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Como o espectro do comunismo está governando o nosso mundo (Capítulo 17: Globalização: comunismo no seu cerne)

14 de maio de 2020 |   Pela equipe editorial dos Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês

(Minghui.org) [Nota do editor] Esta série é uma reimpressão da tradução em português do Epoch Times do livro “Como o espectro do comunismo está governando nosso mundo”, pela equipe editorial de Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês.

Sumário

Prefácio
Introdução
Capítulo 1: As estratégias do diabo para destruir a humanidade
Capítulo 2: O início do comunismo na Europa
Capítulo 3: Matança no Oriente
Capítulo 4: Exportando a revolução
Capítulo 5: Infiltrando-se no Ocidente
Capítulo 6: A revolta contra Deus
Capítulo 7: A destruição da família
Capítulo 8: Como o comunismo semeia o caos na política
Capítulo 9: A armadilha econômica comunista
Capítulo 10: Usando a lei para o mal
Capítulo 11: Profanando as artes
Capítulo 12: Sabotando a educação
Capítulo 13: Sequestrando os meios de comunicação
Capítulo 14: Cultura popular, uma indulgência decadente
Capítulo 15: As raízes comunistas do terrorismo
Capítulo 16: O comunismo por trás do ambientalismo
Capítulo 17: Globalização: comunismo no seu cerne
Capítulo 18: As ambições globais do Partido Comunista Chinês
Conclusão

O que está incluído nesta parte?

Capítulo 17: Globalização: comunismo no seu cerne

Índice
Introdução

1. Globalização e comunismo
2. Globalização econômica
a. A globalização gera uma economia do tipo comunista
b. A globalização promove o comunismo nos países em desenvolvimento
c. A globalização cria uma polarização da renda, possibilitando a ideologia comunista
d. A oposição à globalização estimula a ideologia comunista
e. O capitalismo ocidental incentivou o Partido Comunista Chinês
3. Globalização política
a. A ONU expandiu o poder político dos comunistas
b. A ideologia comunista subverteu os ideais dos direitos humanos da ONU
c. A globalização promove ideias políticas comunistas
d. Governo mundial conduz ao totalitarismo
4. Globalização cultural: um modo de corromper a humanidade
a. A globalização cultural destrói as tradições
b. Os países desenvolvidos do Ocidente exportam uma cultura antitradicional
c. As corporações multinacionais difundem uma cultura degenerada
d. A ONU propaga valores distorcidos
Conclusão
Referências bibliográficas

* * *

Introdução

A partir do Renascimento, a história da humanidade enfrentou um período de mudanças dramáticas. A Revolução Industrial, iniciada no final do século 18, produziu um enorme aumento nos níveis de produtividade. O poder nacional de cada país passou por grandes transformações, e a estrutura da ordem global sofreu mudanças radicais. Além disso, as estruturas sociais, o pensamento e as tradições religiosas também foram fortemente afetados por essas mudanças. As crenças ortodoxas entraram em declínio, a moralidade humana começou a se deteriorar, as sociedades se desorganizaram e o comportamento humano deixou de ter padrões universais de julgamento. Essas foram as condições históricas no nascimento do comunismo.

Após a Revolução Bolchevique da Rússia em 1917, a Internacional Comunista, conhecida como Terceira Internacional, tentou exportar a revolução comunista para o mundo. O Partido Comunista dos Estados Unidos foi fundado em 1919 e o Partido Comunista Chinês (PCC) em 1921. No final da década de 1920 e início da década de 1930, uma depressão econômica global forneceu uma motivação ainda maior para os ideólogos comunistas. As ideologias políticas e econômicas do mundo começaram a tender para a esquerda, a União Soviética ganhou posição de destaque e o PCC aproveitou a oportunidade para crescer.

Em 1949, mais de uma década depois, o Partido Comunista Chinês tomou o poder na China e seu comunismo violento foi se tornando cada vez mais forte. A União Soviética e o PCC congregavam dezenas de países e um terço da população mundial, confrontando o mundo ocidental. A Guerra Fria que se seguiu durou meio século.

Ainda que o comunismo violento ameace a humanidade, a maioria das pessoas que vive no mundo livre ocidental negligencia os fatores comunistas não violentos que se desenvolvem silenciosamente nas suas próprias sociedades. Além da infiltração da União Soviética, todos os tipos de ideologias e movimentos paracomunistas no Ocidente – incluindo os abertamente comunistas, como a Sociedade Fabiana e os Social-Democratas, entre outros – penetraram nos governos do mundo, nos negócios e nos círculos educacionais e culturais.

O movimento de contracultura no Ocidente, durante a década de 1960, bem como a Revolução Cultural da China, foram provocados por elementos comunistas. Após a década de 1970, jovens rebeldes no Ocidente lançaram “a longa marcha pelas instituições”, uma tentativa de corroer a cultura tradicional a partir de dentro e assumir a liderança social e cultural. Em pouco mais de uma década, eles obtiveram um sucesso assustador.

Após a queda do Muro de Berlim e a desintegração da União Soviética, alguns saudaram o fim daquela etapa da história e da ideologia comunista, enquanto outros se preocuparam com a possibilidade de um choque de civilizações. Porém, poucos perceberam que o comunismo estava assumindo novas formas e disfarces na sua tentativa de controlar o mundo. Sua nova bandeira é a globalização.

Com a Revolução Industrial e o desenvolvimento da ciência e tecnologia, os movimentos populacionais e as mudanças na economia, política, ciência, tecnologia e cultura tornaram-se muito mais frequentes. Hoje, as telecomunicações modernas, meios de transportes, computadores e redes digitais reduziram as distâncias geográficas e eliminaram fronteiras que existiram durante milhares de anos. O mundo parece ter diminuído e nunca houve tantas interações e trocas entre os países. O mundo se tornou mais homogêneo. Esse fortalecimento da colaboração global é um resultado natural do desenvolvimento tecnológico, da expansão da produção e da migração. Esse tipo de globalização é o resultado de um processo histórico natural.

No entanto, existe outro tipo de globalização que resulta de ideologias comunistas que se apropriaram do processo histórico natural de globalização com a finalidade de destruir a humanidade. Essa segunda forma de globalização é o tema deste capítulo.

A essência da globalização sob o controle do comunismo é fundamentalmente a disseminação rápida e generalizada dos piores aspectos dos regimes comunistas e não comunistas. Essa disseminação ocorre por vários meios, como operações políticas, econômicas, financeiras e culturais de grande escala que rapidamente eliminam as diferenças entre nações e pessoas. O objetivo é destruir a fé, a moralidade e as culturas tradicionais das quais a humanidade depende para sobreviver e para a sua redenção. Todas essas medidas visam destruir a humanidade.

Este livro enfatizou que o comunismo não é meramente uma ideologia, mas um espectro maligno. Ele está vivo e seu objetivo final é destruir a humanidade. O espectro não sustenta apenas uma ideologia política, e quando as condições permitem, ele utiliza até mesmo teorias políticas e econômicas contrárias à ideologia comunista corrente. Desde a década de 1990, a globalização é considerada como algo que promove a democracia, a economia de mercado e o livre comércio, e por isso tem enfrentado protestos de vários grupos de esquerda. Porém, esses grupos não percebem que o espectro comunista tem um plano mais ambicioso. A globalização econômica, a governança política global, a Agenda 21 e várias convenções internacionais, entre elas as ambientais, tornaram-se ferramentas para controlar e destruir a humanidade.

A globalização, também chamada “globalismo” quando manipulada pelo espectro comunista, avançou muito em diversas áreas, valendo-se de inúmeros expedientes ao redor do mundo. Este capítulo abordará os aspectos econômicos, políticos e culturais dessa forma de globalismo.

Os três aspectos referidos acima se fundiram na ideologia secular do globalismo. Essa ideologia se manifesta de formas diferentes em momentos diferentes e, às vezes, usando conteúdo contraditório. Mas na prática, possui características muito semelhantes ao comunismo. Baseado no ateísmo e no materialismo, o globalismo promete uma bela utopia, um reino do Céu na Terra: rico, igualitário e sem exploração, opressão e discriminação; que é supervisionado por um governo global benevolente.

Essa ideologia acabará por excluir as culturas tradicionais de todos os grupos étnicos que têm bases na fé nos deuses e ensinam a virtude. Nos últimos anos, tornou-se cada vez mais evidente que essa ideologia se baseia no “politicamente correto”, na “justiça social”, na “neutralidade de valor” e no “igualitarismo absoluto” do esquerdismo. Essa é a globalização da ideologia.

Cada país tem a sua própria cultura e tradicionalmente elas se baseiam em valores universais. A soberania nacional e as tradições culturais de cada grupo étnico desempenham um papel importante no patrimônio nacional e na autodeterminação, e oferecem proteção a todos os grupos étnicos de serem infiltrados por forças externas poderosas, incluindo o comunismo.

Assim que for formado um supergoverno global, o comunismo atingirá facilmente o seu objetivo de eliminar a propriedade privada, as nações, as raças e a cultura tradicional de cada nação. A globalização e o globalismo estão desempenhando um papel destrutivo nesse sentido, solapando as tradições e a ética humanas ao disseminar ideologias de esquerda e o comunismo. Revelar as raízes comunistas da globalização e as semelhanças entre globalismo e comunismo é uma questão espinhosa, mas extremamente importante e urgente.

1. Globalização e comunismo

Marx não usou o conceito de globalização nos seus escritos, ele optou por usar o termo “histórico-mundial”, que tem conotações muito próximas. No “Manifesto Comunista”, Marx afirmou que a expansão global do capitalismo inevitavelmente produziria uma enorme massa proletária, e então uma revolução proletária varreria o globo, derrubando o capitalismo e estabelecendo o “paraíso” do comunismo. [1] Marx escreveu: “Portanto, o proletariado só pode existir na história se for mundial. Assim como o comunismo, sua atividade só pode ter uma existência ‘histórico-mundial’.” [2] Ou seja, para a realização do comunismo, é preciso que o proletariado adote ações conjuntas em todo o mundo; a revolução comunista deve ser um movimento global.

Embora Lenin tenha posteriormente modificado a doutrina de Marx e proposto que a revolução poderia ser iniciada no elo fraco do capitalismo (Rússia), os comunistas nunca desistiram da meta da revolução mundial. Em 1919, em Moscou, os comunistas soviéticos mal podiam esperar para estabelecer a Internacional Comunista com filiais espalhadas por mais de sessenta países. Lenin disse que o objetivo da Internacional Comunista era estabelecer a República Soviética Mundial. [3]

O pensador americano G. Edward Griffin resumiu os cinco passos intermediários necessários, conforme propostos por Stalin no livro “Marxism and the National Question” (Marxismo e a questão nacional), para atingir a meta da dominação global comunista:

1. Confundir, desorganizar e destruir as forças do capitalismo em todo o mundo.
2. Submeter todas as nações a um único sistema mundial de economia.
3. Compelir os países desenvolvidos a fornecerem ajuda financeira prolongada aos países subdesenvolvidos.
4. Dividir o mundo em grupos regionais, como um estágio de transição para o governo mundial total. As populações abandonarão mais facilmente as suas lealdades nacionais em favor de uma lealdade regional vaga do que o farão por uma autoridade mundial.
5. Mais tarde, organizações regionais [como a atual Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Organização do Tratado do Sudeste Asiático (SEATO) e a Organização dos Estados Americanos (OEA)] poderão ser levadas a formar uma ditadura do proletariado unificada e mundial. [4]

William Z. Foster, ex-presidente nacional do Partido Comunista Americano, escreveu: “Um mundo comunista será um mundo unificado e organizado. O sistema econômico será muito organizado, baseado no princípio do planejamento que agora se inicia na URSS. O governo soviético americano será uma seção importante nesse governo mundial.” [5]

Desde Marx, Lenin, Stalin e Foster à “comunidade do destino humano” proposta pelo Partido Comunista Chinês, podemos ver claramente que o comunismo não se contenta em ter o poder em alguns países. A ideologia do comunismo do começo ao fim tem a ambição de conquistar toda a humanidade.

A revolução mundial proletária prevista por Marx não ocorreu. O que ele pensava ser um capitalismo desesperado e moribundo era ao contrário triunfante, próspero e florescente. Com o colapso dos campos comunistas soviético e do Leste Europeu, restando apenas o Partido Comunista Chinês e alguns outros regimes, o comunismo parecia estar próximo do seu fim. Isso enganosamente representou uma vitória para o mundo livre.

Porém, embora o Ocidente acreditasse que o comunismo seria varrido para o lixo da história, a tendência do socialismo (o estágio primário do comunismo) estava florescendo. O fantasma comunista não está morto. Ele se esconde atrás de várias doutrinas e movimentos ao mesmo tempo em que inocula e dissemina a ideologia comunista em todos os cantos do mundo livre.

Isso acontece por acaso? Claro que não. A globalização é aparentemente um processo natural, mas o papel do comunismo está se tornando cada vez mais óbvio na sua evolução. O comunismo tornou-se uma das ideologias orientadoras da globalização.

Após a Segunda Guerra Mundial, as forças da esquerda nos países europeus continuaram a crescer. A Internacional Socialista, que defendia o socialismo democrático, possuia partidos políticos em mais de cem países. Esses partidos estavam no poder em vários países e se espalharam pela maior parte da Europa. Nesse contexto, altos níveis de bem-estar social, impostos elevados e nacionalização afetaram a Europa como um todo.

A globalização esvaziou a indústria americana, encolheu a sua classe média, levou à estagnação da renda, causou uma polarização crescente entre ricos e pobres e semeou discórdia na sociedade. Esses fatores promoveram significativamente o crescimento da esquerda e do socialismo nos Estados Unidos, deslocando o espectro político global fortemente para a esquerda na última década. Forças de esquerda em todo o mundo afirmam que a globalização causa a desigualdade de renda e a polarização entre ricos e pobres. Paralelamente a esses argumentos, o sentimento antiglobalização cresceu rapidamente, tornando-se uma nova força que resiste ao capitalismo e clama pelo socialismo.

Depois da Guerra Fria, as ideias comunistas se infiltraram na globalização econômica, com o objetivo de que não houvesse economia nacional autônoma e que a soberania dos fundamentos econômicos nacionais de cada país fosse minada. O objetivo era mobilizar totalmente a ganância humana e, nesse processo, as potências financeiras ocidentais transferiram as suas fortunas, acumuladas ao longo de séculos, para a China, enriquecendo rapidamente o regime comunista chinês. Então, o Partido Comunista Chinês usou essa riqueza acumulada para vincular moralmente outros países e arrastá-los para baixo.

Como cabeça das forças comunistas no mundo contemporâneo, o PCC está constantemente fortalecendo o seu crescimento econômico, ao mesmo tempo em que revitaliza os partidos de esquerda e comunistas ao redor do mundo. O PCC tem usado o regime totalitário para minar as regras do comércio mundial e empregado o enriquecimento proporcionado pelo capitalismo global para fortalecer o socialismo. A força econômica do PCC também impulsionou as suas ambições políticas e militares ao tentar exportar o modelo comunista para todo o mundo.

De uma perspectiva global, tanto os esquerdistas antiglobalização quanto o PCC, que se beneficiou da globalização, cresceram com a globalização. De fato, o status quo do mundo de hoje está muito próximo da meta proposta por Stalin.

2. Globalização econômica

A globalização econômica se refere à integração global do capital, da produção e do comércio e começou nas décadas de 1940 e 1950, amadureceu nas décadas de 1970 e 1980, e foi firmada como norma global nos anos 90. Agências internacionais e corporações eram as forças motrizes, pois exigiam o afrouxamento da regulação e dos controles para permitir o livre fluxo de capital. Aparentemente, a globalização econômica foi promovida pelos países ocidentais para espalhar o capitalismo em todo o mundo.

Infelizmente, porém, a globalização se tornou um veículo de propagação do comunismo. Em particular, ela levou os países ocidentais a fornecerem apoio financeiro para o regime chinês, o que resultou em uma dependência mútua entre a economia de mercado capitalista e a economia totalitária socialista do Partido Comunista Chinês. Em troca de interesses econômicos, o Ocidente sacrifica a sua consciência e os seus valores universais, enquanto o regime comunista expande o seu controle via coerção econômica, como se o comunismo estivesse pronto para atingir um domínio global.

a. A globalização gera uma economia do tipo comunista

A globalização transformou a economia global em uma única grande entidade econômica. Nesse processo, grandes organizações internacionais, tratados e regulamentos foram formados. Aparentemente, trata-se da expansão do capitalismo e do livre mercado. Porém, na verdade, formou-se um sistema unificado de controle econômico, capaz de emitir ordens para determinar o destino das empresas em muitos países. Isso equivale a formar um sistema econômico totalitário centralizado, que é fortemente alinhado com o plano de Stalin de unir todos os países para formar um único sistema econômico. Depois que essa ordem financeira internacional se estabeleceu, o fenômeno da ajuda econômica de longo prazo dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento também foi estabelecido. Esse é exatamente o terceiro passo delineado por Stalin.

No que se refere à ajuda financeira, os organismos financeiros internacionais geralmente implementam uma intervenção macroeconômica no país ajudado. O método usado é ditatorial. Ele não é apenas obrigatório, mas também ignora as condições sociais, culturais e históricas do país ajudado. O resultado é menos liberdade e um controle mais centralizado. O intelectual americano James Bovard escreveu que o Banco Mundial “promoveu uma forte nacionalização das economias do Terceiro Mundo e aumentou o controle político e burocrático sobre as vidas dos mais pobres”. [6]

Por outro lado, a globalização econômica criou uma economia global homogênea, que resultou em maiores semelhanças nas tendências de consumo e mecanismos unificados de produção e consumo. Pequenas empresas, especialmente lojas de artesanatos tradicionais, têm menos espaço para sobreviver. Muitas pequenas empresas e aquelas associadas a grupos étnicos locais foram simplesmente liquidadas pela onda da globalização. Mais e mais pessoas perderam o ambiente e a viabilidade de se engajarem livremente no comércio dentro dos seus países.

Os países em desenvolvimento tornam-se parte de uma cadeia global de produção, enfraquecendo a soberania econômica de nações independentes e, em alguns casos, levando ao fracasso do Estado. Muitos países foram sobrecarregados com dívidas e com a necessidade de pagá-las, essencialmente rompendo com os fundamentos de uma economia capitalista livre.

b. A globalização promove o comunismo nos países em desenvolvimento

No início dos anos de 2000, a Jamaica abriu os seus mercados e começou a importar grandes quantidades de leite de vaca barato. Isso tornou o leite mais acessível, mas também levou os produtores locais, incapazes de competir com a enxurrada de importações baratas, à falência. O México tinha várias pequenas indústrias, mas depois do ingresso da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), a maioria dos empregos no setor manufatureiro foi transferida do México para a China. Aconteceu isso ao México porque ele não tem a tecnologia para produção com baixos custos. A África é rica em minerais e, com a chegada de investimentos estrangeiros, seus minerais foram extraídos e exportados com muito pouco ganho econômico gerado em benefício dos habitantes locais.

Os investimentos estrangeiros também corrompem funcionários do governo. A globalização supostamente levaria democracia para esses países, mas, na realidade, acabou fortalecendo ditaduras corruptas. Em muitos lugares, a pobreza aumentou. De acordo com as estatísticas de 2015 do Banco Mundial, “mais da metade das pessoas em pobreza extrema vivem na África Subsaariana”. “De fato, o número de pobres na região aumentou em 9 milhões, com 413 milhões de pessoas vivendo com menos de 1,90 dólar por dia em 2015.” [7]

Durante a recente crise econômica asiática, a Tailândia abriu o seu precário sistema financeiro aos investimentos internacionais, o que trouxe prosperidade temporária. Contudo, quando os investimentos estrangeiros deixaram o país, a economia da Tailândia estagnou, o que também causou um impacto negativo nos países vizinhos.

Com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação e transporte, a Terra tornou-se uma aldeia global. Parecia que a globalização proporcionaria prosperidade financeira e valores democráticos a toda essa aldeia global. No entanto, como afirmou o professor Dani Rodrik, da Faculdade de Governo John F. Kennedy, de Harvard, há um “trilema” na globalização: “Não podemos ter simultaneamente democracia, soberania nacional e globalização econômica.” [8] Esse é o defeito oculto da globalização e que foi explorado pelo comunismo.

Obviamente, os benefícios e vantagens trazidos pela globalização são limitados a um pequeno número de pessoas. Em vários lugares, a globalização piorou artificialmente a desigualdade e é incapaz de resolver os problemas crônicos da pobreza. A globalização destruiu a soberania nacional, exacerbou a turbulência regional e gerou conflitos entre “o opressor” e “os oprimidos”. Os conceitos de opressão, exploração, desigualdade e pobreza são as armas usadas pelos esquerdistas para combater o capitalismo, pois a resistência dos oprimidos ao opressor é o modelo típico do comunismo. A ideologia comunista do igualitarismo e do éthos da luta espalhou-se pelo mundo juntamente com a globalização.

c. A globalização cria uma polarização da renda, possibilitando a ideologia comunista

A enorme evasão de indústrias e empregos transformou as classes trabalhadora e média dos países ocidentais em vítimas da globalização. Tomemos, por exemplo, o caso dos Estados Unidos: com a fuga maciça de capital e tecnologia para a China, muitos empregos manufatureiros foram perdidos, causando a perda de indústrias e aumento na taxa de desemprego. De 2000 a 2011, 5,7 milhões de trabalhadores do setor manufatureiro perderam os seus empregos e 65 mil fábricas foram fechadas. [9] A diferença entre ricos e pobres vem aumentando há muito tempo nos EUA. Nos últimos trinta anos, o aumento do salário médio (ajustado pela inflação) vem desacelerando, provocando o surgimento de trabalhadores pobres, aqueles que trabalham ou buscam emprego durante vinte e sete semanas do ano, mas cuja renda está abaixo da linha oficial de pobreza. Em 2016, 7,6 milhões de americanos foram considerados trabalhadores pobres. [10]

A polarização entre ricos e pobres é um solo fértil para o crescimento do comunismo. Logicamente, os problemas econômicos crescentes nunca se restringem apenas ao domínio econômico. A demanda por “justiça social” e por uma solução para a distribuição injusta de renda levou a um recrudescimento da ideologia socialista. Entrementes, a demanda por bem-estar social também aumentou, criando, por sua vez, mais famílias pobres e, finalmente, criando um círculo vicioso.

Desde 2000, o cenário político dos EUA está cada vez mais aberto à influência da esquerda. Durante a eleição de 2016, houve uma demanda crescente pelo socialismo e uma polarização política cada vez maior devido aos interesses partidários. Em grande parte, o impacto da globalização está por trás dessas mudanças. Por outro lado, quanto maiores forem as dificuldades enfrentadas pelas sociedades democráticas ocidentais, mais pungente será a força do comunismo no cenário mundial.

d. A oposição à globalização estimula a ideologia comunista

Juntamente com o avanço da globalização, surgiram as campanhas antiglobalização. Em 30 de novembro de 1999, protestos violentos em grande escala contra a Conferência Ministerial da OMC, em Seattle, marcaram o início dessas campanhas. Em 2001, três importantes conferências internacionais – a Cúpula das Américas em Quebec, Canadá; a Cúpula da União Europeia em Gotemburgo, Suécia; e a Cúpula Econômica do Grupo dos Oito (G-8) em Gênova, Itália – também foram afetadas por essas manifestações. Em 2002, ocorreu uma manifestação antiglobalização numa escala sem precedentes em Florença, na Itália, que atraiu um milhão de participantes.

Campanhas antiglobalização no mundo inteiro atraíram participantes de diversas origens. A grande maioria delas é composta por opositores esquerdistas do capitalismo, incluindo sindicatos, organizações ambientais (também cooptadas e infiltradas pelo comunismo), bem como vítimas da globalização e os menos favorecidos. Como resultado disso, a população, seja ela formada por partidários ou adversários da globalização, acabou, inadvertidamente, colaborando com os propósitos do comunismo.

e. O capitalismo ocidental incentivou o Partido Comunista Chinês

Em sua avaliação dos sucessos ou fracassos da globalização, os especialistas frequentemente citam a China como exemplo de uma história de sucesso. A China parece ter se beneficiado enormemente com a globalização e chegou rapidamente à posição de segunda maior economia do mundo. Muitos previram que o país asiático acabaria tomando o lugar dos Estados Unidos.

Ao invés de adotar o modelo de produção com tecnologia de baixo custo como o México, o Partido Comunista Chinês decidiu obter tecnologia mais avançada do Ocidente e posteriormente tomar o lugar dos seus concorrentes. O PCC exigiu que empresas de países desenvolvidos que quisessem vender para o mercado chinês criassem joint ventures, e essas seriam usadas pelo Partido para a obtenção de tecnologias-chave. O PCC valeu-se de inúmeros expedientes para esse fim, desde forçar de modo inescrupuloso a transferência de tecnologia até o roubo direto por meio de hacking. Após obter acesso a essa tecnologia avançada, o PCC aproveitou as suas vantagens para despejar produtos baratos no mercado mundial. Por meio de descontos e subsídios à exportação, o PCC derrotou os concorrentes com preços abaixo do mercado, subvertendo a ordem dos mercados livres.

Ao contrário de outros países subdesenvolvidos que abriram os seus mercados domésticos, o PCC criou várias barreiras comerciais ao seu mercado doméstico. Depois de ingressar na OMC, o PCC beneficiou-se das suas regras, ao mesmo tempo em que se valeu da globalização para despejar produtos no exterior. Ao burlar as regras, o regime angariou vantagens econômicas substanciais. O Partido, no entanto, não abriu setores-chave nacionais – como de telecomunicações, bancário e energético – o que, por sua vez, permitiu à China tirar proveito da economia global, enquanto renegava os seus compromissos.

Seduzidos pelos lucros econômicos, o mundo ocidental fez vista grossa e ouvidos moucos aos abusos dos direitos humanos. Enquanto o Partido Comunista Chinês infringia flagrantemente os direitos humanos, a comunidade internacional continuava concedendo generosos favores ao regime.

Em meio à globalização, um PCC poderoso e uma sociedade chinesa moralmente corrupta atacaram a economia de mercado e a legislação comercial do Ocidente.

Violando abusivamente as regras, o Partido Comunista Chinês colheu todas as vantagens da globalização. Em certo sentido, a globalização tem sido como uma transfusão de sangue para o PCC, permitindo que um Estado comunista moribundo retornasse à vida. Por trás da manipulação da globalização está o propósito oculto de sustentar o PCC por meio da realocação de riqueza. Enquanto isso, o PCC tem conseguido acumular ganhos ilícitos e promover os piores casos de abusos dos direitos humanos.

A globalização tem sido um processo usado para salvar o PCC e legitimar o regime comunista chinês. Enquanto o Partido fortaleceu os seus músculos socialistas com nutrientes capitalistas, o Ocidente sofreu um relativo declínio, o que aumentou a confiança do PCC no seu totalitarismo comunista e suas ambições globais. A ascensão da China também entusiasmou muitos socialistas e adeptos da esquerda em todo o mundo; tudo parte do plano.

Enquanto a sua economia crescia, o Partido Comunista Chinês intensificava os seus esforços para se infiltrar em organizações econômicas globais, como a OMC, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial, a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), dentre outras. As pessoas nomeadas para cargos importantes nessas organizações são convencidas por funcionários do Partido a cooperarem com o PCC para endossar os esquemas do Partido e defender suas políticas.

O Partido Comunista Chinês usa organizações econômicas internacionais para implementar sua agenda econômica e seu modelo corporativista. Se suas ambições não forem freadas, é muito provável que o regime causará grandes prejuízos à política e economia globais.

Esses são apenas alguns exemplos de como a globalização econômica tem sido usada para promover e ampliar o comunismo. Com os avanços nas telecomunicações e no transporte, as atividades econômicas estendem-se para além das fronteiras de uma nação. Trata-se de um processo natural, mas neste caso, ele foi transformado em uma oportunidade para o PCC dar início ao seu domínio global. Chegou a hora de a sociedade estar atenta ao que está ocorrendo e desvencilhar a globalização dos elementos comunistas. Assim, a soberania de Estados independentes e o bem-estar dos seus povos terão a chance de serem realizados.

3. Globalização política

A globalização se manifesta politicamente como maior cooperação entre os países, o surgimento de organizações internacionais, a formulação de agendas políticas e tratados internacionais, restrição da soberania nacional e uma transferência gradual do poder de Estados soberanos para organizações internacionais. Após o surgimento dessas instituições internacionais, bem como de leis e regulamentos que transcendem fronteiras nacionais, essas instituições começaram a minar a vida política, cultural e social de países independentes. O poder começa a se concentrar em uma instituição internacional semelhante a um governo global, destruindo a soberania nacional, enfraquecendo as crenças tradicionais e os fundamentos morais de diferentes sociedades, prejudicando a cultura tradicional e subvertendo as regras convencionadas de conduta internacional. Tudo isso faz parte do avanço gradual do programa comunista.

Durante esse processo, o comunismo promove e usa organizações internacionais para fortalecer fatores comunistas, promovendo a filosofia de luta do Partido Comunista, promovendo definições distorcidas de direitos humanos e liberdade, propagando ideias socialistas em escala global, redistribuindo riqueza e tentando construir um governo global que leva a humanidade ao caminho do totalitarismo.

a. A ONU expandiu o poder político dos comunistas

A Organização das Nações Unidas, estabelecida após o fim da Segunda Guerra Mundial, é a maior organização internacional do mundo e foi criada para fortalecer a cooperação e a coordenação entre os países. Na condição de entidade supranacional, a ONU está em conformidade com o objetivo do comunismo de eliminar o Estado e tem sido usada para aumentar o poder comunista. Desde o início, a ONU tornou-se uma ferramenta do campo comunista liderado pelos soviéticos e atuou como um palco para o Partido Comunista promover a si mesmo e a ideologia comunista de um governo mundial.

Quando a ONU foi criada e sua Carta foi redigida, a então União Soviética era um dos países patrocinadores e membro permanente do Conselho de Segurança, desempenhando um papel decisivo. Alger Hiss, redator da Carta e secretário-geral da Conferência da Carta das Nações Unidas, além de funcionário do Departamento de Estado e importante assessor de Roosevelt, foi condenado por perjúrio em conexão com a acusação de ser um espião soviético. [11] As portas dos fundos ocultas presentes na Carta das Nações Unidas e nas convenções são benéficas para os regimes comunistas e provavelmente têm muito a ver com Hiss.

Os chefes de muitas importantes agências da ONU são comunistas ou companheiros de viagem. Muitos secretários-gerais da ONU são socialistas e marxistas. Por exemplo, o primeiro secretário-geral, Trygve Lie, era um socialista norueguês e recebeu forte apoio da União Soviética. Sua tarefa mais importante foi introduzir o Partido Comunista Chinês nas Nações Unidas. Seu sucessor, Dag Hammarskjöld, era socialista e simpatizante de uma revolução comunista global, e frequentemente bajulava Zhou Enlai, um alto funcionário do PCC. [12] O terceiro secretário-geral, U Thant, de Mianmar (antiga Birmânia), era um marxista que acreditava que os ideais de Lenin eram compatíveis com a Carta da ONU. [13] O sexto secretário-geral, Boutros Boutros-Ghali, tinha sido vice-presidente da Internacional Socialista. Por isso, não é difícil entender por que os dirigentes dos regimes comunistas têm regularmente recebido a mais alta consideração das Nações Unidas. Muitas convenções da ONU também se tornaram ferramentas para promover direta ou indiretamente ideias comunistas e expandir o poder comunista.

A missão principal das Nações Unidas é manter a paz e a segurança mundial. As Forças de Manutenção da Paz das Nações Unidas estão sob a responsabilidade do subsecretário-geral para assuntos políticos e de segurança. No entanto, dos quatorze indivíduos que assumiram esse cargo de 1946 a 1992, treze eram cidadãos soviéticos. O regime comunista soviético nunca desistiu de tentar expandir o poder comunista e não tinha interesse em contribuir para a paz mundial. Por isso, embora seu lema fosse a “salvaguarda da paz mundial”, ele buscava promover os interesses do comunismo. Construir uma organização pró-socialista ajusta-se a seus objetivos.

Na época, os comunistas haviam se infiltrado nos Estados Unidos. O diretor do FBI, J. Edgar Hoover, declarou em 1963 que diplomatas comunistas designados para a ONU “representam a espinha dorsal das operações de inteligência russas neste país”. [14] Mesmo após o colapso do regime comunista soviético, o legado comunista permaneceu nas Nações Unidas: “Os ocidentais que trabalhavam na ONU … viram-se cercados pelo que muitos chamam de máfia comunista.” [15]

O Partido Comunista Chinês usa as Nações Unidas como uma plataforma de propaganda. Cada um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança tem um subsecretário-geral da ONU. Embora o subsecretário-geral da ONU não possa mais representar os interesses de nenhum país, o secretário-geral, representando os interesses sociais e econômicos do Partido Comunista Chinês, endossa efetivamente a ideologia do PCC. Altos funcionários da ONU, dentre eles o secretário-geral, promoveram a iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota” do PCC como uma maneira de combater a pobreza no mundo em desenvolvimento.

A estratégia do “Um Cinturão, Uma Rota” do PCC tem sido considerada por muitos países como uma hegemonia expansionista e resultou em profundas crises de endividamento para muitos países. O Sri Lanka, por exemplo, teve que arrendar um grande porto do país para o PCC por 99 anos para saldar sua dívida, e o Paquistão teve que pedir ajuda ao FMI por causa de dívidas. Devido ao controle que a iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota” tem sobre a política e a economia dos países participantes e seus conflitos com os direitos humanos e à democracia, muitos países estão reconsiderando a sua participação. No entanto, graças à influência política do PCC, as principais autoridades da ONU elogiaram o projeto “Um Cinturã, Uma Rota”. [16]

b. A ideologia comunista subverteu os ideais dos direitos humanos da ONU

Um dos objetivos das Nações Unidas é assegurar os direitos humanos e promover a liberdade. Esse é um princípio universal. Mas o Partido Comunista Chinês, assim como outros regimes corruptos, nega a universalidade dos direitos humanos e, afirmando que os direitos humanos são um assunto interno, o PCC pode encobrir seu histórico de perseguição e abusos na China. Ele até se gaba de dar o direito humano de subsistência ao povo chinês. O PCC também usa a plataforma das Nações Unidas para atacar os valores democráticos do Ocidente, contando com sua aliança com nações em desenvolvimento para subverter os esforços de nações livres na promoção de valores universais. Devido à manipulação dos fatores comunistas, a ONU não apenas fez pouco para melhorar os direitos humanos, como também se tornou uma ferramenta usada pelos regimes comunistas para eliminar os seus extensos registros de violação dos direitos humanos.

Muitos estudiosos documentaram como as Nações Unidas traíram os próprios ideais. Por exemplo, as Nações Unidas nasceram em meio à sombra do Holocausto, mas agora se omitem diante dos assassinatos em massa. O objetivo original das Nações Unidas era combater os agressores e proteger os direitos humanos. O julgamento moral foi tomado como uma premissa necessária de ação para esse fim, ainda que a ONU atual rejeite fazer julgamentos morais. [17]

Dore Gold, ex-embaixador israelense nas Nações Unidas e autor de “Tower of Babble: How the United Nations Has Fueled Global Chaos” (Torre de balbúrdia: como as Nações Unidas estimularam o caos global), afirmou: “A ONU não é benigna, mas um órgão mundial ineficaz. Ela realmente acelerou e espalhou o caos global.” [18] Gold forneceu várias provas para demonstrar isso, incluindo a “neutralidade de valor” da ONU; a imoralidade da “equivalência moral” e do “relativismo moral”; corrupção geral; países com registros de desrespeito aos direitos humanos têm seus representantes escolhidos como conselheiros da Comissão de Direitos Humanos; países não democráticos com a maioria dos votos; e regimes comunistas exercendo o controle. [19] Ele disse que as Nações Unidas são um “fracasso abjeto” e “dominadas por forças antiocidentais, ditaduras, patrocinadores estatais do terrorismo e os piores inimigos dos EUA” e, por isso, “traem os nobres ideais dos fundadores da ONU”. [20]

A Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas adotou a política do voto majoritário. No entanto, países com histórico de desrespeito aos direitos humanos podem se tornar Estados-membros e até mesmo dirigir o Conselho de Direitos Humanos, tornando as inspeções dos direitos humanos sem sentido. Além disso, o Partido Comunista Chinês suborna muitos países em desenvolvimento, o que faz com que as críticas às políticas de direitos humanos do PCC, iniciadas pelos Estados Unidos por meio da ONU, sejam frequentemente arquivadas. A tirania da maioria promovida pela ONU permitiu que ela se tornasse uma ferramenta para ajudar as forças comunistas a se oporem às nações livres em diversos assuntos. Isso levou os EUA a se retirarem do Conselho de Direitos Humanos várias vezes. O Ocidente quer promover a liberdade e os direitos humanos, mas tem sido inúmeras vezes impedido pelos países comunistas. O Conselho de Direitos Humanos foi cooptado por bandidos, e as convenções internacionais adotadas não fizeram nada para obrigar os países totalitários a aderirem a elas. Esses países simplesmente repetem os slogans, mas não os observam.

Sendo assim, não é difícil entender que a Carta das Nações Unidas é muito semelhante à Constituição soviética, bem como totalmente oposta à Constituição dos EUA. Sua finalidade não é proteger os direitos das pessoas, mas atender as necessidades dos governantes. Por exemplo, algumas disposições da Constituição soviética incluíam expressões como “no âmbito da lei” após enumerar os direitos dos cidadãos. Aparentemente, a Constituição soviética concedeu alguns direitos aos cidadãos, mas, de fato, muitas leis específicas foram estipuladas como “no âmbito da lei”, o que permitiu ao regime soviético privar arbitrariamente os cidadãos dos seus direitos, de acordo com suas interpretações “no âmbito da lei”.

Essa é também a forma como a Carta das Nações Unidas e vários contratos e convenções definem os direitos das pessoas. Por exemplo, no Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, declarações como “todos têm o direito” estão anexadas a cláusulas como “os direitos acima mencionados não estarão sujeitos a nenhuma restrição, exceto aquelas previstas por lei”. Esta não é apenas uma escolha arbitrária ou acidental do projeto, mas uma “porta dos fundos” propositalmente criada pelo comunismo.

O problema é que todos os direitos da Declaração Universal dos Direitos Humanos podem ser legalmente retirados dos cidadãos se os políticos julgarem necessário. “Que melhor justificativa um tirano poderia querer?”, pergunta Edward Griffin. “A maioria das guerras e crimes nacionais são cometidos em nome de uma dessas [disposições].” [21] É difícil para os países livres privar arbitrariamente os cidadãos da sua liberdade, mas os regimes comunistas podem abertamente se valer das lacunas na Declaração dos Direitos humanos.

c. A globalização promove ideias políticas comunistas

Por meio dos seus agentes, o comunismo aborda frequentemente os problemas globais e afirma que esses problemas só podem ser resolvidos por meio de colaboração internacional e estruturas de poder, a fim de estabelecer um governo mundial. Consequentemente, vários países estão cada vez mais cerceados e regulados por um número crescente de tratados internacionais. Como resultado disso, a soberania nacional está enfraquecida.

Muitos grupos apoiam estruturas internacionais de poder semelhantes e, embora esses grupos não sejam necessariamente comunistas, suas reivindicações são compatíveis com os objetivos comunistas, isto é, eliminar a independência das nações e estabelecer um governo mundial.

No Dia Internacional da Terra em 1970, uma personalidade da mídia disse: “A humanidade precisa de uma ordem mundial. Uma nação totalmente soberana é incapaz de lidar com o envenenamento do meio ambiente. … A gestão do planeta, portanto, quer estejamos falando sobre a necessidade de impedir a guerra ou a necessidade de prevenir danos maiores às condições de vida, requer um governo mundial.” [22] O 2º Manifesto Humanista, de 1973, também declarou: “Chegamos a um momento decisivo na história da humanidade, quando a melhor opção é transcender os limites da soberania nacional e avançar na construção de uma comunidade mundial. … Assim, buscamos o desenvolvimento de um sistema de legislação mundial e uma ordem mundial baseados no governo federal transnacional.” [23]

De fato, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) foi estabelecido justamente porque um grupo que defendia uma confederação global em 1972 considerava a questão ambiental como uma questão mundial e, por isso, recomendou o desenvolvimento de soluções globais e o estabelecimento de uma agência global de proteção ambiental. Seu primeiro diretor foi Maurice Strong, um canadense com fortes tendências socialistas.

Na Cúpula da Terra das Nações Unidas no Rio de Janeiro em 1992 (também conhecida como Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento), 178 governos votaram favoravelmente à adoção da Agenda 21. Este plano de 800 páginas inclui conteúdos sobre o meio ambiente, direitos das mulheres, assistência médica, entre outros temas. Um influente pesquisador de um instituto de pesquisa ambiental, que posteriormente se tornou um diretor do PNUMA, disse: “A soberania nacional, o poder de um país de controlar eventos dentro do seu território, perdeu muito do seu significado no mundo de hoje, onde as fronteiras são frequentemente violadas pela poluição, pelo comércio internacional, pelos fluxos financeiros e pelos refugiados. … As nações estão de fato cedendo partes da sua soberania à comunidade internacional e começando a criar um novo sistema de governança ambiental internacional como um meio de resolver problemas que de outra forma não poderiam ser controlados.” [24]

Esses raciocínios sobre a necessidade de um governo mundial parecem perfeitos, mas seu verdadeiro propósito é a promoção do comunismo para dominar o mundo. No capítulo 16 explicamos detalhadamente como o comunismo também se vale da alegação de proteger o meio ambiente para promover a sua agenda.

Durante o seu mandato como secretário-geral da ONU, de 1992-1996, Boutros-Ghali deu início a medidas destinadas a acelerar o processo de estabelecimento de um governo mundial. Ghali solicitou a formação de um exército permanente da ONU e estava pressionando pelo direito de cobrar impostos. [25] Devido à oposição dos Estados Unidos, Ghali não conseguiu emplacar um segundo mandato. Se isso tivesse acontecido, é difícil prever como seria a ONU hoje. Embora os regimes comunistas sempre se abstenham de interferir nos assuntos internos de outros países, eles participam ativamente de várias organizações internacionais, apoiam a expansão das funções das Nações Unidas e promovem o conceito de governança global.

Em 2005, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, fez a seguinte declaração: “Na era da interdependência, a cidadania global é um pilar fundamental do progresso.” [26] Robert Chandler, um pensador estratégico que trabalhou para a Força Aérea dos Estados Unidos, a Casa Branca e vários departamentos governamentais, acredita que esse progresso de Annan destruiria a soberania nacional e abriria o caminho para uma sociedade civil global sem fronteiras. O programa da ONU “Teaching Toward a Culture of Peace” (Ensinando rumo a uma cultura de paz) é de fato organizado e gerido por ultraesquerdistas, que Chandler acredita estarem desterminados a destruir a soberania nacional e criar um governo mundial totalitário sem fronteiras. [27]

O livro “The Naked Communist” (O comunista nu), publicado em 1958 e que expôs o comunismo, listou os 45 objetivos dos comunistas, um dos quais era: “Promover a ONU como a única esperança para a humanidade. Se sua Carta for reescrita, exija que ela seja estabelecida como um governo mundial dotado de suas próprias forças armadas independentes.” [28] Muitos percebem que o estabelecimento de um governo mundial não pode ser alcançado no curto prazo, então, comunistas e globalistas usam várias questões para criar instituições internacionais em vários campos, promover a unidade dessas instituições e continuar defendendo que a dependência das Nações Unidas seja mantida com o propósito de estabelecer um governo mundial.

Defender a criação de um governo mundial, superestimar deliberadamente o papel das Nações Unidas, retratar as Nações Unidas como uma panaceia para resolver todos os problemas do mundo atual, tudo isso faz parte de uma tentativa de desempenhar o papel Deus e organizar o futuro da humanidade por meio da manipulação do poder. De fato, essa é exatamente a ideia de uma utopia comunista, uma falsa religião materialista, e com resultado devastador.

d. Governo mundial conduz ao totalitarismo

Não há nada de errado em imaginar um mundo ou futuro melhor, mas tentar estabelecer um governo mundial para resolver todos os problemas da humanidade é simplesmente perseguir uma utopia da era moderna, e isso pode acabar em totalitarismo.

Uma questão inevitável enfrentada por um governo mundial que deseja realmente solucionar problemas globais é como ele implementará as suas medidas, sejam elas políticas, militares, econômicas ou de outro cunho. Para implementar suas ações em escala global, tal governo certamente não tomaria a forma de uma democracia livre como a dos Estados Unidos. Muito provavelmente seria um grande governo totalitário como a antiga União Soviética ou o regime comunista chinês.

A fim de atrair os países para a sua causa, um governo mundial sempre ofereceria benefícios tentadores, promessas de bem-estar e um projeto de utopia global para a humanidade. Sua proposta é semelhante à do comunismo e se apresenta como uma panaceia para os problemas de cada país. Para atingir os ideais utópicos de um número tão vasto de países e resolver questões globais complexas de acordo com o projeto utópico, seja por meio da proteção do meio ambiente ou da promoção de segurança e bem-estar em escala global, tal governo mundial inevitavelmente buscaria centralizar o seu poder a fim de avançar suas políticas. Essa centralização aumentaria o poder do governo a um nível inigualável e seu controle sobre a sociedade também alcançaria um nível sem precedentes. Nesse estágio, tal governo mundial não se preocuparia em obter consenso entre seus países-membros ou atender a quaisquer compromissos assumidos, mas focaria-se apenas na imposição das suas políticas.

No mundo de hoje existem grandes diferenças entre os países. Muitos não têm religiões ortodoxas nem liberdade, para não mencionar o respeito pelos direitos humanos ou padrões morais elevados. Se os países se unissem para formar um governo mundial, esse governo tenderia a adotar os padrões mais baixos entre eles, eliminando quaisquer exigências relativas à fé, crença, moralidade e direitos humanos. Em outras palavras, os países receberiam um passe livre sobre essas questões, usando o conceito da chamada neutralidade em religião, moralidade e direitos humanos para poderem se unir. Um governo mundial inevitavelmente promoveria a cultura dominante para unificar o mundo. No entanto, cada país tem suas próprias tradições culturais e crenças religiosas.

A maioria dos especialistas, acadêmicos e governos que defendem ativamente um governo mundial é ateia ou possui visões progressistas sobre crenças religiosas. Obviamente, um governo mundial teria o ateísmo como seu valor central; uma consequência inevitável, dado que o comunismo é a força por trás dele. Para manter seu domínio, esse governo mundial imporia a reeducação ideológica, recorrendo à violência para atingir esse objetivo. Para evitar movimentos de fragmentação ou independência por parte dos países-membros, um governo mundial ampliaria enormemente suas forças militares e policiais, e endureceria o seu controle sobre a liberdade de expressão das pessoas.

O governo de um país cujo povo não é unido por uma religião e uma cultura só pode se basear no poder autoritário, isto é, num governo totalitário, para permanecer no poder, e o resultado disso é a redução ou supressão de liberdades individuais. Por isso, um governo mundial seria inevitavelmente um governo totalitário, porque teria que depender do autoritarismo para sustentar seu governo.

Por fim, um governo mundial é literalmente um projeto totalitário comunista sob um novo disfarce, e o resultado disso não seria diferente do que acontece nos regimes comunistas de hoje, que escravizam e abusam do seu povo. A única diferença é que, em vez de ficar confinado num país, esse totalitarismo atingiria o mundo inteiro, que seria controlado por um único governo. Isso tornaria ainda mais fácil corromper e destruir a humanidade. Para manter o seu poder, esse governo gigantesco empregaria progressivamente todos os métodos malignos usados pelos regimes comunistas. Essa inclinação para o autoritarismo seria também um processo de destruição das culturas tradicionais e dos valores morais da humanidade, que é precisamente o que o comunismo almeja alcançar.

4. Globalização cultural: um modo de corromper a humanidade

À medida que os intercâmbios culturais e os fluxos de capital se expandem pelo mundo, as várias formas culturais degeneradas que o comunismo estabeleceu ao longo de quase um século – na arte, na literatura, nos pensamentos modernos, no cinema, na televisão, nos estilos de vida degenerados, no utilitarismo, materialismo e consumismo – são também transmitidas para o mundo inteiro. Durante esse processo, as tradições culturais de vários grupos étnicos são despojadas das suas formas externas e dissociadas do seu significado original, resultando em culturas mutantes e degeneradas. Quando atingem o objetivo de se tornarem lucrativas, essas culturas degeneradas também corrompem rapidamente os valores morais das pessoas onde quer que sejam propagadas.

Os Estados Unidos são o líder político, econômico e militar do mundo. Essa liderança é transferida para a cultura americana, que é prontamente aceita e adotada por outros países e regiões. Após a Revolução Industrial, com o declínio da fé religiosa na sociedade moderna e o crescente materialismo causado pelos avanços tecnológicos, as pessoas estabeleceram naturalmente uma ligação direta entre a prosperidade material e a força de uma civilização. Aproveitando essa tendência, o comunismo concentrou os seus recursos no projeto de derrubar os Estados Unidos por meios não violentos. Depois de se infiltrar e corromper a unidade familiar, a política, a economia, o direito, as artes, a mídia e a cultura popular em todos os aspectos da vida cotidiana nos Estados Unidos, e após corromper e destruir em grande parte os valores morais tradicionais, o comunismo valeu-se da globalização cultural para exportar essa cultura corrompida. Anunciada como uma cultura avançada dos Estados Unidos, ela se espalhou por todo o mundo.

Num piscar de olhos, o movimento Occupy Wall Street de Nova York apareceu nas telas de televisão nas remotas aldeias montanhosas da Índia. Por meio de filmes de Hollywood, as aldeias fronteiriças conservadoras de Yunnan, na China, ficaram sabendo que mães solteiras, casos extraconjugais e liberação sexual são aspectos “normais” da vida. A ideologia subjacente ao Common Core Curriculum (Currículo Básico Comum) criado por marxistas culturais foi quase instantaneamente refletida nos livros didáticos do ensino médio de Taiwan. A África, considerada a região mais atrasada do mundo, acabou sendo a mais atingida pela epidemia de AIDS. Do Equador, na América do Sul, à Malásia, no Sudeste Asiático, e Fiji, nas ilhas do Pacífico, o rock and roll tornou-se extremamente popular.

Willi Münzenberg, um ativista comunista alemão e um dos fundadores da Escola de Frankfurt, disse: “Devemos organizar os intelectuais e usá-los para fazer a civilização ocidental feder. Só então, depois de todos os seus valores serem corrompidos, tornando a vida impossível, poderemos impor a ditadura do proletariado.” [29]

Do ponto de vista da esquerda, “fazer a civilização ocidental feder” é o caminho para o comunismo. No entanto, para a força motriz do comunismo, corromper a cultura tradicional que o Divino deixou para a humanidade e fazer com que o ser humano abandone o Divino é o modo para alcançar seu objetivo de destruir a humanidade.

Se pudéssemos comparar a cultura degenerada do Ocidente e a cultura do Partido dos regimes totalitários comunistas ao lixo, a globalização cultural seria semelhante a um violento furacão que sopra lixo pelo mundo inteiro, varrendo impiedosamente os valores tradicionais que os deuses concederam para a humanidade. Neste capítulo, buscamos explicar a influência da cultura degenerada do Ocidente no mundo. No próximo capítulo, analisaremos de que modo a cultura comunista se espalhou pelo mundo.

a. A globalização cultural destrói as tradições

A cultura de cada uma das etnias no mundo tem características únicas e traz consigo as profundas influências da sua própria história. Apesar das diferenças entre as culturas étnicas, todas elas respeitam os mesmos valores universais divinamente concedidos em suas tradições. Após a Revolução Industrial, o desenvolvimento tecnológico proporcionou conforto para nossas vidas. Devido à influência do progressismo, a tradição é geralmente considerada como um atraso. Hoje em dia, tudo é avaliado com base na sua modernidade, novidade e em seu “progresso”, ou no seu valor comercial.

Os chamados valores comuns formados pelo intercâmbio cultural no processo de globalização não pertencem mais a nenhuma tradição em particular: eles são valores modernos. Os elementos e valores que podem ser adotados na globalização afastam-se das tradições. Eles incluem apenas os elementos mais crassos da herança cultural existente, bem como aspectos que podem ser comercializados. Noções sobre o “destino comum da humanidade” e “nosso futuro comum” são os resultados desses valores degenerados. O comunismo promove valores aparentemente nobres, mas que na verdade visam apenas afastar a humanidade dos valores tradicionais, substituindo-os por valores modernos, homogêneos e deturpados.

O padrão que o mundo reconhece como sendo o mais baixo durante a globalização cultural também se manifesta na cultura de consumo e no consumismo, que lideram a cultura global. Impulsionados por interesses econômicos, o projeto de produtos culturais e a maneira como são comercializados estão totalmente focados no apelo aos instintos básicos dos consumidores. O objetivo é controlar a humanidade seduzindo-a e satisfazendo os desejos superficiais das pessoas.

Uma cultura global de consumo tem como alvo os desejos da humanidade e é usada para corromper a tradição de várias maneiras: em primeiro lugar, para atrair o maior número possível de consumidores, os produtos culturais não podem, em sua produção ou apresentação, ofender nenhum grupo étnico. Como resultado disso, características únicas e os significados da cultura étnica são retirados dos produtos. Em outras palavras, a tradição é retirada dos produtos por meio da desculturação ou da padronização. Populações que recebem menos educação e têm menos poder de consumo são mais suscetíveis a esse modelo simplificado de consumo porque o custo de fabricação desses produtos é menor. Assim, por meio da globalização, essa população fica restrita à cultura comercial que possui o menor custo de fabricação.

Em segundo lugar, a globalização da indústria da mídia levou a monopólios. Assim, os elementos comunistas podem facilmente usar as ideias degeneradas dos produtores, divulgar o aspecto cultural superficial dos produtos e introduzir a ideologia marxista enquanto os promovem. A hibridização das culturas por meio da globalização torna-se outro canal para promover a ideologia.

Em terceiro lugar, uma cultura global faz do consumismo a corrente principal da sociedade. Comerciais, filmes, programas de televisão e mídia social constantemente bombardeiam os consumidores com a ideia de que eles não estão vivendo uma vida real se não consumirem, possuírem certos produtos ou se divertirem de determinados modos. O comunismo usa diversos meios e o entretenimento para induzir as pessoas a buscarem satisfazer seus desejos. Enquanto buscam a satisfação dos seus desejos, as pessoas se afastam do plano espiritual e, sem perceber, abandonam as suas crenças e valores tradicionais.

O comunismo espalha rapidamente a sua ideologia nociva em meio ao cenário da globalização. Ele também tira proveito da mentalidade de manada. Com a exposição constante às mídias sociais, aos comerciais, aos programas de televisão, aos filmes e às notícias, as pessoas são bombardeadas com várias ideologias antitradicionais e antinaturais. Isso cria uma ilusão de que essas ideologias corrompidas representam um consenso global. As pessoas tornam-se cada vez mais insensíveis aos danos que essas ideologias causam às tradições. Comportamentos distorcidos são encarados como moda, e espera-se que as pessoas se orgulhem deles. Abuso de substâncias, homossexualidade, rock and roll, arte abstrata e muito mais, tudo isso é propagado desse modo.

A arte moderna é degenerada e viola todas as definições tradicionais de estética. Algumas pessoas podem ter tido inicialmente essa percepção, mas quando obras de arte moderna são constantemente exibidas em grandes regiões metropolitanas e vendidas a preços altos, quando a mídia frequentemente dá espaço a obras de arte obscuras e estranhas, as pessoas começam a acreditar que são elas que estão por fora da moda, e que as suas preferências artísticas é que precisam ser atualizadas. As pessoas começam a negar o seu próprio senso do belo e favorecer formas de arte degeneradas.

O comunismo tira proveito da mentalidade de manada porque muitas pessoas não têm uma convicção forte. Uma vez que a humanidade se desvia das tradições divinamente transmitidas, tudo se torna relativo e muda com o tempo. Com isso, o terreno fica fértil para a exploração.

b. Os países desenvolvidos do Ocidente exportam uma cultura antitradicional

Os países ocidentais desenvolvidos desempenham um papel decisivo nos assuntos econômicos e militares globais. Devido a isso, a cultura ocidental se espalhou rapidamente para os países em desenvolvimento, sendo considerada a cultura predominante da civilização moderna, que o rumo do desenvolvimento futuro. A exploração dessa tendência difundiu a cultura moderna degenerada dos Estados Unidos e de outros países ocidentais para o mundo, causando grandes prejuízos para as tradições de outros grupos étnicos. O rock and roll, as drogas e a liberação sexual foram promovidos sob o disfarce de cultura ocidental e rapidamente se espalharam por todo o mundo a partir dos países desenvolvidos. Como foi apontado neste livro, o espectro comunista está por trás do desenvolvimento dessas culturas degeneradas, que nada têm a ver com os valores tradicionais derivados da crença no Divino.

Culturas corrompidas disfarçadas na embalagem de cultura ocidental estão sendo disseminadas por todos os cantos do mundo. Hollywood, em particular, tornou-se um importante propagador de várias ideologias que derivam do marxismo cultural. A característica especial da indústria cinematográfica permite que as pessoas aceitem subconscientemente os seus valores.

Por causa da sua pujança econômica, os países ocidentais atraem um grande número de estudantes estrangeiros. Nesta série, discutimos como o marxismo cultural assumiu o controle da educação ocidental e expõe os estudantes estrangeiros a várias ideologias esquerdistas. Quando eles voltam para os seus países, acabam disseminando essas ideologias. Nos seus países, essas ideologias degeneradas são consideradas atraentes porque os países ocidentais são tecnologicamente mais avançados e economicamente desenvolvidos. Dessa forma, essas ideologias encontram pouca resistência quando se espalham e destroem a cultura tradicional local.

Por exemplo, o primeiro país da Ásia a reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma sociedade com tradições profundas. A globalização estava por trás da mudança. Depois de estudarem no Ocidente, vários estudantes aceitaram a ideia do casamento entre pessoas do mesmo sexo e pressionaram por essa mudança. Em sua maioria, os políticos progressistas que incentivam a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo desenvolveram as suas visões progressistas durante os seus estudos no exterior.

c. As corporações multinacionais difundem uma cultura degenerada

Sob as condições da globalização, o respeito mútuo e a tolerância de diferentes culturas nacionais tornaram-se comuns. O comunismo usou isso para expandir arbitrariamente o conceito de tolerância e tornar a neutralidade de valores um “consenso global”, defendendo ideias degeneradas. Particularmente, a homossexualidade e a liberação sexual se desenvolveram rapidamente por meio da globalização, atingindo e corroendo os valores morais da sociedade tradicional.

Em 2016, uma grande cadeia varejista mundial anunciou que os vestiários e os banheiros das suas lojas seriam “amigáveis para transgêneros”, o que significa que qualquer homem poderia se sentir à vontade para entrar em banheiros ou vestiários femininos porque ele poderia alegar que se considera uma mulher. A American Family Association pediu aos consumidores que boicotassem a empresa por causa do dano que a política poderia trazer para mulheres e crianças. [30] De fato, em 2018, um homem entrou no banheiro feminino de uma dessas lojas e expôs sua nudez a uma menina. [31]

Em meio à resistência dos consumidores que respeitam os valores tradicionais, os jornalistas fizeram um levantamento das centenas de grandes empresas multinacionais que obtiveram notas máximas no Corporate Equality Index (um instrumento que mede as atitudes em relação às questões LGBT) e constataram que as empresas com as mesmas políticas das multinacionais estavam presentes em todos os aspectos da vida das pessoas comuns, o que tornava um boicote irrealista. As empresas abrangiam quase todas as grandes companhias aéreas, grandes fábricas de automóveis, cadeias de lanchonetes, cafeterias, grandes lojas de departamentos, bancos, grandes empresas produtoras de filmes, empresas de telefonia celular e computadores, e assim por diante. [32]. Esses valores tornaram-se onipresentes e comuns por meio da globalização, viabilizados pela cultura corporativa das multinacionais.

d. A ONU propaga valores distorcidos

Em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que a homossexualidade não é uma doença mental, o que serviu de grande estímulo para a expansão do movimento homossexual no mundo. Sob o manto da globalização, a AIDS se espalhou pelo mundo inteiro, e o grupo de pessoas com maior risco de desenvolver a AIDS, os homossexuais, continuaram sendo alvo de preocupação social e debates públicos. O comunismo favoreceu assim a expansão do movimento homossexual. Os profissionais de saúde incentivavam os pacientes homossexuais com AIDS a não se envergonharem e a procurarem tratamento médico. Como corolário, o reconhecimento moral da conduta homossexual foi também promovido. Na África, Ásia e América Latina, o financiamento do combate à AIDS pela comunidade internacional teve o condão de promover o movimento homossexual. [33]

A África do Sul foi o primeiro país a introduzir uma nova convenção no Conselho de Direitos Humanos da ONU que exige que o reconhecimento da orientação sexual e da identidade de gênero seja usado como indicador de direitos humanos. A convenção foi finalmente adotada. Trata-se da primeira resolução da ONU que aborda diretamente a orientação sexual e a identidade de gênero. [34] Na realidade, ela normaliza o que costumava ser considerado como uma ideia degenerada, atribuindo-lhe a mesma importância dada aos direitos naturais.

O artigo 13 da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança estabelece que: “A criança terá direito à liberdade de expressão. Esse direito incluirá a liberdade de procurar, receber e divulgar informações e ideias de todo tipo, independentemente de fronteiras, de forma oral, escrita ou impressa, por meio das artes ou por qualquer outro meio escolhido pela criança.” [35]

Alguns intelectuais fizeram as seguintes indagações: Se os pais não permitirem que os seus filhos usem camisetas com simbolismo satânico, isso constituirá uma violação dos direitos das crianças? As crianças têm o direito de escolher qualquer maneira de falar com seus pais? [36] Devido à falta de maturidade, as crianças poderão não ser capazes de tomar decisões sensatas. Se elas praticarem atos violentos ou violarem normas éticas, os pais poderão disciplinar seus filhos? Essas preocupações não são injustificadas. Em 2018, Ontário, no Canadá, aprovou uma lei que proíbe os pais de interferir nas expressões de gênero dos filhos (ou seja, as crianças podem escolher os próprios gêneros, com meninos optando por ser meninas e vice-versa). Pais que não aceitarem a identidade de gênero escolhida por seus filhos poderão ser acusados de praticar abuso infantil, e o Estado poderá lhes retirar a guarda dos filhos. [37]

Portanto, o comunismo usa a globalização para transformar e destruir a cultura tradicional e os valores morais de um modo abrangente. Isso inclui o uso de países desenvolvidos, empresas globais e instituições internacionais. As pessoas estão imersas na comodidade superficial da vida global, mas não percebem que as suas ideias e consciências estão sendo rapidamente mudadas. Em apenas algumas décadas, essas ideias completamente novas se espalharam por diversas regiões do mundo como um enorme tsunami. Onde quer que elas cheguem, a cultura muda, as civilizações são perdidas e até mesmo os países mais antigos e fechados não conseguem escapar.

A cultura tradicional é a raiz da existência humana, uma importante garantia da manutenção dos padrões morais pelos seres humanos. É a chave para que os seres humanos sejam salvos pelo Criador. No processo de globalização, essas tradições foram mudadas ou até mesmo destruídas pelos arranjos do espectro comunista, e a civilização humana enfrenta uma crise sem precedentes.

Conclusão

Nacionalidades e países existem há milênios. Embora estejam em regiões diversas e tenham diferentes formas sociais, sistemas políticos, línguas e qualidades culturais e psicológicas, todos compartilham valores universais comuns. Esses valores universais são o núcleo da cultura tradicional para todos os grupos étnicos.

No curto período de pouco mais de cem anos desde o surgimento do comunismo no cenário mundial, a humanidade já está em grande perigo, pois as culturas tradicionais foram minadas e destruídas em grande escala.

Com a Revolução de Outubro, os comunistas tomaram o poder na Rússia e posteriormente na China, as duas grandes potências do Oriente, eliminando as elites culturais tradicionais e destruindo a cultura tradicional por meio da violência. Após a Segunda Guerra Mundial, os países comunistas infiltraram-se e controlaram as Nações Unidas e outras organizações internacionais, fizeram mau uso dos procedimentos democráticos para permitir que a maioria conquistasse o apoio da minoria e ofereceram dinheiro para conquistar países pequenos, em uma tentativa de usar o grande governo da ONU para atrair o mundo inteiro para a corrupção.

Em todo o mundo, especialmente depois do fim da Guerra Fria, o comunismo começou a usar a cooperação e intercâmbios políticos, econômicos e culturais internacionais para expandir e controlar a globalização, promovendo valores espúrios no mundo e sistematicamente destruindo valores e tradições universais. Atualmente, o espectro do comunismo controla o mundo inteiro.

Os grupos políticos e econômicos transnacionais de hoje controlam enormes recursos, e sua influência penetrou em todos os aspectos da sociedade humana. Todas as questões, desde as mais importantes como meio ambiente, economia, comércio, assuntos militares, diplomacia, ciência e tecnologia, educação, energia, guerra e imigração, até temas menos cruciais como entretenimento, moda e estilo de vida, são cada vez mais manipuladas pelos globalistas. Assim que um governo global for constituído, será fácil transformar toda a humanidade ou até mesmo destruí-la com um único comando.

Ao usar a globalização em conjunto com outros meios, o espectro comunista arruinou a sociedade humana em poucos séculos, e tanto o Oriente como o Ocidente correm o risco de ser destruídos.

Somente se voltarem a cultivar suas tradições, os seres humanos poderão reintroduzir os valores universais e as culturas tradicionais nas nações soberanas e nos intercâmbios internacionais. Isso é necessário para a retomada dos valores universais e da cultura tradicional, e possibilitará que a humanidade, sob a proteção e a graça de Deus, expulse o espectro comunista e avance rumo a um futuro glorioso.

Referências bibliográficas:

[1] Karl Marx, Manifesto of the Communist Party (Marx/Engels Internet Archive), https://www.marxists.org/archive/marx/works/1848/communist-manifesto/ch04.htm

[2] Karl Marx & Friedrich Engels, The German Ideology, Vol. I, 1845, https://www.marxists.org/archive/marx/works/1845/german-ideology/index.htm

[3] V I. Lenin, “The Third, Communist International”, Lenin’s Collected Works, 4ª edição em inglês, Vol. 29 (Moscow: Progress Publishers, 1972), pp. 240–241, https://www.marxists.org/archive/lenin/works/1919/mar/x04.htm

[4] G. Edward Griffin, The Fearful Master: A Second Look at the United Nations (Appleton, Wis.: Western Islands, 1964), Capítulo 7, https://archive.org/details/pdfy-v8vZP_IcjiWOZ9Qm

[5] Ibid.

[6] James Bovard, “The World Bank vs. the World’s Poor”, Cato Institute Policy Analysis, No. 92, 28 de setembro de 1987, https://object.cato.org/sites/cato.org/files/pubs/pdf/pa092.pdf

[7] The World Bank, “Poverty: Overview”, https://www.worldbank.org/en/topic/poverty/overview

[8] Dani Rodrik, The Globalization Paradox: Why Global Markets, States, and Democracy Can’t Coexist (Oxford: Oxford University Press, 2011), p. 19, https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/287324/mod_folder/content/0/RODRIK%20The%20Globalization%20Paradox%20%282%29.doc

[9] Sarah A. Webster, “Inside America’s Bold Plan to Revive Manufacturing: It’s All About the Technology”, 14 de maio de 2015, https://www.sme.org/american-manufacturing-and-nnmi/

[10] “A Profile of the Working Poor, 2016”, U.S. Bureau of Labor Statistics, julho de 2018, https://www.bls.gov/opub/reports/working-poor/2016/home.htm

[11] Alex Kingsbury, “Declassified Documents Reveal KGB Spies in the U.S.: Alger Hiss, Elizabeth Bentley, and Bernard Redmont Are the Subjects of Scrutiny”, U.S. News, 17 de julho de 2009, https://www.usnews.com/news/articles/2009/07/17/declassified-documents-reveal-kgb-spies-in-the-us

[12] William F. Jasper, Global Tyranny … Step by Step: The United Nations and the Emerging New World Order (Appleton, Wis.: Western Islands Publishers, 1992), p. 69, https://archive.org/details/JasperWilliamFGlobalTyranny..StepByStep

[13] Ibid., pp. 69–70.

[14] “FBI Chief Finds Red Spies ‘Potent Danger’”, Los Angeles Times, 4 de maio de 1963, citado em G. Edward Griffin, The Fearful Master: A Second Look at the United Nations, Capítulo 7.

[15] Jasper, Global Tyranny … Step by Step, p. 75.

[16] Colum Lynch, “China Enlists U.N. to Promote Its Belt and Road Project”, Foreign Policy, 10 de maio de 2018, https://foreignpolicy.com/2018/05/10/china-enlists-u-n-to-promote-its-belt-and-road-project/

[17] Confira: Robert W. Lee, The United Nations Conspiracy (Appleton, Wis.: Western Islands, 1981); William F. Jasper, The United Nations Exposed: The International Conspiracy to Rule the World (Appleton, Wis.: The John Birch Society, 2001), https://archive.org/details/JasperWilliamFTheUnitedNationsExposed; Dore Gold, Tower of Babble: How the United Nations Has Fueled Global Chaos (New York, Crown Forum, 2004); Joseph A. Klein, Global Deception: The UN’s Stealth Assault on America’s Freedom (Los Angeles: World Ahead, 2005); Eric Shawn, The U.N. Exposed: How the United Nations Sabotages America’s Security and Fails the World (New York: Penguin Books, 2006); Daniel Greenfield, 10 Reasons to Abolish the UN (David Horowitz Freedom Center, 2011).

[18] Dore Gold, Tower of Babble: How the United Nations Has Fueled Global Chaos (New York, Crown Forum, 2004), p. 3.

[19] Gold, Tower of Babble, pp. 1–24.

[20] Citado em Robert W. Chandler, Shadow World: Resurgent Russia, the Global New Left, and Radical Islam (Washington, D.C.: Regnery Publishing, 2008), pp. 403–404.

[21] Griffin, The Fearful Master, Capítulo 11.

[22] Citado em Jasper, Global Tyranny … Step by Step, p. 90.

[23] Humanist Manifesto II, American Humanist Association, https://americanhumanist.org/what-is-humanism/manifesto2/

[24] Hilary F. French, After the Earth Summit: The Future of Environmental Governance, Worldwatch Paper 107, Worldwatch Institute, março de 1992, 6, http://infohouse.p2ric.org/ref/30/29285.pdf

[25] Jasper, Global Tyranny … Step by Step, p. 71.

[26] Citado em Chandler, Shadow World, p. 401.

[27] Chandler, Shadow World, pp. 401–403.

[28] W. Cleon Skousen, The Naked Communist (Salt Lake City: Izzard Ink Publishing, 1958, 2014), Capítulo 12, https://archive.org/details/B-001-002-046

[29] Bernard Connolly, The Rotten Heart of Europe: Dirty War for Europe’s Money (London: Faber & Faber, 1997), Kindle edition, location 113–118.

[30] “Sign the Boycott Target Pledge!” American Family Association, https://www.afa.net/target

[31] Hayley Peterson, “Outraged Shoppers Threaten to Boycott Target after a Man Exposes Himself to a Young Girl in a Store’s Bathroom”, Business Insider, 6 de abril de 2018, https://www.businessinsider.com/target-faces-boycott-threat-after-man-exposes-himself-in-womens-bathroom-2018-4

[32] Samantha Allen, “All the Things You Can No Longer Buy if You’re Really Boycotting Trans-Friendly Businesses”, The Daily Beast, 26 de abril de 2016, https://www.thedailybeast.com/all-the-things-you-can-no-longer-buy-if-youre-really-boycotting-trans-friendly-businesses

[33] Graeme Reid, “A Globalized LGBT Rights Fight”, Human Rights Watch, 2 de novembro de 2011, https://www.hrw.org/news/2011/11/02/globalized-lgbt-rights-fight

[34] Ibid.

[35] Convention on the Rights of the Child, United Nations, Office of the High Commissioner, https://www.ohchr.org/en/professionalinterest/pages/crc.aspx [acessado em 25 de janeiro de 2019].

[36] Jasper, Global Tyranny … Step by Step, p. 148.

[37] Grace Carr, “Ontario Makes Disapproval of Kid’s Gender Choice Potential Child Abuse”, The Daily Caller, 5 de junho de 2017, https://dailycaller.com/2017/06/05/ontario-makes-disapproval-of-kids-gender-choice-child-abuse/