecido em 2000 e realizado pela primeira vez em Pequim. Nos fóruns seguintes que ocorreram em acasiões-chave, os líderes do PCC jogaram dinheiro na África. Em 2000, durante a reunião inaugural, Jiang Zemin anunciou um alívio de dívida de 10 bilhões de yuanes para os países pobres da África. Em 2006, quando Pequim foi novamente o país anfitrião do encontro, o PCC não só anunciou o alívio da dívida até o fim de 2005 para os países africanos pobres com os quais tinha relações diplomáticas [78] mas também enviou mais de 10 bilhões de dólares em financiamento, crédito, bolsas de estudos e vários projetos assistenciais.
Em 2015, durante a reunião de cúpula em Joanesburgo, África do Sul, o Partido Comunista Chinês anunciou que forneceria 60 bilhões de dólares em capital para trabalhar com os países africanos na realização dos dez principais planos de cooperação. [79] Em 28 de agosto de 2018, o vice-ministro do comércio do PCC observou que “97% dos produtos de 33 dos países africanos menos desenvolvidos têm tarifa zero”. [80] Em 3 de setembro de 2018, durante o Fórum de Cooperação China-África, realizado em Pequim, o PCC novamente prometeu que forneceria à África 60 bilhões de dólares em ajuda não vinculada, empréstimos sem juros e capital e investimento específicos para projetos. Ao mesmo tempo, o PCC prometeu que, para os países africanos com relações diplomáticas com o PCC, ele cancelaria as suas dívidas intergovernamentais que amadureceram no final de 2018. [81]
Depois de várias décadas de esforço meticuloso, por meio de comércio e negócios, o Partido Comunista Chinês ganhou o controle sobre a economia da África. Ao usar incentivos econômicos, ele comprou muitos governos africanos, de modo que eles seguem todas as instruções de Pequim. O mundo exterior percebeu como o regime do PCC está tentando conquistar a África e como está usando a África como palco para promover e defender o modelo do PCC. Um estudioso do establishment do regime chinês declarou: “O progresso da China nos últimos quarenta anos provou que não é preciso fazer o que o Ocidente fez para alcançar o sucesso. A história ainda não terminou. O impacto disso na África está além do que vocês podem imaginar.” [82]
Seguindo a China, o ex-primeiro-ministro da Etiópia, Meles Zanawi, estabeleceu um Plano Quinquenal para a Etiópia. A organização e estrutura do partido no poder, a Frente Democrática Revolucionária Popular da Etiópia (FDRPE), também se assemelha ao regime do Partido Comunista Chinês. Uma fonte anônima do Ministério das Relações Exteriores da China disse que muitos funcionários de alto nível do FDRPE tinham ido à China para estudar e passar por formação, e que os filhos de muitos funcionários importantes também foram à China para a sua educação. Isso era ainda mais aparente no nível ministerial, em que praticamente todos os funcionários liam os “Escritos seletos de Mao Tsé-tung”. [83]
Em março de 2013, na reunião de cúpula dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o primeiro-ministro etíope declarou que a China era tanto um parceiro comercial quanto um modelo de desenvolvimento para a Etiópia. Hoje, a Etiópia é chamada de “Nova China” da África. Seu monitoramento e censura na internet, a natureza totalitária do seu governo, seu controle da mídia e coisas do gênero são todos moldados nos mesmos parâmetros adotados pelo regime chinês. [84]
A Etiópia não é o único exemplo. Em 2018, o Departamento Internacional do Comitê Central do PCC realizou o 4º Fórum de Jovens Líderes China-África e o segundo Fórum de Partidos Políticos China-América Latina em Shenzhen, na província de Guangdong. O treinamento foi direcionado a líderes e funcionários governamentais.
Yun Sun, codiretora do Programa da China no Stimson Center sediado em Washington, D.C., disse que esse tipo de treinamento político visava exportar o modelo chinês para os países em desenvolvimento. Ela disse:
“Eles organizaram esse tipo de treinamento político com três objetivos em mente. Primeiro, que o regime do Partido Comunista Chinês é legítimo; ele está tentando dizer ao mundo como o PCC tem administrado a China com sucesso e como esse sucesso poderia ser replicado nos países em desenvolvimento. Segundo, o PCC procura promover a experiência que a China teve no seu desenvolvimento, durante a chamada ‘troca de ideias sobre como governar o país’. Embora o PCC não esteja explicitamente ‘exportando a revolução’, ele está certamente exportando a sua abordagem ideológica. O terceiro objetivo é fortalecer o intercâmbio entre a China e a África.” [85]
Estando geograficamente perto dos Estados Unidos, a América Latina tem estado historicamente dentro da esfera de influência dos EUA. Embora uma série de regimes socialistas tenha surgido na América Latina, quando a maré do comunismo varreu o mundo durante meados do século 20, as influências externas nunca constituíram uma ameaça à América.
Após o colapso da União Soviética, o Partido Comunista Chinês começou a focar-se na América Latina. Sob a bandeira da “Cooperação Sul-Sul”, o PCC começou a se envolver na infiltração de toda a sociedade na região, penetrando em áreas como economia, comércio, militar, diplomacia, cultura e afins. Os governos de muitos países latino-americanos, como Venezuela, Cuba, Equador e Bolívia, já eram hostis em relação aos EUA, e o PCC fez uso disso quando estendeu os seus tentáculos através do oceano, agravando ainda mais as tensões que essas nações tinham com os EUA e estimulando a sua postura antiamericana.
Por um lado, isso enfraqueceria a vantagem dos Estados Unidos na região. Por outro lado, o Partido Comunista Chinês poderia operar livremente no quintal dos EUA, apoiar os regimes socialistas na América Latina e assim estabelecer as bases para o confronto de longo prazo com os EUA. Não é exagero dizer que a infiltração e influência do PCC na América Latina excedeu em muito o que a União Soviética havia alcançado no passado.
Primeiro, o Partido Comunista Chinês usou o comércio exterior e o investimento para expandir sua influência na América Latina. Segundo um relatório do Instituto Brookings, em 2000, o comércio da China com a América Latina era de apenas 12 bilhões de dólares, mas em 2013 havia aumentado para 260 bilhões, um aumento de mais de vinte vezes. Antes de 2008, os compromissos de empréstimo da China na região não excediam 1 bilhão de dólares, mas em 2010, aumentaram para 37 bilhões. [86] De 2005 a 2016, a China se comprometeu a emprestar 141 bilhões de dólares para os países da América Latina. Hoje, os empréstimos da China superaram os do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento juntos. O PCC também prometeu que daria à América Latina 250 bilhões de dólares em investimentos diretos até 2025 e que o comércio bilateral entre a China e a América Latina chegaria a 500 bilhões. A América Latina é atualmente a segunda maior meta de investimento da China, logo após a Ásia.
Para muitos países da América do Sul, a China dominou o comércio exterior. Por exemplo, Brasil, Chile e Peru têm a China como o seu principal parceiro comercial. A China é o segundo maior parceiro da Argentina, Costa Rica e Cuba. Com a construção de rodovias no Equador, projetos portuários no Panamá e um cabo de fibra óptica planejado que conecta o Chile e a China, a influência da China em toda a América Latina é evidente e notável. [87]
Sistematicamente, o Partido Comunista Chinês tem implantado as suas empresas estatais na região para transformar a América Latina numa das suas principais bases de recursos, com exemplos sendo o vasto investimento da Baosteel no Brasil, e o controle que a Shougang tem sobre as minas de ferro no Peru. O PCC também demonstrou grande interesse pelo petróleo do Equador e pelo óleo combustível e minas de ouro da Venezuela.
O PCC também investe fortemente na infraestrutura da América Latina. Na Argentina, o PCC prometeu investir 25 milhões de dólares em portos que transportam alimentos e outros 250 milhões em rodovias ligando a Argentina ao Chile. [88]
No plano militar, o Partido Comunista Chinês tem intensificado a sua infiltração na América Latina tanto em alcance quanto em profundidade. Um pesquisador da Comissão de Revisão Econômica e de Segurança EUA-China, Jordan Wilson, descobriu que o PCC progrediu de vendas militares de baixo nível antes de 2000 para vendas militares de alto nível, alcançando 100 milhões de dólares em exportações até 2010. Especialmente depois de 2004, as exportações militares do PCC para a América Latina vêm aumentando substancialmente. Os destinatários dessas vendas de armas eram todos regimes anti-EUA, como a Venezuela. Ao mesmo tempo, houve também um aumento no envolvimento militar, com intercâmbios de educação e treinamento e exercícios militares conjuntos. [89]
Na reunião bilateral de cúpula China-Argentina, realizada em Pequim em 2015, se os acordos entre os dois países forem finalizados, eles marcarão uma nova fase de cooperação militar entre os dois países. Isso incluiu a produção conjunta de produtos avançados e de alta qualidade, incluindo o estabelecimento da primeira estação de controle e rastreamento espacial do PCC no hemisfério sul dentro das fronteiras da Argentina. Também incluiu a venda para a Argentina de aviões de combate fabricados na China, com um valor total entre 500 milhões e 1 bilhão de dólares, superando as exportações de armas do PCC para toda a América Latina em 2014, que totalizaram 130 milhões de dólares.
O Partido Comunista Chinês está desenvolvendo rapidamente laços com a América Latina por meio das dimensões diplomática, econômica, cultural e militar. Em 2015, novas exigências delineadas em um relatório branco de defesa do PCC “especificamente designam o ELP [Exército da Libertação Popular, os militares do PCC] para ‘participar ativamente na cooperação regional e internacional de segurança e efetivamente proteger os interesses da China no exterior’”. [90]
Na frente diplomática, devido aos incentivos e ameaças do Partido Comunista Chinês, Panamá, Dominica e El Salvador optaram por romper relações diplomáticas com a República da China (Taiwan) e, em vez disso, abraçaram a comunista República Popular da China. Em junho de 2017, o Panamá anunciou que havia estabelecido relações com a RPC e cessado relações diplomáticas com Taiwan, que duraram mais de um século. Há três anos, o PCC começou a planejar ativamente investir na infraestrutura do Panamá, como portos, ferrovias e rodovias, com um investimento de cerca de 24 bilhões de dólares. [91] A China já adquiriu o controle sobre ambas as extremidades do Canal do Panamá, que é de grande importância estratégica internacional.
O regime chinês também investiu cerca de 30 bilhões de dólares no Porto de La Unión, em El Salvador. Em julho de 2018, o embaixador dos EUA em El Salvador, Jean Manes, advertiu no jornal salvadorenho El Diario de Hoy que o investimento chinês em La Unión tinha um objetivo militar e merecia atenção especial. [92]
Na parte cultural, o Partido Comunista Chinês estabeleceu 39 Institutos Confúcio e onze Salas de Aula Confúcio na América Latina e no Caribe, com um total de matrículas superior a 50 mil. [93] Os Institutos Confúcio foram identificados como instituições usadas pelo PCC para espionagem, bem como para transmitir a cultura e a ideologia do PCC sob o disfarce da cultura tradicional chinesa.
A expansão e infiltração do regime do PCC na América Latina é uma séria ameaça para os Estados Unidos. Ao barganhar com o acesso ao mercado chinês, a dependência do investimento econômico e a ajuda militar para influenciar as políticas dos governos da América Latina, o regime chinês é capaz de absorvê-los em sua esfera de influência e usá-los contra os EUA. Os canais, portos, ferrovias e instalações de comunicações que o PCC constrói são ferramentas importantes que serão usadas no futuro para estabelecer e expandir sua hegemonia global.
No Show Aéreo de Zhuhai em 2018 na China, a estreia do drone CH-7 Rainbow chamou a atenção de especialistas militares. A série Rainbow significa que a China alcançou a tecnologia para desenvolver drones armados. Um grande número de CH-4 Rainbows arrebatou os mercados militares da Jordânia, Iraque, Turcomenistão e Paquistão, países que estavam impedidos de comprar drones armados dos Estados Unidos. [94] O mais recente drone CH-7 Rainbow, em alguns aspectos, está tão bem-equipado quanto o X-47B, o melhor que os EUA têm a oferecer. Um observador notou que o último CH-7 foi revelado no show aéreo de 2018 na China antes de ser testado pelo ELP. [95] O vídeo exibido no show aéreo simulava os drones chineses combatendo o inimigo, que era claramente os militares dos EUA. [96] Todos esses movimentos mostram claramente a ambição da China de desafiar a hegemonia dos EUA.
Nos últimos anos, à medida que o poder militar da China se tornou mais desenvolvido, sua ambição não podia passar despercebida. Embarcações chinesas seguiram e assediaram o USNS Impeccable, um navio de vigilância dos EUA, no Mar do Sul da China enquanto ele realizava operações de rotina em águas internacionais. [97]
Um incidente semelhante ocorreu mais tarde nas águas internacionais do Mar Amarelo. Navios chineses repetidamente chegaram perto do USNS Victorious, até cerca de 30 metros do navio americano, forçando-o a fazer uma perigosa parada repentina. [98] O incidente mais recente aconteceu em setembro de 2018, quando um navio de guerra chinês realizou manobras agressivas alertando o USS Decatur a deixar a área. O navio chinês aproximou-se a 40 metros da proa do navio americano, forçando o USS Decatur a manobrar para evitar uma colisão. [99]
O regime chinês revelou as suas ambições militares há muito tempo. Sua estratégia é deixar de ser uma potência terrestre para ser uma superpotência marítima e, eventualmente, estabelecer a hegemonia tanto na terra quanto no mar. Em 1980, a estratégia de Pequim era realizar uma defesa ativa e seu foco era principalmente defender as próprias fronteiras. Na época, seu principal adversário era o Exército soviético. Em 2013, a linha de frente defensiva de Pequim se tornou uma ofensiva ativa com o objetivo de avançar e expandir sua linha de frente. O regime do PCC propôs “ofensivas estratégicas como um tipo importante de defesa ativa”. [100]
Em 2015, um teórico militar chinês e autor de “Unrestricted Warfare: China’s Master Plan to Destroy America” (Guerra irrestrita: o plano mestre da China para destruir a América) fez as seguintes declarações: “A política do ‘Um Cinturão, Uma Rota’ exige que o Exército tenha capacidade expedicionária.” “As forças terrestres chinesas devem dar um salto qualitativo e revolucionarário.” “Os interesses nacionais que acompanham a iniciativa ‘Um Cinturão, Uma Rota’ são um enorme incentivo para o Exército chinês se reformar.” [101] Tudo isso fortalece o objetivo de Pequim de se tornar uma superpotência terrestre e marítima.
O Departamento de Defesa dos EUA disse no seu relatório anual ao Congresso em 2018:
“A ênfase marítima e a atenção da China às missões que protegem os seus interesses no exterior têm impulsionado cada vez mais o ELP para além das fronteiras da China e da sua periferia imediata. O foco evolutivo da MELP [a Marinha chinesa] – de ‘defesa de águas marítimas’ para um misto de ‘defesa de águas marítimas’ e ‘proteção de mar aberto’ – reflete o crescente interesse do alto comando em um alcance operacional mais amplo. A estratégia militar da China e a reforma em curso do ELP refletem o abandono da sua mentalidade historicamente centrada na terra. Da mesma forma, referências doutrinárias à ‘defesa de ponta avançada’, que afastariam conflitos potenciais do território da China, sugerem que os estrategistas do ELP vislumbram um papel cada vez mais global.” [102]
O objetivo da China é romper as fronteiras da primeira cadeia de ilhas e avançar para as águas abertas dos oceanos Pacífico e Índico. A primeira cadeia de ilhas se estende das ilhas Kuril, no Norte, até as ilhas de Taiwan e Bornéu, no Sul. A cadeia envolve o Mar Amarelo, o Mar do Leste da China e o Oceano Pacífico Ocidental.
O objetivo da expansão da China no Mar do Sul da China foi romper a primeira cadeia de ilhas. A China construiu ilhas e ilhotas de recife militarizadas no Mar do Sul da China. Equipou-as com aeroportos, aeronaves costeiras e mísseis. Atualmente, três ilhotas estrategicamente importantes no Mar do Sul da China – ou seja, o Recife Fiery Cross, o Recife Subi e o Recife Mischief – foram fortificadas com mísseis de cruzeiro antinavio, mísseis terra-ar e aeródromos. Agora, essas ilhas se tornaram essencialmente porta-aviões estacionários que podem ser usados em caso de conflito militar. No nível estratégico, a Marinha chinesa é capaz de romper as fronteiras da primeira cadeia de ilhas e tem a capacidade de lutar em mar aberto.
Steve Bannon, ex-estrategista-chefe da Casa Branca, disse em várias ocasiões que os Estados Unidos estão se dirigindo para um conflito militar com a China. “Estamos indo para a guerra no Mar do Sul da China em cinco a dez anos”, disse ele em março de 2016. “Não há dúvida sobre isso.” [103]
Lawrence Sellin, ex-coronel americano e comentarista militar, acredita que “a China está agora tentando estender sua influência internacional para além do Mar do Sul da China, conectando-se a uma estrutura similar de domínio no Norte do Oceano Índico. Se for permitido completar a conexão, a China poderia estar em uma posição inatacável para exercer autoridade sobre cerca de metade do PIB global.” [104]
O domínio do Mar do Sul da China não é uma questão territorial, mas de estratégia global. A cada ano, quase 5 trilhões de dólares em mercadorias se movimentam pelo Mar do Sul da China. [105] Para a China, sua Rota da Seda Marítima começa com o Mar do Sul da China, e estima-se que 80% das suas importações de petróleo sejam projetadas para trafegar pela região. [106] A responsabilidade pela manutenção da paz no Mar do Sul da China após a Segunda Guerra Mundial recaiu sobre os Estados Unidos e seus aliados. Isso representa uma grande ameaça para o regime chinês, que está se preparando para entrar em guerra com os EUA e considera o Mar do Sul da China uma área fundamental para o seu crescimento econômico e expansão militar.
M. Taylor Fravel, um professor renomado de ciência política do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), apontou um fato interessante depois de investigar como a China resolveu as suas disputas territoriais na história recente. Desde 1949, a China se envolveu em 23 disputas territoriais com os seus vizinhos. Ela resolveu dezessete dessas disputas. Em quinze dessas, Pequim ofereceu compromissos substanciais na alocação do território disputado. Mas quando se trata de questões no Mar do Sul da China, desde a década de 1950, mesmo quando a Marinha chinesa era militarmente insignificante, o regime chinês adotou uma abordagem inflexível e reivindicou soberania indiscutível sobre a região. A China nunca usou essa linguagem absoluta em outras disputas territoriais. [107]
Aparentemente, “lutar por cada centímetro” não é como a China resolve os seus conflitos de fronteira. O prof. Fravel listou várias razões para a posição firme da China nas questões do Mar do Sul da China (MSC). “A China vê as ilhas offshore, como as Spratlys, como sendo estratégicas. A partir dessas ilhas, a China pode reivindicar jurisdição sobre águas adjacentes que podem conter recursos naturais significativos e até jurisdição sobre algumas atividades de embarcações estrangeiras”, disse ele. “Os afloramentos no Mar do Sul da China também podem ser desenvolvidos em postos avançados para projetar o poder militar.” “Isso também pode ajudar a força submarina da China impedindo que outros países rastreiem os submarinos chineses que procuram entrar no Pacífico Ocidental a partir do Mar do Sul da China.” [108]
As ações agressivas e expansionistas do regime chinês no Mar do Sul da China, especialmente as medidas tomadas nos últimos anos para mudar o status quo, aumentaram as tensões militares na região maior. O Japão reverteu uma década de declínio dos gastos militares, enquanto a Índia reavivou os seus planos paralisados de modernização naval. [109]
Mascarando os seus esforços com a desculpa da passagem segura de energia e frete, a expansão ativa da China no Mar do Sul da China fez pender a balança de poder na região e tem aumentado a possibilidade de conflito militar. Um especialista apontou que “a percepção chinesa sobre o MSC como uma preocupação de segurança levou a uma erosão da segurança na região”. [110] Esse ponto de vista ecoa o de Bannon.
Em 2017, os militares chineses estabeleceram a sua primeira base militar no exterior em Djibuti. Estudiosos ocidentais acreditam que as autoridades militares chinesas estão olhando para além da região do Pacífico Ocidental e considerando como projetar seu poder cada vez mais longe no exterior. [111] Por exemplo, o regime chinês tem estado recentemente ativo nos países das ilhas do Pacífico, independentemente de investimentos dispendiosos. Seu objetivo de longo prazo é que, no futuro, esses países insulares sirvam como estações de abastecimento para a frota de águas azuis da MELP. [112] A expansão militar do regime chinês não se limita às divisões tradicionais de terra, mar e ar; ele também está fazendo avanços nos domínios do espaço e da guerra eletromagnética.
As ambições militares do Partido Comunista Chinês são apoiadas por vastas reservas de mão-de-obra, equipamento e financiamento.
O regime do PCC mantém o maior contingente militar regular do mundo, com dois milhões de militares ativos. O Exército da Libertação Popular (ELP) também possui a maior força terrestre do mundo, o maior número de navios de guerra, a terceira maior tonelagem naval e uma força aérea considerável. Ele possui uma capacidade trina de ataque nuclear, consistindo de mísseis balísticos intercontinentais, submarinos de mísseis balísticos e bombardeiros estratégicos.
O regime chinês também conta com 1,7 milhão de policiais militares, sob a liderança unificada do Comitê Militar Central (CMC) do PCC, e um grande número de unidades de reserva e milícias. A doutrina militar do Partido sempre enfatizou a importância da “guerra do povo”. Sob o sistema totalitário do PCC, ele pode rapidamente realocar todos os recursos disponíveis para uso militar. Isso significa que o PCC tem recursos humanos de mais de um bilhão de pessoas (incluindo os chineses no estrangeiro), dos quais ele pode mobilizar um grande número para o serviço de milícia.
O PIB da China aumentou rapidamente entre 1997 e 2007. O Partido Comunista Chinês depende do poder econômico para expandir com rapidez a produção de armamentos e atualizar seu arsenal. Estima-se que, até 2020, as forças terrestres do ELP terão cinco mil tanques de guerra modernos. A MELP terá pelo menos dois porta-aviões na sua frota. 90% dos aviões de combate da Força Aérea do ELP são da quarta geração, e a China começou a introduzir caças de quinta geração.
No início de 2017, a China anunciou um aumento de 6,5% ajustado pela inflação no seu orçamento militar anual para 154,3 bilhões de dólares. A análise dos dados de 2008 a 2017 indica que o orçamento militar oficial da China cresceu a uma média anual de 8% durante esse período. [113] Observadores estimam que o gasto militar real do regime chinês seja duas vezes maior do que o reconhecido oficialmente. Além disso, a força militar do regime não está totalmente refletida nos gastos militares porque os seus gastos militares reais são maiores do que os valores publicados, e o PCC pode requisitar muitos recursos civis e mão-de-obra a seu critério. Todo o sistema industrial pode atender às necessidades da guerra, o que significa que suas verdadeiras capacidades militares excedem em muito os dados oficiais e as estimativas usuais.
O regime chinês está construindo até o final de 2020 um sistema global que consiste em mais de trinta satélites de navegação BeiDou, com capacidades militares de posicionamento global (GPS). A produção em massa da série Rainbow de drones militares atende outras considerações estratégicas do PCC. Por exemplo, no ambiente do Estreito de Taiwan, o PCC pode ganhar vantagens por meio de suas táticas navais que empregam aeronaves não tripuladas. [114] Um grande número de drones aéreos pode formar aglomerados coordenados sob o controle de satélites e inteligência artificial, tornando-os úteis em conflitos regionais e assimétricos.
O caça furtivo chinês J-20, que foi revelado no Show Aéreo de Zhuhai, lembra o americano F-22, enquanto o chinês J-31 parece ser baseado no modelo F-35. O ELP está encurtando a distância em relação aos Estados Unidos no desenvolvimento de aviões de combate modernos.
Além disso, o Partido Comunista Chinês usa uma ampla gama de espionagem para alcançar os Estados Unidos em tecnologia. De acordo com algumas estimativas recentes, mais de 90% da espionagem contra os EUA via hacking é originária da China, e agentes do PCC ou a seu serviço se infiltram em grandes empresas americanas e militares, roubando tecnologia e conhecimento que os chineses não podem desenvolver de forma independente. [115] Por exemplo, a tecnologia de drones da China foi roubada dos EUA.
Em termos táticos, o ELP está interessado em capacidades assimétricas: guerra assimétrica, estratégia assimétrica e armamentos assimétricos. [116] O almirante Philip S. Davidson, o novo comandante do Comando Indo-Pacífico, descreveu a China como um “concorrente entre pares”. Ele disse que a China não está tentando igualar o poder de fogo dos Estados Unidos na proporção de um para um, em vez disso, seu regime está tentando alcançar os EUA construindo capacidades assimétricas críticas, incluindo o uso de mísseis antinavios e capacidades de guerra submarina. Ele alertou que “não há garantia de que os EUA vencerão um futuro conflito com a China”. [117]
O regime chinês baseou-se na sua pesquisa e desenvolvimento dos mísseis Dongfeng 21D (mísseis balísticos antinavio para uso contra porta-aviões, especialmente dos EUA) para realizar confrontos simulados no modo francoatirador. Em 2018, o PCC exibiu publicamente o míssil supersônico antinavio YJ-12B, conhecido como “matador de porta-aviões”. Ele demonstrou uma “zona mortal” de 550 quilômetros de alcance no Pacífico Ocidental, na qual grupos de batalha operados pelos EUA serão suscetíveis a ataques de saturação de baixa altitude. Esses mísseis se tornam um importante recurso militar nas operações do ELP de negação regional, com o objetivo de impedir a intervenção ou mesmo a presença militar dos EUA.
Em paralelo a rápida expansão do seu poder militar, o regime do PCC se tornou um grande exportador de armamentos para os regimes autoritários do mundo, como a Coreia do Norte e regimes problemáticos do Oriente Médio. Por um lado, o objetivo é expandir suas alianças militares e, por outro, dispersar e combater o poder militar dos EUA. O regime chinês se projeta e encoraja o sentimento e o ódio antiamericano. É fácil para o PCC se unir a outros regimes antiamericanos para promover suas ambições hegemônicas.
Simultaneamente, a liderança do Partido Comunista Chinês defende teorias militares terroristas, como a já mencionada guerra irrestrita. O regime defende a necessidade da guerra dizendo que “a guerra não está longe de nós, é a companheira do século chinês”. Ele legitima a violência e o terror com palavras como, “Os mortos são a força motriz para o avanço da história.” E justifica a agressão: “Não há direito ao desenvolvimento sem o direito à guerra”, e “O desenvolvimento de um país representa uma ameaça para outro, esta é a regra geral da história mundial.” [118]
Zhu Chenghu, decano do Colégio de Defesa da Universidade Nacional de Defesa da República Popular da China, declarou publicamente que se os Estados Unidos intervierem em uma guerra no Estreito de Taiwan, a China usará preventivamente armas nucleares para destruir centenas de cidades nos EUA, mesmo que toda a China a leste de Xi’an (uma cidade localizada na borda ocidental das fronteiras tradicionais da China) fosse destruída como consequência. [119] As declarações de Zhu Chenghu eram uma demonstração pública das ambições do PCC e um meio de sondar as reações da comunidade internacional.
É importante estar ciente do fato de que as estratégias militares do Partido Comunista Chinês estão sempre subordinadas às suas necessidades políticas e que as ambições militares do regime são apenas uma pequena parte dos seus esquemas gerais. A abordagem do PCC é confiar nos meios econômicos e militares para impor sua ideologia comunista ao resto do mundo. [120]
No processo de realizar suas ambições globais, o Partido Comunista Chinês não reconhece limitações morais e não obedece a leis. Como discutido nos “Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês”, a história da fundação do PCC é um processo de gradualmente refinar a maldade encontrada na história, tanto na China quanto no mundo, incluindo os traços congênitos do Partido Comunista de “maldade, engano, incitar e desencadear a escória da sociedade, espionagem, roubo, luta, destruição e matança, e controle”. Esses traços são vistos incessantemente no processo de expansão global do PCC, e o Partido continuamente aprimora e fortalece suas técnicas e malignidade. A “guerra irrestrita” do PCC é uma expressão compacta desses traços malignos e uma parte importante do seu sucesso.
A ideia de guerra irrestrita sempre esteve presente nas práticas militares do PCC. Em 1999, dois coronéis chineses usaram oficialmente o termo “guerra irrestrita” no seu trabalho militar teórico. Como o nome indica, a guerra irrestrita tem essas características: “uma guerra além de todas as fronteiras e limites”, “forçando o inimigo a aceitar nossos próprios interesses por todos os meios, incluindo métodos que requerem o uso da força ou não, militares e não militares, e letais e não”. “Os meios incluem de tudo, a informação é onipresente, o campo de batalha está em toda parte” – “para além de todos os grilhões políticos, históricos, culturais e morais”.
Guerra irrestrita significa que “todas as armas e tecnologias podem ser usadas à vontade; significa que todas as fronteiras entre os domínios, da guerra e fora dela, militares e não militares, estão rompidas”. Ela utiliza métodos que abrangem e envolvem nações e qualquer esfera específica de atividade. Finanças, comércio, mídia, direito internacional, espaço exterior e muito mais são campos de batalha em potencial. Armas incluem hacking, terrorismo, guerra bioquímica, ecológica, atômica e eletrônica, drogas, inteligência, contrabando, guerra psicológica, ideologia, sanções e assim por diante.
Os autores de “Unrestricted Warfare” (Guerra irrestrita) acreditam que “a generalização da guerra” é a direção inevitável do futuro e que todo campo deve ser militarizado. Eles acreditam que um grande número de funcionários não militares que não usam uniformes militares é a chave para a guerra sem restrições. O governo deve se preparar rapidamente para o combate em todos os campos de guerra invisíveis.
Muitos usam a metáfora “campo de batalha” ao se referir a vários ambientes profissionais ou sociais, no entanto, para o Partido Comunista Chinês, trata-se de uma batalha num sentido bastante real ou literal. Para o PCC, todos os ambientes são campos de batalha, porque ele está num permanente estado de guerra onde para ele todos são combatentes. Ele considera todos os conflitos como uma luta de vida ou morte. Pequenos problemas são ampliados e se tornam questões de ideologia ou luta, e a China é mobilizada como se fosse uma guerra para cumprir as metas do PCC.
Na década de 1940, durante a Guerra Civil Chinesa, o Partido Comunista Chinês usou a guerra econômica para tentar arruinar a economia do governo nacionalista (Kuomintang, ou KMT) da República da China e levá-lo ao colapso. O PCC usou de espionagem para obter os planos militares do Kuomintang antes mesmo de as tropas do KMT recebê-los, e fez várias conspirações enquanto as forças comunistas lutavam no campo de batalha. O PCC ainda utiliza esses meios irrestritos, mas agora em uma escala bem maior. Guerra irrestrita significa violar todas as regras convencionais e restrições morais. A maioria dos ocidentais, seus governos e empresas não entendem realmente como o PCC atua, e muito menos sabem competir com ele.
Para alcançar seus objetivos, o Partido Comunista Chinês implementa a guerra irrestrita em vários campos, inclusive utiliza muitos meios aparentemente mundanos:
- Levar a cultura do Partido e suas mentiras para o mundo todo por meio do uso da propaganda no estrangeiro;
- Exercer controle sobre a mídia global e fazer guerra ideológica irrestrita;
- Manipular líderes da ONU, importantes figuras políticas de países, intelectuais, magnatas, celebridades e pessoas influentes de todas as esferas sociais por meio da exploração de seus desejos de ter fama e poder, criando armadilhas sexuais, valendo-se de relações pessoais, subornando pessoas e usando de poder despótico para, assim, estabelecer relações que apoiem a agenda do PCC e o ajude em momentos de crise;
- Apoiar, incentivar e aliar-se a regimes desonestos para distrair os governos dos Estados Unidos e do Ocidente;
- Empregar a diplomacia comercial para fazer que os países livres compitam entre si de forma desleal e gananciosa, usando o grande mercado chinês como isca;
- Aprofundar a integração econômica e a interdependência para estabelecer uma relação de dependência dos países com relação à China;
- Violar as regras comerciais da OMC;
- Fazer falsas promessas de realizar mudanças internas para conseguir acumular excedente comercial e reservas cambiais;
- Usar os ganhos do capitalismo para engordar o corpo do socialismo;
- Usar seu mercado, seu câmbio e seu recursos financeiros como armas para violar e suprimir direitos humanos por meio da guerra econômica irrestrita e da pressão sobre outros países para coloquem de lado a responsabilidade moral e os valores universais para lidar com as questões;
- Forçar chineses a irem para países desenvolvidos para trabalharem em empresas privadas com o objetivo de roubar informações e tecnologia;
- Fazer reféns seus próprios cidadãos e os de outros países…
Quando uma filial de uma emissora estatal chinesa foi estabelecida em Londres, quase 6.000 pessoas se candidataram a 90 posições que exigiam da pessoa “relatar notícias de acordo com a perspectiva da China”. O Partido Comunista Chinês teve um problema invejável: muitos candidatos. A ânsia das pessoas de trabalhar para um veículo porta-voz do PCC reflete o declínio geral da mídia ocidental e a ameaça que a propaganda do PCC no estrangeiro representa para o mundo.
A maior máquina de propaganda do mundo
Certa vez, Mao Tsé-tung exigiu da Agência de Notícias Xinhua: “Domine a Terra e faça que o mundo inteiro ouça as nossas vozes”. O Partido Comunista Chinês agora é capaz de realizar esse objetivo que ele não conseguiu no passado.
Após a crise financeira de 2008, a mídia ocidental enfrentou uma própria crise financeira e comercial. O PCC aproveitou a oportunidade para implantar sua campanha de “grande propaganda externa”. O Diário do Povo, o Diário da China, a Agência de Notícias Xinhua, a Central Chinesa de Televisão (CCTV), a Rádio Internacional da China (CRI) e outras mídias porta-vozes do PCC disseminaram seus jornais e estabelecem estações de rádio e televisão em todo o mundo.
Chang Ping, ex-diretor de notícias do principal jornal chinês, o Semanário do Sul, disse que, desde 2009, o regime chinês alocou 45 bilhões de yuanes (6,5 bilhões de dólares) para sua “estratégia nacional de propaganda externa em relações públicas e publicidade”. De acordo com fontes da mídia chinesa, os 45 bilhões de yuanes foram apenas uma pequena parte divulgada do total dos recursos alocados. Em 2016, a BBC estimou que o PCC investiu 10 bilhões de yuanes (1,45 bilhão de dólares) em propaganda nesse ano. Em março de 2018, o PCC unificou a CCTV, a CRI e a Rádio Nacional da China para estabelecer o Grupo de Mídia da China, também chamado de Voz da China, liderado pelo Departamento de Propaganda do Comitê Central do Partido Comunista Chinês. Esse órgão tornou-se a maior máquina de propaganda do mundo.
A Xinhua alugou um gigantesco outdoor na Times Square, em Nova York, para promover o Partido Comunista. Em 2016, o PCC mudou o nome da CCTV para CGTN (China Global Television Network, ou Rede Global de TV da China).
A propaganda estrangeira do Partido Comunista Chinês esforça-se para crescer cada vez mais. Suas estações de TV no exterior adotaram a estratégia de “regionalização”, ou seja, recrutar principalmente repórteres e apresentadores locais. Uma foto de uma entrevista nos Estados Unidos, na qual vemos o líder chinês Xi Jinping ao lado de funcionários da CCTV, evidencia que 90% dos jornalistas não são chineses. O conteúdo dos programas para países estrangeiros é definido na China, no entanto, os repórteres são quase todos contratados localmente. Desse modo, a mídia estatal chinesa, ao utilizar rostos e vozes locais, dá ao pensamento e a ideologia do Partido Comunista Chinês “embalagens locais” para assim confundir e criar a noção de que o PCC é a China. O PCC, ao invés de contar histórias que são realmente chinesas, utiliza locais no estrangeiro para “contar lindas histórias sobre o próprio PCC” e, assim, “espalhar a voz do PCC” em vez de a real voz do povo chinês.
Essa é a essência daquilo que impulsiona a propaganda externa do Partido Comunista Chinês. O PCC também oferece bolsas de estudos para jovens jornalistas de outros países e de outras áreas, para que possam estudar ou se formar na China onde lhes é incutida uma visão jornalística sobre o PCC e outros assuntos.
Junto com sua colonização econômica sobre a África, a mídia do PCC também alcançou todos os cantos desse continente. O grupo de televisão e mídia StarTimes Media, com sede na China, opera em trinta países no continente africano e afirma ser “a operadora de TV digital que mais cresce e é mais influente na África”. Um motorista de táxi de Uganda disse: “Mais e mais os africanos entendem a sociedade chinesa assistindo a dramas chineses de TV contemporâneos.”
A propaganda do Partido Comunista Chinês tem sido largamente malsucedida devido à sua falta de credibilidade. Fazer da mídia estrangeira uma porta-voz do PCC, atacar impiedosamente as mídias e os indivíduos que criticam o PCC e forçar todos a apoiarem o PCC, tudo isso faz parte da campanha de propaganda externa do PCC.
Transformando a mídia em todo o mundo em papagaios da Agência de Notícias Xinhua
Em 2015, os ministros de relações exteriores de dez países condenaram o Partido Comunista Chinês por construir ilhas artificiais na controversa região do Mar do Sul da China. Na época, uma estação de rádio nos subúrbios de Washington, D.C., emitiu uma nota diferente. Não só ela não mencionou as atividades de reivindicação do regime chinês, mas alegou que forças externas tentaram fabricar fatos e agravar as tensões no Mar do Sul da China. Essa estação, chamada WCRW, costuma apresentar uma grande quantidade de conteúdo que reforça a posição do PCC, e curiosamente não há publicidade. Seu único cliente é uma empresa de Los Angeles, a G&E Studio Inc., 60% controlada pela CRI de Pequim. A G&E tem pelo menos quinze estações semelhantes em funcionamento nos Estados Unidos, abrangendo não apenas Washington, D.C., mas também Los Angeles, Salt Lake City, Atlanta, Filadélfia, Houston, Honolulu, Portland e Vancouver, entre outros locais.
A Rádio International da China (CRI), uma porta-voz do Partido Comunista Chinês, para operar, depende de uma empresa local registrada sob o nome de um chinês-americano. Tendo controle acionário, ele usa as estações de rádio locais nos EUA para promover a propaganda do PCC. O maior benefício dessa operação, e a aparente razão para isso, é esconder o papel do PCC. A fim de enganar ao máximo a audiência, os ouvintes são levados a pensar que os próprios americanos estão expressando o seu apoio ao PCC.
Em 2015, a CRI tinha 33 estações desse tipo em pelo menos 14 países. Em 2018, a CRI tinha 58 estações em 35 países. Porque o controle e as operações são conduzidos por meio de empresas chinesas locais, os países democráticos não podem fazer nada legalmente a respeito da situação, embora muitas pessoas estejam insatisfeitas com essa propaganda disfarçada do regime chinês. A propaganda externa do PCC aproveita as brechas nas sociedades democráticas. Em nome da democracia, o PCC defende a ditadura e tenta manipular o público para adotar seus pontos de vista explorando brechas nas leis das sociedades livres. Assim, em nome da democracia, ele visa a destruir a democracia.
As inserções do Diário da China, que em chinês se resumem à expressão “fazendo uma viagem num navio emprestado”, são outra parte importante da campanha de propaganda externa do Partido Comunista Chinês. O Diário da China publica notícias chinesas no Washington Post e usa um estilo de apresentação (layout) que pode dar aos leitores a impressão de que é o conteúdo do Washington Post. Além do Washington Post, o PCC fechou acordos semelhantes com mais de trinta jornais, incluindo o New York Times, o Wall Street Journal, o Daily Telegraph e Le Figaro. Na inserção, a palavra “publicidade” é colocada num local discreto e os leitores podem facilmente confundir o material com o conteúdo do próprio jornal.
Em 23 de setembro de 2018, o Diário da China inseriu quatro páginas de anúncios, que pareciam notícias e comentários comuns, em um jornal local de Iowa, o Des Moines Register. O material atacou o presidente dos EUA e muitos viram esse material como uma tentativa de influenciar as eleições de meio de mandato.
O Partido Comunista Chinês ultrapassa todos os limites no controle da mídia chinesa no exterior. Por meio da coerção e tentação, o PCC recrutou diversos meios de comunicação em língua chinesa, incluindo alguns fundados por taiwaneses que erma tradicionalmente contra o comunismo. O World Chinese Media Forum, patrocinado pelo PCC, é agora usado como uma plataforma para comunicar as instruções do Partido para a mídia chinesa em todo o mundo. Em 10 de setembro de 2017, o 9º Fórum Mundial de Mídia Chinesa foi realizado em Fuzhou. Mais de 460 executivos de mídias chinesas de mais de 60 países e regiões nos cinco continentes participaram do evento.
Um exemplo do impacto desse esforço de controle da mídia pode ser encontrado no relato de um estabelecimento de mídia chinesa com sede na Califórnia que difunde e amplifica a propaganda do PCC na imprensa ocidental. Durante o 19º Congresso Nacional do PCC, os artigos longos desse meio de comunicação foram quase idênticos aos publicados pela mídia oficial do PCC.
Durante os protestos do Movimento do Guarda-Chuva em Hong Kong em 2014, a Overseas Chinese Media Association, controlada pelo Partido Comunista Chinês e com mais de 160 mídias filiadas, organizou urgentemente 142 veículos de mídia pró-China na Ásia, Europa, África, Estados Unidos e Austrália para publicarem a “Declaração de Salvaguarda de Hong Kong” que dava suporte à perspectiva do PCC. A extensão e a eficácia da penetração da mídia do regime no exterior surpreenderam o mundo.
A supressão de vozes contrárias é outro aspecto das operações de propaganda do PCC no exterior. O Partido ameaça jornalistas que o expõem a ele por meio da negação de vistos e outras formas de assédio, criando um ambiente que leva à autocensura. O resultado é que existem poucas empresas globais de mídia que assumem uma posição completamente independente sobre o PCC, sem levar em conta as consequências impostas pelo regime.
Há várias maneiras de uma pessoa ou entidade vil fazer os outros verem-na de uma forma mais positiva. Uma maneira é uma mudanças interior, abandonando o mal, tornando-se bom, ou seja, deixando de ser vil. Os outros, com o passar do tempo, naturalmente passam a reconhecer essa mudança. A segunda maneira é pressionar os outros, tentando confundi-los e perturbá-los para que não vejam a vileza como vileza. Por último, um canalha pode até montar um plano ainda mais audacioso ao usar artimanhas, mentiras, manipulação psicológica, lavagem cerebral e doutrinação para transformar todos os outros também em canalhas. Isso dá a ele a maior proteção.
O Partido Comunista Chinês tem usado o segundo e o terceiro método simultaneamente ao longo de décadas. Ela emprega várias de ações de propaganda em grande escala para exercer controle no exterior e para confundir as pessoas de modo a fazê-las pensar que o PCC não é vil. Em alguns casos, ele é até capaz de arrastá-las para a lama e transformá-las em canalhas como o próprio PCC. Contando com vastos investimentos e operações astutas, o PCC estabeleceu um sistema mundial para criar alianças, isolar inimigos e transformar pessoas neutras em seus simpatizantes ou canalhas.
Lavagem cerebral por meio da cultura, literatura e arte
A lavagem cerebral cultural é uma ferramenta importante para a destruição da cultura tradicional chinesa pelo Partido Comunista Chinês. Nos últimos anos, o Partido anunciou seu compromisso de restaurar a cultura tradicional, mas como discutido nos capítulos anteriores deste livro, essa onda de suposta restauração da cultura tradicional, de fato, deixou de fora a alma da tradição, substituindo-a por uma falsa versão infundida com a cultura maligna do Partido. Isso não só enganou o mundo, mas também devastou ainda mais a cultura tradicional.
Além disso, para influenciar ainda mais o mundo, um dos elementos-chave da propaganda externa do Partido é exportar a chamada “cultura tradicional chinesa”, conforme definida pelo PCC, usando os costumes e práticas chinesas tradicionais para mascarar a cultura do PCC. Esta é outra forma de manipulação da percepção ou de lavagem cerebral. Um exemplo típico deste projeto é o Instituto Confúcio.
De acordo com estatísticas incompletas, até o final de 2017, o Partido Comunista Chinês estabeleceu 525 Institutos Confúcio (visando faculdades e universidades) em 146 países e abriu 1113 Salas de Aula Confúcio (voltadas para escolas de ensino fundamental e médio). Os fundos do Instituto Confúcio vêm da Hanban, que é afiliada ao Departamento de Trabalho da Frente Unida do PCC. O uso dos fundos é supervisionado pelo pessoal das embaixadas e consulados do PCC. Os Institutos Confúcio subvertem importantes princípios acadêmicos como a autonomia e a liberdade de investigação, e dedicam-se a promover a versão dos eventos escolhida pelo PCC, distorcer a história da China e ignorar o terrível histórico de violações de direitos humanos do PCC. Em algumas salas de aula do Instituto Confúcio, as citações de Mao Tsé-tung estão penduradas nas paredes. Na superfície, os Institutos Confúcio afirmam ensinar a cultura chinesa, mas na verdade, eles promovem a doutrina comunista e transmitem a cultura do Partido.
Além de oferecer cursos culturais e de idiomas, os Institutos Confúcio também distorcem a história e até organizam protestos contra atividades que o PCC acredita ameaçarem seu regime. Por exemplo, em eventos, foram convidados oradores que repetiram as mentiras do PCC a respeito do Tibete. Outros afirmaram que a Guerra da Coreia foi desencadeada porque os EUA bombardearam aldeias chinesas, o que forçou o Partido a enviar tropas.
A Lei de Autorização de Defesa Nacional de 2019 do governo dos EUA, adotada em 2018, expressa uma forte condenação às tentativas do Partido Comunista Chinês de influenciar a opinião pública nos EUA, especialmente a “mídia, instituições culturais, empresas e grupos acadêmicos ou políticos”. Essa lei proíbe explicitamente que qualquer fundo da Defesa Nacional seja concedido a departamentos de língua chinesa em universidades dos EUA em que haja um Instituto Confúcio.
De setembro a outubro de 2011, as autoridades chinesas enviaram uma trupe de música e dança de trezentos artistas ao Kennedy Center for the Arts em Washington, D.C., onde o PCC encenou o seu violento drama comunista “Destacamento Vermelho das Mulheres”. Em setembro de 2016, em Los Angeles, um concerto de alto nível foi realizado para comemorar o octogésimo aniversário da vitória da Longa Marcha do Exército Vermelho. Ao mesmo tempo, na Austrália, a exibição do Concerto de Músicas Vermelhas para comemorar o 40º aniversário da morte de Mao Tsé-tung foi realizada nas prefeituras de Sydney e Melbourne. Organizações chinesas locais na Austrália protestaram e finalmente puderam interromper o show. Em 2017, o PCC enviou à Austrália o espetáculo “Destacamento Vermelho das Mulheres” e, em 2018, encenou outro violento drama comunista, “Guardas Vermelhos no Lago Honghu”, em Sydney e Melbourne.
Quando se trata de guerra de informação, o regime totalitário do Partido Comunista Chinês ocupa local de destaque em comparação com os governos democráticos: na China, o Partido bloqueia ou silencia a mídia de todos os países democráticos, mas é capaz de inserir seus porta-vozes nas sociedades democráticas. O PCC impede que a mídia de países democráticos inclua inserções em sua mídia, enquanto isso, ele insere seu conteúdo na mídia de sociedades democráticas, ou simplesmente as adquire quando conveniente. A mídia do PCC serve o regime em primeiro lugar, e os jornalistas ocidentais nunca terão funções executivas; o PCC pode, no entanto, enviar seu pessoal infiltrado para uma mídia ocidental ou treinar estrangeiros para serem repórteres porta-vozes da mídia do Partido. Enquanto o Ocidente ainda considerar os porta-vozes do PCC como “mídia”, o Ocidente continuará a perder na guerra de informação. Em 2018, o Departamento de Justiça dos EUA ordenou que a Agência de Notícias Xinhua e a Rede Global de TV da China se registrassem como agentes estrangeiros nos Estados Unidos. Foi um passo correto, mas ainda está longe de ser suficiente; o problema primordial é a falta de reciprocidade.
A campanha de propaganda estrangeira do Partido Comunista Chinês é um grande projeto que visa a reformular globalmente a visão das pessoas a respeito do regime comunista chinês, e ele tem obtido resultados. O PCC espalha sua ideologia nociva por meio desse trabalho de propaganda e tem enganado seriamente as pessoas quanto ao seu regime, ao seu modo de operação, à situação dos direitos humanos na China e à uma real compreensão sobre o comunismo em geral.
Em 18 de dezembro de 2018, o Partido Comunista Chinês comemorou o 40º aniversário da chamada reforma e abertura. Ele concedeu uma “medalha de amizade da Reforma da China” a dez estrangeiros, num suposto gesto de “agradecimento à comunidade internacional pelo apoio à reforma da China”. Entre esses dez estrangeiros estavam Juan Antonio Samaranch, ex-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), que concedeu à China o direito de hospedar os Jogos Olímpicos de Verão de 2008, bem como Robert Lawrence Kuhn, um empresário americano que emprestou seu nome como autor de uma biografia sobre o ex-líder chinês Jiang Zemin. De fato, nas últimas décadas, inúmeros políticos e celebridades ajudaram o PCC, desempenhando papéis diferentes, dependendo das suas motivações. Todos, infelizmente, se tornaram vítimas das táticas da frente unida do PCC e, portanto, são cúmplices.
Para alcançar sua meta de dominar o mundo, o Partido Comunista Chinês se vale de todos os meios necessários. Essa é uma parte fundamental do conceito de “frente unida”. Mao Tsé-tung chamou a frente unida de um dos Três Tesouros Mágicos do PCC. O governo do Kuomintang da era da guerra civil chinesa, assim como os governos ocidentais de hoje, foram enganados por essas táticas e sofreram grandes perdas como resultado. A boa notícia é que a sociedade ocidental está começando a despertar, e vários artigos investigativos sobre a frente unida foram publicados recentemente.
A Comissão de Revisão Econômica e de Segurança EUA-China (USCC), uma comissão do Congresso, divulgou, em 24 de agosto de 2018, um relatório intitulado “As atividades no estrangeiro da frente unida da China”, descrevendo a estrutura e as operações da frente unida no exterior, inclusive mostrando como o Partido Comunista Chinês usa vários tipos de organizações governamentais e não governamentais para os trabalhos a favor da sua frente unida e quais são as implicações para os Estados Unidos e outros países ocidentais. Nos últimos anos, o PCC tem enfatizado a importância do seu órgão coordenador dessas atividades, o Departamento de Trabalho da Frente Unida (DTFU). O relatório afirma que “essa elevação da importância dos trabalhos da frente unida resultou num aumento no número de funcionários do DTFU designados para os principais cargos do PCC e do governo, adicionando aproximadamente 40 mil novos quadros do DTFU”.
O Global Public Policy Institute (GPPi), um think tank na Europa, publicou um relatório em 2018 detalhando as atividades da frente unida do PCC na Europa. Em 29 de novembro de 2018, o Instituto Hoover da Universidade de Stanford também divulgou um relatório detalhado sobre o mesmo assunto. O relatório diz: “As atividades de influência da China ultrapassaram o foco tradicional da frente unida nas comunidades da diáspora visando atingir uma gama muito maior de setores nas sociedades ocidentais, desde think tanks, universidades e mídia até instituições governamentais municipais, estaduais e nacionais. A China procura: promover visões simpáticas às suas políticas e à sociedade e cultura do regime chinês; suprimir visões alternativas; e cooptar as principais figuras de influência nos EUA a apoiarem as metas de política externa e os interesses econômicos da China.”
A frente unida do PCC visa principalmente os seguintes alvos no Ocidente:
Subornar políticos e empresários
O relatório da USCC diz que o Partido Comunista Chinês considera as atividades da sua frente unida como uma ferramenta fundamental para fortalecer o apoio interno e internacional ao PCC. Isso inclui a compra de políticos ocidentais. Por meio da persuasão, tentação e construção de relacionamentos, o PCC mantém laços estreitos com muitos funcionários de alto nível nos governos ocidentais. Esses políticos são tratados como “tesouros de Estado” da República Popular da China (RPC), recebem generosos presentes e títulos como “grandes amigos da China”. Entre eles estão atuais e antigos secretários das Nações Unidas, chefes de Estado, altos funcionários governamentais, membros do Congresso, assessores do governo, chefes de organizações internacionais, acadêmicos famosos e de think tanks e magnatas de consórcios de mídia. Espera-se que todas essas pessoas na rede da frente unida expressem o seu apoio ao PCC em momentos cruciais.
Patrick Ho Chi-ping, ex-secretário de assuntos internos de Hong Kong, foi indiciado nos EUA por suborno em dezembro de 2018. Ho Chi-ping tinha laços estreitos com o Partido Comunista Chinês e subornou funcionários de alto escalão em dois países africanos para favorecerem acordos com corporações energéticas chinesas e obter direitos de mineração. Ho Chi-ping também subornou dois secretários da ONU, por meio dos quais o PCC conseguiu estabelecer laços estreitos com oficiais de alto escalão em outras nações.
Documentos judiciais dos EUA também demonstram a corrupção e a espionagem realizadas pela gigante de telecomunicações chinesa ZTE. Dois funcionários de alto escalão em telecomunicações na Libéria testemunharam que, entre 2005 e 2007, a ZTE subornou intensamente vários funcionários naquele país, incluindo o presidente, funcionários do governo e juízes.
O Partido Comunista Chinês usa dinheiro e armadilhas sexuais para fisgar líderes políticos, usando-os como peões para os fins do regime. Num memorando após as eleições de meio de mandato nos EUA em novembro de 2014, a CEFC, um conglomerado de energia ligado ao PCC, delineou um plano para estabelecer “relacionamentos e amizades” com políticos. Ye Jianming, o presidente agora em desgraça da CEFC China Energy Co Ltd., tem fortes laços com líderes políticos europeus. Certa vez, ele perguntou a um assessor de segurança de um presidente dos EUA se ele poderia persuadir o Exército dos EUA a não bombardear a Síria porque ele queria comprar campos de petróleo lá. Ye Jianming também se gabou de ter ligações com altos funcionários do Federal Reserve e das Nações Unidas, bem como com familiares de funcionários do governo dos EUA.
Quando necessário, o Partido Comunista Chinês forma várias frentes unidas temporárias para isolar seus inimigos. Por exemplo, o PCC usou os votos das nações em desenvolvimento, cujas autoridades ele subornou previamente, para aprovarem ou bloquearem moções nas Nações Unidas. Por meio de intermediários, o PCC perturbou os esforços dos Estados Unidos para estabilizar o Oriente Médio. Nesse meio tempo, ele conseguiu forjar novas alianças econômicas. Na recente guerra comercial EUA-China, o PCC tentou semear o conflito entre os EUA e a Europa com o objetivo de usar esta como parte de outra frente unida contra os EUA.
Os políticos locais também são alvos das atividades da frente unida do PCC. Entre eles estão líderes comunitários, vereadores, prefeitos, senadores e outros. A abordagem usual é fazer doações ao políticos locais, por meio de organizações ou comerciantes chineses, e convidá-los para visitarem a China, onde recebem subornos. Suas empresas familiares recebem tratamento especial na China e até seus assistentes são subornados. Casos de armadilhas sexuais, também conhecidas como “armadilhas de mel”, comumente envolvem chantagem, e considera-se que o PCC usa essa tática com frequência.
Chen Yonglin, um ex-funcionário do consulado chinês em Sydney, que desertou em 2005 para a Austrália, disse ao Epoch Times que o Departamento de Trabalho da Frente Unida do PCC se infiltrou no governo australiano e corrompeu funcionários. Chen disse: “A quantidade de suborno privado para os funcionários ultrapassou em muito as doações políticas. Especialmente para os funcionários de alto escalão; os subornos são enormes. Outro aspecto do suborno são as viagens à China com todas as despesas pagas, onde os funcionários são tratados como reis. Isso inclui prostituição paga por empresas chinesas. Muitos funcionários mudaram de posição depois de voltar da China.”
Com forte suporte financeiro, o Partido Comunista Chinês tem financiado políticos comunistas e de esquerda em todo o mundo para se tornarem seus agentes nessas nações, a fim de disseminar ainda mais a ideologia comunista.
O PCC usa as mesmas táticas no setor financeiro e industrial. Empresários e empreendedores são tratados como reis e recebem incentivos de negócios. Em troca, eles se tornam a voz do PCC para fazer lobby junto ao governo e influenciar as políticas financeiras e econômicas do regime. Na guerra comercial entre os EUA e a China, o PCC teve contato frequente com os magnatas de Wall Street. Muitas das principais empresas financeiras e corporações internacionais fazem negócios na China. A fim de expandir seus negócios lá, elas contrataram inúmeros descendentes de altos funcionários chineses, comumente chamados de “principelhos”, e estes acabam sendo os olhos, ouvidos e a voz do Partido nessas empresas.
Infiltrando-se nos círculos acadêmicos e think tanks
Muitos think tanks no Ocidente moldam diretamente a política e a estratégia do seu país em relação à China; portanto, o Partido Comunista Chinês presta atenção especial a eles. O relatório do Instituto Hoover afirma que o PCC presta atenção às perspectivas de ambos os partidos políticos nos Estados Unidos e cria tópicos que são benéficos para o PCC. O PCC exerce controle sobre think tanks via patrocínio financeiro. Ele tem subornado, influenciado ou controlado quase todos os think tanks relacionados à China.
O Washington Post informou que algumas empresas chinesas controlam think tanks americanos. Por exemplo, a gigante tecnológica chinesa Huawei não só representa uma ameaça à segurança dos Estados Unidos e de outros países, mas também tenta influenciar os think tanks em Washington, D.C., fornecendo-lhes apoio financeiro.
A Huawei também patrocina mais de vinte universidades no Reino Unido, incluindo a Universidade de Cambridge e a Universidade de Oxford. O professor Anthony Glees, especialista britânico em segurança nacional, disse: “Isso diz respeito à política eletrônica nacional sendo influenciada pela injeção de dinheiro chinês nas universidades britânicas. Essa é uma questão de segurança nacional.” A Huawei, por meio do programa “Sementes para o futuro”, atraiu um grande número de jovens engenheiros talentosos, uma tática clássica de subversão comunista.
O Partido Comunista Chinês compra acadêmicos estrangeiros, especialmente estudiosos na China, com dinheiro, status e fama. Alguns desses estudiosos seguem de perto a retórica do PCC, publicando livros e artigos que argumentam numa luz positiva sobre a “ascensão pacífica” do PCC, os conceitos de “sonho chinês” ou “modelo chinês”. Os pontos de vista desses acadêmicos influenciam indiretamente as políticas de governos ocidentais a respeito da China, precisamente o objetivo almejado pelo PCC.
Para piorar as coisas, ao longo das últimas décadas, intelectuais ocidentais de ciências sociais têm sido fortemente influenciados por variantes da ideologia comunista. Com um pouco de “orientação” do PCC, eles podem ir do mero apoio à ideologia esquerdista para realmente abraçarem o comunismo.
Coagindo e usando líderes, empresários e estudantes chineses no estrangeiro
O Partido Comunista Chinês explorou com sucesso o patriotismo de estudantes chineses no exterior para criar simpatia pelas políticas e ideologia do PCC. Para ganhar o apoio dos chineses no exterior, o PCC lhes fornece apoio financeiro. Frequentemente, o PCC usa a expressão “o amor pela própria pátria e a amizade étnica” como parte da sua sobreposição deliberada dos conceitos de China e de PCC para enganar os chineses no exterior. O Partido também usa uma extensa rede internacional de organizações, apoiadores e espiões para marginalizar e atacar seus oponentes.
O Partido Comunista Chinês usa vários pretextos para convidar chineses no exterior para fazerem negócios e investirem na China. Ele dá aos líderes chineses estrangeiros tratamento especial quando visitam o país, arranja figuras pró-PCC no exterior para se reunirem com funcionários de alto escalão, e os faz participarem das celebrações do dia nacional da República Popular da China (RPC).
Zach Dorfman, membro sênior do Conselho Carnegie de Ética em Relações Internacionais, publicou um longo artigo investigativo na revista Politico revelando atividades de espionagem chinesa e russa no Vale do Silício, com foco especial em agentes chineses. Como exemplo, o artigo examinou Rose Pak, uma ativista política influente na comunidade chinesa de San Francisco. Zach observou que o PCC usou Pak para fazer com que a Câmara de Comércio Chinesa em San Francisco marginalizasse os grupos do Falun Gong, tibetanos, pró-taiwaneses e uigures, impedindo-os de participar dos desfiles do Ano Novo Chinês.
O relatório da USCC também expôs como a Associação de Estudantes e Acadêmicos Chineses (CSSA) é controlada pelo Partido Comunista Chinês. No seu site, algumas filiais da CSSA afirmam abertamente que foram estabelecidas pelo consulado chinês local ou são suas subsidiárias, enquanto em outros casos, o controle é realizado clandestinamente. Essas organizações recebem ordens do consulado, impedindo que qualquer voz dissonante seja veiculada. Funcionários do consulado monitoram, intimidam e perseguem estudantes que discordam da linha do PCC.
Às vezes, a CSSA e seus afiliados inclusive conduzem espionagem industrial e econômica. Em 2005, o jornal francês Le Monde informou que a CSSA da Universidade de Leuven, na Bélgica, era o principal grupo de espionagem do PCC no país. Às vezes, essas redes consistem em várias centenas de espiões trabalhando em várias empresas na Europa.
Nos últimos anos, o Partido Comunista Chinês aumentou seus esforços de infiltração na indústria de entretenimento dos Estados Unidos. Em 2012, o Grupo Wanda gastou 2,6 bilhões de dólares para adquirir a AMC, a segunda maior rede de cinemas dos EUA. Desde então, ele adquiriu a famosa empresa cinematográfica Legendary Entertainment por 3,5 bilhões e a Carmike, a quarta maior rede de cinemas dos EUA, por 1,1 bilhão. Em 2016, a Ali Pictures adquiriu participação na Amblin Partners de Steven Spielberg, e colocará um representante no conselho de diretores da Amblin Partners para participar das principais tomadas de decisão.
Um dos principais objetivos do Partido Comunista Chinês em se infiltrar na indústria do entretenimento é fazer o mundo seguir o roteiro do PCC, ou seja, pintar uma imagem positiva do PCC e da suposta ascensão pacífica da China para esconder as ambições tirânicas do regime. Ao mesmo tempo, esta imagem encobre como a exportação da cultura do Partido corrompeu o mundo. De 1997 a 2013, a China investiu em apenas doze filmes de Hollywood entre os cem filmes de maior bilheteria. Mas nos cinco anos seguintes, a China investiu em 41 dos filmes mais populares de Hollywood.
Hollywood cobiça o mercado de filmes em rápido crescimento na China, e os executivos estão cientes de que serão excluídos se não seguirem a linha do Partido Comunista Chinês. Assim, eles se asseguram de que estão em conformidade com a censura chinesa. Estrelas de cinema americanas que se posicionaram contra as políticas do PCC estão impedidas de entrar no país ou seus filmes são excluídos do mercado chinês. A expressão clara da sua posição a respeito do Tibete por parte do astro de Hollywood Richard Gere, por exemplo, não apenas levou à proibição do seu acesso à China, mas também limitou a sua carreira, mesmo nos Estados Unidos. Para não ofender ou provocar o PCC, os produtores de cinema se recusaram a investir nos seus filmes. Outras estrelas de cinema foram colocadas na lista negra por outras transgressões.
Intimidando os dissidentes no estrangeiro
O Partido Comunista Chinês tem usado intimidação e incentivos para influenciar intelectuais ocidentais, especialmente os especialistas em China que são críticos do PCC. Isso levou muitos a se autocensurarem. A intimidação inclui a recusa em emitir vistos, que tem maior impacto em jovens acadêmicos. Em nome do desenvolvimento profissional, muitos evitam voluntariamente tópicos sensíveis como direitos humanos, o Tibete e outros que possam atrair a ira do PCC. Um dos principais objetivos do Partido Comunista Chinês em se infiltrar na indústria do entretenimento é fazer o mundo seguir o roteiro do PCC, ou seja, pintar uma imagem positiva do PCC e da suposta ascensão pacífica da China para esconder as ambições tirânicas do regime. Ao mesmo tempo, esta imagem encobre como a exportação da cultura do Partido corrompeu o mundo. De 1997 a 2013, a China investiu em apenas doze filmes de Hollywood entre os cem filmes de maior bilheteria. Mas nos cinco anos seguintes, a China investiu em 41 dos filmes mais populares de Hollywood.
Perry Link, professor de estudos do Leste Asiático, foi colocado na lista negra falar sobre o Massacre da Praça da Paz Celestial, o que colocou o regime comunista sob uma luz desfavorável. O tratamento que ele recebeu posteriormente se transformou numa lição para os jovens estudiosos sobre o que não fazer.
Em outubro de 2017, Benedict Rogers, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos do Partido Conservador Britânico e defensor do Movimento Democrático de Hong Kong, foi a Hong Kong para atividades pessoais, mas foi impedido de entrar e foi repatriado no aeroporto de Hong Kong.
O mencionado relatório da USCC também afirmou que os agentes de inteligência chineses tentam recrutar minorias étnicas, incluindo uigures que vivem no exterior, para atuar como espiões. A recusa pode levar à perseguição da família deles na China. Os uigures que foram ameaçados declaram que o propósito dessas ameaças não é apenas coletar informações sobre a diáspora uigur, mas também criar discórdia e impedi-los de efetivamente se opor ao Partido Comunista Chinês.
Enquanto a propaganda no estrangeiro, a gestão da percepção internacional e as atividades da frente unida são formas de poder brando do regime chinês, o desenvolvimento da sua indústria de alta tecnologia diz respeito ao seu poder duro. Na década de 1950, o slogan do Partido Comunista Chinês era “ultrapassar o Reino Unido e alcançar os Estados Unidos”, mas na época isso era uma farsa. Hoje, no entanto, a mesma estratégia se tornou uma ameaça legítima e substancial.
Desde os anos 80, o Partido Comunista Chinês implementou uma série de planos estratégicos em ciência e tecnologia, incluindo o “Programa 863” (ou Programa Nacional de P&D de Alta Tecnologia), o “Programa 973” (ou Programa Nacional de Projetos Fundamentais de Pesquisa) e o Made in China 2025 (que objetiva transformar a China, de um país manufatureiro, em uma potência industrial até 2025, assumindo a liderança em big data, 5G e similares). A estratégia inclui planos ambiciosos de inteligência artificial, nos quais a China pretende ser líder mundial até 2030. O objetivo é atualizar o status da China como fábrica mundial para uma gigante de manufatura avançada, alcançando assim a supremacia global.
Não é errado que uma nação busque o desenvolvimento industrial. Um país usar o poder do Estado para alocar recursos para pesquisa e desenvolvimento (P&D) em indústrias-chave também é legítimo. Por que, então, a estratégia de desenvolvimento de alta tecnologia do Partido Comunista Chinês é uma ameaça ao Ocidente?
A razão mais fundamental é que a China sob o regime comunista chinês não é um país normal. O propósito do desenvolvimento tecnológico do regime não é para que ele possa se juntar às fileiras dos outros países de alta tecnologia do mundo ou competir em pé de igualdade com eles. Sua finalidade é usar qualquer meio para eliminar oponentes e derrubar economias ocidentais, especialmente a dos Estados Unidos, e assim estar um passo mais perto de dominar o mundo. O desenvolvimento da capacidade científica e tecnológica do regime chinês é para servir à sua ideologia comunista e, finalmente, para que o comunismo domine o mundo.
A inovação tecnológica é fruto da liberdade individual em uma sociedade capitalista, que está em conflito natural com o domínio totalitário do comunismo. Na China continental, os pesquisadores são privados da liberdade de usar websites de busca estrangeiros, o que dizer então de se expressarem livremente de outras formas. Assim, é realmente difícil fazer avanços reais na inovação científica e tecnológica, dada as restrições que o regime chinês impõe sobrNão é errado que uma nação busque o desenvolvimento industrial. Um país usar o poder do Estado para alocar recursos para pesquisa e desenvolvimento (P&D) em indústrias-chave também é legítimo. Por que, então, a estratégia de desenvolvimento de alta tecnologia do Partido Comunista Chinês é uma ameaça ao Ocidente?
Para compensar isso, o regime chinês usa vários meios para roubar tecnologia ocidental e para seduzir e conquistar os profissionais de ponta, além de usar medidas injustas e extraordinárias para prejudicar a indústria ocidental. O Partido Comunista Chinês tem roubado tecnologias que o Ocidente investiu décadas e vastas somas de dinheiro para desenvolver. Ele assimila e aprimora as propriedades intelectuais roubadas e em seguida simplesmente as produz em massa a baixo custo e despeja os produtos no mundo, debilitando empresas privadas e as economias ocidentais. Desta forma, o regime tem usado suas técnicas de guerra irrestrita na competição tecnológica com o Ocidente.
A armadilha de trocar tecnologia por acesso ao mercado
Nos últimos anos, a rede ferroviária de alta velocidade da China tornou-se praticamente um cartão de visita para as proezas de fabricação de ponta do país, e a ideia de “diplomacia ferroviária de alta velocidade” se desenvolveu. A mídia estatal chinesa chamou o progresso da China nesta área de prodigioso, dado o curto período de desenvolvimento de apenas dez anos. Mas para as empresas ocidentais, a construção de ferrovias de alta velocidade na China tem sido um pesadelo de roubo de tecnologia, armadilhas e engodos intermináveis e o que acabou se transformando em pequenos ganhos com enormes perdas.
O trabalho no projeto ferroviário de alta velocidade da China começou no início dos anos 90. No final de 2005, as autoridades abandonaram a ideia de desenvolver a tecnologia de forma independente e recorreram à tecnologia ocidental. A meta do Partido Comunista Chinês era clara desde o início: ele planejava primeiro adquirir a tecnologia, depois fabricá-la e, finalmente, vender a mesma tecnologia no mercado global, não obstante, mais barata. O lado chinês exige que os fabricantes estrangeiros assinem contratos de transferência de tecnologia com uma empresa doméstica chinesa antes de concorrerem a contratos de construção, ou então eles não podem entrar em licitações. As autoridades chinesas também estabeleceram avaliações internas formais chamadas “avaliações de implementação de transferência de tecnologia”, que não se avaliam quão bem as empresas estrangeiras ensinam os seus sistemas, mas quão bem as empresas domésticas os aprendem. Se as empresas domésticas não assimilam a tecnologia, a China não paga. As autoridades também exigem que, até o último lote de pedidos, as empresas locais produzam 70% dos pedidos.
Porque as empresas estrangeiras sentiram que o mercado da China era uma oportunidade imperdível, esses duros termos contratuais não impediram que elas assinassem embaixo. A japonesa Kawasaki Heavy Industries, a francesa Alstom, a alemã Siemens e a canadense Bombardier, todas apresentaram lances. Apesar da promessa de acesso ao mercado em troca da transferência de tecnologia, nenhuma empresa ocidental estava disposta a transferir sua tecnologia mais valiosa. No entanto, o PCC continuou a jogar com várias das empresas, na esperança de que pelo menos uma cedesse e renunciasse a algo de valor real em troca de benefícios e ganhos de curto prazo. Com certeza, quando uma empresa apareceu que lhe seria dado um pedaço do mercado chinês em troca de tecnologia, as outras começaram a temer ficarem de fora. Assim, várias delas caíram na armadilha do PCC, com o resultado de que a China foi capaz de extrair tecnologias-chave das quatro empresas ferroviárias de alta velocidade acima.
O governo chinês investiu enormes somas no projeto sem considerar os custos disso. A rede ferroviária de alta velocidade da China logo em seguida entrou num período de desenvolvimento exponencial, com as empresas chinesas construindo o maior sistema ferroviário de alta velocidade do mundo em quilometragem. Em poucos anos, a China rapidamente assimilou a tecnologia ocidental, que foi transformada em “direitos independentes de propriedade intelectual”. O que realmente chocou as empresas ocidentais foi quando a China começou a se candidatar a patentes ferroviárias de alta velocidade no exterior contra seus ex-professores no mercado internacional. Como as empresas chinesas acumularam uma grande experiência prática nesse campo e têm todas as vantagens industriais conferidas pela capacidade de produção em larga escala e enorme apoio financeiro do Estado, a indústria de trens de alta velocidade da China possui uma vantagem competitiva significante em relação aos seus pares. E isso se tornou um elemento-chave do projeto “Um Cinturão, Uma Rota” do regime chinês.
Enquanto as empresas estrangeiras sonhavam em obter sua fatia do enorme mercado de trens de alta velocidade na China, elas descobriram que não apenas foram expulsas desse mercado, mas também criaram um concorrente internacional difícil. Yoshiyuki Kasai, presidente honorário da Central Japan Railway Company, disse com angústia: “O Shinkansen [trem-bala japonês] é a joia do Japão. A transferência de tecnologia para a China foi um grande erro.”
O próprio Partido Comunista Chinês reconhece que o sucesso da China na ferrovia de alta velocidade foi alcançado ao se apoiar nos ombros de gigantes. De fato, seu propósito desde o começo era destruir todos os outros gigantes. O PCC tem um propósito duplo explícito: seu objetivo de curto prazo é usar as conquistas econômicas para provar a legitimidade do seu regime e fazer progresso econômico e tecnológico para manter e estimular o sentimento e a propaganda nacionalistas. Mas seu propósito de longo prazo é provar que seu sistema comunista é superior ao sistema capitalista, por isso ele rouba a tecnologia sem escrúpulos e transforma o poder de todo o país em concorrência com a livre empresa capitalista.
As táticas chinesas – de prometer acesso ao mercado em troca de tecnologia, coagir transferências de tecnologia, absorver e melhorar a tecnologia estrangeira, ter suas próprias empresas no mercado doméstico antes de avançar para o mundo, e despejar produtos subsidiados em todo o mundo para prejudicar concorrentes – levaram as empresas ocidentais a sofrer imensamente, então agora elas estão começando a refletir. Outros, no entanto, ainda agem como uma mariposa em relação à chama, e estão dispostos a fazer negócios com o regime chinês em troca de benefícios imediatistas. As ambições do Partido Comunista Chinês de adquirir tecnologia ocidental nunca diminuíram, e o programa Made in China 2025 é a personificação dessa ambição.
Em 2015, o governo chinês propôs o projeto Made in China 2025 de dez anos, prevendo que, em 2025, a China passaria de um grande país manufatureiro para uma potência industrial e que, em 2035, sua indústria superaria países avançados como a Alemanha e o Japão. Até 2049, o regime chinês espera liderar a inovação nos principais setores como um líder global em tecnologia e indústrias-chave. Na fraseologia própria, o regime do Partido Comunista Chinês elevou o status do seu setor manufatureiro para o de “fundação da nação” e “instrumento de rejuvenescimento do país”.
Uma superpotência de fabricação construída com roubo
Como a China aumentou seu poder de fabricação e inovação em um período tão curto? Usou os mesmos velhos truques: primeiro, coagiu as empresas a transferirem suas tecnologias, como no caso dos trens de alta velocidade. Muitas corporações ocidentais estão dispostas a fornecer tecnologia em troca de acesso ao mercado chinês, treinando simultaneamente seus futuros concorrentes. Em segundo lugar, a China exige que as empresas formem joint ventures com suas empresas e apoia empresas e universidades chinesas na colaboração com empresas de alta tecnologia para que possam adquirir essas tecnologias. Terceiro, o regime incentiva as empresas domésticas a fazerem aquisições de empresas de alta tecnologia no exterior, investindo diretamente em startups com tecnologias-chave e estabelecendo centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) no estrangeiro. Em quarto lugar, induz os principais institutos estrangeiros de pesquisa científica e tecnológica a criarem centros de P&D na China. Quinto, usa políticas direcionadas para atrair especialistas estrangeiros em tecnologia.
Muitas startups do Vale do Silício precisam de capital. A China usa dinheiro do contribuinte para investir nelas a fim de obter novas tecnologias, incluindo motores de foguete, sensores para navios autônomos da Marinha e impressoras 3D que fabricam telas flexíveis que podem ser usadas em cabines de aviões de combate. Ken Wilcox, presidente emérito do Silicon Valley Bank, disse em 2017 que, num período de seis meses, ele foi abordado por três empresas estatais chinesas diferentes para atuar como seu agente na compra de tecnologia para elas. Embora ele tenha recusado, ele disse: “Nos três casos, eles disseram que tinham um mandato de Pequim e não tinham ideia do que queriam comprar. Simplesmente, dizia respeito a toda e qualquer tecnologia.”
Em novembro de 2018, o Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) publicou as conclusões de uma investigação da Seção 301. O relatório diz que a Danhua Capital (atualmente Digital Horizon Capital) usa o capital de risco da China para ajudar o governo chinês a obter as melhores tecnologias e propriedades intelectuais nos Estados Unidos.
As medidas tomadas pelo governo dos Estados Unidos estão abertas para o exame do público. A arma letal do regime chinês para realizar seu salto tecnológico é o roubo flagrante da tecnologia ocidental. A aptidão da China para a espionagem industrial excede em muito o alcance dos espiões comerciais do passado. O regime mobiliza todo o pessoal e táticas disponíveis – incluindo espionagem, hacking, estudantes internacionais, acadêmicos visitantes, imigrantes chineses e taiwaneses que trabalham em empresas ocidentais, e ocidentais atraídos por interesses monetários – para roubar tecnologia e segredos do Ocidente.
O Partido Comunista Chinês sempre cobiçou o caça americano F-35. Um cidadão canadense permanente, Su Bin, da China, foi condenado a cinco anos de prisão por roubar segredos do F-35 em 2016. Su Bin trabalhou com dois hackers do Exército chinês, penetrando nos sistemas de computador da fabricante Lockheed Martin para extrair seus segredos. O grupo também roubou segredos relacionados ao caça furtivo F-22. A investigação descobriu que o grupo de Su Bin também roubou segredos sobre as aeronaves de transporte estratégico C-17 da Boeing e 630 mil arquivos do sistema da Boeing, totalizando cerca de 65 gigabytes de dados. O caça furtivo J-20 do Exército da Libertação Popular (ELP), exibido nos últimos anos, é agora muito semelhante ao F-22 americano, e o avião menor chinês FC-31 é uma imitação do F-35 da Lockheed.
O Dr. David Smith, um especialista em metamateriais da Duke University, inventou uma espécie de capa de invisibilidade, um importante material para aviões furtivos de combate, e os militares americanos investiram milhões em apoio à sua pesquisa. Em 2006, o estudante chinês Liu Ruopeng foi ao laboratório de Smith. Na opinião de um oficial de contraespionagem do FBI, Liu tinha uma missão específica, obter os segredos. Em 2007, Liu levou dois ex-colegas, viajando às custas do governo chinês, ao laboratório de Smith, e trabalhou na capa de invisibilidade por algum tempo. Para surpresa de Smith, o mesmo laboratório foi posteriormente duplicado na China.
Em 20 de dezembro de 2018, o Departamento de Justiça dos EUA processou dois cidadãos chineses da organização hacker chinesa APT 10, que tem laços estreitos com o Partido Comunista Chinês. De acordo com a acusação, de 2006 a 2018, a APT 10 realizou diversos ciberataques, roubando grandes quantidades de informações de mais de 45 organizações, incluindo a NASA e o Departamento de Energia. A informação roubada envolve medicamentos, biotecnologia, finanças, manufatura, petróleo e gás natural. O então diretor do FBI, Christopher Wray, comentou: “A meta da China, simplesmente, é substituir os EUA como a principal superpotência do mundo, e eles estão usando métodos ilegais para chegar lá. Eles estão usando um conjunto crescente de métodos não tradicionais e ilegais.”
O roubo de tecnologia e patentes pelo regime chinês é difícil de combater e prevenir. Kathleen Puckett, ex-funcionário de contrainteligência dos EUA em San Francisco, disse que o regime coloca todos os seus esforços na espionagem e assim obtém tudo de graça.
O regime chinês moralizou, racionalizou, normalizou e militarizou sua onda de roubos. Ele lançou uma “guerra contra todos” para saquear a tecnologia avançada do Ocidente, usando patriotismo, sentimentos raciais, dinheiro e prestígio. Essa conduta terrível é sem precedentes historicamente.
Alguns têm defendido as atividades da China argumentando que o roubo não representa tanto, já que, roubando um pouco aqui e ali, as empresas chinesas não entendem como a tecnologia é implantada e dimensionada. Mas é muito perigoso interpretar a espionagem industrial chinesa dessa maneira. A espionagem na era eletrônica é completamente diferente daquela das décadas passadas, na qual os espiões tiravam algumas fotos. A China rouba bancos de dados inteiros de tecnologias e, em muitos casos, recolhe não apenas a tecnologia, mas também os especialistas. Com o poder da fábrica mundial que a China vem desenvolvendo há décadas, e o potencial de P&D que ela acumulou, o regime é verdadeiramente capaz e está disposto a construir uma superpotência industrial baseada no roubo, e está em vias de atingir esO roubo de tecnologia e patentes pelo regime chinês é difícil de combater e prevenir. Kathleen Puckett, ex-funcionário de contrainteligência dos EUA em San Francisco, disse que o regime coloca todos os seus esforços na espionagem e assim obtém tudo de graça.
Programa Mil Talentos: espionagem e atração de talentos
Desde quando a China iniciou sua abertura na década de 1970 até agora, milhões de estudantes chineses estudaram no exterior e conquistaram grandes feitos. A China procura recrutar e usar esses indivíduos talentosos, investidos e treinados pelo Ocidente, para trazer diretamente para a China a tecnologia e as informações econômicas que adquiriram. Isso ajuda as ambições do regime chinês em ganhar supremacia global. Desde 2008, vários departamentos na China iniciaram o Programa Mil Talentos. Na superfície, trata-se de recrutar os melhores talentos chineses no exterior para que retornem à China para posições temporárias ou integrais. Mas o objetivo real por trás do programa é que a indústria estatal coloque suas mãos em novas tecnologias e na propriedade intelectual do Ocidente.
O Departamento Federal de Investigação (FBI) divulgou um documento desclassificado em setembro de 2015 sobre esses programas de talentos chineses. Ele conclui que o recrutamento de indivíduos-alvo pode permitir que a China ganhe de três maneiras: tendo acesso à pesquisa e competência em tecnologia de ponta; beneficiando-se de anos de pesquisas científicas nos Estados Unidos e no estrangeiro apoiadas por subsídios governamentais e financiamento privado; e impactando severamente as economias dos EUA e de outros países.
O Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos EUA divulgou um relatório sobre os programas de talentos chineses em 13 de dezembro de 2018, observando que os cidadãos estrangeiros transferiram a propriedade intelectual dos EUA para seus países nativos enquanto estavam na folha de pagamento do governo dos EUA. Suas ações afetaram injustamente todas as instituições acadêmicas dos EUA. M. Roy Wilson, um dos autores do relatório e copresidente do Comitê Consultivo do NIH, disse que uma qualificação importante para se tornar parte do Programa Mil Talentos é ter acesso a uma propriedade intelectual valiosa. Ele disse que o problema era significativo, não acidental, e que a gravidade das perdas de propriedade intelectual era impossível de ignorar.
Peter Harrell, membro sênior do programa de energia, economia e segurança do Centro para uma Nova Segurança Americana, disse: “A China tem adotado uma abordagem abarcadora para aumentar sua capacidade tecnológica. Isso inclui a compra de empresas inovadoras por meio de investimentos no exterior, exigindo que empresas ocidentais transfiram tecnologias de ponta para a China tendo como reciprocidade acesso ao seu mercado, fornecendo vastos recursos estatais para financiar o desenvolvimento tecnológico nacional, financiando treinamento para os melhores estudantes e pesquisadores chineses e pagando grandes prêmios para atrair talentos para a China.”
O Programa Mil Talentos inclui como alvos quase todos os estudantes chineses que foram para os Estados Unidos desde a década de 1980 e estão em posições que lhes dão acesso a informações úteis para o desenvolvimento industrial, tecnológico e econômico do regime, potencialmente dezenas de milhares de indivíduos. O regime chinês está mobilizando a capacidade de todo o país e sua população para conduzir uma guerra irrestrita no seu recrutamento de talentos e obtenção de propriedades intelectuais.
Um sistema nacional absoluto e sinistro
Além do roubo irrefreado, o apoio estatal e os subsídios da China também são um meio importante para o Partido Comunista Chinês realizar suas ambições. O apoio estatal significa que o regime pode usar enormes somas de dinheiro para apoiar indústrias-chave. Efetivamente, trata-se de usar o poder nacional da China para exercer pressão sobre as empresas privadas do Ocidente. Isso representa um desafio enorme e único para os países cujos líderes são eleitos democraticamente e deixam as decisões de negócios para as empresas. Pode-se dizer que as empresas ocidentais perderam antes mesmo de o jogo começar. Os subsídios da China, tirados do bolso do contribuinte inconsciente, significam que os fabricantes chineses podem ignorar os custos reais, tornando-os predadores incontroláveis nos mercados internacionais.
A indústria de células solares é um exemplo típico dos subsídios do governo chinês. Dez anos atrás, não havia empresas chinesas entre os dez principais fabricantes de células solares, mas agora há seis da China, incluindo as duas maiores. O setor de energia verde foi fortemente promovido durante o primeiro mandato do presidente americano Barack Obama, mas em pouco tempo dezenas de fabricantes de painéis solares entraram em processo de falência ou tiveram que cortar seus negócios diante da concorrência implacável da China, que minou o entusiasmo pela energia limpa na época. O dano foi causado pelo dumping de produtos da China no mercado mundial, possibilitado pelos subsídios do regime para a indústria solar doméstica.
Nos países ocidentais, os Estados também financiam projetos-chave, incluindo aqueles que estão na vanguarda do desenvolvimento tecnológico. O protótipo da internet, por exemplo, foi inicialmente desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos EUA. Contudo, no Ocidente, a participação do governo no nível nacional é limitada. Quando uma tecnologia é comercializada, as empresas privadas são livres para agir como quiserem. Por exemplo, a NASA divulgou seus resultados avançados de pesquisa para a indústria por meio do seu Programa de Transferência de Tecnologia. Muitos dos seus projetos de software simplesmente colocam seu código-fonte na rede como código aberto. Em contraste, o Partido Comunista Chinês usa diretamente o poder do Estado para comercializar alta tecnologia, o que equivale a usar uma “China Inc.” para competir com empresas ocidentais individuais.
O projeto Made in China 2025 é, obviamente, inseparável dos subsídios do governo e do planejamento industrial do Estado. Se o Partido Comunista Chinês continuar no seu caminho atual, a história dos painéis solares se repetirá em outros setores, e os produtos chineses se tornarão assassinos de empregos globais. Por meio de guerra econômica e tecnológica irrestrita, o PCC conduziu com sucesso muitas empresas ocidentais, inclusive corporações multinacionais, a uma armadilha. Elas investiram capital e entregaram tecnologia avançada, mas não conseguiram competir de forma justa no mercado chinês, em vez disso, ajudaram a criar concorrentes apoiados pelo Estado. O PCC os usou como peões para alcançar suas ambições.
O Partido Comunista Chinês considera a informação simplesmente como outra arma no seu arsenal. Independentemente do campo, seja relativa ao governo, à iniciativa privada ou empreendimentos individuais, todas as formas de informação são vistas como um jogo justo para o cumprimento das ambições estratégicas do regime. O PCC também usou a legislação para forçar o povo chinês a participar dessa guerra irrestrita. A Lei de Inteligência Nacional da República Popular da China, aprovada pelo Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional, afirma claramente que “as agências nacionais de inteligência podem exigir que instituições, organizações e cidadãos relevantes forneçam apoio, assistência e cooperação necessários”. Isso significa que qualquer cidadão chinês pode ser coagido pelo regime a coletar inteligência e se tornar um espião. Esta forma de coleta de inteligência nunca foi vista antes.
Em 12 de dezembro de 2018, o Comitê Judiciário do Senado dos EUA realizou uma audiência sobre as “atividades não tradicionais de espionagem” do Partido Comunista Chinês. Bill Priestap, vice-diretor do Departamento de Contrainteligência do FBI, revelou as características dessas atividades: às vezes eles jogam dentro das regras, quando isso é vantajoso para eles, e em outras ocasiões, eles manipulam e violam as regras para alcançar seus objetivos. Quando são capazes, eles também tentam reescrever as regras e remodelar o mundo de acordo com as suas necessidades.
John Demers, vice-procurador-geral da Divisão de Segurança Nacional do Ministério da Justiça dos EUA, declarou que o plano Made in China 2025 do Partido Comunista Chinês, embora na superfície se destine a melhorar a inovação, é essencialmente um manual sobre o que roubar. Ele revelou que, de 2011 a 2018, mais de 90% dos casos de espionagem econômica supostamente envolvendo ou beneficiando um país estavam relacionados à China (ou seja, o PCC), e que mais de dois terços dos casos de roubo de segredos industriais estão relacionados à China (novamente, significando o PCC).
Na seção anterior, discutimos o hacking de empresas patrocinado pelo Partido Comunista Chinês e sua indução de funcionários a roubarem propriedade intelectual do Ocidente. De fato, a espionagem do PCC está longe de se limitar à propriedade intelectual.
O Partido Comunista Chinês controla todas as principais empresas privadas na China e usa essas “empresas privadas” nominais para coleta de informações internacionalmente. Ted Cruz, o senador americano do Texas, disse que a Huawei era uma “agência de espionagem do Partido Comunista”. “Suas redes de vigilância abrangem o globo e seus clientes são regimes desonestos como Irã, Síria, Coreia do Norte e Cuba. A prisão do CFO da Huawei, Wanzhou Meng, no Canadá, é uma oportunidade e um desafio”, escreveu ele.
De acordo com uma pesquisa divulgada em janeiro de 2018 pelo jornal francês Le Monde, informações confidenciais da sede da União Africana (UA) na Etiópia foram enviadas a Xangai todas as noites durante cinco anos. O Partido Comunista Chinês é acusado de estar por trás do hacking. Um relatório divulgado pelo Instituto Australiano de Políticas Estratégicas (ASPI) em 13 de julho revelou que a Huawei é uma fornecedora da infraestrutura de tecnologia de rede no prédio da sede da UA.
André Ken Jakobsson, um pesquisador de pós-doutorado no Centro de Estudos Militares em Copenhague, disse: “O que é preocupante é que o PCC possa obter informações muito críticas e sensíveis. Eles podem entrar em um sistema que controla toda a nossa sociedade. Tudo será conectado à rede 5G no futuro. Estamos preocupados que o país que fornece esses equipamentos, a China [o PCC], controle o dispositivo.”
Na China, o regime chinês usa câmeras, redes de computadores e inteligência artificial equipados com tecnologia de reconhecimento facial para operar uma rede de monitoramento onipresente. Se isso não for interrompido, a situação atual na China hoje deve se espalhar pelo mundo amanhã.
Ao mesmo tempo, o Partido Comunista Chinês tem usado hackers em grande escala. Já em 1999, os hackers do PCC se disfarçaram como um site do Falun Gong no estrangeiro e atacaram o Departamento de Transportes dos EUA. O Departamento contatou o site do Falun Gong para esclarecer os fatos. Então, o pessoal relevante rastreou e descobriu que o verdadeiro hacker veio de uma base especial de inteligência do regime chinês.
Em junho de 2015, o governo federal dos EUA foi invadido por hackers do regime chinês que roubaram uma grande quantidade de informações confidenciais, os dados de mais de 21,5 milhões de americanos. As pessoas afetadas incluíam 19,7 milhões de funcionários do governo e 1,8 milhão de familiares desses funcionários.
Em novembro de 2018, o Marriott International anunciou que informações privadas, incluindo passaportes, de até 500 milhões de hóspedes que datam desde 2014, foram atacadas por hackers. O secretário de Estado dos EUA, Michael Pompeo, confirmou em 12 de dezembro que o hacking foi realizado pelo regime chinês. O Marriott é a maior rede de hotéis que atende o governo dos EUA e suas forças armadas.
O Partido Comunista Chinês também utiliza plenamente outros métodos de guerra irrestrita. Algumas áreas principais estão listadas abaixo.
Guerra diplomática irrestrita
O método diplomático típico usado pelo Partido Comunista Chinês é dividir e conquistar. Quando o mundo critica o PCC por seus abusos de direitos humanos, o PCC convida cada país a discutir os direitos humanos separadamente. Embora muitos países tenham discutido questões de direitos humanos com o PCC em particular, isso não tem nenhum efeito restritivo sobre o regime. Ele simplesmente faz digressão, protela a questão ou argumenta com as várias nações críticas individualmente e em privado, mas nunca faz mudanças substanciais. Além disso, ele virtualmente desintegrou as normas internacionais que salvaguardam os direitos humanos. O PCC usou esse método para escapar de condenações e sanções, e logo depois se juntou à Organização Mundial do Comércio (OMC). Imediatamente, ele começou a usar meios econômicos para seduzir vários países, e novamente empregou a abordagem de dividir e conquistar para obter grandes avanços em várias áreas.
O Partido Comunista Chinês também usa táticas desonestas de diplomacia de reféns para prender e ameaçar chineses e não chineses até que suas exigências sejam atendidas. Antes de o PCC ter recebido o status de Relações Normais Permanentes de Comércio com os Estados Unidos, ele prendeu dissidentes antes de quase todas as sessões de negociação e depois usou a libertação dos dissidentes durante as negociações para alcançar seus objetivos. O Partido Comunista desconsidera os direitos e as vidas do seu próprio povo, mas sabe que a sociedade ocidental se preocupa com questões como os direitos humanos básicos. Portanto, o regime usa os seus cidadãos como reféns, coloca uma faca no pescoço do povo chinês e os usa para ameaçar o inimigo, os Estados Unidos. Isso reflete verdadeiramente a prática do PCC de guerra irrestrita.
Com o rápido desenvolvimento da sua economia, o regime chinês se tornou mais ousado e os reféns estrangeiros tornaram-se peões diplomáticos. O hacker chinês Su Bin foi acusado pelos Estados Unidos de invadir um banco de dados militar dos EUA em 2014. Posteriormente, o casal canadense Kevin e Julia Garratt foi preso pelo regime chinês e acusado de espionagem.
Após a prisão da vice-presidente e diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, em Vancouver, em 1º de dezembro de 2018, uma série de protestos foi deflagrada pelo Ministério das Relações Exteriores da China. O consulado do Partido Comunista Chinês no Canadá mobilizou um grande número de chineses pró-comunistas no exterior para protestarem. Além disso, o regime chinês prendeu três cidadãos canadenses em retaliação. Isso foi tanto para pressionar diretamente o Canadá quanto para criar desentendimento entre o Canadá e os Estados Unidos. O total desrespeito pela lei é o modus operandi do regime chinês. Qualquer estrangeiro na China pode tornar-se refém a qualquer momento e ser usado como moeda de barganha para fins políticos, econômicos e diplomáticos. Além disso, quando o PCC ameaça os chineses no exterior, especialmente os dissidentes, frequentemente ele usa os parentes desses dissidentes na China como reféns.
Guerra militar irrestrita
O regime chinês começou a promover seu próprio sistema de pagamento financeiro e o uso do yuan (ou renminbi) por meio da “assistência econômica” e de empresas privadas, na tentativa de construir uma infraestrutura global. Ele pretende usar o yuan para substituir o domínio do dólar americano no campo da circulação internacional de moedas. De acordo com a estratégia de guerra financeira irrestrita do Partido Comunista Chinês, o regime pode alcançar seus objetivos simplesmente imprimindo enormes quantias de dinheiro, destruindo assim o sistema financeiro quando necessário. Os think tanks do PCC defenderam a militarização das reservas cambiais.
O Exército da Libertação Popular (ELP) declara publicamente que a condução do tipo de guerra que ele deseja “aparece de uma maneira que é transnacional, multidomínio e utiliza todos os meios necessários”. Na guerra ideal do ELP, “fronteiras nacionais tangíveis, o ciberespaço intangível, o direito internacional, o direito nacional, os códigos de conduta e a ética não os retringem”. “Eles não se responsabilizam por ninguém e não se restringem a nenhuma regra. Qualquer um pode ser um alvo e qualquer meio pode ser usado.” Os autores de “Unrestricted Warfare” (Guerra irrestrita), ambos coronéis chineses, declaram aos seus leitores: “[Vocês] consideraram combinar o campo de batalha com outros campos não de batalha, a guerra e não guerra, os militares e não militares, especificamente, combinar aeronaves furtivas, mísseis de cruzeiro e destruidores de rede, guerra nuclear, guerra financeira e ataques terroristas? Ou, simplesmente, Schwarzkopf [comandante-em-chefe da Força Multinacional da Guerra do Golfo] + Soros + Morris [criador do vírus de computador Morris Worm] + bin Laden? Este é o nosso verdadeiro guia.”
Guerra financeira irrestrita
O regime chinês começou a promover seu próprio sistema de pagamento financeiro e o uso do yuan (ou renminbi) por meio da “assistência econômica” e de empresas privadas, na tentativa de construir uma infraestrutura global. Ele pretende usar o yuan para substituir o domínio do dólar americano no campo da circulação internacional de moedas. De acordo com a estratégia de guerra financeira irrestrita do Partido Comunista Chinês, o regime pode alcançar seus objetivos simplesmente imprimindo enormes quantias de dinheiro, destruindo assim o sistema financeiro quando necessário. Os think tanks do PCC defenderam a militarização das reservas cambiais.
Ciberguerra irrestrita
Por meio dos esforços da Huawei e da ZTE para conquistar o mercado de tecnologia 5G (5ª geração de telecomunicação móvel), o Partido Comunista Chinês está se esforçando para ganhar uma posição dominante nos padrões 5G, e quer desempenhar um papel de liderança global nessa nova tecnologia. O ex-chefe da Federal Reserve de Dallas disse: “Se a China vencesse a corrida, eles estabeleceriam os protocolos para a internet, assim como o inglês substituiu o alemão como a língua da ciência e se tornou a língua de todas as atividades cruciais numa escala global.”
A internet tomou forma num mundo em que os fluxos de informação eram totalmente diferentes do mundo tradicional, e o mundo online pode, por sua vez, restringir e influenciar nosso mundo real. Atualmente, a internet enfrenta uma nova rodada de evolução, com a tecnologia 5G no seu centro. Com a combinação da 5G e inteligência artificial, a internet está se movendo em direção à “internet das coisas” ou à digitalização do mundo inteiro. O controle da internet sobre o mundo físico está se expandindo dramaticamente e as regras do mundo inteiro estão sendo reescritas. Se o regime chinês dominar a 5G, ele poderá agir sem obstáculos.
Além disso, há uma enorme quantidade de informações circulando na internet. Uma vez que as operações de propaganda externa do Partido Comunista Chinês sejam efetivamente integradas à tecnologia 5G controlada pela China, seus esforços de lavagem cerebral excederão em muito a escala e o impacto atuais.
Guerra de narcóticos irrestrita
Em uma reunião de gabinete dos Estados Unidos realizada em 16 de agosto de 2018, o presidente Trump disse que a proliferação de opiáceos baseados no fentanil proveniente da China é “quase uma guerra”. Em 2017, houve mais de 70 mil casos de overdose de drogas nos EUA, dos quais mais de 40% estavam relacionados a opiáceos sintéticos (principalmente fentanil e seus análogos). Essas drogas são produzidas principalmente na China e depois entram nos EUA por meio do serviço postal ou são contrabandeadas para o México e entram nos EUA por sua fronteira sudoeste.
Markos Kounalakis, pesquisador sênior da Universidade da Europa Central e professor-visitante no Instituto Hoover da Universidade de Stanford, escreveu em novembro de 2017 a respeito do fentanil: “Em última análise, é uma substância química. E está sendo usado como uma arma pela China na sua Guerra do Ópio do Século 21 contra a América.” Ele disse que o fentanil matou milhares de americanos e, como exemplo da estratégia do regime chinês, acrescentou: O Partido Comunista Chinês usa esse produto químico como um “opiáceo lucrativo para exportação que também destrói as comunidades americanas e perturba a paisagem política dos EUA”.
Guerra populacional irrestrita
Em setembro de 2018, uma família chinesa viajando pela Suécia fez uma cena num hotel sueco alegando falsamente que eles foram maltratados pela polícia. Depois do exagero da embaixada e da mídia chinesa, os chineses começaram a boicotar a IKEA e a H&M. A emissora de TV sueca SVT transmitiu um programa sarcástico sobre o incidente, o que exacerbou ainda mais a situação. Dezenas de milhares de internautas chineses inundaram os sites da embaixada da Suécia, do apresentador de TV Jesper Rönndahl e a página da emissora no Facebook.
Depois de sessenta anos de destruição da cultura tradicional e sua substituição pela cultura do Partido Comunista, o PCC é realmente capaz de coagir muitos milhões de chineses e transformá-los em um exército de massa, simplesmente agitando a bandeira do nacionalismo. Antes do nonagésimo aniversário do Exército da Libertação Popular (ELP), em 2017, o PCC criou um software que pode adicionar uniformes do ELP a um indivíduo numa imagem carregada online. Em apenas alguns dias, o aplicativo recebeu mais de um bilhão de visitas.
O Partido Comunista Chinês é capaz de usar o nacionalismo para controlar o público porque as pessoas não conhecem a verdadeira história do PCC. Em particular, as pessoas não entendem a história de matança do PCC. Assim, gerações de chineses que cresceram imersos na cultura do Partido levam consigo essa cultura desviada para onde quer que vão. Quando eles viajam para o exterior para ganhar a vida, eles exportam a cultura do Partido para o exterior e se tornam parte do exército massivo do regime no estrangeiro.
O Partido Comunista Chinês já criou com sucesso uma geração de pessoas que obedecerá as suas ordens sem a necessidade de serem coagidas ou monitoradas. Isso fortaleceu a capacidade do regime de controlar esse exército no mundo livre e usá-lo para subversão. Se uma guerra estourasse, esse tipo de militarização da massa populacional poderia ter consequências terríveis.
Guerra cultural irrestrita
O Partido Comunista Chinês tem divulgado a cultura do Partido e seus valores sob a bandeira da cultura e costumes tradicionais chineses há muitos anos. Pessoas de todo o mundo têm um forte interesse na longa história da China e na sua rica cultura, mas seu entendimento é muito limitado. O PCC sabe muito bem disso e se aproveita da situação. Ao adotar algumas das formas superficiais da cultura tradicional, o PCC se disfarçou como o guardião e verdadeiro representante da cultura chinesa, tornando extremamente difícil para as pessoas de outros países enxergarem através do engano.
Outras formas de guerra irrestrita
O regime comunista chinês declarou guerra híbrida assimétrica contra os Estados Unidos e seus aliados ocidentais ao lançar seu Programa 863 em 1986. O objetivo final desta guerra é superar os EUA nas frentes econômica e militar, e assim substituir os EUA no seu papel de líder mundial. É uma guerra baseada no engano e no total desrespeito por quaisquer regras, e as estratégias por trás dela são parte do seu programa de guerra irrestrita.
Durante o movimento de 4 de junho de 1989, o Partido Comunista Chinês ordenou que soldados e policiais se disfarçassem de civis em Pequim e criassem tumultos, de modo que os militares pudessem ter uma desculpa para o assassinato em massa que planejavam, e que o regime chamou de “supressão de tumultos”. Na perseguição ao Falun Gong, o PCC fabricou o incidente da “autoimolação” para justificar a subsequente escalada da perseguição. Durante o movimento Ocupar o Centro com Amor e Paz em Hong Kong, o PCC transportou pessoas de Shenzhen para incitar a violência em Hong Kong, forçando assim a polícia local a reagir agressivamente.
Aos olhos do Partido Comunista Chinês, assassinato e matança são métodos comuns e, no futuro, o Partido pode usar os mesmos métodos – envenenamento, assassinato, explosões, sabotagem de redes elétricas ou meios de transporte etc. – para criar o caos e conflito no Ocidente.
O cerne da guerra irrestrita diz respeito à destruição da moralidade da humanidade e a mobilização das pessoas más para destruírem a humanidade passo a passo. O Partido Comunista Chinês é altamente qualificado para seduzir as pessoas a irem contra a moralidade e suas próprias consciências, e aqueles que o fazem frequentemente acabam se tornando passivos diante dos abusos do PCC ou participantes ativos. Portanto, para figuras influentes nos campos político, econômico, militar, midiático, cultural, tecnológico, educacional e outros, o PCC tenta todos os meios para descobrir suas fraquezas humanas, sejam interesses ou desejos, e as usa para fazer com que as pessoas colaborem voluntariamente com o Partido. Quando isso não funciona, o PCC pode usar ameaças e intimidação para explorar seus medos ou erros, efetivamente chantageando-as para ajudarem o Partido. Em alguns casos, o PCC inclusive forneceu órgãos para transplantes obtidos por meio de assassinato para comprar figuras influentes que necessitavam de um transplante.
Os recursos que o Partido Comunista Chinês pode usar para se infiltrar em outros países desafiam a imaginação, e os fatos descobertos até o momento são apenas a ponta do iceberg. Pessoas em todas as esferas da vida, especialmente na política e nos negócios, tornaram-se ferramentas do PCC na sua campanha de guerra irrestrita, e mais evidências aparecerão ao longo do tempo, mostrando quantos caíram nessas armadilhas. Quase todos os países do mundo já sentiram as ambições globais do PCC e seus métodos malignos e irrestritos. Eles também viram o impacto destrutivo dos agentes do PCC em momentos críticos.
Na última década, os porta-vozes do Partido Comunista, bem como alguns estudiosos e jornalistas ocidentais, têm vigorosamente defendido o conceito de “modelo chinês” ou termos semelhantes, como o “caminho chinês”, o “milagre da China” ou o “consenso de Pequim”. O chamado modelo da China geralmente se refere à combinação do totalitarismo político e capitalismo de compadrio do Partido Comunista Chinês para alcançar a “estabilidade social” e o rápido desenvolvimento econômico. De fato, a essência do “modelo chinês” é o “modelo do PCC”, uma abominação política que nunca foi vista antes na história.
A propaganda que visa a dar legitimidade ao “caminho chinês” comunista geralmente se enquadra nessas quatro categorias: desenvolvimento econômico, estabilidade social, opinião pública (quando os civis atuam como súditos submissos) e reconhecimento internacional.
No entanto, todos esses quatro argumentos são insustentáveis para aqueles que veem as coisas com clareza. Altas taxas de crescimento econômico não podem esconder a forma distorcida, frequentemente maligna, do desenvolvimento econômico seguido pelo regime chinês.
O chamado milagre econômico do regime é, na verdade, o resultado da energia liberada pelo povo chinês após décadas de repressão, e o retorno parcial às condições normais do mercado durante a reforma e a abertura. Esse crescimento foi alcançado com o atropelo dos direitos humanos, o roubo de propriedade intelectual, a exploração descontrolada dos recursos naturais e a devastação do meio ambiente natural. Esse crescimento não é nem ético nem sustentável. Existem numerosos problemas estruturais na economia chinesa, nenhum dos quais pode ser resolvido sob o sistema político existente. Quando esses problemas chegarem ao ponto crítico, eles trarão desastres para o povo chinês e para o resto do mundo.
Todos os argumentos do Partido Comunista Chinês são inúteis. O regime comunista chinês controla todas as forças armadas na China e mantém a estabilidade social com mão de ferro e vigilância orweliana. O Partido pode assim, de fato, alcançar a “estabilidade” social por muito tempo. O PCC monopoliza toda a mídia na China e suprime as vozes divergentes na raiz. No mundo de hoje, quando a moral em geral decaiu, não é difícil encontrar idiotas úteis na comunidade internacional e fazê-los agir como amigos da China e cantar louvores sobre o PCC. É óbvio que as chamadas conquistas do “modelo chinês” do PCC não podem esconder os crimes hediondos cometidos pelo regime.
A natureza do Partido Comunista Chinês determina que ele sempre se colocará contra a cultura tradicional, a moralidade ortodoxa e os valores universais. O PCC de hoje é o eixo do mal do mundo e o inimigo da humanidade. Se o mundo não puder acordar e agir contra o regime, o fracasso disso trará desastre ao mundo pelas seguintes razões.
A China tem um vasto território e uma grande população. Ela tornou-se a segunda maior economia do mundo e, a partir de 2010, a segunda maior potência militar com armas nucleares. Nenhuma força tirânica na história já teve um poder econômico e militar tão grande como o Partido Comunista Chinês. O PCC absorveu os elementos mais sinistros e hediondos dos regimes totalitários modernos e as antigas táticas chinesas, combinando-os com a sua ideologia de poder e controle. Portanto, o PCC nunca joga segundo as regras, e sua estratégia é profunda e implacável, muitas vezes além da imaginação e da compreensão dos líderes e estrategistas de outros países. Ao sequestrar 1,4 bilhão de chineses, o PCC exibe um mercado enorme e muito cobiçado pelo mundo, atraindo capital estrangeiro, empresários e políticos. Isso os faz fecharem os olhos aos abusos dos direitos humanos e ao mal do PCC, e em alguns casos, até os leva a cooperarem com o PCC nos seus crimes.
O Partido Comunista Chinês já matou pelo menos 80 milhões de chineses. Nos últimos tempos, ele cometeu inúmeros crimes contra os praticantes do Falun Gong, cristãos, tibetanos, uigures, dissidentes e os que estão na base da sociedade. Quando o regime chinês entrar em colapso, ele será levado à justiça e punido por todos os seus crimes. Para evitar esse destino por qualquer meio necessário, o PCC escolhe o caminho do totalitarismo e aumenta as perseguições, recusando-se a sair do cenário mundial. Como um infrator reincidente, o PCC está ansioso para escapar e não hesitará em cometer os crimes mais terríveis para se proteger.
O Partido Comunista Chinês é o principal agente do maligno espectro comunista no reino humano. Destinado à eliminação, a existência do PCC sempre foi acompanhada por um forte senso de crise e medo. Impulsionado por uma percepção de crise constante, o PCC recorre a todos os meios necessários em momentos críticos, tomando medidas extremas para sobreviver. Impulsionado por esse senso de crise, o PCC considera os Estados Unidos, cujo papel é manter a ordem internacional, como seu principal inimigo, e tem se fortalecido na tentativa de substituir os EUA e dominar o mundo.
Ao mesmo tempo, o PCC usou uma série de meios para exportar o modelo do PCC e a ideologia comunista, envenenando o mundo. A iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota” e projetos semelhantes demonstraram as ambições geopolíticas do regime chinês. O que é ainda mais assustador é que o PCC está se preparando com dedicação, determinação e esforço ininterrupto para a batalha final com os Estados Unidos.
Todas as ambições do Partido Comunista Chinês, que ele persegue por meio do poder brando, do poder duro e do poder afiado, são baseadas num total desrespeito pela moralidade e destinam-se a servir sua ambição maior de destruir a moralidade tradicional e os valores universais. O objetivo do PCC é estabelecer-se como um império do mal e governante mundial. O resultado será submeter o mundo à opressão totalitária, um Estado policial global caracterizado por lavagem cerebral, controle da mente, vigilância em massa, eliminação da propriedade privada, ateísmo oficial, eliminação da religião e da cultura tradicional, e desejos carnais, corrupção e degeneração moral irrestritos. Como consequência o mundo será arrastado para a pobreza e a turbulência, transformando homens em feras e levando a humanidade a um abismo de degradação moral. Tudo isso é o caminho projetado pelo espectro comunista na sua tentativa de destruir a humanidade.
O Partido Comunista Chinês é um regime político, um sistema de controle e fenômeno social únicos. Sua finalidade é destruir as culturas tradicionais e os valores universais que Deus concedeu à humanidade. Se a moralidade ortodoxa que ajudou a humanidade a sobreviver por milhares de anos for realmente arruinada, o resultado será a destruição de toda a raça humana. Portanto, além dos seus esforços militares, econômicos, científicos e tecnológicos, o PCC também está empenhado em impor sua ideologia do ateísmo e visões distorcidas do bem e do mal em outros países. O PCC está usando uma série de métodos para corromper figuras políticas e da mídia em todo o mundo, a fim de instilar sua cultura do Partido nesses países. O objetivo disso é fazer com que esses indivíduos influenciem a sociedade e ajudem a arrastar todos para baixo com o PCC. Essa é a verdadeira intenção da promoção mundial do PCC e do seu chamado “modelo chinês”
Em março de 2018, num artigo intitulado “Como o Ocidente interpretou erroneamente a China”, a revista The Economist refletiu sobre a política que os países ocidentais adotaram em relação à China, sua aposta de que a China iria em direção à democracia e à economia de mercado. O artigo admitiu que a aposta do Ocidente falhou, que a China sob o Partido Comunista Chinês não é uma economia de mercado e, no curso atual, nunca será uma. Pelo contrário, o PCC trata os negócios e o comércio como extensões do poder do Estado e os controla como tal. Ela usa seu monopólio do poder para moldar a economia global, usa dinheiro para manipular parceiros comerciais e pune indivíduos e grupos com os quais não concorda.
Ambicioso e ansioso por afirmar sua hegemonia global, o Partido Comunista Chinês representa uma séria ameaça para o mundo. Infelizmente, até hoje, muitos países, governos e figuras políticas ainda desejam fazer amizade com o PCC, ignorando o perigo. A relação é ilustrada por um ditado chinês: “Criar um filhote de tigre para se colocar em risco no futuro.”
Sem a ajuda dos países ocidentais desenvolvidos e o apoio de tantas corporações multinacionais, gigantes de alta tecnologia e grandes instituições financeiras, o Partido Comunista Chinês não poderia ter se desenvolvido de uma economia fraca, com um regime à beira do colapso, para um eixo do mal indomável no curto espaço de apenas algumas décadas. Ele ampliou a sua influência e agora está desafiando descaradamente os Estados Unidos em regiões e domínios em todo o mundo.
Michael Pillsbury, um especialista em segurança nacional, argumentou que o Ocidente sempre sustentou expectativas irrealistas a respeito do PCC, como acreditar que ele se tornaria inevitavelmente mais democrático, que ansiava por uma sociedade capitalista ao estilo americano, que inevitavelmente se integraria na ordem social internacional, que os intercâmbios entre os EUA e a China trariam total cooperação, ou que os elementos agressivos e belicosos do PCC eram fracos, e assim por diante. Pillsbury instou firmemente o governo dos EUA a enfrentar rapidamente a realidade da situação e adotar contramedidas contra o PCC, ou então o PCC venceria.
Steve Bannon também advertiu: “A liderança chinesa não tinha intenção de aderir às regras da ordem liberal internacional do pós-guerra. Eles tinham um plano próprio e executaram esse plano com muito rigor.” Este plano envolve o regime chinês usar o poder do Estado para controlar as principais indústrias globais, ousadamente se engajar na expansão geopolítica e alcançar a hegemonia global em tecnologia e finanças enquanto desconsidera totalmente as regras de conduta globais vigentes.
O Ocidente avaliou erroneamente a China por várias razões: devido aos arranjos complexos do espectro comunista mencionados anteriormente, à duplicidade e à natureza camaleônica do Partido Comunista Chinês, e à dificuldade das sociedades livres em diferenciar a China do PCC. Além disso, o Ocidente avaliou erroneamente a China por priorizar o ganho de curto prazo, seja por indivíduos, empresas ou nações inteiras. Isso proporcionou mais uma oportunidade para o PCC explorar.
O moralmente corrupto Partido Comunista Chinês procura brechas na moralidade das pessoas nas sociedades livres, pessoas cuja busca de lucro insignificante no curto prazo permitem que o PCC se infiltre e corrompa os próprios fundamentos dessas sociedades. Se examinarmos em detalhes as políticas adotadas pelos Estados Unidos em relação ao PCC, em grande medida, as políticas se baseiam em considerações de ganhos imediatistas em vez dos interesses mais fundamentais e de longo prazo da América, como o espírito em que o país foi fundado.
A glória e a autoridade da humanidade vêm de Deus e são determinadas pelo nível moral do homem. A prosperidade e a força concedidas a um grupo étnico e a uma nação também dependem do seu nível de moralidade. Usando meios comuns, o homem é simplesmente incapaz de negar os arranjos do espectro. Seguindo esta lógica, onde o Ocidente errou torna-se claro, quaisquer que sejam os métodos humanos aplicados, em última análise eles não conseguem resgatar as pessoas das garras do mal.
Muitos governos, grandes empresas e empresários podem, por um período de tempo, ostensivamente obter “benefícios” do Partido Comunista Chinês em troca do sacrifício dos seus princípios morais. Mas no final, eles perderão mais do que ganharam. Esses benefícios superficiais e obtidos inapropriadamente são todos venenosos. Apenas não cobiçando os interesses imediatos, alguém terá um futuro brilhante.
O Partido Comunista Chinês não é um partido político ou regime no sentido normal. Ele não representa o povo chinês. Ele representa o espectro comunista no mundo humano. Associar-se ao PCC é associar-se ao diabo. Ser amistoso com o PCC é apaziguar o diabo, ajudá-lo e desempenhar um papel em empurrar a humanidade para a destruição. Por outro lado, combater o PCC é engajar-se na batalha entre o bem e o mal. Esta não é uma questão simples de países que lutam por interesses nacionais. É uma batalha pelo futuro da humanidade.
Hoje, a China e o mundo estão numa encruzilhada. Para o povo chinês, não há esperanças de que o Partido Comunista Chinês, que tem inúmeras dívidas de sangue, faça reformas reais. A China só estará melhor quando estiver livre do Partido Comunista. Ao eliminar o Partido Comunista, que é como um tumor maligno, a China prosperará verdadeiramente.
Para as pessoas ao redor do mundo, a China é conhecida como a terra de uma antiga civilização caracterizada pela cortesia e justiça. Livre do Partido Comunista, a China voltará a ser um membro normal do mundo civilizado, uma nação cujos recursos humanos e naturais, diversas tradições antigas e herança cultural farão parte da riqueza da humanidade.
Nesses tempos de grandes dificuldades, mais e mais chineses estão percebendo a natureza perversa do Partido Comunista Chinês. Com a publicação dos “Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês” em novembro de 2014, um número crescente de pessoas começou a recuperar sua coragem moral e tomou a decisão de se separar do espectro comunista. Mais de 325 milhões de chineses já renunciaram ao PCC e às suas organizações afiliadas. Se o mundo livre puder apoiar a tendência de renúncia ao PCC e romper todos os laços com o espectro, o PCC não poderá continuar a agir como faz globalmente.
A supostamente indomável União Soviética se dissolveu num momento. Embora o Partido Comunista Chinês esteja expondo as suas presas globalmente, sua dissolução pode ocorrer tão rápido quanto o mundo reconhecer sua natureza maligna e fizer a escolha correta.
A ascensão do Partido Comunista Chinês resulta principalmente da corrupção moral e da cegueira das pessoas na busca de interesses escusos e imediatistas. Para escapar desse destino, precisamos reunir nossa coragem moral, reviver os valores tradicionais e ter uma firme crença no Divino.
Para derrotar um espectro como o Partido Comunista Chinês, nunca é suficiente simplesmente depender do poder humano. Um espectro do mal tem maior poder que o homem, e esta é a causa subjacente da expansão contínua do PCC. No entanto, um espectro nunca pode rivalizar com o Divino. Enquanto as pessoas puderem comungar com o Divino e obedecer à vontade divina, elas serão abençoadas e dotadas de grande poder.
O Partido Comunista Chinês é o inimigo de toda a humanidade. Resistir às ambições do PCC é efetivamente salvar a civilização humana e o futuro. O PCC está destinado à eliminação, portanto, rejeitar o PCC significa evitar o destino de ser eliminado junto com ele, e isso significa ajudar a salvar a própria humanidade.
No longo curso da história, a humanidade viveu períodos de abundante esplendor e glória, mas também suportou incontáveis tragédias e desastres. Olhando isso em retrospectiva, descobriremos que a retidão moral leva a um período de governos honrados, pujança econômica, esplendor cultural e prosperidade nacional, e que, a degeneração moral leva à queda das nações e à extinção de civilizações inteiras.
A humanidade atingiu seu apogeu de riqueza material, no entanto, enfrenta desafios sem precedentes devido caos gerado pelo comunismo. O objetivo final do comunismo não é estabelecer um Céu na Terra, mas destruir a humanidade. A essência do comunismo é um espectro maligno produzido pelo ódio, degeneração e outras forças elementares no universo. Por ódio, ele matou mais de 100 milhões de pessoas, arruinou uma esplendorosa civilização edificada durante milhares de anos e corrompeu a moralidade humana.
O espectro comunista fez planos para destruir o Oriente e Ocidente adotando diferentes estratégias em países diferentes. No Oriente, ele cometeu um massacre cruel e forçou as pessoas a acreditarem no ateísmo. No Ocidente, ele agiu segundo outra abordagem. Ele se infiltrou dissimuladamente na sociedade, seduzindo as pessoas de modo a fazerem elas abandonarem sua fé e seus valores morais tradicionais.
Usando regimes e organizações comunistas, comparsas, cúmplices e outros agentes, o comunismo reuniu os piores elementos presentes no mundo humano para assim acumular poder formidável e, com esse poder, ele subverteu estabelecendo controle em todas as áreas sociais: política, econômica, jurídica, educação, mídia, artes, cultura. A humanidade está em uma situação bastante perigosa.
Observando em retrospectiva o desenvolvimento social nos dois últimos séculos, as razões para o triunfo do comunismo são claras. Quando as pessoas se entregam aos prazeres materiais trazidos pelo avanço tecnológico e permitem a disseminação do ateísmo, elas acabam rejeitando a misericórdia divina e se entregam ao mal. Por ter se desviado enormemente das tradições estabelecidas pelos deuses para os seres humanos, grande parte da humanidade pôde ser facilmente enganada pelo comunismo e suas miríades de variantes ideológicas como o socialismo, o liberalismo e o progressismo.
A cultura tradicional é o que garante aos seres humanos manter a moralidade e obter a salvação no final dos tempos. Mas, com a cultura tradicional sob ataque e o abandono de princípios morais básicos, a ligação entre o homem e o Divino está se rompendo. O ser humano já não consegue mais compreender a instrução divina; agora, o mal impera no mundo, gerando caos no reino humano. Quando a moralidade humana cai abaixo dos padrões básicos requerido dos seres humanos, os deuses, relutantemente, abandonam a humanidade. E assim, o demônio leva o ser humano para o abismo da condenação.
Entretanto, tendo chegado a um extremo, a situação está fadada a voltar ao outro extremo. É um princípio eterno no reino humano que o mal jamais conseguirá derrotar o bem. A vitória momentânea do comunismo é um fenômeno passageiro, provocado pelo diabo, que intimidou as pessoas com o seu poder ilusório e tentações traiçoeiras. O homem, ainda que imperfeito, carrega em sua natureza a bondade, a virtude e a coragem moral que foram nutridas e transmitidas dos tempos. Nisto reside a sua esperança.
Eventos globais estão se desenvolvendo em um ritmo incrível. A retidão está em ascensão e as pessoas do mundo estão despertando.
Na China, milhões de pessoas resistem pacificamente ao domínio tirânico do Partido Comunista Chinês, permanecendo firmes na sua fé e moralidade. Inspirados pela série editorial “Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês”, mais de 325 milhões de chineses – por meio do movimento “Tuidang” ou “renunciar o Partido” – romperam corajosamente os laços que tinham com o PCC e suas organizações afiliadas. Cada vez mais pessoas têm sinceramente decidido se libertar dos grilhões do comunismo. Assim, a desintegração do Partido Comunista já está em andamento.
A queda e o fim do Partido Comunista é arranjo divino. Se os líderes da China tomarem medidas para desmantelar o Partido, eles terão todas as condições para uma transição limpa. No futuro, eles terão a verdadeira autoridade, aquela concedida pelos deuses. Se eles obstinadamente se recusarem a fazer essa transição, eles seguirão o destino do Partido, juntando-se a ele nas calamidades que acompanharão sua queda final.
O mundo está experimentando um renascimento da cultura tradicional e da moralidade num alinhamento com os valores universais da verdade, compaixão e tolerância. Na linha de frente desse renascimento está o Shen Yun Performing Arts, que faz turnê pelos cinco continentes. Por meio da dança clássica chinesa, o Shen Yun revive e transmite esses valores ao público em todo o mundo.
O Ocidente já começou a reconhecer a infiltração comunista e seu papel na subversão da cultura tradicional que vem ocorrendo nos últimos séculos. A limpeza dos elementos comunistas e da sua moderna cultura desviada começaram a ser percebidas em muitas esferas como nas jurídica, governamental, educacional, diplomática. Os governos estão se tornando mais contra os regimes comunistas e seus apoiadores, o que tem dificultado enormemente a influência do comunismo no cenário global.
O comunismo é um inimigo que não pode ser derrotado pela força militar. Para libertar o mundo do seu alcance, devemos começar nos purificando a partir do interior. Li Hongzhi, o fundador do Falun Dafa, escreveu o seguinte em seu artigo “Pacifique o externo cultivando o interno”:
“Se as pessoas não valorizarem a virtude, o mundo estará em grande desordem e fora de controle, e cada pessoa se tornará inimiga da outra e viverá uma vida sem felicidade. Vivendo sem felicidade, as pessoas não temerão a morte. É como Lao Zi disse: ‘Se o povo não teme a morte, de que serviria ameaçá-lo com a morte?’ Isso é um grande e iminente perigo. Um mundo de paz é o que o povo deseja. Se a esta altura for criado um número excessivo de leis e decretos para assegurar a estabilidade, isso acabará produzindo um efeito contrário. Para resolver o problema, todos devem cultivar virtude em si mesmos, pois somente dessa forma é que o problema pode ser fundamentalmente resolvido. Se os governantes não forem egoístas, então, o governo não será corrupto. Se o povo valorizar o autoaprimoramento e nutrir virtudes e, ambos, os governantes e o povo, exercitarem o autodomínio em seus corações, então, toda a nação será estável e terá o apoio do povo. Sendo sólida e estável, a nação naturalmente intimidará inimigos estrangeiros e a paz reinará sob os céus. Esse é o trabalho de um sábio.”
O misericordioso Criador sempre esteve observando a humanidade. Desastres ocorrem quando o homem dá as costas ao Divino. A humanidade só poderá ser salva retornando à sua herança divinamente concedida. Se permanecermos tranquilos diante das turbulências e enxergarmos além das aparências, se mantivermos verdadeira compaixão em nosso corações, se seguirmos os padrões morais estabelecidos pelos deuses para a humanidade, se revivermos os valores tradicionais e retornarmos à cultura tradicional, então, os deuses libertarão a humanidade do mal. Desse modo, as tentativas do espectro comunista de corromper e destruir a humanidade fracassarão.
Devemos ter gratidão pelo Divino. Os deuses nos deram os meios para nos libertarmos das armadilhas do mal; estabeleceram o caminho para que retornemos à tradição e ao Divino. Hoje, se a humanidade irá ou não seguir esse caminho é uma escolha que todos nós teremos que fazer.
[1] Zhao Kejin, “The Road of Peaceful Development: A Paradigmatic Breakthrough”, People.cn, 11 de novembro de 2009, http://theory.people.com.cn/GB/10355796.html [趙可金: 〈和平發展道路: 模式的突破〉, 《人民網》] [em chinês]
[2] PLA National Defense University et al., Silent Contest, junho de 2013, http://y2u.be/iUjkSJxJDcw [國防大學等: 《較量無聲》] [In Chinese]
[3] “Testimony of Arthur Waldron”, in “U.S.-China Relations: Status of Reforms in China”, Subcommittee on East Asian and Pacific Affairs, Committee on Foreign Relations, United States Senate, 22 de abril de 2004, https://www.foreign.senate.gov/imo/media/doc/WaldronTestimony040422.pdf
[4] Chris Giles, “China Poised to Pass US as World’s Leading Economic Power This Year”, Financial Times, 29 de abril de 2014 https://www.ft.com/content/d79ffff8-cfb7-11e3-9b2b-00144feabdc0
[5] Chen Liangxian & Su Haoyun, “Overseas Ports in Vogue: How Do Chinese Enterprises Choose Strategic Locations?”, The Paper, 17 de agosto de 2017, https://www.thepaper.cn/newsDetail_forward_175881 [陳良賢, 蘇顥雲: 〈海外港口熱: 中企如何布局?〉, 《澎湃新聞》] [em chinês]
[6] Derek Watkins, K.K. Rebecca Lai & Keith Bradsher, “The World, Built by China”, The New York Times, 18 de novembro de 2018, https://www.nytimes.com/interactive/2018/11/18/world/asia/world-built-by-china.html
[7] Andrew Sheng, “A Civilizational Clash With China Comes Closer”, Asia Global Institute, The University of Hong Kong, 16 de janeiro de 2018, http://www.asiaglobalinstitute.hku.hk/en/civilizational-clash-china-comes-closer/
[8] Wu Xinbo, “Reflections on the Study of Neighborhood Diplomacy”, World Affairs, No. 2, 2015, http://www.cas.fudan.edu.cn/picture/2328.pdf [em chinês] [吳心伯: 〈對周邊外交研究的一些思考〉, 《世界知識》]
[9] “Power and Influence: The Hard Edge of China’s Soft Power”, Australian Broadcasting Corporation, 5 de junho de 2017, https://www.abc.net.au/4corners/power-and-influence-promo/8579844
[10] “Sam Dastyari Resignation: How We Got Here”, Australian Broadcasting Corporation, 11 de dezembro de 2017, https://www.abc.net.au/news/2017-12-12/sam-dastyari-resignation-how-did-we-get-here/9249380
[11] “In Depth: How Much Influence Do China’s Donations Have on Australia? Should Political Donations Be Banned?”, SBS News, 12 de setembro de 2016, https://www.sbs.com.au/yourlanguage/mandarin/zh-hant/article/2016/09/12/shen-du-zhong-guo-juan-zeng-dui-ao-zhou-ying-xiang-you-duo-da-wai-guo-zheng-zhi [深度: 中國捐贈對澳洲影響有多大?外國政治獻金是否該禁?] [em chinês]
[12] Mareike Ohlberg and Bertram Lang, “How to Counter China’s Global Propaganda Offensive”, The New York Times, 21 de setembro de 2016, https://www.nytimes.com/2016/09/22/opinion/how-to-counter-chinas-global-propaganda-offensive.html
[13] Jonathan Pearlman, “US Alarm over Aussie Port Deal With China Firm”, The Strait Times, 19 de novembro de 2015, https://www.straitstimes.com/asia/australianz/us-alarm-over-aussie-port-deal-with-china-firm
[14] Tara Francis Chan, “Rejected Three Times Due to Fear of Beijing, Controversial Book on China’s Secret Influence Will Finally Be Published”, Business Insider, 5 de fevereiro de 2018, https://www.businessinsider.com/australian-book-on-chinas-influence-gets-publisher-2018-2
[15] Christopher Walker & Jessica Ludwig, “From ‘Soft Power’ to ‘Sharp Power’: Rising Authoritarian Influence in the Democratic World”, in Sharp Power: Rising Authoritarian Influence (Washington, D.C.: National Endowment for Democracy, 2017), p. 20, https://www.ned.org/wp-content/uploads/2017/12/Sharp-Power-Rising-Authoritarian-Influence-Full-Report.pdf
[16] 2017 Foreign Policy White Paper, governo da Austrália, 2017, https://www.fpwhitepaper.gov.au/foreign-policy-white-paper/overview
[17] Caitlyn Gribbin, “Malcolm Turnbull Declares He Will ‘Stand Up’ for Australia in Response to China’s Criticism”, Australian Broadcasting Corporation, 8 de dezembro de 2017, https://www.abc.net.au/news/2017-12-09/malcolm-turnbull-says-he-will-stand-up-for-australia/9243274
[18] Chen Yonglin, [陳用林] “Chen Yonglin: Australia Is Becoming China’s Backyard?”, The Epoch Times, 2 de setembro de 2016, http://www.epochtimes.com/gb/16/9/2/n8261061.htm [陳用林: 〈陳用林: 澳大利亞正在淪為中國的後院〉, 《大紀元新聞網》] [em chinês]
[19] Clive Hamilton, Silent Invasion: China’s influence in Australia (Melbourne: Hardie Grant, 2018), Capítulo 1.
[20] Ibid.
[21] Ibid.
[22] Ibid.
[23] Clive Hamilton, Silent Invasion: China’s influence in Australia, Capítulo 3.
[24] Lin Ping, “Disclosing China’s Sharp Power: Part X, New Zealand”, Radio Free Asia, 25 de setembro de 2018, https://www.rfa.org/mandarin/zhuanlan/zhuantixilie/zhongguochujiaoshenxiangshijie/jm-09252018162912.html [林坪: 〈揭祕中國銳實力(十)紐西蘭〉, 自由亞洲電台] [em chinês]; Anne-Marie Brady, Magic Weapons: China’s Political Influence Activities Under Xi Jinping (Wilson Center, 2017), https://www.wilsoncenter.org/article/magic-weapons-chinas-political-influence-activities-under-xi-jinping
[25] Ibid.
[26] Ibid.
[27] Lin Tinghui, “The Dragon in Strange Waters: China’s Diplomatic Quagmire in the Pacific Islands”, Journal on International Relations, No. 30, julho de 2010, p. 58, https://diplomacy.nccu.edu.tw/download.php?filename=451_b9915791.pdf&dir=archive&title=File [林廷輝: 〈龍在陌生海域: 中國對太平洋島國外交之困境〉, 《國際關係學報》, 第三十期 (2010年7月)] [em chinês]
[28] John Henderson & Benjamin Reilly, “Dragon in Paradise: China’s Rising Star in Oceania”, The National Interest, No. 72, verão de 2003, pp. 94–104, https://crawford.anu.edu.au/pdf/staff/ben_reilly/breilly1.pdf
[29] Ben Bohane, “The U.S. Is Losing the Pacific to China”, The Wall Street Journal, 7 de junho de 2017, https://www.wsj.com/articles/the-u-s-is-losing-the-pacific-to-china-1496853380
[30] Josh Rogin, “Inside China’s ‘Tantrum Diplomacy’ at APEC”, The Washington Post, 20 de novembro de 2018, https://www.washingtonpost.com/news/josh-rogin/wp/2018/11/20/inside-chinas-tantrum-diplomacy-at-apec/
[31] “China’s Central Asia Problem”, Report No. 244, International Crisis Group, 27 de fevereiro de 2013, https://www.crisisgroup.org/europe-central-asia/central-asia/china-s-central-asia-problem
[32] Wu Jiao and Zhang Yunbi, “Xi Proposes a ‘New Silk Road’ With Central Asia”, China Daily, 8 de setembro de 2013, http://www.chinadaily.com.cn/sunday/2013-09/08/content_16952160.htm
[33] Raffaello Pantucci & Sarah Lain, “China’s Eurasian Pivot: The Silk Road Economic Belt”, Whitehall Papers, Vol. 88, No. 1, 16 de maio de 2017, https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/02681307.2016.1274603
[34] “China’s Central Asia Problem”, International Crisis Group.
[35] “Kong Quan: China Supports Uzbekistan’s Efforts for National Security”, People.cn, http://world.people.com.cn/GB/8212/14450/46162/3395401.htm [〈孔泉: 中國支持烏茲別克斯坦為國家安全所做努力〉, 人民網] [em chinês]
[36] Benno Zogg, “Turkmenistan Reaches Its Limits with Economic and Security Challenges”, IPI Global Observatory, 31 de julho de 2018, https://theglobalobservatory.org/2018/07/turkmenistan-limits-economic-security-challenges/
[37] Jakub Jakóbowski & Mariusz Marszewski, “Crisis in Turkmenistan: A test for China’s Policy in the Region”, Center for Eastern Studies (OSW), 31 de agosto de 2018, https://www.osw.waw.pl/en/publikacje/osw-commentary/2018-08-31/crisis-turkmenistan-a-test-chinas-policy-region-0
[38] Eiji Furukawa, “Belt and Road Debt Trap Spreads to Central Asia”, Nikkei Asian Review, 29 de agosto e 2018, https://asia.nikkei.com/Spotlight/Belt-and-Road/Belt-and-Road-debt-trap-spreads-to-Central-Asia
[39] “Tajikistan: Chinese Company Gets Gold Mine in Return for Power Plant”, Eurasianet, 11 de abril de 2018, https://eurasianet.org/tajikistan-chinese-company-gets-gold-mine-in-return-for-power-plant
[40] Danny Anderson, “Risky Business: A Case Study of PRC Investment in Tajikistan and Kyrgyzstan”, The Jamestown Foundation, China Brief 18, No. 14, 10 de agosto de 2018, https://jamestown.org/program/risky-business-a-case-study-of-prc-investment-in-tajikistan-and-kyrgyzstan/
[41] Juan Pablo Cardenal & Heriberto Araújo, China’s Silent Army: The Pioneers, Traders, Fixers and Workers Who Are Remaking the World in Beijing’s Image (New York: Crown Publishing Group, 2013), Capítulo 2.
[42] Lindsey Kennedy & Nathan Paul Southern, “China Created a New Terrorist Threat by Repressing Secessionist Fervor in Its Western Frontier”, Quartz, 31 de maio de 2017, https://qz.com/993601/china-uyghur-terrorism/
[43] Xu Jin et al. [徐進等], “Making ‘Strategic Pivots’ for China’s Border Security”, World Affairs, No. 15, 2014, pp. 14–23, http://cssn.cn/jjx/xk/jjx_lljjx/sjjjygjjjx/201411/W020141128513034121053.pdf [徐進等: 〈打造中國周邊安全的「戰略支點」國家〉, 《世界知識》, 2014年15期, 頁14-23] [em chinês]
[44] Therese Delpech, Iran and the Bomb: The Abdication of International Responsibility (New York: Columbia University Press, 2006), p. 49.
[45] Cardena & Araújo, China’s Silent Army, Epílogo.
[46] Seyed Reza Miraskari et al., “An Analysis of International Outsourcing in Iran-China Trade Relations”, Journal of Money and Economy, Vol. 8, No. 1, inverno de 2013, pp. 110–139, http://jme.mbri.ac.ir/article-1-86-en.pdf
[47] Scott Harold & Alireza Nader, China and Iran: Economic, Political, and Military Relations (Washington, D.C.: RAND Corporation, 2012), p. 7, https://www.rand.org/content/dam/rand/pubs/occasional_papers/2012/RAND_OP351.pdf
[48] “The Commercial Foundation to Bypass the ‘Malacca Dilemma’: How to Ensure the Effective Operation of the China-Mianmar Oil and Gas Pipelines”, The First Finance Daily, 22 de julho de 2013, https://www.yicai.com/news/2877768.html [〈繞過「馬六甲困局」的商業基礎—如何保證中緬油氣管道有效運營〉, 《第一財經日報》] [em chinês]
[49] Li Chenyang, “China-Mianmar Relations since 1988”, in Harmony and Development: Asean-China Relations, eds. Lim Tin Seng & Lai Hongyi (Singapore: World Scientific Publishing, 2007), p. 54.
[50] Ibid.
[51] “China’s Mianmar Dilema”, Asia Report No. 177 (Brussels: International Crisis Group, 2009), p. 1, https://d2071andvip0wj.cloudfront.net/177-china-s-Mianmar-dilemma.pdf
[52] “After Two Years of Inactivity, the China-Mianmar Crude Oil Pipeline Is Finally Opened”, BBC Chinese, 10 de abril de 2017, https://www.bbc.com/zhongwen/simp/chinese-news-39559135 [〈閒置兩年後 中緬原油管道終於開通〉, 《BBC中文網》] [em chinês]
[53] Zhuang Beining & Che Hongliang, “China-Mianmar Signs the Framework Agreement for the Kyaukpyu Deep-water Port Project”, Xinhuanet.com, 8 de novembro de 2018, http://www.xinhuanet.com/2018-11/08/c_1123686146.htm [莊北甯, 車宏亮: 〈中緬簽署皎漂深水港專案框架協定〉, 《新華網》] [em chinês]
[54] Lu Cheng, “China-Mianmar Economic Corridor: An Emerging Approach to Mianmar’s Development”, Guangming Net, 17 de setembro de 2018, http://news.gmw.cn/2018-09/17/content_31210352.htm [鹿鋮: 〈中緬經濟走廊: 緬甸發展的新興途徑〉, 《光明網》] [em chinês]
[55] Lin Ping, “‘Disclosing China’s Sharp Power’, Part XI, European Politics”, Radio Free Asia, https://www.rfa.org/mandarin/zhuanlan/zhuantixilie/zhongguochujiaoshenxiangshijie/yl-11052018102634.html [林坪: 〈揭祕中國銳實力(十一)歐洲政界〉, 《自由亞洲電台》] [em chinês]
[56] Jason Horowitz & Liz Alderman, “Chastised by E.U., a Resentful Greece Embraces China’s Cash and Interests”, The New York Times, 26 de agosto de 2017, https://www.nytimes.com/2017/08/26/world/europe/greece-china-piraeus-alexis-tsipras.html
[57] Ibid.
[58] Jan Velinger, “President’s Spokesman Lashes Out at Culture Minister for Meeting with Dalai Lama”, Radio Praha, 18 de outubro de 2016, https://www.radio.cz/en/section/curraffrs/presidents-spokesman-lashes-out-at-culture-minister-for-meeting-with-dalai-lama
[59] Lin Ping, “Disclosing China’s Sharp Power (Part XI), European Politics”, Radio Free Asia, 5 de novembro de 2018, https://www.rfa.org/mandarin/zhuanlan/zhuantixilie/zhongguochujiaoshenxiangshijie/yl-11052018102634.html [林坪: 〈揭祕中國銳實力(十一)歐洲政界〉, 《自由亞洲電台》] [em chinês]
[60] “German Blue Book: China’s Non-Financial Direct Investment in Germany Has Grown Substantially”, Sina.com.cn, 9 de julho de 2017, http://mil.news.sina.com.cn/dgby/2018-07-09/doc-ihezpzwt8827910.shtml [〈德國藍皮書: 中國在德國非金融直接投資大幅增長〉, 《觀察者網》] [em chinês]
[61] Chinese Influence and American Interests: Promoting Constructive Vigilance (Stanford, Calif.: Hoover Institution Press, 2018), p. 163, https://www.hoover.org/sites/default/files/research/docs/chineseinfluence_americaninterests_fullreport_web.pdf
[62] Philip Oltermann, “Germany’s ‘China City’: How Duisburg Became Xi Jinping’s Gateway to Europe”, The Guardian, 1º de agosto de 2018, https://www.theguardian.com/cities/2018/aug/01/germanys-china-city-duisburg-became-xi-jinping-gateway-europe
[63] “Chirac: A Man Who Loved China”, China Net, 20 de março de 2007, http://www.china.com.cn/international/txt/2007-03/20/content_18421202.htm [〈希拉克: 熱愛中國的人〉, 《中國網》] [em chinês]
[64] The True Jiang Zemin, Capítulo 9, “The War of Greed (Part I)”, The Epoch Times, http://www.epochtimes.com/b5/12/6/18/n3615092.htm [聯合寫作組: 《真實的江澤民》, 〈第九章 貪戰(上)〉, 《大紀元新聞網》] [em chinês]
[65] Nick Timothy, “The Government Is Selling Our National Security to China”, Conservative Home, 20 de outubro de 2015, http://www.conservativehome.com/thecolumnists/2015/10/nick-timothy-the-government-is-selling-our-national-security-to-china.html
[66] Holly Watt, “Hinkley Point: The ‘Dreadful Deal’ behind the World’s Most Expensive Power Plant”, The Guardian, 21 de dezembro de 2017, https://www.theguardian.com/news/2017/dec/21/hinkley-point-c-dreadful-deal-behind-worlds-most-expensive-power-plant
[67] Lin Ping [林坪], “Disclosing China’s Sharp Power (Part XII) Economic Infiltration in Europe”, Radio Free Asia, 12 de novembro de 2018, https://www.rfa.org/mandarin/zhuanlan/zhuantixilie/zhongguochujiaoshenxiangshijie/yl-11082018122750.html; “Disclosing China’s Sharp Power (Part XIII) The Encroachment of Academic Freedom and Freedom of Speech in Europe”, Radio Free Asia, 12 de novembro de 2018, https://www.rfa.org/mandarin/zhuanlan/zhuantixilie/zhongguochujiaoshenxiangshijie/MCIEU-11122018165706.html [林坪: 〈揭祕中國銳實力 (十二) 在歐洲的經濟滲透〉, 《自由亞洲電台》] [〈揭祕中國銳實力 (十三) 歐洲學術、言論自由〉, 《自由亞洲電台》] [em chinês]
[68] Jack Hazlewood, “China Spends Big on Propaganda in Britain … but Returns Are Low”, Hong Kong Free Press, 3 de abril de 2016, https://www.hongkongfp.com/2016/04/03/china-spends-big-on-propaganda-in-britain-but-returns-are-low/
[69] Thorsten Benner et al., “Authoritarian Advance: Responding to China’s Growing Political Influence in Europe”, Global Public Policy Institute (GPPI), fevereiro de 2018, https://www.gppi.net/media/Benner_MERICS_2018_Authoritarian_Advance.pdf
[70] Christophe Cornevin & Jean Chichizola, “The Revelations of Le Figaro on the Chinese Spy Program That Targets France” [“Les révélations du Figaro sur le programme d’espionnage chinois qui vise la France”], Le Figaro, 22 de outubro de 2018, http://www.lefigaro.fr/actualite-france/2018/10/22/01016-20181022ARTFIG00246-les-revelations-du-figaro-sur-le-programme-d-espionnage-chinois-qui-vise-la-france.php [francês]
[71] “German Spy Agency Warns of Chinese LinkedIn Espionage”, BBC News, 10 de dezembro de 2017, https://www.bbc.com/news/world-europe-42304297
[72] Serge Michel & Michel Beuret, China Safari: On the Trail of Beijing’s Expansion in Africa (New York: Nation Books, 2010), p. 162.
[73] Reuben Brigety, “A Post-American Africa”, Foreign Affairs, 28 de agosto de 2018, https://www.foreignaffairs.com/articles/africa/2018-08-28/post-american-africa
[74] “Not as Bad as They Say” The Economist, 1º de outubro de 2011, https://www.economist.com/middle-east-and-africa/2011/10/01/not-as-bad-as-they-say
[75] Joseph Hammond, “Sudan: China’s Original Foothold in Africa”, The Diplomat, 14 de junho de 2017, https://thediplomat.com/2017/06/sudan-chinas-original-foothold-in-africa/
[76] Zeng Yong, “A Strategic Analysis of China’s Dealing with the Darfur Crisis”, Arab World Studies, No. 6, novembro de 2012, http://mideast.shisu.edu.cn/_upload/article/23/47/8ee05ca2405488f615e514184f73/077159aa-8c97-41b8-bcc3-95c22c3ba732.pdf [曾勇, 〈中國處理達爾富爾危機的戰略分析〉, 《阿拉伯世界研究》] [em chinês]
[77] “Beijing Shows Hospitality to the Wanted Sudanese President Bashir”, Radio France Internationale (RFI), 29 de junho de 2011, http://cn.rfi.fr/中國/20110629-北京盛情款待遭通緝的蘇丹總統巴希爾 [〈北京盛情款待遭通緝的蘇丹總統巴希爾〉, 《法廣》] [em chinês]
[78] According to “China’s Path of Peaceful Development” by the Information Office of the State Council, até 2005, a China renunciou às dívidas de 44 países em desenvolvimento, totalizando cerca de 16,6 bilhões de yuanes, http://www.scio.gov.cn/zfbps/ndhf/2005/Document/307900/307900.htm [em chinês]
[79] Pan Xiaotao, “Chinese, Get Ready to Give Out More Money”, Apple Daily, 31 de agosto de 2018, https://hk.news.appledaily.com/local/daily/article/20180831/20488504 [潘小濤: 〈中國人, 請準備再大撒幣〉, 《蘋果日報》] [em chinês]
[80] “Ministry of Commerce: 97 Percent of Products in 33 Least-Developed Countries in Africa Enjoy Zero Tariffs”, China News, 28 de agosto de 2018, http://www.chinanews.com/gn/2018/08-28/8612256.shtml [〈商務部: 非洲33個最不發達國家97%的產品享受零關稅〉, 《中新網》] [em chinês]
[81] Jia Ao, “China Gives Africa Big Bucks Again and America Gets Alert”, Radio Free Asia, 3 de setembro de 2018, https://www.rfa.org/mandarin/yataibaodao/junshiwaijiao/hc-09032018110327.html. [家傲: 〈中國再向非洲大撒幣 美國警覺〉, 《自由亞洲電台》] [em chinês]
[82] Quan Ye, “A Dialogue With Wang Wen: From the Theory of Spending Money to the Real Problem Behind the Misconstrued New Colonialism”, Duowei News, 2 de setembro de 2018, http://news.dwnews.com/china/news/2018-09-02/60081911_all.html [泉野: 〈對話王文: 從撒錢論到「新殖民主義」誤區背後的真問題〉, 《多維》] [em chinês]
[83] Cai Linzhe, “Ethiopia Is Learning the ‘Chinese Model,’” Phoenix Weekly, 15 de maio de 2013, http://www.ifengweekly.com/detil.php?id=403 [蔡臨哲: 〈埃塞俄比亞學習「中國模式」〉, 《鳳凰週刊》] [em chinês]
[84] Andrew Harding, “Correspondence from Our Reporters: ‘A New China’ in Africa”, BBC Chinese, 27 de julho de 2015, https://www.bbc.com/ukchina/simp/fooc/2015/07/150727_fooc_ethiopia_development [安德魯‧哈丁: 〈記者來鴻: 非洲出了個「新中國」〉, 《BBC中文網》] [em chinês]
[85] Si Yang, “To Win the Right to Speak and Export the ‘Chinese Model,’ China Resorts to Different Means in Europe-America and Asia-Africa”, Voice of America, 7 de dezembro de 2018, https://www.voachinese.com/a/4420434.html [斯洋: 〈爭奪話語權, 輸出中國模式, 中國影響歐美和亞非方式大不同〉, 《美國之音》] [em chinês]
[86] Ted Piccone, “The Geopolitics of China’s Rise in Latin America”, Order From Chaos: Foreign Policy in a Troubled World, novembro de 2016, pp. 4 e 9, https://www.brookings.edu/wp-content/uploads/2016/11/the-geopolitics-of-chinas-rise-in-latin-america_ted-piccone.pdf
[87] Alfonso Serrano, “China Fills Trump’s Empty Seat at Latin America Summit”, The New York Times, 17 de abril de 2018, https://www.nytimes.com/2018/04/13/opinion/china-trump-pence-summit-lima-latin-america.html
[88] Jorge Blázquez-Lidoy, Javier Rodríguez & Javier Santiso, “Angel o demonio? Los efectos del comercio chino en los países de América Latina” [Anjo ou demônio? Os efeitos do comércio chinês nos países da América Latina], https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/11135/090017043_es.pdf?sequence=1&isAllowed=y [em espanhol]
[89] Jordan Wilson, China’s Military Agreements with Argentina: A Potential New Phase in China-Latin America Defense Relations, U.S-China Economic and Security Review Commission Staff Research Report, 5 de novembro de 2015, https://www.uscc.gov/sites/default/files/Research/China%27s%20Military%20Agreements%20with%20Argentina.pdf
[90] Jin Yusen, “The CCP’s Dollar Diplomacy May Be the Last Straw”, Watchinese.com, 5 de julho de 2017, https://www.watchinese.com/article/2017/23053 [金雨森: 〈中共金錢外交恐成為最後一根稻草〉, 《看雜誌》] [em chinês]
[91] Ibid.
[92] “The CCP’s Huge Amount of Financial Aid to El Salvador Causes Anxiety for America”, NTD Television, 22 de agosto de 2018, http://www.ntdtv.com/xtr/gb/2018/08/23/a1388573.html [〈中共巨額金援搶薩爾瓦多 引美國憂慮〉, 新唐人電視台] [em chinês]
[93] Huang Xiaoxiao, “Number of Confucius Institutes in Latin America and the Caribbeans Increases to 39”, People.cn, 26 de janeiro de 2018, http://world.people.com.cn/n1/2018/0126/c1002-29788625.htm [ 黃瀟瀟: 〈拉美和加勒比地區孔子學院達39所〉, 《人民網》] [em chinês]
[94] Sharon Weinberger, “China Has Already Won the Drone Wars”, Foreign Policy, 10 de maio de 2018, https://foreignpolicy.com/2018/05/10/china-trump-middle-east-drone-wars/
[95] Rick Joe, “China’s Air Force on the Rise: Zhuhai Airshow 2018”, The Diplomat, 13 de novembro de 2018, https://thediplomat.com/2018/11/chinas-air-force-on-the-rise-zhuhai-airshow-2018/
[96] Huang Yuxiang 黃宇翔: “Chinese Drones, Whose Target Is America, Stun the Audience at Zhuhai Air Show”, Asia Weekly, Vol. 32, No. 46, 25 de novembro de 2018, https://www.yzzk.com/cfm/blogger3.cfm?id=1542252826622&author=%E9%BB%83%E5%AE%87%E7%BF%94 [黃宇翔: 〈中國無人戰機驚豔珠海航展亮相假想敵是美國〉, 《亞洲週刊》] [em chinês]
[97] “Pentagon Says Chinese Vessels Harassed U.S. Ship”, CNN, 9 de março de 2009, http://www.cnn.com/2009/POLITICS/03/09/us.navy.china/index.html
[98] Barbara Starr, “Chinese Boats Harassed U.S. Ship, Officials Say”, CNN, 5 de maio de 2009, http://edition.cnn.com/2009/WORLD/asiapcf/05/05/china.maritime.harassment/index.html
[99] Barbara Starr, Ryan Browne & Brad Lendon, “Chinese Warship in ‘Unsafe’ Encounter With US Destroyer, Amid Rising US-China Tensions”, CNN, 1º de outubro de 2018, https://www.cnn.com/2018/10/01/politics/china-us-warship-unsafe-encounter/index.html
[100] Military Strategy Research Department of the Academy of Military Science, Strategic Studies (Beijing: Military Science Publishing House, 2013), p. 47. [軍事科學院軍事戰略研究部: 《戰略學》 (北京: 軍事科學出版社, 2013)] [em chinês]
[101] Qiao Liang, “The ‘Belt and Road’ Strategy Must Take Into Consideration the ‘Going Out’ of Military Power”, 81.cn, 15 de abril de 2015, http://www.81.cn/jmywyl/2015-04/15/content_6443998_5.ht [喬良: 〈「一帶一路」戰略要考慮軍事力量走出去問題〉, 《中國軍網》] [em chinês]
[102] Annual Report to Congress: Military and Security Developments Involving the People’s Republic of China 2018, U.S. Department of Defense, 16 de maio de 2018, pp. 46 e 47, https://media.defense.gov/2018/Aug/16/2001955282/-1/-1/1/2018-CHINA-MILITARY-POWER-REPORT.PDF
[103] Benjamin Haas, “Steve Bannon: ‘We’re Going to War in the South China Sea … No Doubt,’” The Guardian, 1º de fevereiro de 2017, https://www.theguardian.com/us-news/2017/feb/02/steve-bannon-donald-trump-war-south-china-sea-no-doubt
[104] Lawrence Sellin, “The US Needs a New Plan to Address Chinese Power in Southern Asia”, The Daily Caller, 5 de junho de 2018, https://dailycaller.com/2018/06/05/afghanistan-pakistan-america-china/
[105] Panos Mourdoukoutas, “China Will Lose the South China Sea Game”, Forbes, 1º de julho de 2018, https://www.forbes.com/sites/panosmourdoukoutas/2018/07/01/china-will-lose-the-south-china-sea-game/#5783cad73575
[106] Michael Lelyveld, “China’s Oil Import Dependence Climbs as Output Falls”, Radio Free Asia, 4 de dezembro de 2017, https://www.rfa.org/english/commentaries/energy_watch/chinas-oil-import-dependence-climbs-as-output-falls-12042017102429.html
[107] M. Taylor Fravel, “Why Does China Care So Much about the South China Sea? Here Are 5 Reasons”, The Washington Post, 13 de julho de 2016, https://www.washingtonpost.com/news/monkey-cage/wp/2016/07/13/why-does-china-care-so-much-about-the-south-china-sea-here-are-5-reasons/
[108] Ibid.
[109] Brahma Chellaney, “Why the South China Sea Is Critical to Security”, The Japan Times, 26 de março de 2018, https://www.japantimes.co.jp/opinion/2018/03/26/commentary/world-commentary/south-china-sea-critical-security/
[110] Scott L. Montgomery, “Oil, History, and the South China Sea: A Dangerous Mix”, Global Policy, 7 de agosto de 2018, https://www.globalpolicyjournal.com/blog/07/08/2018/oil-history-and-south-china-sea-dangerous-mix
[111] Hal Brands, “China’s Master Plan: a Global Military Threat”, The Japan Times, 12 de junho de 2018, https://www.japantimes.co.jp/opinion/2018/06/12/commentary/world-commentary/chinas-master-plan-global-military-threat/
[112] Lin Tinghui, “The Dragon in Strange Waters: China’s Diplomatic Quagmire in the Pacific Islands”, Journal on International Relations, No. 30, julho de 2010, p. 58, https://diplomacy.nccu.edu.tw/download.php?filename=451_b9915791.pdf&dir=archive&title=File [林廷輝, 〈龍在陌生海域: 中國對太平洋島國外交之困境〉, 《國際關係學報》第三十期 (2010年7月)] [em chinês]
[113] Annual Report to Congress: Military and Security Developments Involving the People’s Republic of China 2018, U.S. Department of Defense, 16 de maio de 2018, https://media.defense.gov/2018/Aug/16/2001955282/-1/-1/1/2018-CHINA-MILITARY-POWER-REPORT.PDF
[114] Huang Yuxiang, “Chinese Drones, Whose Target Is America, Stun the Audience at Zhuhai Air Show”, Asia Weekly, Vol. 32, No. 46, 25 de novembro de 2018, https://www.yzzk.com/cfm/blogger3.cfm?id=1542252826622&author=%E9%BB%83%E5%AE%87%E7%BF%94 [黃宇翔: 〈中國無人戰機驚艷珠海航展亮相假想敵是美國〉, 《亞洲週刊》, 2018年11月25日, 第32卷 46期] [em chinês]
[115] David E. Sanger, “U.S. Blames China’s Military Directly for Cyberattacks”, The New York Times, 6 de maio de 2013, http://www.nytimes.com/2013/05/07/world/asia/us-accuses-chinas-military-in-cyberattacks.html
[116] Veja uma análise profunda do assundo por Peter Navarro, diretor do Conselho Nacional de Comércio da Casa Branca, in Crouching Tiger: What China’s Militarism Means for the World (New York: Prometheus Books, 2015).
[117] Steven Lee Myers, “With Ships and Missiles, China Is Ready to Challenge U.S. Navy in Pacific”, The New York Times, 29 de agosto de 2018, https://www.nytimes.com/2018/08/29/world/asia/china-navy-aircraft-carrier-pacific.html
[118] See San Renxing, “On the Bloody Company’s (CCP’s) Doomsday Mad Gambling”, The Epoch Times, http://www.epochtimes.com/b5/5/8/1/n1003911.htm [三人行: 〈評血腥公司的末日瘋狂賭〉, 《大紀元新聞網》] [em chinês]; http://www.epochtimes.com/b5/5/8/2/n1004823.htm; Li Tianxiao, “If God Wants the CCP to Die, He Will Make It Mad First”, The Epoch Times, http://www.epochtimes.com/gb/5/8/17/n1021109.htm [李天笑: 〈神要中共亡 必先使其狂〉, 《大紀元新聞網》] [em chinês]
Os dois discursos supostamente feitos pelo general chinês Chi Haotian (Ministro da Defesa, 1993–2003), intitulados “A guerra está chegando até nós” e “A guerra não está longe de nós; é a companheira do século chinês”, apareceram na internet em 2003 e 2005, respectivamente. Embora seja difícil verificar sua autenticidade, os críticos geralmente acreditam que os discursos representam a verdadeira mentalidade do Partido Comunista Chinês e que foram deliberadamente liberados para avaliar as reações externas e intimidar os inimigos.
[119] Jonathan Watts, “Chinese General Warns of Nuclear Risk to US”, The Guardian, 15 de julho de 2005, https://www.theguardian.com/world/2005/jul/16/china.jonathanwatts
[120] Michael Pillsbury ficou surpreso ao descobrir que, quando analistas chineses avaliam o poder do país, a força militar representa menos de 10%. Após o colapso da União Soviética, o Partido Comunista Chinês mudou os seus critérios para avaliar o poder do regime e incorporou fatores como economia, investimentos no exterior, inovação tecnológica e recursos naturais. Michael Pillsbury, The Hundred-Year Marathon: China’s Secret Strategy to Replace America as the Global Superpower, Capítulo 2.