(Minghui.org) [Nota do editor] Esta série é uma reimpressão da tradução em português do Epoch Times do livro “Como o espectro do comunismo está governando nosso mundo”, pela equipe editorial de Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês.
Prefácio
Introdução
Capítulo 1: As estratégias do diabo para destruir a humanidade
Capítulo 2: O início do comunismo na Europa
Capítulo 3: Matança no Oriente
Capítulo 4: Exportando a revolução
Capítulo 5: Infiltrando-se no Ocidente
Capítulo 6: A revolta contra Deus
Capítulo 7: A destruição da família
Capítulo 8: Como o comunismo semeia o caos na política
Capítulo 9: A armadilha econômica comunista
Capítulo 10: Usando a lei para o mal
Capítulo 11: Profanando as artes
Capítulo 12: Sabotando a educação
Capítulo 13: Sequestrando os meios de comunicação
Capítulo 14: Cultura popular, uma indulgência decadente
Capítulo 15: As raízes comunistas do terrorismo
Capítulo 16: O comunismo por trás do ambientalismo
Capítulo 17: Globalização: comunismo no seu cerne
Capítulo 18: As ambições globais do Partido Comunista Chinês
Conclusão
Capítulo 15: As raízes comunistas do terrorismo
Índice
Introdução
1. Terrorismo de Estado nos regimes comunistas
2. Como os regimes comunistas exportaram o terror
3. As origens comunistas do extremismo islâmico
a. Sayyid Qutb: O Marx do extremismo islâmico
b. A vanguarda leninista do jihad
c. O núcleo comunista do extremismo islâmico
d. Qutb e a ascensão do terrorismo
e. Como o comunismo vitimou muçulmanos comuns
4. O apoio do Partido Comunista ao terrorismo
a. O apoio do Partido Comunista Chinês às atividades terroristas de Yasser Arafat
b. Os laços do Partido Comunista Chinês com a Al-Qaeda
5. A aliança oculta entre o terrorismo e a esquerda radical do Ocidente
Conclusão
Referências bibliográficas
* * *
Na manhã de 11 de setembro de 2001, terroristas sequestraram aviões de passageiros e os fizeram colidir contra as torres gêmeas do World Trade Center em Nova York, bem como o Pentágono em Washington, D.C., matando cerca de três mil pessoas. Foi a primeira vez, desde o ataque japonês a Pearl Harbor, que os Estados Unidos sofreram um ataque dessa magnitude no seu próprio território. Os ataques de 11 de setembro tiveram repercussão mundial. Após os ataques, os Estados Unidos lançaram uma guerra global contra o terror, derrubando o regime islâmico no Afeganistão e a ditadura iraquiana de Saddam Hussein.
A partir de então, as pessoas ficaram informadas sobre o movimento terrorista e seus representantes, como a Al-Qaeda e Osama bin Laden. Poucos, no entanto, estão cientes da estreita relação entre o terrorismo e o comunismo.
Os termos “terrorismo” e “terrorista” surgiram pela primeira vez em 1795, como uma referência ao Reinado do Terror durante a Revolução Francesa, [1] que lançou as bases para o movimento comunista (veja o capítulo 2 deste livro).
No mundo moderno, o terrorismo se apresenta essencialmente de três modos: terrorismo de Estado sob regimes comunistas, atividade terrorista realizada no exterior por agentes dos regimes comunistas com o objetivo de difundir a revolução violenta e, claro, o extremismo islâmico, que deve muito da sua ideologia e métodos ao comunismo.
O século comunista é um século de mentiras, violência e assassinatos. O terrorismo é uma ferramenta importante para os comunistas espalharem a sua ideologia pelo mundo. A ascensão de um regime comunista, por sua vez, sempre implica na mobilização da máquina estatal para impor uma brutalidade aterrorizante. Essa repressão patrocinada pelo governo é o terrorismo de Estado.
Vladimir Lenin valeu-se do terrorismo para tomar o poder na Rússia. Em 1918, Felix Dzerzhinsky, a quem Lenin considerava um herói revolucionário por sua atuação como diretor da Comissão Extraordinária de Toda a Rússia para o Combate à Contrarrevolução e à Sabotagem (Cheka, na abriviação russa), disse claramente: “Nós defendemos o terror organizado; isso deveria ser admitido francamente.” [2]
O marxista Karl Kautsky, que em 1919 publicou “Terrorismo e Comunismo”, forneceu uma visão abrangente do que aconteceria sob a ditadura do proletariado que Lenin tentava estabelecer. Em uma análise sobre a violência da Revolução Francesa, Kautsky concluiu que os bolcheviques de Lenin haviam herdado o caráter terrorista dos jacobinos e iriam replicá-lo. [3]
Yuri N. Afanasyev, um historiador russo, culpou Lenin por fundar uma política de Estado baseada no terror, na violência e na ilegalidade: “Na verdade, toda a nossa história é de violência”, disse Afanasyev. [4]
Após a criação da União Soviética, os regimes comunistas de Joseph Stalin, Mao Tsé-tung, Pol Pot, Fidel Castro, Erich Honecker, Nicolae Ceauşescu, Kim Il-sung e outros déspotas, cometeram assassinatos em massa para manter o poder. A violência e a barbárie desse terrorismo de Estado foram abordadas nos capítulos anteriores.
Violência e assassinato são apenas um componente da agenda terrorista do comunismo. Mais destrutivo ainda é o modo pelo qual o comunismo usa os poderes combinados do fervor político e religioso para doutrinar as pessoas com a cultura do partido comunista, plantando as sementes do engodo, do ódio e da violência, para que sejam transmitidas de geração em geração.
Ao mesmo tempo em que impõem o terrorismo de Estado ao próprio povo, os regimes comunistas apoiam organizações terroristas no exterior, com o objetivo de fomentar a revolução ou desestabilizar países rivais.
O especialista anticomunista Brian Crozier, fundador e diretor do Instituto para o Estudo dos Conflitos, passou décadas estudando a relação entre comunismo e terrorismo, e publicou vários livros e artigos que detalham as suas constatações. Crozier assessorou líderes anticomunistas, como Ronald Reagan e Margaret Thatcher, na análise do uso do terror pelo bloco comunista. [5]
Stanislav Lunev, um ex-oficial do Departamento Central de Inteligência (GRU) das forças armadas soviéticas e que desertou para o Ocidente, acusou o GRU de ser um dos principais mentores de terroristas em todo o mundo. [6]
Muitos grupos extremistas que organizaram ataques contra os Estados Unidos – entre eles: a Frente Popular de Libertação da Palestina, os comandos do Exército Vermelho do Japão, as Brigadas Vermelhas da Itália, a Facção do Exército Vermelho da Alemanha, os contrabandistas de armas turcos e os guerrilheiros sul-americanos – tiveram o apoio do KGB soviético. Em 1975, Richard Welch, diretor da CIA em Atenas, foi assassinado por marxistas gregos. [7]
Em 1979, o comandante da OTAN, general Alexander Haig, sofreu um ataque, que feriu três dos seus seguranças, quando uma mina explodiu sob um dos veículos da sua escolta, o qual seguia o veículo do general. Em setembro de 1981, o general Frederick J. Kroesen, comandante do Grupo Central do Exército da OTAN, foi ferido em Heidelberg, na Alemanha Ocidental, quando membros da Facção do Exército Vermelho dispararam um foguete antitanque contra o seu carro blindado.
A forma mais influente do terrorismo moderno, no entanto, tem sido o islamismo radical, que foi alimentado pelo bloco soviético como um meio de desestabilizar o mundo muçulmano.
Na primeira metade do século 20, o Oriente Médio pertencia à esfera colonial do Ocidente. Quando os povos da região conquistaram a independência, a União Soviética aproveitou a oportunidade para exercer sua influência sobre eles. As contradições entre denominações religiosas muçulmanas, os conflitos entre árabes e israelenses, a Guerra Fria, a política do petróleo e o choque de civilizações entre as esferas culturais ocidental e islâmica levaram à situação complexa e caótica em que o Oriente Médio se encontra hoje.
Foi nesse contexto que a União Soviética se infiltrou no mundo muçulmano. Isso pode parecer contraditório à primeira vista. Os muçulmanos seguem uma fé abraâmica e acreditam em Alá, enquanto o marxismo-leninismo é ateu e visa à eliminação da religião. Como eles poderiam se entender?
O movimento comunista se assemelha a uma praga que se espalha por meio de todos os vetores disponíveis. Ainda que sem êxito, o comunismo fez os seus primeiros avanços sobre o mundo muçulmano logo após a Revolução de Outubro.
Em junho de 1920, os bolcheviques ajudaram a estabelecer um regime comunista na província iraniana de Gilan, a República Socialista Soviética da Pérsia ou República Soviética de Gilan. O regime promoveu uma série de reformas radicais, incluindo políticas para expropriar os latifundiários, que foram acompanhadas de um programa de propaganda antirreligiosa. Essas medidas se mostraram excessivamente impopulares, e o regime foi derrubado em setembro do ano seguinte.
Mais tarde, o conceito de “socialismo islâmico” começou a se consolidar. Dentre os seus representantes destacam-se Yasser Arafat, líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), e Gamal Abdel Nasser, do Egito. A OLP era apoiada pela União Soviética e pelo Partido Comunista Chinês (PCC) e estava envolvida em atividades terroristas generalizadas.
Argélia, Iêmen do Sul e Afeganistão tiveram regimes comunistas de durações variadas na época da Guerra Fria. Em 1979, a União Soviética iniciou uma invasão do Afeganistão e ocupou o país por dez anos, numa tentativa de sustentar o último regime comunista remanescente no mundo muçulmano.
Promover o comunismo em uma área com crenças religiosas profundamente arraigadas é um grande desafio. Os esforços da União Soviética para exportar a revolução socialista diretamente para o mundo muçulmano foram infrutíferos. No entanto, embora o próprio comunismo não tenha logrado estabelecer o controle sobre a região, ele teve grande influência na criação e no desenvolvimento do extremismo islâmico contemporâneo.
Ion Mihai Pacepa, ex-general de três estrelas na Romênia comunista, assessor do presidente Nicolae Ceauşescu, chefe interino do serviço de inteligência estrangeira do seu país e secretário de Estado do Ministério do Interior da Romênia, tornou-se o mais importante desertor do bloco oriental quando fugiu para os Estados Unidos em julho de 1978.
No seu artigo “Russian Footprints”, Pacepa revelou uma grande quantidade de informações privilegiadas sobre o apoio comunista ao terrorismo no Oriente Médio. [8] Ele citou Aleksandr Sakharovsky, chefe da inteligência externa soviética, que teria dito: “No mundo de hoje, quando as armas nucleares tornaram a força militar obsoleta, o terrorismo será a nossa arma principal.”
Em um único ano, 1969, foram sequestrados 82 aviões no mundo. Muitos desses sequestros foram realizados pela OLP com o apoio dos soviéticos e dos comunistas chineses. Na sua visita ao escritório de Sakharovsky, Pacepa viu um mar de pequenas bandeiras vermelhas pontilhando um mapa-múndi. Cada bandeira representava um avião sequestrado.
Segundo Pacepa, Sakharovsky gabou-se de ter inventado a tática do sequestro de aviões. Entre 1968 e 1978, O departamento de segurança romeno fez entregas semanais de suprimentos militares por avião para terroristas palestinos no Líbano. Arquivos da época da dissolução da Alemanha Oriental mostram que, em 1983, a Agência de Inteligência Estrangeira da Alemanha Oriental enviou 1.877.600 dólares em munição para fuzis de assalto Kalashnikov a organizações terroristas libanesas. A Checoslováquia forneceu aos terroristas islâmicos mil toneladas de Semtex-H, um explosivo plástico inodoro.
No início dos anos de 1970, Yuri Andropov, então chefe do KGB e posteriormente secretário-geral do Partido Comunista Soviético, iniciou uma campanha de propaganda secreta meticulosamente planejada para semear o ódio antissemita e antiamericano em todo o mundo árabe e islâmico. Por seu trabalho, Andropov ficou conhecido como o “pai de uma era de desinformação”. [9]
Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 causaram uma grande reviravolta nos assuntos mundiais. Osama bin Laden e sua Al-Qaeda foram notícia de primeira página quando a ameaça do extremismo islâmico ganhou destaque.
Para a grande maioria das pessoas em todo o mundo, o 11 de setembro foi um choque e uma tragédia. Mas na China, sob a censura do Partido Comunista Chinês, as reações foram bem diferentes. De fóruns de internet e salas de bate-papo a lanchonetes universitárias, muitas pessoas aplaudiram os terroristas, com comentários como “Bom trabalho!” e “Apoiamos fortemente os atos de justiça contra os Estados Unidos.” De acordo com uma pesquisa com 91.701 pessoas no NetEase, um importante site chinês, apenas 17,8% dos entrevistados expressaram forte oposição aos ataques terroristas. A maioria deles selecionou a opção “oposição aos Estados Unidos” ou “o melhor ainda está por vir” em relação à catástrofe. [10]
Os chineses que aplaudiram os ataques terroristas não sabiam que era Osama bin Laden nem seu grupo terrorista, mas as raízes dos seus pensamentos tóxicos eram as mesmas. Os chineses foram envenenados pela propaganda comunista e pela cultura do Partido Comunista desde a infância. Obviamente, no entanto, ninguém poderia imaginar que conexão isso poderia ter com Bin Laden, que lutou contra a União Soviética no Afeganistão.
A fonte ideológica do extremismo islâmico de Bin Laden é Sayyid Qutb, o pioneiro egípcio do terrorismo islâmico, um homem que poderia ser descrito como o Marx do jihad islâmico [11] e que é frequentemente referido como o “padrinho do jihad moderno”. [12]
William McCants, especialista em contraterrorismo e ex-pesquisador do Centro de Combate ao Terrorismo em West Point, observou que extremistas islâmicos frequentemente se referem aos ensinamentos de Qutb ao explicar suas motivações, e que muitos deles se consideram os seus sucessores. [13] Para Ayman al-Zawahiri, que se tronou líder da Al-Qaeda após a morte de Bin Laden, o pensamento de Qutb era a faísca que acendia o fogo do extremismo jihadista.
Em 2016, Hassan Hassan, um especialista em Oriente Médio, publicou um relatório com o Carnegie Endowment for International Peace, intitulado “The Sectarianism of the Islamic State: Ideological Roots and Political Context” (Sectarismo do Estado Islâmico: raízes ideológicas e contexto político). No final do relatório, Hassan citou uma frase popular que sintetiza a doutrina essencial do Estado Islâmico: “O Estado Islâmico foi delineado por Sayyid Qutb, ensinado por Abdullah Azzam, globalizado por Osama bin Laden, tornado realidade por Abu Musab al-Zarqawi e implementado pelos al-Baghdadis: Abu Omar e Abu Bakr.” [14]
Bin Laden e posteriormente o Estado Islâmico (ISIS) adotaram e expandiram a ideologia de Qutb. Em suma, “qutbismo” é a busca da violência para destruir a velha sociedade corrupta, ou “jahiliya”, conclamando os jihadistas a darem as suas vidas por uma ideologia que supostamente trará a libertação humana. [15]
Esse estilo bombástico lembra os escritos de Marx e Lenin, e com boas razões: Qutb foi um membro do Partido Comunista na sua juventude e as suas ideias estavam repletas da retórica do marxismo-leninismo. Robert R. Reilly, um membro sênior do Comitê de Política Externa dos EUA, disse que Qutb era na realidade um elo entre o comunismo internacional e a Irmandade Muçulmana e o Partido Comunista do Egito. [16]
Nascido em 1906, Qutb estudou socialismo e literatura nas décadas de 1920 e 1930. Em 1940, ele já havia estudado nos Estados Unidos por dois anos e passou a integrar a Irmandade Muçulmana após o seu retorno ao Egito. [17] Qutb sempre manteve contato com o tenente do Exército Gamal Abdel Nasser, líder do Movimento de Oficiais Livres, de inclinação socialista.
Em 1952, Nasser liderou um golpe militar derrubando a dinastia de Muhammad Ali, uma monarquia pró-ocidental. Diz-se que esse golpe de inspiração socialista foi planejado por Qutb e pela Irmandade Muçulmana, juntamente com Nasser. Entretanto, embora Qutb esperasse que Nasser estabelecesse um regime islâmico, Nasser optou pelo caminho da laicização e, em 1954, começou a reprimir a Irmandade Muçulmana.
Qutb e a Irmandade Muçulmana planejaram o assassinato de Nasser. A conspiração falhou e Qutb foi acusado de tentativa de assassinato e aprisionado. Durante os seus três anos de prisão, Qutb foi brutalmente torturado. Mais tarde, quando as condições melhoraram, ele foi autorizado a escrever. Qutb escreveu os seus dois trabalhos mais importantes enquanto estava na prisão, “In the Shade of the Qur’an” (À sombra do Alcorão) e “Milestones” (Marcos). Esses dois livros, que detalham os seus pontos de vista sobre o Alcorão, a história islâmica, o Egito e a sociedade ocidental, expuseram na íntegra a sua defesa do extremismo antilaico e antiocidental.
Eventualmente, Qutb foi libertado da prisão, mas ele não aproveitou a oportunidade para deixar o Egito e acabou sendo preso de novo. Em 1966, Qutb foi condenado por seu envolvimento na conspiração para assassinar o presidente Nasser e foi executado por enforcamento.
O pensamento subversivo de Qutb conferiu ao conceito islâmico de jihad uma nova interpretação. Ao ouvir a palavra “jihad”, muitos pensam imediatamente em “guerra santa”. Em árabe, jihad significa simplesmente lutar. Para a maioria dos muçulmanos, pode significar luta interna (autoaperfeiçoamento) ou jihad defensiva. [18] Qutb ampliou essa definição para incluir o uso proativo e desenfreado da violência na guerra santa do jihad e expôs os seus fundamentos teóricos. [19] O líder Qutb sentiu orgulho por caminhar até a forca e se tornar um mártir religioso.
A filosofia de Qutb sustentava que qualquer sistema social baseado em uma legislação ou uma ética laicas era uma “sociedade antiga” anti-islâmica, ou jahiliya (ignorância da verdade religiosa, que originalmente se referia à sociedade antes da disseminação do islã). Até mesmo uma sociedade que se proclamasse muçulmana poderia ser uma jahiliya. Qutb achava que o sistema social egípcio em que ele vivia estava dominado pela jahiliya e, por isso, tinha de ser derrubado. [20]
De acordo com Qutb, a jahiliya era o principal obstáculo tanto para os muçulmanos como para os não muçulmanos, impedindo-os de observar os valores e a lei islâmicos. Ele alegou que a sociedade antiga tinha sido imposta às pessoas, privando-as da liberdade nesse processo. Esse povo escravizado, análogo à classe trabalhadora do marxismo, tinha o direito de promover o jihad para acabar com a opressão da jahiliya. Qutb defendia o jihad como um meio de libertação para toda a humanidade, tanto muçulmana quanto não muçulmana. [21] Quando os livros de Qutb foram publicados, muitos líderes islâmicos acharam que o autor havia ido longe demais e consideraram as suas ideias como heresia. [22]
Qutb tomou emprestado o conceito marxista de “consciência falsa”, que se refere à aceitação pelas massas dos ideais e da cultura da liderança. Essa consciência, portanto, impede-os de perceber sua própria opressão ou de derrubar o capitalismo para estabelecer o socialismo. Para Qutb, aqueles que vivem sob a jahiliya não percebem que são escravos [23] e é por isso que eles não se engajam no jihad para se emanciparem.
“O que é preciso fazer?”, perguntou Lenin em seu panfleto com o mesmo título. Qutb também se fez essa mesma pergunta, então ele buscou em Lenin uma solução.
Os escritos de Qutb estão repletos de vocabulário familiar aos estudantes do marxismo-leninismo, como “vanguarda”, “Estado”, “revolução” e coisas do gênero. A situação e os desafios que Lenin enfrentou no momento em que escreveu o seu panfleto “O que é preciso fazer?” espelham as circunstâncias enfrentadas por Qutb ao formular sua própria ideologia radical. Lenin colocou toda a esperança de uma revolução bem-sucedida em um partido de vanguarda proletária. Qutb copiou essa teoria e substituiu o partido político leninista por organizações extremistas islâmicas.
Lenin deu grande ênfase à importância da organização e da vanguarda. Ele fazia uma clara distinção entre espontaneidade e consciência, e cunhou a ideia de construção partidária. De acordo com o líder revolucionário, por meios espontâneos, os trabalhadores só podem fazer exigências superficiais, como aumentos salariais e jornadas de trabalho de oito horas, mas falta-lhes a consciência necessária para libertar a humanidade.
Lenin acreditava que as vanguardas externas (geralmente intelectuais burgueses que têm o privilégio da educação) deveriam incitar e doutrinar os trabalhadores, para que eles percebessem que a revolução é a sua única saída e entendam que, somente quando toda a humanidade for libertada, eles serão liberados. Para que se tire o máximo proveito da vanguarda, é necessário um partido político totalmente coeso, capaz de organizar todas as suas atividades e proporcionar-lhes oportunidades de trabalho clandestino como revolucionários profissionais. Esse partido político, o partido político proletário, é a vanguarda do proletariado. [24]
Glenn E. Robinson, professor-associado da Escola de Pós-graduação Naval de Monterrey, Califórnia, e pesquisador do Centro de Estudos do Oriente Médio da Universidade da Califórnia-Berkeley, fez a seguinte observação sobre o islã radical: “Embora por razões óbvias ideólogos jihadistas não citem Lenin como inspiração, seus conceitos e lógica, especialmente os de Sayyid Qutb, revelam essa influência. Tendo sido educado no Egito na década de 1940, Qutb certamente teria sido exposto aos escritos de Lenin. Dois conceitos-chave de Qutb foram criados por Lenin: jama’a (vanguarda) e manhaj (programa).” [25]
Com base na essência do leninismo, Qutb defendeu a organização de uma versão muçulmana do partido de vanguarda leninista.
“Qutb usou precisamente o mesmo argumento para o mundo muçulmano”, escreveu Robinson. “A grande maioria dos muçulmanos foi tão envolvida e corrompida pelo sistema de governo injusto e anti-islâmico que não sabe como e quando pegar em armas contra o Estado. É necessária uma vanguarda dedicada composta por quadros jihadistas para organizar a ação direta contra o Estado.” [26] Além disso, “a insistência de Lenin de que era crucial para a vanguarda ter um programa detalhado e coerente para ser implementado e depois consolidar a revolução também ecoou, com um tom islâmico, nos escritos de Qutb.” [27]
Para Qutb, essa vanguarda, que consiste no que ele chama de “verdadeiros muçulmanos”, ou extremistas, tem a missão revolucionária de libertar todos os muçulmanos e toda a civilização humana. A vanguarda deve atacar os falsos muçulmanos, seguir a ideologia islâmica conforme determinada pela interpretação de Qutb, estabelecer uma nova nação baseada no islamismo e usar a violência para impor o islã ao resto do mundo.
Além da vanguarda, a teoria de Qutb inclui também a retórica que defende a “igualdade social”, a eliminação de classes, a atividade antigovernamental e a liberação da humanidade. [28]. Todos esses pontos ecoam os objetivos declarados do comunismo.
Após a morte de Qutb, seu irmão Muhammad Qutb continuou a publicar seus livros. O livro “Ma’arakat ul-Islam war-Ra’samaaliyyah”, publicado em 1993, expõe mais uma vez a inspiração comunista de Qutb. O autor afirma descaradamente que o islã é uma “aqidah única, construtiva e positivista, que foi moldada a partir de uma combinação perfeita do cristianismo e do comunismo e que compreende todos os seus objetivos (isto é, do cristianismo e do comunismo) e acrescenta a eles harmonia, equilíbrio e justiça.” [29]
A luta de classes é outra ideia marxista crucial para o extremismo islâmico. Karl Marx passou toda a sua vida tentando incitar conflitos entre o proletariado e a burguesia a fim de amplificar esses conflitos até o ponto em que não fosse mais possível retroceder e finalmente “resolver” o conflito por meio da revolução. Os extremistas islâmicos operam da mesma maneira.
A destruição do World Trade Center em Manhattan contribuiu de alguma forma para concretizar a união do mundo muçulmano desejada por Qutb? Absolutamente não. Foi apenas um meio de exacerbar o conflito entre os mundos ocidental e muçulmano. No Ocidente, os ataques terroristas incitaram o ódio aos muçulmanos e vice-versa nos países muçulmanos. [30] O método dos muçulmanos radicais é o mesmo usado nos conflitos entre o proletariado e a burguesia, promovidos por Marx e Lenin, para criar as condições necessárias para o lançamento da revolução.
Não é exagero dizer que as teorias de Qutb assemelham-se mais ao comunismo do que ao islamismo tradicional. Embora os extremistas islâmicos façam uma oposição religiosa ao comunismo, eles absorveram os fundamentos essenciais da doutrina revolucionária comunista. Como observou um especialista no assunto, “Os argumentos apresentados aqui são de que o verdadeiro inimigo que confronta o mundo livre continua sendo o comunismo e que o islamismo radical nada mais é do que o comunismo disfarçado em vestimentas tradicionais do islã.” [31]
O extremismo violento não foi introduzido somente no mundo muçulmano. O movimento da contracultura ocidental disseminou a ideologia esquerdista em todo o mundo e com ela os ensinamentos terroristas de Lenin. O historiador político finlandês Antero Leitzinger acredita que o terrorismo moderno nasceu entre os anos de 1966 e 1967, desenvolvendo-se ao mesmo tempo em que o movimento comunista internacional. Segundo Leitzinger, não se trata de uma coincidência. Na década de 1960, quando movimentos estudantis radicais causaram um frenesi no Ocidente, muitos estudantes estrangeiros muçulmanos que realizavam intercâmbio no exterior se identificaram com o pensamento esquerdista e levaram de volta para casa conceitos como a revolução violenta. [32]
Em 1974, Abdallah Schleifer, professor de pesquisa de mídia da Universidade Americana do Cairo, conheceu Ayman al-Zawahiri, que posteriormente se tornou o segundo homem no comando da Al-Qaeda. Al-Zawahiri, que estudava medicina na Universidade do Cairo na época, gabou-se de que grupos extremistas islâmicos recrutavam a maioria dos membros de instituições de elite, como escolas médicas e de engenharia. Schleifer respondeu que não ficou surpreso: durante a década de 1960, essas escolas tinham as maiores concentrações de jovens marxistas. Ele observou que o islamismo era simplesmente uma nova tendência que se desenvolveu durante as revoltas estudantis da década de 1960.
Schleifer recordou: “Eu disse: ‘Ouça, Ayman, eu sou um ex-marxista. Quando você fala, eu sinto como se tivesse voltado ao Partido. Não me sinto como se estivesse com um muçulmano tradicional.’” [33]
Curiosamente, muitos associam o extremismo islâmico ao fascismo (islamofascismo) e, por várias razões, deixam de mencionar suas origens comunistas. O fascismo é uma forma de nacionalismo e não tem antecedentes religiosos específicos. Quando se analisa o extremismo islâmico em termos da sua abordagem geral e doutrina, percebe-se que ele tem mais elementos em comum com o comunismo.
Os livros de Qutb influenciaram muitos jovens árabes, inclusive o intelectual palestino que veio a se tornar um dos fundadores da Al-Qaeda, Abdullah Yusuf Azzam. [34] O Relatório da Comissão do 11 de Setembro abordou a influência de Qutb na visão de mundo de Bin Laden e também se referiu diretamente a Azzam como “um discípulo de Qutb”. [35]
Muhammad Qutb, o irmão mais novo de Sayyid Qutb, também foi um dos principais propagadores das ideias de Qutb. Muhammad transferiu-se posteriormente para a Arábia Saudita onde se tornou professor e conduziu pesquisas sobre o islã, e também editou, publicou e promoveu as teorias do seu falecido irmão.
Bin Laden leu os livros de Qutb quando era estudante e estava familiarizado com Muhammad Qutb, cujas palestras públicas semanais ele frequentava regularmente. O ex-funcionário da CIA que supervisionou o grupo encarregado de Bin Laden, Michael Scheuer, também pesquisador sênior da Jamestown Foundation, descreveu Muhammad Qutb como mentor de Bin Laden. [36]
O já mencionado Ayman al-Zawahiri e segundo homem no comando da Al-Qaeda é também um discípulo fanático de Sayyib Qutb. [37] Quando jovem, Zawahiri ouviu várias vezes o seu tio discorrer sobre o caráter de Qutb e sobre a sua grandeza por ter sofrido na prisão. [38] Após a morte de Qutb, Zawahiri escreveu nas suas memórias: “O regime nasserista achou que o movimento islâmico recebeu um golpe mortal com a execução de Sayyid Qutb e seus camaradas, mas a calma aparente ocultava uma interação imediata das ideias de Sayyid Qutb com a formação do núcleo do movimento jihadista islâmica moderno no Egito.” [39]
No ano em que Qutb foi enforcado, Zawahiri, então com 15 anos, ajudou a formar uma célula militante clandestina determinada a “colocar em prática a visão de Qutb”. [40] Posteriormente, Zawahiri aderiu ao grupo Jihad Islâmico Egípcio, vindo a se tornar mentor de Bin Laden e um importante membro da Al-Qaeda. Depois que Bin Laden foi morto, Zawahiri se tornou o líder da Al-Qaeda.
Glenn E. Robinson, o especialista em Oriente Médio citado acima, afirmou que, no mundo muçulmano sunita, Qutb foi o pensador mais influente a promover o jihad violento. [41] Praticamente todos os conceitos e inovações dos grupos jihadistas sunitas podem ser encontrados nos livros de Qutb. [42] Embora os vários grupos jihadistas possam diferir na forma, todos compartilham um ponto em comum, a saber, o uso da violência sob a bandeira do islã para realizar seus objetivos políticos. [43]
O assassinato do presidente egípcio Anwar Sadat em 1981 pelo Jihad Islâmico Egípcio e os ataques do grupo terrorista egípcio al-Gamma al-Islamiyah contra integrantes do governo, intelectuais laicos, cristãos egípcios e turistas nos anos 90 foram etapas da campanha de divulgação das ideias de Qutb. [44]
Os grupos jihadistas radicais que seguem a ideologia de Qutb são classificados como terroristas jihadistas salafistas. Robert Manne, professor de política na Universidade La Trobe, em Melbourne, Austrália, chamou Qutb de “pai do jihadismo salafista” e “precursor do Estado Islâmico”. [45] No seu livro “The Mind of the Islamic State: ISIS and the Ideology of the Caliphate” (A mente do Estado Islâmico: ISIS e a ideologia do califado), ele escreveu: “Cinquenta anos após a execução de Sayyid Qutb, é isso que a tradição do jihadismo salafista, o cérebro do Estado Islâmico, se tornou. Não há mais marcos a serem atingidos. Chegamos aos portões do inferno.” [46]
O relatório “A Persistent Threat: The Evolution of al Qa’ida and Other Salafi Jihadists” (Uma ameaça persistente: a evolução da Al-Qaeda e outros jihadistas salafistas) da Corporação Rand na América abordou a influência de Qutb sobre os jihadistas salafistas e também listou mais de 40 grupos jihadistas salafistas. Eles estão ativos em quase todos os continentes. [47]
Há um traço comum às várias organizações extremistas islâmicas existentes, embora elas careçam de uma visão unificada e sejam dadas a disputas ideológicas, que é: a forma agressiva do jihad de Qutb. Essas organizações extremistas basicamente herdaram o trabalho de Qutb, que é a revolução comunista de uma forma diferente.
O Relatório sobre Terrorismo de 2011, publicado pelo Centro Nacional de Contraterrorismo dos EUA, afirma que, “nos casos em que foi possível determinar a religião das vítimas do terrorismo, observou-se que 82 a 97% das mortes relacionadas ao terrorismo nos últimos cinco anos foram de muçulmanos”. [48]
O relatório Country Reports on Terrorism 2016 lista um total de 11.072 ataques terroristas que causaram 25.621 mortes apenas nesse ano. Além disso, as probabilidades de ataques terroristas foram sempre infinitamente maiores em países e áreas de maioria muçulmana: “Ainda que os ataques terroristas tenham ocorrido em 104 países em 2016, eles foram fortemente concentrados geograficamente. 50% de todos os ataques ocorreram em cinco países (Iraque, Afeganistão, Índia, Paquistão e Filipinas) e 75% de todas as mortes devidas a ataques terroristas ocorreram em cinco países (Iraque, Afeganistão, Síria, Nigéria e Paquistão).” [49]
Por outro lado, os ataques terroristas causaram muito menos mortes nos países ocidentais. Um estudo realizado pelo Instituto Cato, em setembro de 2016, “Terrorism and Immigration: A Risk Analysis” (Terrorismo e imigração: uma análise de risco), afirmou que os terroristas estrangeiros que entraram no país, como imigrantes ou turistas, foram responsáveis por 3024 dos 3432 assassinatos causados por terroristas em solo americano de 1975 até o final de 2015. Esse número inclui as 2983 pessoas mortas nos ataques de 11 de setembro. [50] Em média, 74 americanos são mortos anualmente em ataques terroristas.
Ainda que esses grupos extremistas operem em nome do islã, sua maior vítima é a sociedade muçulmana. Isso porque, quaisquer que sejam as desculpas superficiais, a verdadeira motivação do terrorismo é o desejo de matar e destruir.
O Partido Comunista Chinês (PCC) tem apoiado as atividades terroristas no exterior desde longo tempo, incluindo as do líder terrorista palestino Yasser Arafat. Arafat, com a sua iniciativa de liderar a tática do sequestro de linhas aéreas comerciais, mirou as forças dos EUA e se tornou uma inspiração para Osama bin Laden.
Arafat iniciou o Movimento de Libertação Nacional da Palestina (FATAH) em 1959 e estabeleceu o Estado da Palestina em novembro de 1988. Até a sua morte em 2004, ele foi a figura principal de várias organizações militantes palestinas. Arafat era provavelmente o nativo do Oriente Médio preferido do Partido Comunista Chinês. Ele visitou a China quatorze vezes e conheceu quase todos os líderes comunistas chineses, incluindo Mao Tsé-tung, Zhou Enlai, Deng Xiaoping e Jiang Zemin.
Em 1964, Arafat estabeleceu a Al-Asifah (“A Tempestade”), a ala militar da FATAH, e logo em seguida foi a Pequim para se encontrar com o primeiro-ministro chinês Zhou Enlai. Zhou disse a Arafat para prestar atenção a sua estratégia e não usar slogans contraproducentes como aqueles que pedem a destruição completa de Israel. [51]
Além de fornecer armas e apoio financeiro, Pequim muitas vezes instruiu a Palestina sobre como travar conflitos com os Estados Unidos e Israel, enquanto expandia a sua influência no cenário internacional. O Partido Comunista Chinês também convidou os palestinos para irem à China receber treinamento. Em janeiro de 1965, Arafat declarou guerra a Israel no Norte da Palestina usando as suas organizações guerrilheiras. Em maio de 1965, a Organização pela Libertação da Palestina (OLP) estabeleceu um escritório em Pequim. Em uma atitude sem precedentes, a China conferiu um status diplomático ao escritório da OLP e apoiou abertamente a OLP em vários eventos internacionais.
Em novembro de 1988, a décima-nona sessão do Conselho Nacional Palestino anunciou a independência do Estado Palestino. Pequim reconheceu imediatamente esse novo Estado e estabeleceu relações diplomáticas com a Palestina em 20 de novembro.
Arafat e Jiang Zemin, o então secretário-geral do Partido Comunista Chinês, visitaram-se em 2000 e 2001, época em que conflitos sangrentos irromperam em grande escala entre a Palestina e Israel. Israel condenou Arafat diversas vezes por seu papel no conflito. Com o apoio do PCC, Arafat conseguiu enfrentar os Estados Unidos e Israel, prejudicando ainda mais a estabilidade do Oriente Médio.
A OLP e o FATAH estavam envolvidos em várias atividades terroristas abertas e clandestinas. Eles alegavam que a revolução violenta era a única maneira de libertar o país, uma ideologia que segue a mesma doutrina dos movimentos comunistas. Arafat era muito próximo de outros países comunistas. Ele era um membro da Internacional Socialista, e o FATAH era um observador no Partido dos Socialistas Europeus (PES). [52]
Os Estados Unidos e Israel identificaram Arafat como o homem por trás de vários ataques terroristas no Oriente Médio. A Casa Branca identificou o FATAH e a OLP como organizações terroristas e fechou o Escritório de Informação da Palestina em 1987. [53]
Em 1970, o FATAH planejou e executou o assassinato do rei Hussein bin Talal, da Jordânia. [54] Em setembro daquele ano, o FATAH sequestrou três aviões comerciais da Grã-Bretanha, da Alemanha e da Suíça diante das câmeras de televisão. Os terroristas alegaram que sequestrar um avião teve um efeito maior do que matar cem israelenses em batalha. [55]
Em 1972, o grupo terrorista “Setembro Negro”, uma facção militante do FATAH, realizou um massacre terrorista de atletas israelenses nos Jogos Olímpicos de Munique. A pessoa que planejou e realizou o massacre foi Ali Hassan Salameh, chefe de segurança de Arafat e diretor de inteligência do FATAH. Além dos onze israelenses mortos no ataque, um policial da Alemanha Ocidental também morreu. [56] Arafat foi um dos primeiros militantes a visar civis inocentes nas suas operações.
O Partido Comunista Chinês mantém fortes ligações com a Al-Qaeda, começando com a sua colaboração clandestina com o Talibã, que forneceu proteção a Bin Laden. Em 1980, além de enviar cerca de trezentos conselheiros militares para os mujahideen no Afeganistão, o PCC também montou campos de treinamento militar em Kashgar e Hotan, localizados em Xinjiang (no Noroeste da China), para instruí-los em habilidades como o uso de armas, estratégia militar, propaganda e espionagem.
Xinjiang tornou-se a base para o treinamento dos mujahideen afegãos para combater a União Soviética. Quando a União Soviética se retirou do Afeganistão, os militares chineses treinaram vários milhares de jihadistas, fornecendo-lhes metralhadoras, lançadores de foguetes e mísseis terra-ar, que custaram de dois a quatro bilhões de dólares. [57]
O Partido Comunista Chinês manteve fortes laços com o Talibã e a Al-Qaeda depois que o Talibã tomou o poder no Afeganistão, bem como no período em que o Talibã forneceu proteção a Bin Laden. Embora a Al-Qaeda tenha realizado ataques terroristas à embaixada e à Marinha dos EUA, e o Talibã tenha se recusado a entregar Bin Laden às Nações Unidas, o PCC sempre se opôs às sanções contra o Talibã. Em 1998, os Estados Unidos atacaram bases da Al-Qaeda com mísseis de cruzeiro. O regime chinês pagou à Al-Qaeda 10 milhões de dólares pela compra de mísseis americanos não detonados, a fim de melhorar a própria tecnologia. [58]
Ao mesmo tempo, o Partido Comunista Chinês continuou a fornecer tecnologia militar sensível aos países patrocinadores do terrorismo. [59] No final de 2000, o Conselho de Segurança da ONU propôs sanções aos talibãs para forçá-lo a fecharem campos de treinamento terrorista de Bin Laden localizados no seu território, mas a China se absteve de votar. Depois disso, o PCC manteve negociações secretas com o Talibã e chegou a um acordo para que a Huawei Technologies ajudasse o Talibã a estabelecer um amplo sistema de comunicação militar em todo o Afeganistão. [60] No dia dos ataques de 11 de setembro, oficiais chineses e do Talibã assinaram um contrato para expandir a cooperação econômica e científica. [61]
É ainda mais chocante que, após os ataques de 11 de setembro, dois oficiais militares chineses tenham sido aclamados como heróis nacionais pela autoria de um livro intitulado “Guerra Irrestrita”, publicado em 1999. No livro, eles sugeriram que um ataque ao World Trade Center, em Nova York, criaria um dilema complicado para os Estados Unidos. Os autores também citaram a Al-Qaeda como uma organização com a capacidade de realizar essa operação. [62] Basta dizer que o conceito do regime chinês de “guerra irrestrita” forneceu orientação teórica para as futuras operações de Bin Laden.
Quando o Conselho de Segurança da ONU impôs sanções ao regime talibã após o 11 de setembro, a China não apenas se absteve da votação como também enviou militares para apoiar o Talibã imediatamente após os militares americanos iniciarem ataques aéreos no Afeganistão. Foi também após o 11 de setembro que as agências de inteligência americanas descobriram que a ZTE e a Huawei, duas empresas de tecnologia intimamente associadas ao regime chinês, estavam ajudando as forças do Talibã a estabelecerem uma rede telefônica em Cabul, a capital do Afeganistão. [63]
Em 2004, foi revelado que as agências de inteligência chinesas usaram empresas-fantasma para ajudar Bin Laden a levantar fundos e a lavar dinheiro nos mercados financeiros no mundo inteiro. [64]
Com a queda do Muro de Berlim, o comunismo deparou-se com o colapso total. Herdeiro do fardamento ideológico da União Soviética, o Partido Comunista Chinês teve de enfrentar sozinho a tremenda pressão do mundo livre. Os ataques de 11 de setembro aconteceram exatamente no momento em que os Estados Unidos e o mundo livre voltavam a sua atenção para a condenação da tirania comunista. As prioridades mudaram drasticamente, e o mundo livre precisou adiar seu plano de combate ao comunismo quando a Guerra ao Terror começou. Com isso, o PCC ganhou tempo, o que permitiu que o comunismo se expandisse novamente.
Enquanto o mundo ocidental travava guerra no Oriente Médio, houve uma transferência silenciosa de riqueza em grande escala entre a China e os Estados Unidos. O comunismo foi capaz de construir outra superpotência.
O caos causado pelo terrorismo fez com que o mundo livre desviasse a sua atenção da ameaça comunista, retardando o principal conflito entre o bem e o mal em nosso mundo.
Um músico alemão contemporâneo fez a seguinte afirmação: “Esta é a maior obra de arte de todo o universo.” Ele não estava se referindo à Nona Sinfonia de Beethoven, mas aos ataques terroristas de 11 de setembro. [65]
Depois do 11 de setembro, intelectuais radicais de esquerda do Ocidente aplaudiram os ataques e defenderam os perpetradores. Um escritor americano elogiou os terroristas por destruírem a “Torre de Babel” (isto é, o World Trade Center) como um símbolo das transgressões dos EUA. Um dramaturgo italiano e ganhador do prêmio Nobel de literatura disse: “Os especuladores financeiros (de Wall Street) causam a miséria e a morte de dezenas de milhões de pessoas todos os anos. Então, o que há de mais se 20 mil pessoas morrerem em Nova York?” [66] Um professor da Universidade do Colorado-Boulder caracterizou aqueles que trabalhavam no World Trade Center como “pequenos Eichmanns”, referindo-se a um dos arquitetos do Holocausto nazista. [67]
Na esperança de impedir que os Estados Unidos fizessem intervenções militares no Afeganistão e no Iraque, várias forças radicais de esquerda lançaram um enorme movimento de protesto antiguerra. O linguista e pensador esquerdista Noam Chomsky disse em um discurso no Massachusetts Institute of Technology (MIT) que os Estados Unidos são “o país que mais promove o terrorismo” e que Washington planejava lançar “um genocídio silencioso” no Afeganistão. [68]
Os esquerdistas realizaram “vigílias de paz” e comícios em todo o país. Enquanto as operações dos Estados Unidos contra os terroristas no Afeganistão estavam em pleno andamento, Chomsky fez uma viagem de duas semanas ao subcontinente indiano, espalhando rumores para milhões de muçulmanos e hindus. Ele acusou os Estados Unidos de planejarem matar três ou quatro milhões de afegãos pela fome.
Um professor da Universidade de Columbia disse que espera que os militares americanos sofram um milhão de mogadíscios. [69] A Batalha de Mogadíscio refere-se à emboscada feita pela Al-Qaeda contra as forças especiais dos EUA na Somália em 1993, na qual dezoito soldados americanos foram mortos.
O movimento antiguerra, iniciado pela esquerda radical, focou-se nos Estados Unidos para dificultar os seus esforços na Guerra ao Terror.
Em fevereiro de 2003, um mês antes de os Estados Unidos atacarem o Iraque, Bin Laden divulgou uma gravação de áudio, por meio da rede Al Jazeera, pedindo às pessoas que lutassem contra os militares americanos nas ruas. Na ocasião, ele fez abertamente a seguinte declaração: “Os interesses dos muçulmanos e os interesses dos socialistas coincidem na guerra contra os cruzados.” [70]
A organização ANSWER (Act Now to Stop War and End Racism, ou Aja Agora para Interromper a Guerra e Acabar com o Racismo) é uma organização antiguerra com ampla exposição na mídia. Seus membros são na maioria socialistas, comunistas e esquerdistas ou progressistas. Muitos dos seus fundadores têm laços com o Centro de Ação Internacional e o Partido Mundial dos Trabalhadores, uma organização radical comunista. Portanto, a ANSWER é na verdade uma força de linha de frente alinhada com o comunismo stalinista. A organização Not in Our Name (Não em Nosso Nome) também participa do movimento antiguerra. Trata-se de uma organização de fachada do Partido Comunista Revolucionário, que é um partido marxista-leninista ligado ao regime comunista chinês. [71]
Além de reabilitar terroristas e organizar movimentos antiguerra, os esquerdistas da comunidade legal manifestaram-se contrários ao Patriot Act (Lei Patriótica), aprovado pelo Congresso logo após o 11 de setembro com a finalidade de fortalecer as capacidades antiterroristas dos EUA. Antes de a lei ser aprovada, o FBI esperou sete anos para conseguir prender Sami Al-Arian, um professor de ciência da computação da Universidade do Sul da Flórida, que forneceu apoio financeiro aos terroristas. Se algo equivalente ao Patriot Act tivesse sido aprovado antes, Arian poderia ter sido preso antes, e os ataques de 11 de setembro poderiam ter sido evitados. [72]
O clérigo muçulmano cego Omar Abdel-Rahman, que planejou o atentado a bomba contra o World Trade Center em 1993, foi condenado à prisão perpétua em 1995. Sua advogada de defesa, Lynne Stewart, visitou a prisão e repassou uma mensagem de Abdel-Rahman para seguidores no Oriente Médio, em que ele os exortava a continuar suas atividades terroristas. Stewart foi considerada culpada em 2005. Surpreendentemente, após o seu veredicto de culpada, ela se tornou um ídolo político para a esquerda e tem sido convidada diversas vezes para lecionar em universidades, faculdades de direito e outras instituições. [73]
Um estudo de 2004 do acadêmico americano David Horowitz intitulado “Unholy Alliance: Radical Islam and the American Left” (Aliança imoral: o islã radical e a esquerda americana) revela a nefasta conexão entre extremistas islâmicos e esquerdistas radicais. Segundo a sua análise, a esquerda radical em todo o mundo serviu para acobertar os jihadistas islâmicos. [74]
Apoiar terroristas nas suas ações contra Estados democráticos ocidentais faz parte da longa marcha da esquerda radical para destruir a sociedade ocidental de dentro para fora. Eles estão dispostos a usar qualquer método que os ajude a atingir esse objetivo. Embora a ideologia de esquerda aparentemente não tenha uma relação com o extremismo islâmico, os seus objetivos coincidem, favorecendo a formação de uma aliança perniciosa contra o mundo ocidental, que se torna uma ferramenta poderosa para o comunismo.
Desde a institucionalização da violência pela Comuna de Paris e por Lenin até as perseguições patrocinadas pelo Partido Comunista Chinês, o comunismo sempre usou o terrorismo para atingir os seus objetivos. Ademais, além de contar com territórios controlados pelos regimes comunistas, o comunismo manipulou diversos grupos e pessoas para realizar atos terroristas, semeando o caos em todo o mundo e lançando uma cortina de fumaça para confundir os seus inimigos. Avanços na ciência e na tecnologia tornaram mais fácil para os terroristas colocar vítimas inocentes em perigo.
Os terroristas usam a violência para dividir a sociedade e usam o medo para colocar e manter as pessoas sob o seu controle. Eles violam os valores morais universais da humanidade para alcançar os seus objetivos. As raízes do comunismo podem ser detectadas nas suas ideias centrais, pois a ideologia comunista fornece uma estrutura teórica para seus valores malignos.
As principais vítimas do extremismo islâmico são as pessoas que vivem nos países de origem dos terroristas. Embora a mídia concentre a sua atenção em ataques terroristas que têm como alvo a sociedade ocidental, os muçulmanos são a maioria dos mortos. Da mesma forma, as mais de 100 milhões de mortes causadas pelo comunismo foram na sua grande maioria de pessoas que viviam em países sob regimes comunistas.
O terrorismo é indissociável do comunismo, o qual, por sua vez, é a principal causa do terrorismo em todo o mundo. Enquanto essas raízes tóxicas não forem extirpadas, a humanidade não desfrutará de um único dia de paz. Somente reconhecendo o papel do comunismo nas atividades terroristas que assolam o nosso mundo, enquanto praticam e defendem os valores morais tradicionais e a fé, as pessoas poderão se proteger contra essa ameaça.
[1] Brian Whitaker, “The Definition of Terrorism”, The Guardian, 7 de maio de 2001, https://www.theguardian.com/world/2001/may/07/terrorism
[2] “Lenin and the Use of Terror”, World Future Fund [acessado em 17 de novembro de 2018], http://www.worldfuturefund.org/wffmaster/Reading/Quotes/leninkeyquotes.htm
[3] Karl Kautsky, Terrorism and Communism: A Contribution to the Natural History of Revolution (1919) [acessado em 17 de novembro de 2018], https://www.marxists.org/archive/kautsky/1919/terrcomm/index.htm
[4] Carey Goldberg, “‘Red Saturday’ Not Such a Celebration for Lenin”, Associated Press, 21 de abril de 1990, https://apnews.com/0f88bdb24ea112b606c9c56bca69e9dd; Francis X. Clines, “Upheaval in the East; Soviet Congress Debates New Presidency”, The New York Times, 13 de março de 1990, https://www.nytimes.com/1990/03/13/world/upheaval-in-the-east-soviet-congress-debates-new-presidency.html
[5] Brian Crozier, The Rise and Fall of the Soviet Empire (Rocklin, CA: Prima Lifestyles, 1999).
[6] Stanislav Lunev, Through the Eyes of the Enemy: The Autobiography of Stanislav Lunev (Washington, D.C.: Regnery Publishing, Inc., 1998), p. 80.
[7] “The KGB’s Terrorist Footprints”, The Washington Post, 23 de setembro de 1981, https://www.washingtonpost.com/archive/politics/1981/09/23/the-kgbs-terrorist-footprints/16f129fd-40d7-4222-975c-6e39044768bf/?utm.
[8] Ion Mihai Pacepa, “Russian Footprints”, National Review, 24 de agosto de 2006, https://www.nationalreview.com/2006/08/russian-footprints-ion-mihai-pacepa/
[9] Ion Mihai Pacepa & Ronald Rychlak, Disinformation: Former Spy Chief Reveals Secret Strategies for Undermining Freedom, Attacking Religion, and Promoting Terrorism (Washington, D.C.: WND Books, 2013), Capítulo 33.
[10] “A Sampling of Chinese Public Opinion Following the 9/11 Terrorist Attacks”, [〈911恐怖分子袭击事件之后:国内言论摘登〉] Modern China Studies [《當代中國研究》] (2001, 4ª edição), http://www.modernchinastudies.org/us/issues/past-issues/75-mcs-2001-issue-4/596-911.html [em chinês]
[11] Paul Berman, “The Philosopher of Islamic Terror”, The New York Times Magazine, 23 de março de 2003, https://www.nytimes.com/2003/03/23/magazine/the-philosopher-of-islamic-terror.html
[12] Raymond Ibrahim, “Ayman Zawahiri and Egypt: A Trip Through Time”, The Investigative Project on Terrorism: A Special Report, 30 de novembro de 2012, https://www.investigativeproject.org/3831/ayman-zawahiri-and-egypt-a-trip-through-time
[13] Dale C. Eikmeier, Qutbism: An Ideology of Islamic-Fascism, Defense Technical Information Center, março de 2007, código de acesso ADA485995, http://www.dtic.mil/docs/citations/ADA485995
[14] Hassan Hassan, The Sectarianism of the Islamic State: Ideological Roots and Political Context (Washington: Carnegie Endowment for International Peace, junho de 2016), p. 26, https://carnegieendowment.org/files/CP_253_Hassan_Islamic_State.pdf
[15] Andrew McGregor, “Al-Qaeda’s Egyptian Prophet: Sayyid Qutb and the War On Jahiliya”, Terrorism Monitor, Vol. 1, No. 3, 4 de maio de 2005, https://jamestown.org/program/al-qaedas-egyptian-prophet-sayyid-qutb-and-the-war-on-jahiliya/
[16] Robert R. Reilly, The Roots of Islamist Ideology (London: Centre for Research into Post-Communist Economies, fevereiro de 2006), p. 4, http://crce.org.uk/briefings/islamistroots.pdf
[17] Berman, “The Philosopher of Islamic Terror”.
[18] McGregor, “Al-Qaeda’s Egyptian Prophet”.
[19] A.E. Stahl, “‘Offensive Jihad’ in Sayyid Qutb’s Ideology”, International Institute for Counter-Terrorism, 24 de março de 2011, https://www.ict.org.il/Article/1097/Offensive-Jihad-in-Sayyid-Qutbs-Ideology#gsc.tab=0
[20] McGregor, “Al-Qaeda’s Egyptian Prophet”.
[21] Stahl, “‘Offensive Jihad’ in Sayyid Qutb’s Ideology”.
[22] McGregor, “Al-Qaeda’s Egyptian Prophet”.
[23] Roxanne L. Euben, “Mapping Modernities, ‘Islamic’ and ‘Western’”, in Border Crossings: Toward a Comparative Political Theory, ed. Fred Reinhard Dallmayr (Lanham, Md.: Lexington Books, 2013), p. 20.
[24] Vladimir Lenin, What Is to Be Done?, trans. Joe Fineberg & George Hanna [acessado em 17 de novembro de 2018], https://www.marxists.org/archive/lenin/works/1901/witbd/
[25] Glenn E. Robinson, “Jihadi Information Strategy: Sources, Opportunities, and Vulnerabilities”, in Information Strategy and Warfare: A Guide to Theory and Practice, eds. John Arquilla & Douglas A. Borer (London: Routledge, 2007), p. 92.
[26] Ibid.
[27] Ibid.
[28] McGregor, “Al-Qaeda’s Egyptian Prophet”.
[29] “Impaling Leninist Qutbi Doubts: Shaykh Ibn Jibreen Makes Takfir Upon (Declares as Kufr) the Saying of Sayyid Qutb That Islam Is a Mixture of Communism and Christianity”, The Madkhalis, 2 de janeiro de 2010, http://www.themadkhalis.com/md/articles/bguiq-shaykh-ibn-jibreen-making-takfir-upon-the-saying-of-sayyid-qutb-that-islam-is-a-mixture-of-communism-and-christianity.cfm
[30] Damon Linker, “The Marxist Roots of Islamic Extremism”, The Week, 25 de março de 2016, http://theweek.com/articles/614207/marxist-roots-islamic-extremism
[31] Chuck Morse, Islamo-Communism: The Communist Connection to Islamic Terrorism (City Metro Enterprises, 2013), Introdução.
[32] Antero Leitzinger, “The Roots of Islamic Terrorism”, The Eurasian Politician, No. 5, abril–setembro de 2002, http://users.jyu.fi/~aphamala/pe/issue5/roots.htm
[33] Lawrence Wright, The Looming Tower: Al-Qaeda and the Road to 9/11 (New York: Knopf Publishing Group, 2006), p. 21.
[34] Dawn Perlmutter, Investigating Religious Terrorism and Ritualistic Crimes (New York: CRC Press, 2004), p. 104.
[35] The 9/11 Commission Report, The National Commission on Terrorist Attacks Upon the United States, p. 55, https://www.9-11commission.gov/report/911Report.pdf
[36] Michael Scheuer, Through Our Enemies’ Eyes: Osama bin Laden, Radical Islam, and the Future of America, 2ª ed. (Washington: Potomac Books, 2006), p. 114.
[37] Lawrence Wright, The Looming Tower: Al-Qaeda and the Road to 9/11 (New York: Knopf Publishing Group, 2006), p. 36.
[38] Lawrence Wright, “The Man Behind Bin Laden: How an Egyptian Doctor Became a Master of Terror”, The New Yorker, 16 de setembro de 2002, https://www.newyorker.com/magazine/2002/09/16/the-man-behind-bin-laden
[39] Lawrence Wright, The Terror Years: From Al-Qaeda to the Islamic State (New York: Vintage Books, 2016), p. 17.
[40] Wright, The Looming Tower, p. 36.
[41] Glenn E. Robinson, “The Four Waves of Global Jihad, 1979–2017”, Middle East Policy, Vol. 24, No. 3, outono de 2017, p. 70, https://www.researchgate.net/publication/319160351_The_Four_Waves_of_Global_Jihad_1979-2017
[42] Robinson, “Jihadi Information Strategy”, p. 88.
[43] Robinson, “The Four Waves of Global Jihad”, p. 85.
[44] Anthony Bubalo & Greg Fealy, “Between the Global and the Local: Islamism, the Middle East, and Indonesia”, The Brookings Project on U.S. Policy Towards the Islamic World, No. 9, outubro de 2005, p. 7, https://www.brookings.edu/wp-content/uploads/2016/06/20051101bubalo_fealy.pdf
[45] Robert Manne, “Sayyid Qutb: Father of Salafi Jihadism, Forerunner of the Islamic State”, ABC News, 7 de novembro de 2016, http://www.abc.net.au/religion/articles/2016/11/07/4570251.htm
[46] Joshua Sinai, “Mining the Roots of the ‘Why and How’ of Terrorism”, revisão de The Mind of the Islamic State: ISIS and the Ideology of the Caliphate, por Robert Manne, The Washington Times, 31 de outubro de 2017, https://www.washingtontimes.com/news/2017/oct/31/book-review-the-mind-of-the-islamic-state-by-rober/
[47] Seth G. Jones, A Persistent Threat: The Evolution of al Qa’ida and Other Salafi Jihadists (Rand Corp, 2014), pp. 64–65, https://www.rand.org/content/dam/rand/pubs/research_reports/RR600/RR637/RAND_RR637.pdf
[48] 2011 Report on Terrorism, The National Counterterrorism Center, p. 14, https://fas.org/irp/threat/nctc2011.pdf
[49] Country Reports on Terrorism 2016, Bureau of Counterterrorism and Countering Violent Extremism, https://www.state.gov/j/ct/rls/crt/2016/272241.htm
[50] Alex Nowrasteh, Terrorism and Immigration: A Risk Analysis, Cato Institute, 13 de setembro de 2016, https://object.cato.org/sites/cato.org/files/pubs/pdf/pa798_1_1.pdf
[51] Shi Yanchun [時延春], “Zhou Enlai and the Middle East” [〈周恩來與中東〉], Party History in Review [《黨史縱橫》] (2006, 1ª edição), pp. 7–8, http://waas.cssn.cn/webpic/web/waas/upload/2011/06/d20110602193952375.pdf [em chinês]
[52] Party of European Socialists (PES) [acessado em 17 de novembro de 2018], https://web.archive.org/web/20130503194245/http:/www.pes.eu/en/about-pes/pes-members/parties
[53] “U.S. Orders Closure of Palestine Information Office, Department Statement, September 15, 1987, Transcript”, US Department of State Bulletin, novembro de 1987, https://web.archive.org/web/20090808192756/http://findarticles.com/p/articles/mi_m1079/is_n2128_v87/ai_6198831/
[54] Andrea L. Stanton, Edward Ramsamy, Carolyn M. Elliott & Peter J. Seybolt, eds., Cultural Sociology of the Middle East, Asia, and Africa: An Encyclopedia, Vol. 1 (Los Angeles: SAGE, 2012), p. 274.
[55] Stefan Aubrey, The New Dimension of International Terrorism (Zürich: vdf Hochschulverlag AG an der ETH, 2004), p. 34.
[56] Ibid., pp. 34–36.
[57] S. Frederick Starr, Xinjiang: China’s Muslim Borderland, 1ª ed. (London: Routledge, 2004), p. 149.
[58] John Hooper, “Claims that China Paid Bin Laden to See Cruise Missiles”, The Guardian, 20 de outubro de 2001, https://www.theguardian.com/world/2001/oct/20/china.afghanistan
[59] Ted Galen Carpenter, “Terrorist Sponsors: Saudi Arabia, Pakistan, China”, The Cato Institute, 16 de novembro de 2001, https://www.cato.org/publications/commentary/terrorist-sponsors-saudi-arabia-pakistan-china
[60] “China’s Role in Osama bin Laden’s ‘Holy War’ On America”, The Population Research Institute, Vol. 3, No. 23, 19 de setembro de 2001, https://www.pop.org/chinas-role-in-osama-bin-ladens-holy-war-on-america/
[61] Yitzhak Shichor, “The Great Wall of Steel: Military and Strategy in Xinjiang”, in Xinjiang: China’s Muslim Borderland, ed. S. Frederick Starr (London: Routledge, 2004), 158.
[62] Qiao Liang & Wang Xiangsui, Chao Xian Zhan [Unrestricted Warfare] (Beijing: Zhongguo shehui chubanshe, 2005), Capítulos 2 e 5, https://www.c4i.org/unrestricted.pdf
[63] “Chinese Firms Helping Put Phone System in Kabul”, The Washington Times, 28 de setembro de 2001, https://www.washingtontimes.com/news/2001/sep/28/20010928-025638-7645r/
[64] D.J. McGuire, “How Communist China Supports Anti-U.S. Terrorists”, Association for Asian Research, 15 de setembro de 2005, http://www.asianresearch.org/articles/2733.html
[65] Jamie Glazov, United in Hate: The Left’s Romance with Tyranny and Terror (Los Angeles: WND Books, 2009), Capítulo 14.
[66] Ibid.
[67] “Ward Churchill Profile”, Discover the Networks [acessado em 17 de novembro de 2018], http://www.discoverthenetworks.org/individualProfile.asp?indid=1835
[68] Glazov, United in Hate, Capítulo 14.
[69] “Nicholas De Genova Profile”, Discover the Networks [acessado em 17 de novembro de 2018], http://www.discoverthenetworks.org/individualProfile.asp?indid=2189
[70] Glazov, United in Hate, Capítulo 14.
[71] Ibid.
[72] Ibid.
[73] “Lynne Stewart Profile”, Discover the Networks [acessado em 17 de novembro de 2018], http://www.discoverthenetworks.org/individualProfile.asp?indid=861
[74] David Horowitz, Unholy Alliance: Radical Islam and the American Left (Washington, D.C.: Regnery Publishing, Inc., 2004), p. 37.