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Como o espectro do comunismo está governando o nosso mundo (Capítulo 14: Cultura popular, uma indulgência decadente)

11 de maio de 2020 |   Pela equipe editorial dos Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês

(Minghui.org) [Nota do editor] Esta série é uma reimpressão da tradução em português do Epoch Times do livro “Como o espectro do comunismo está governando nosso mundo”, pela equipe editorial de Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês.

Sumário

Prefácio
Introdução
Capítulo 1: As estratégias do diabo para destruir a humanidade
Capítulo 2: O início do comunismo na Europa
Capítulo 3: Matança no Oriente
Capítulo 4: Exportando a revolução
Capítulo 5: Infiltrando-se no Ocidente
Capítulo 6: A revolta contra Deus
Capítulo 7: A destruição da família
Capítulo 8: Como o comunismo semeia o caos na política
Capítulo 9: A armadilha econômica comunista
Capítulo 10: Usando a lei para o mal
Capítulo 11: Profanando as artes
Capítulo 12: Sabotando a educação
Capítulo 13: Sequestrando os meios de comunicação
Capítulo 14: Cultura popular, uma indulgência decadente
Capítulo 15: As raízes comunistas do terrorismo
Capítulo 16: O comunismo por trás do ambientalismo
Capítulo 17: Globalização: comunismo no seu cerne
Capítulo 18: As ambições globais do Partido Comunista Chinês
Conclusão

O que está incluído nesta parte?

Capítulo 14: Cultura popular, uma indulgência decadente

Índice

Introdução
1. A cultura do Partido Comunista
2. A subversão da cultura de massa ocidental pelo comunismo
3. Cultura pop e caos social
a. Hip-hop e rock and roll
b. Abuso de drogas
c. Pornografia
d. Video games
e. A cultura da violência
f. Moda decadente
Conclusão
Referências bibliográficas

* * *

Introdução

Deus criou a humanidade e, durante o longo curso da história, estabeleceu uma cultura reta para que a humanidade a adotasse. Embora as nações do mundo tenham culturas diferentes, sua essência é muito consistente. Todos os grupos étnicos do Oriente e do Ocidente valorizam virtudes como sinceridade, bondade, generosidade, justiça, moderação, humildade, coragem, altruísmo, entre outras – são virtudes que todas as nações honraram e ensinaram a seus descendentes, por meio dos seus clássicos. Essas virtudes têm em comum a veneração a Deus e a lealdade aos seus mandamentos, porque foi Deus quem transmitiu a cultura e o código de conduta que a humanidade deveria possuir e incorporar. Essa é a origem dos valores universais.

Os Pais Fundadores dos Estados Unidos davam grande importância à moralidade e às normas de conduta e etiqueta. Em seus primeiros anos, o presidente Washington copiou pessoalmente as “110 Rules of Civility & Decent Behavior in Company and Conversation” (110 regras de civilidade e comportamento decente na companhia dos outros e durante a conversação). [1] Embora algumas questões específicas, importantes na época, tenham mudado com o tempo, muitas delas são universais: deve-se usar de reverência ao falar sobre deuses e assuntos afins; é preciso respeitar a moralidade, respeitar os outros, ser modesto, tratar as pessoas adequadamente, prestar atenção à moralidade pública, não ferir os sentimentos e interesses dos outros, comportar-se decentemente em todas as ocasiões, vestir-se asseadamente e demonstrar bom gosto, abster-se de usar linguagem agressiva, não falar mal dos outros pelas costas, aprender com os sábios e bons, ter a consciência limpa, entre outras. Do mesmo modo, as treze virtudes de Benjamin Franklin eram temperança, silêncio, ordem, resolutividade, frugalidade, diligência, sinceridade, justiça, moderação, higiene, tranquilidade, castidade e humildade. O espírito está totalmente de acordo com as 110 regras de Washington. [2]

Antes da década de 1950, os valores morais da maioria das pessoas estavam de acordo com um padrão comum respeitável. No Oriente e no Ocidente, as pessoas cultivavam grande parte das tradições e dos costumes que os seres humanos devem ter. Mesmo na China, depois de 1949, ainda que o comunismo já estivesse começando a destruir a herança da China, massacrando a elite e corrompendo a moralidade de maneira sistemática, a população ainda conservava muitas das virtudes tradicionais que prevaleciam antes da usurpação do poder pelo Partido.

Com a expansão do comunismo, os comunistas passaram a se dedicar com mais afinco a seus planos. Após a década de 1960, principalmente, pessoas no Oriente e no Ocidente foram trilhando cada vez mais o caminho da corrupção moral.

A Revolução Cultural do Partido começou em 1966 com a campanha para erradicar os Quatro Velhos, que durou uma década, sendo seguida pelo feroz movimento da contracultura dos Estados Unidos, na década de 1960, bem como pelos movimentos antitradicionais, promovidos principalmente pelos jovens, que se espalharam pelo mundo. Esses eventos globais pretendiam acabar com a tradição e desviar a humanidade dos padrões morais adotados desde os tempos mais remotos.

Esses movimentos políticos e culturais deixaram cicatrizes profundas no mundo atual. Desde aquela época, os fundamentos culturais tradicionais da sociedade chinesa foram completamente destruídos, e a moralidade está em rápido declínio. A sociedade ocidental foi tomada pela música rock, o consumo de drogas ilícitas, a liberação sexual e a promiscuidade, a homossexualidade, a cultura hippie e o vazio espiritual, o que abalou seriamente os fundamentos da tradição ocidental.

Depois de participarem do movimento da contracultura na década de 1960, os jovens radicais ingressaram na sociedade e continuaram a promover essas ideias por outros meios. Arte e literatura de vanguarda, ideologias modernas e conceitos degenerados brotaram nessa época. Por meio da televisão, dos computadores, da internet, dos telefones celulares e de vários meios de comunicação de massa, toda a raça humana rapidamente se desviou da cultura e da vida tradicionais, rumando para o abismo da degeneração e da degradação.

Se olharmos para o mundo de hoje, especialmente nas últimas décadas, perceberemos o chocante declínio da moralidade humana e a corrupção de quase todos os aspectos da cultura popular e da vida social. Após destruir a sólida cultura tradicional chinesa por meio de incessantes mobilizações políticas, o Partido Comunista Chinês (PCC) criou um sistema pernicioso de cultura partidária. A geração mais jovem foi educada de acordo com as diretrizes estabelecidas por essa cultura do Partido e não aprendeu nada sobre a cultura tradicional, divinamente inspirada. Com a exceção de alguns segmentos da sociedade ocidental que mantiveram a tradição e se recusaram a ser tentados e subornados, seria justo dizer que o comunismo quase conseguiu alcançar o seu objetivo de arruinar a cultura humana em todo o mundo.

1. A cultura do Partido Comunista

Após a “reforma e abertura” do Partido Comunista nos anos de 1980, o comportamento dos chineses que viajavam para o exterior chocou os cidadãos de outros países. Na época, muitos ocidentais viam os chineses como pessoas gentis, corteses, modestas, trabalhadoras e simples, pois essa era a imagem do povo chinês tradicional. No entanto, após décadas de lavagem cerebral e transformação pelo Partido Comunista, o povo chinês mudou completamente. As pessoas se tornaram rudes e falavam alto. Furam filas e não são respeitosas nem silenciosas em público. Fumam diante de sinais que proíbem fumar. Vestem-se de modo desleixado, cospem na calçada e jogam lixo em qualquer lugar. Além disso, estão sempre buscando levar vantagem em tudo.

Nos últimos anos, o comportamento de alguns turistas chineses também chocou o mundo. Eles sobem em monumentos, danificam relíquias culturais e locais históricos, permitem que crianças urinem em público, não dão a descarga após usar o banheiro, disputam mercadorias grátis, desperdiçam comida que pedem nas lanchonetes, brigam por motivos insignificantes e criam problemas em aeroportos, causando atrasos no embarque dos aviões.

O que aconteceu com o povo chinês? O que aconteceu com a China?

A resposta é de fato muito simples. A revolução proletária liderada pelo Partido Comunista Chinês rotulou como “classes exploradoras” aqueles que defendiam a moralidade, a civilidade e os bons modos tradicionais. O PCC descreveu os hábitos do proletariado como revolucionários e bons, ordenou aos intelectuais chineses que rolassem na lama e criassem calos nas mãos e descreveu os piolhos no corpo como “insetos revolucionários”. Desde o líder do PCC aos mais baixos escalões, todos se orgulhavam em dizer palavrões porque isso mostrava a sua consciência de classe, o seu compromisso com a revolução e a sua afinidade com as massas.

E, assim, o Partido obriga as pessoas a abandonar o que é elegante e civilizado, e aceitar o estilo de vida rude dos vândalos proletários. Um país com uma história milenar, famoso por suas boas maneiras, foi reduzido a um estado turbulento, em que todos competem por fama e fortuna. O Partido transformou a China em um campo de concentração de vulgaridade, uma vitrine da cultura comunista.

Pode-se dizer que a cultura do Partido Comunista é uma grande invenção que serve para corromper a humanidade. O termo “cultura do Partido” refere-se à maneira de pensar, falar e se comportar gerada pelos valores do Partido Comunista. A ideologia orientadora da cultura do Partido é o ateísmo e o materialismo, incluindo os conceitos comunistas que o Partido incute naqueles sob o seu controle, que incluem todos os tipos de elementos culturais degenerados, bem como dar nova roupagem ao que havia de pior no passado. Desde que o PCC usurpou o poder, ele usou vários meios para destruir a cultura tradicional, estabelecer e fortalecer a cultura do Partido e usá-la para transformar a mentalidade do povo chinês.

Sob o controle e com a infiltração da cultura do Partido, todas as esferas da vida, incluindo literatura, artes e educação, degeneraram. A cultura do Partido tem as características ideológicas do Partido Comunista: o ateísmo, a ideologia do conflito e a recusa em acreditar que os deuses são onipresentes e que há justiça no mundo. [3] O Partido quer lutar contra o Céu, a Terra e a humanidade. Ele infunde um conjunto de padrões perversos sobre o que é o bem e o mal, e assim, distorce o modo de pensar das pessoas. Essa doutrinação é apoiada pela violência do Estado. Aqueles que estão sujeitos ao Partido são então impregnados de modo imperceptível pelo que eles constantemente veem e ouvem, desde o dia em que nascem, porque o Partido monopoliza todos os recursos sociais. Uma máquina de propaganda em constante funcionamento força as pessoas a lerem as obras dos líderes comunistas, enquanto a elite é cooptada para produzir livros didáticos, literatura, cinema, notícias, etc. que incutam ainda mais a cultura do Partido nas pessoas.

Bastaram algumas décadas para o comunismo fazer o povo chinês pensar como o Partido, falar a língua do Partido, parar de acreditar nos deuses, agir sem se importar com as consequências e ousar fazer qualquer coisa. Nessas condições, quase todas as interações interpessoais podem envolver algum tipo de maquinação, e não há limites. A linguagem robotizada do Partido e o seu acervo de mentiras exercem opressão sufocante.

Há 50 anos, durante a Revolução Cultural, os Guardas Vermelhos estavam imersos na cultura do Partido. Agora, eles estão velhos e passaram os seus hábitos perniciosos para as gerações mais jovens. Crianças e adolescentes criados na cultura do Partido são astutos e muito espertos para a idade que têm. Em uma idade jovem, já estão familiarizados com tudo o que há de ruim. Não acreditam em Deus, são imorais e arrogantes. Moderação sexual e moralidade não mais existem. Quando esses jovens são provocados ou irritados, podem atacar violentamente. Assim, esses jovens contribuem para a destruição da moralidade. Os chineses que perderam as suas raízes tradicionais aprenderam o que há de pior no movimento da contracultura do Ocidente.

A cultura do Partido afastou tremendamente o povo chinês dos valores universais. A mente, os pensamentos e os comportamentos das pessoas mudaram profundamente e se desviaram. Desviaram-se do que é considerado normal nas relações familiares, sociais, educacionais e de trabalho, e seus pensamentos e comportamentos são frequentemente incompatíveis com os de pessoas de sociedades não comunistas, é até difícil de entendê-los.

O Partido Comunista Chinês fala agora de restaurar a cultura tradicional, mas o que ele está restaurando não é a verdadeira cultura tradicional. É simplesmente a cultura do Partido revestida de uma aparência tradicional, mas na qual o aspecto mais importante da tradição da China, a fé nos deuses, está ausente. Sob a orientação dessa cultura do Partido, as pessoas têm uma visão utilitária dos deuses, como para ficar rico. O Templo de Nainai, no condado de Yixian, na província de Hebei, é muito popular, e dizem que as pessoas podem encontrar lá todos os “deuses” que desejem adorar. Se alguém quiser ser um funcionário do governo, supostamente, lá há o deus dos funcionários para ser adorado. Da mesma forma, há um “deus da riqueza” composto de cédulas de dinheiro, um “deus do estudo” e até mesmo um “deus dos carros” representado segurando um volante. O administrador do Templo da Vovó jactou-se disso: “Se faltar algum deus, basta produzir um novo.” [3]

A China moderna também está envolvida em um movimento que supostamente quer reviver a tradição. Porém, devido à atual corrupção moral, seria realmente fácil retornar à tradição? Embora muitas obras literárias e artísticas recapitulem histórias antigas, o conteúdo é maculado por ideias contemporâneas. Os atores vestem roupas tradicionais mas se envolvem em dramas contemporâneos. Dessa forma, a cultura tradicional é apenas uma fachada e seu verdadeiro significado é ainda mais obscuro. Por exemplo, dramas palacianos da China imperial foram popularizados nos últimos anos, mas eles giram em torno da inveja e intriga; uma exibição da luta e do ódio inerentes ao comunismo em vez de aspectos históricos.

A adaptação arbitrária de “Viagem para o Oeste” levou até mesmo Sun Wukong a abraçar e se apaixonar pelos demônios que ele venceu no romance clássico. O que é ainda mais assustador é que muitos, especialmente os jovens que não sabem nada sobre a cultura tradicional da China, consideram todo esse espetáculo como algo tradicional. Essa é a consequência de o Partido ter destruído a verdadeira e divina cultura da China, e de ter, durante décadas, a substituído pela sua própria cultura do Partido, com a qual doutrina o povo. Dessa forma, o povo chinês passou a pensar que o éthos da luta é um valor tradicional, e que a arte, a literatura e o drama com uma fachada tradicional, mas impregnados de ideias da cultura do Partido, são tradicionais.

A cultura do Partido faz com que as pessoas não acreditem em deuses. Uma crise de integridade é a consequência mais direta: fraude, produtos falsificados, alimentos tóxicos, corrupção e muito mais se tornaram comuns. A chamada cultura Shanzhai é um exemplo típico dessa crise de integridade. A “cultura Shanzhai” refere-se à falsificação de marcas ou produtos famosos, principalmente estrangeiros. Isso é roubo e fraude. O termo se tornou tão conhecido que o Dicionário Chinês-Inglês Oxford o incluiu como um neologismo. [4]

O comportamento Shanzhai na China não só falsifica produtos, mas também lojas inteiras. Há muitas lojas falsas da Apple na China. [5] As lojas são cuidadosamente decoradas com todos os ornamentos das verdadeiras lojas da Apple: fachada de vidro, mesas de madeira clara, escadas de aço, cartazes de iPads e outros produtos da Apple, bem como uma parede acessória decorada com logotipos brancos da Apple. Os funcionários vestem as emblemáticas camisetas azul-escuro com o logotipo da Apple e até parecem acreditar que trabalham em uma loja real da Apple. Em uma atmosfera social caracterizada por esses comportamentos bizarros, alguns chineses fazem qualquer coisa pelos seus interesses e não temem nenhuma punição divina ou humana. Mentir e falsificar tornou-se parte da cultura dominante. Aqueles que se recusam a falsificar são vistos como pessoas estranhas.

A cultura do Partido também arruinou a linguagem. Isso inclui o uso de palavras e frases hiperbólicas. Restaurantes recebem nomes como “Céu Além do Céu”, “Imperador Acima de Todos os Imperadores”, “Rei dos Reis”, entre outros. Os estilos literários tornam-se pomposos e frases como “a primeira do mundo”, “a mais formidável da história”, “os Estados Unidos têm medo”, “o Japão está horrorizado”, “a Europa se arrepende” aparecem com frequência na propaganda oficial. As reportagens no WeChat, um popular aplicativo de mídia social chinesa, e a mídia da internet estão cheias dessas manchetes. Exemplos típicos são: “A força científica e tecnológica da China ultrapassa a dos Estados Unidos e ocupa o primeiro lugar no mundo”; “A China conquistou o primeiro lugar do mundo novamente, derrotando pessoalmente as blue chips (empresas mais valiosas) dos Estados Unidos e mudando completamente o rumo da Apple”; “Algo importante acontecerá. Uma arma mágica da China novamente deixa os EUA com medo, o mundo está atordoado, o Japão está apavorado”; “A China é a número um do mundo em outro campo! Realizando uma grande mudança histórica em apenas 30 anos e deixando impressionados os EUA, o Japão e a Coreia do Sul”; “A Huawei anunciou que criou o primeiro chip 5G do mundo, chocando o mundo!”

O filme de propaganda “Awesome, My Country!” (Incrível, meu país!) e a série especial de televisão chamada “Great, My Country!” (Grandioso, meu país!) também estão cheios de exageros no tom e no sentido. Eles fazem parecer que o mundo inteiro está se rendendo à China. Eles descrevem uma atitude que lembra a propaganda usada durante o Grande Salto Adiante, quando o Partido afirmou que a China ultrapassaria a Grã-Bretanha, alcançaria os Estados Unidos e produziria 50 mil libras por acre.

A nova onda de exageros é a manifestação concreta do “éthos falso, exagerado e vazio” (como é conhecido na China) da cultura do Partido na era online. A questão fundamental ainda é a integridade. A reforma e a abertura durante as décadas de 1980 e 1990 mudaram a China, que passou a adotar os piores aspectos da cultura ocidental contemporânea, como a liberação sexual, o abuso de drogas, a homossexualidade, os video games, entre outros. Os programas de entretenimento na televisão tornaram-se vulgares. Toda a sociedade foi transformada em um templo de prazeres para a satisfação de desejos materiais e carnais.

O comunismo transformou as pessoas em criaturas sub-humanas e transformou a China, um país outrora civilizado, magnífico e belo, em um lugar não civilizado.

2. A subversão da cultura de massa ocidental pelo comunismo

Os países ocidentais do mundo livre são conhecidos por suas sociedades civilizadas, onde os homens são gentis e as mulheres virtuosas e graciosas, e onde as pessoas se tratam com honestidade e cortesia. O comunismo usou de artifícios para subverter e sabotar essa civilidade nos países ocidentais. Embora não possa usar a violência e o totalitarismo para prejudicar diretamente a civilização ocidental e a sua cultura de massa como foi feito na China, ele incitou, como na China, pensamentos e comportamentos negativos e rebeldes nas pessoas para minar a tradição, destruir a moral pública e acabar com a moralidade individual.

Após o triunfo dos países ocidentais na Segunda Guerra Mundial, quando as pessoas ainda se encontravam em estado de celebração, um grupo já estava trabalhando incansavelmente nos campos da ideologia e da cultura. Refletindo sobre a guerra e as novas ondas de ideologia que estavam por vir, esses grupos contribuíram para promover um afastamento sistemático das tradições que ligavam o ser humano ao Divino.

Nos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial, surgiu no país a geração Beat, um grupo de escritores americanos dos anos 50. Eles foram os precursores de um movimento de arte e literatura cujo objetivo era destruir a sociedade. Embora eles desprezassem, com razão, a hipocrisia da corrupção moral da sociedade na época, sua resposta cínica foi rejeitar e destruir toda a moralidade tradicional. Os membros da geração Beat eram em grande parte niilistas e cínicos. Eles defendiam a liberdade irrestrita e sentiram-se plenamente à vontade para expor suas ideias sobre o mundo; eles rejeitaram as virtudes tradicionais, mergulharam em pseudomisticismo, drogas e delinquência, e viveram vidas indisciplinadas e voluntariosas. Seus esforços para formular uma crítica radical da sociedade capitalista burguesa coincidiram com o impulso ideológico do comunismo no Ocidente, e por isso, eles se tornaram uma ferramenta do comunismo.

Muitos membros da geração Beat foram de fato profundamente influenciados pela ideologia comunista e socialista. Por exemplo, Jack Kerouac, o fundador do movimento, escreveu o conto “The Birth of a Socialist” (O nascimento de um socialista) antes de se tornar famoso. Era uma história sobre a sua rebelião contra a sociedade capitalista. [6] Outro representante do movimento, Allen Ginsberg, tornou-se mais tarde abertamente comunista (veja o capítulo 11 deste livro) e apoiou a pedofilia. Suas obras rejeitavam as convenções tradicionais, eram deliberadamente desorganizadas e usavam linguagem vulgar. Esse grupo de escritores promoveu o primeiro grande rompimento com as regras e os princípios da tradição, e eles representaram o nascimento do movimento da contracultura, que engolfaria o Ocidente na década de 1960.

Os anos de 1960 testemunharam a elaboração e a difusão do que os Beats tinham proposto, por meio de subculturas como a hippie, punk, gótica, dentre outras. Essas tendências contraculturais encontraram um público entusiasta nas grandes cidades do Ocidente, e foram atraindo diversas gerações para a violência, o consumo de drogas, a liberação sexual, o uso de roupas inadequadas, como forma de protesto e, por fim, para uma tendência de valorização da imoralidade e da morte.

Em 1968, o movimento atingiu o seu clímax na época dos assassinatos de Martin Luther King e Robert Kennedy, e com a escalada da Guerra do Vietnã. Na primavera de 1968, cerca de dois mil hippies se reuniram no Golden Gate Park, em San Francisco, por vários dias e noites, expressando a sua resistência à sociedade, por meio de comportamentos bizarros, música rock, canções, poesia, nudez e uso de drogas.

No verão de 1969, mais de 400 mil pessoas se reuniram em Woodstock, na periferia de Nova York. Eles gritavam os slogans “amor”, “liberdade” e “paz”. Ao som do rock and roll, centenas de milhares de pessoas se entregaram à devassidão e ao prazer selvagem, o que contribuía para arrastar os participantes e a sociedade para a vulgaridade, a decadência e o declínio moral. Woodstock foi um evento cultural significativo na década de 1960, e nas décadas seguintes, o Central Park em Nova York, o Golden Gate Park em San Francisco e Woodstock tornaram-se símbolos da contracultura americana.

Enquanto a contracultura decolava nos Estados Unidos, tumultos envolvendo milhões de pessoas irromperam na França, o que ficou conhecido como Maio de 68. Os eventos começaram com jovens estudantes irados se rebelando contra a moralidade e a cultura tradicionais. Naquela época, as escolas vinham impondo rígidas separações entre dormitórios de estudantes homens e mulheres, e os dois sexos eram proibidos de ir e vir livremente entre os dormitórios uns dos outros. A abolição dessa norma e a demanda pelo direito à atividade sexual em dormitórios estudantis tornou-se um dos principais objetivos dos protestos iniciais. A rebelião dos estudantes foi apoiada pelos partidos socialista e comunista da França. Dessa forma, a geração mais jovem, por meio de tumulto e rebelião, destruiu os princípios morais e as restrições estabelecidas para a humanidade e vigentes desde a antiguidade.

Diz-se que no final da década de 1960 havia dois centros de revolução: um deles era Pequim, onde a Revolução Cultural estava em pleno andamento, e o outro era Paris, onde os acontecimentos de maio de 1968 abalaram o mundo. Estes acontecimentos foram chamados por muitos de “Revolução Cultural do Ocidente”. Naquela época, os estudantes chineses marcharam exibindo cartazes com slogans e bandeiras em apoio aos estudantes rebeldes franceses, enquanto que na distante Paris, os “guardas vermelhos ocidentais” usavam bonés verdes e uniformes com braçadeiras vermelhas em apoio aos maoístas na China. Eles carregavam enormes retratos de Mao Tsé-tung nos seus desfiles, e os “três emes” – Marx, Mao Tsé-tung e Marcuse – tornaram-se o seu principal alicerce ideológico. [7]

O Japão também iniciou o próprio movimento da contracultura na década de 1960. A Zengakuren (Liga Autônoma de Estudantes de Todo o Japão), formada e organizada pelo Partido Comunista Japonês, teve grande influência entre os estudantes da época. Estes, por sua vez, foram controlados e organizados pelo Partido Comunista e mobilizados como resposta às atividades dos Guardas Vermelhos na China. A Zengakuren organizou inúmeras manifestações de contracultura no Japão em conjunto com outras organizações estudantis de esquerda, como o Exército Vermelho Japonês (Nihon Sekigun) e os Conselhos de Luta Unida de Todos os Campi (grupos ativos de estudantes universitários em todo o Japão), chegando a ameaçar a sociedade japonesa com violência. [8]

Caos semelhante foi observado em alguns países da América Latina e da América Central. Por exemplo, sob a influência do Partido Comunista Cubano, o movimento estudantil da Plaza de las Tres Culturas no México realizou uma mobilização em pequena escala, e outros grupos estudantis de esquerda enviaram telegramas para estudantes em Paris apoiando as excentricidades do Maio de 68.

Muitos podem achar que a sequência de ações descrita cima seja uma grande coincidência. De um ponto de vista mais amplo, no entanto, todo movimento de contracultura, tanto no Oriente quanto no Ocidente, fazia parte dos planos do comunismo para minar a moralidade da sociedade. As tradições e os valores morais transmitidos ao ser humano pelo Divino atravessaram milhares de anos de história. Porém, sob o impacto desse movimento comunista global, sofreram danos graves. O movimento tem tudo a ver com destacar, provocar e maximizar o descontentamento e assim levar a sociedade ao caos para minar a moral e as ideias tradicionais. A cultura tradicional chinesa, de cinco mil anos de história, foi devastada quando os “Quatro Velhos” foram atacados durante a Revolução Cultural.

O rock ocidental, o abuso de drogas, a liberação sexual, o aborto, roupas não convencionais e a arte de vanguarda foram todos desvios das normas tradicionais e da fé ortodoxa. Além disso, hábitos sexuais degenerados como a homossexualidade e a promiscuidade se tornaram populares, produzindo efeitos negativos duradouros sobre toda a sociedade ocidental. A glória da cultura divina foi em grande parte banida do Ocidente, e a civilização ocidental perdeu o seu esplendor e brilho.

3. Cultura pop e caos social

Com os ataques a cultura tradicional e sua subversão, os elementos negativos da ideologia antitradicional começaram a se espalhar e produzir caos. A seção seguinte revela o caos que essas deformações culturais provocaram na sociedade americana contemporânea. Enquanto os Estados Unidos lideram de fato o tom da cultura popular global, a deturpação das produções culturais americanas teve um enorme impacto negativo no mundo todo. Como já mencionado antes, alguns países tradicionalmente conservadores com profundas culturas tradicionais, como a China e o Japão, não resistiram a essa cultura popular deturpada vinda dos Estados Unidos e começaram a imitá-la. O resultado disso foi a disseminação em todo o mundo de uma conduta imoral e desenfreada, e um éthos rebelde, antissocial e amoral cheio de cinismo, falta de moderação e decadência.

a. Hip-hop e rock and roll

O propósito da música tradicional era civilizar o ser humano, cultivar a virtude e ajudar as pessoas a se manterem mental e fisicamente saudáveis. Ela produzia harmonia social e harmonia entre o ser humano e a natureza. Promovia-se uma bela música que celebrava a glória de Deus, ao passo que a música atonal, caótica ou licenciosa era um anátema. Mas hoje em dia, a cultura popular está repleta de produções musicais chocantemente corrompidas, que são muito bem exemplificadas pelo hip-hop e o rock and roll.

O hip-hop surgiu em Nova York na década de 1970. Começando nas ruas, esse gênero musical influenciou primeiro as comunidades negras e depois os latinos e jamaicanos nos Estados Unidos. Artistas de hip-hop, ou rappers, expressavam a sua insatisfação com a sociedade e a política por meio das suas rimas. Muitos residentes em comunidades pobres, desempregados, juntaram-se a eles. As origens do hip-hop, portanto, bem como as suas práticas associadas, break dance e graffiti, foram produtos da pobreza e do tédio. As letras de rap envolvem tópicos como violência, armas, pornografia, obscenidade, decadência, racismo e pobreza, todos glorificados em letras rimadas cantadas na batida da música.

Nas últimas décadas, o rap e a break dance foram exportados de Nova York para o resto do mundo, tornando-se uma mania global. O hip-hop passou a fazer parte da cultura popular na Ásia, na Europa e em muitas cidades africanas. Apesar da óbvia corrupção moral dessa música, muitas vezes focada em promiscuidade, assassinato, violência e drogas, ela obteve reconhecimento mundial e é até mesmo celebrada em casas de espetáculos mundialmente famosas.

No musical “Hamilton” da Broadway, a vida de Alexander Hamilton, o primeiro secretário do Tesouro dos Estados Unidos, foi cantada e declamada de modo ritmado no palco. O sucesso do musical no show business americano foi instantâneo, e Hamilton ganhou inúmeros prêmios, sendo apresentado no Kennedy Center, em Washington, por quase três meses. O show bateu recordes de bilheteria na Broadway, e os espectadores podiam adquirir os ingressos, caros, só depois de fazerem reserva online e posteriormente permanecerem em uma fila de espera de milhares de pessoas. [9]

A origem do rock and roll é anterior à do hip-hop, remontando aos anos de 1940. O rock and roll usa bateria e guitarra como pano de fundo para suas letras, diferentemente do hip-hop, que estabelece um ritmo para que as rimas sejam batidas. O rock and roll estava intimamente associado aos Beats, e muitos cantores de rock and roll foram inspirados por eles. Os dois grupos frequentemente se associavam e colaboravam um com o outro.

Na década de 1960, o rock and roll tornou-se o estilo de música que simbolizava a contracultura. Ele transportou os ouvintes para um estado de espírito louco e irracional. O canto histérico acompanhado de guitarras elétricas distorcidas e baterias poderosas levou os ouvintes a dar vazão a seus instintos e desejos sensuais. Com a razão posta de lado, a natureza demoníaca, que está normalmente afastada da civilização, foi desencadeada, e em muitos casos, os ouvintes estavam simplesmente se deixando levar por forças de baixo nível.

Pior do que isso, o niilismo tornou-se a atitude dominante do rock, enquanto muitos dos seus subgêneros incentivavam outros comportamentos: o rock psicodélico encorajou o uso de drogas, por exemplo, enquanto algumas formas psicodélicas e outras mais sombrias clamavam por rebelião, suicídio, violência e homossexualidade, ou encorajavam a promiscuidade, o adultério e a rejeição do casamento. As letras sugeriam obscenidade ou lascívia, ou se deleitavam em elogiar o mal e condenar o Divino.

Por exemplo, algumas estrelas do rock justificaram o assédio sexual a meninas menores de idade com suas letras populares, o que tornou o público insensível a uma cultura de abuso sexual e promiscuidade. Algumas letras estavam cheias de conflitos: “Ei! Eu disse que meu nome é Barulho/Eu gritarei e me esgoelarei/eu matarei o Rei e incomodarei todos os seus servos.” (Trecho de “Street Fighting Man”, dos Rolling Stones.) Uma música foi intitulada “Sympathy for the Devil” (Simpatia pelo Diabo). Um álbum de um grupo de rock psicodélico foi intitulado “Their Satanic Majesties Request” (O Pedido de Sua Majestade Satânica). Uma canção famosa foi chamada de “Highway to Hell”: “Hey Satan/Payin’ my debts (Estrada para o Inferno: Ei Satã/Pagando as minhas dívidas). Algumas canções de rock elogiavam o socialismo e o comunismo. Por exemplo, a famosa canção “Imagine” desafiou os seus ouvintes a imaginar uma sociedade comunista sem paraíso, inferno, religião, países e propriedade privada.

Até mesmo grupos religiosos acharam difícil resistir ao impacto negativo do rock. A música da igreja cristã louvava a Deus, enquanto o rock foi excluído por sua complacência com o mal. No entanto, com a popularidade do rock and roll, a música moderna das igrejas cristãs adotou elementos dele para atrair os jovens, o que deu origem à chamada Música Cristã Contemporânea. [10]

O rock foi acompanhado de adultério, violência, decadência, consumo de drogas, corrupção e oposição à crença em qualquer divindade. Comportamentos corruptos, proibidos pela moralidade e crenças tradicionais, acompanharam de mãos dadas a ascensão desse estilo musical.

b. Abuso de drogas

O abuso de drogas tornou-se uma preocupação mundial nas últimas décadas. Nos estágios iniciais, a origem do abuso de drogas em grande escala no Ocidente foi a contracultura. Em sua campanha contra a moralidade burguesa, os hippies procuraram desconstruir e minar toda a tradição e erigir suas próprias crenças, padrões morais e estilo de vida. As “viagens” com LSD e cogumelos alucinógenos eram consideradas explorações espirituais, enquanto os jovens usavam anfetaminas ou cocaína como estimulantes e heroína e barbitúricos como sedantes, com a finalidade de afastá-los do mundo e levá-los a estados alterados de consciência.

Muitos jovens membros do movimento da contracultura tinham grande interesse na filosofia e nas práticas espirituais orientais, porém, os psicodélicos eram um atalho para ter experiências supostamente transcendentes, já que não requeriam a disciplina e o esforço que os verdadeiros caminhos espirituais requerem. Em vez disso, eles simplesmente precisavam de uma cartela de LSD para ter uma experiência pseudoespiritual, mesmo que sem conexão com a realidade. Essas drogas, na realidade, colocavam os corpos dessas pessoas nas mãos de entidades de baixo nível; não era de fato uma verdadeira experiência de transcendência espiritual. É lamentável que essas experiências tenham levado muitas pessoas com verdadeiras aspirações espirituais a trilharem um caminho tortuoso.

Muitos cantores pop e estrelas do rock morreram nos seus 20 e 30 anos, frequentemente devido a overdoses. Atualmente, nos Estados Unidos, a guerra mais longa e mais triste é provavelmente a guerra contra as drogas. O país empenhou-se para conseguir prender e monitorar milhões de narcotraficantes durante décadas. Autoridades do governo têm feito alertas frequentes contra as drogas, mas o uso de drogas ainda é grande. Desde 2000, mais de 300 mil americanos morreram de overdose de opiáceos. Em 26 de outubro de 2017, o presidente Trump declarou a crise decorrente do uso de opiados como uma emergência de saúde pública e explicou como combateria o problema. [11]

De acordo com o relatório de 2017 do Instituto Nacional de Abuso de Drogas entre Adoslescentes, o consumo de maconha é desenfreado entre os estudantes: 45% dos alunos do 12º ano disseram ter usado maconha e 37,1% deles consumiram a droga no ano passado; 71% dos alunos do último ano do ensino médio acreditavam que o consumo frequente de maconha era inofensivo. [12]

O uso de ecstasy e maconha tornou-se habitual entre os jovens, enquanto drogas mais novas e mais fortes continuam surgindo. Por exemplo, a heroína misturada ao fentanil, uma droga sintética, é muito mais forte que a heroína pura. Uma dose mortal de heroína de 30 miligramas é equivalente a apenas 3 miligramas de fentanil. [13] O fentanil foi até chamado de arma química. No entanto, drogas destrutivas como essa estão se espalhando pelas ruas dos Estados Unidos em um ritmo assustador, matando muito mais pessoas do que outros opiáceos, simplesmente porque é muito fácil abusar delas.

Segundo o Instituto Nacional de Abuso de Drogas, dos 65 mil óbitos por overdose de drogas em 2016, 20 mil foram causados pelo fentanil. [14] O contrabando de fentanil da China tem sido amplamente denunciado. Em julho de 2018, as autoridades portuárias da Filadélfia estavam realizando uma inspeção de rotina quando descobriram e apreenderam 50 quilogramas de fentanil em um carregamento proveniente da China, com valor de mercado de 1,7 milhão de dólares. [15]

Na China, o abuso de drogas também está se tornando um câncer na sociedade. A produção e o abuso de drogas, especialmente drogas sintéticas, são desenfreados. A venda de medicamentos via internet também está fora de controle. De acordo com o relatório de 2015 da Comissão Nacional de Controle de Narcóticos da China (CNCNC), o número de usuários de drogas ilícitas no país era superior a 14 milhões. A verdadeira cifra é provavelmente maior, uma vez que os usuários de drogas são cada vez mais trabalhadores de colarinho branco, freelancers, artistas e funcionários públicos. [16] O Relatório da Situação de Narcóticos da CNCNC de 2017 mostra que os departamentos de narcóticos da China solucionaram 140 mil casos de drogas, destruíram 5534 grupos de narcotráfico, prenderam 169 mil suspeitos de tráfico, apreenderam 89,2 toneladas de drogas e realizaram 870 mil operações policiais, que revelaram 340 mil novos usuários de drogas. [17]

O uso de drogas pode levar as pessoas ao desequilíbrio. Frequentemente, as substâncias consumidas são altamente viciantes, o que acaba levando os viciados à morte por overdose, destruindo as suas famílias, arruinando as suas carreiras e sabotando as suas reputações e amizades. Alguns se tornam criminosos. O consumo e o tráfego de drogas prejudicam indivíduos, famílias e toda a nação. Portanto, esse hábito é mais um fenômeno sombrio que assola a sociedade moderna.

c. Pornografia

De todas as formas de revolução defendidas pelos comunistas, a mais abrangente é provavelmente a revolução sexual. Se a conquista comunista do poder político representa uma revolução tangível na sociedade, a liberação sexual é a revolução comunista realizada no âmago do ser humano.

O pansexualismo de Freud, uma teoria que considera todos os desejos e interesses como derivados do instinto sexual, forneceu a base teórica para a liberação sexual, ao passo que com o surgimento dos contraceptivos orais, o sexo foi dissociado da reprodução. A revolução sexual combateu a moralidade tradicional e promoveu o feminismo radical, o aborto, o sexo antes do casamento e o movimento homossexual. Isso causou um impacto colossal e terrível na ordem social estabelecida pelo homem por Deus, e contribuiu para inúmeros males sociais.

A liberação sexual estabeleceu a ideia distorcida de que o sexo recreativo e o comércio sexual são direitos humanos básicos. Ele destruiu a moderação e a ética sexual tradicional e permitiu que o sexo se tornasse um jogo e uma forma de entretenimento. Transformou os seres humanos em meras ferramentas sexuais e abriu as portas para a pornografia se infiltrar e sabotar a sociedade.

Na década de 1950, a revista Playboy desempenhou um papel fundamental na promoção da promiscuidade sexual e fez da pornografia o seu negócio. Na época do slogan “faça amor, não faça guerra”, durante o movimento antiguerra, o primeiro filme para adultos com personagens inteiramente nus, “Blue Movie”, foi lançado em 1969. Embalada pelo rock e caracterizada pela rejeição de todas as tradições, teve início no Ocidente uma era que durou 15 anos (1969-1984) e foi denominada “pornochique”.

O tamanho da indústria pornográfica é assustador. Em todo o mundo, o setor movimenta cerca de 100 bilhões de dólares por ano, dos quais 10 a 12 bilhões apenas nos Estados Unidos. [18] Na década de 1970, os filmes pornográficos só estavam disponíveis em cinemas adultos. No início dos anos 80, o sistema VHS levou a pornografia para milhões de lares, ao passo que com a disseminação do uso da internet no final dos anos 90, e mais tarde com os smartphones, surgiu a pornografia sob demanda.

A indústria pornográfica do Japão já está plenamente integrada aos hábitos do país, com prateleiras repletas de revistas e quadrinhos para adultos em supermercados, e programas noturnos de televisão com atores pornográficos. As atrizes pornográficas são “vendidas” como ídolos para os adolescentes e têm grande espaço na mídia. A indústria pornográfica no Japão teve um impacto grave e negativo na Ásia.

O advento da internet e dos smartphones causou mudanças substanciais na indústria do pornô. Todo o conteúdo pornográfico ao qual estava exposto um adulto típico nos anos 80 pode agora ser acessado por uma criança em apenas alguns minutos. No passado, as crianças costumavam jogar futebol e outros jogos depois da escola; atualmente, assistem programas pornográficos. Um garoto britânico de 12 anos ficou tão viciado em pornografia online que estuprou a sua irmã. [19] Um promotor público envolvido no caso disse: “Casos como esse tendem a ser cada vez mais frequentes por causa do acesso dos jovens à pornografia hardcore.”

Algumas das sérias consequências da exposição de crianças à pornografia são: o vício em comportamentos sexuais, o desenvolvimento precoce de atividades e de interesses sexuais, o aumento na frequência de crimes sexuais, valores morais degenerados, a crença de que o sexo não está relacionado ao casamento e ao estabelecimento de relações entre as pessoas, sendo apenas um serviço que pode ser encomendado, a crença de que o comportamento sexual do tipo pornográfico é algo comum e a normalização das depravações e perversões sexuais.

Na maioria dos países europeus, a prostituição é legal, e muitos europeus acham que se trata apenas de uma profissão como qualquer outra. Em 1969, a Dinamarca tornou-se o primeiro país a legalizar a prostituição. A Noruega, que já foi o país europeu com as regras mais rígidas em relação à prostituição, legalizou-a em 2006. [20] A compra de sexo na Dinamarca pode às vezes até ser subsidiada pelo governo. Por exemplo, se um indivíduo com deficiência enviar uma solicitação e ela for aprovada, ele poderá visitar um bordel, e a conta será paga pelos contribuintes, para proteger sua “igualdade de direitos”. [21] Na verdade, essa proposta foi defendida pela primeira vez pelo fundador do socialismo utópico, Charles Fourier, no século 19.

A China, uma sociedade conhecida por sua abstinência e contenção, e onde até a discussão do sexo era tabu, também aderiu à onda das revoluções sexuais. De todas as políticas do Partido Comunista Chinês em seu pacote de reforma e abertura, a mais “bem-sucedida” foi possivelmente a da liberação sexual, certamente muito mais do que a abertura da economia ou do sistema político. Em um período de 30 anos, houve uma guinada da “disciplina revolucionária” para a “liberação sexual”. A prostituição está desenfreada na China, e quanto mais amantes tiver um empresário rico ou funcionário corrupto, maior será o seu status social.

A China é considerada a fábrica do mundo, mas também exporta um grande número de prostitutas, inclusive para o Japão, a Malásia, o Oriente Médio, os Estados Unidos, a Europa e a África. Estimativas de 2018 sugerem a existência de 13 mil a 18,5 mil prostitutas chinesas em países subsaarianos e sul-africanos. [22]

Os países do Sudeste Asiático e da América do Sul não são diferentes. Muitas cidades se tornaram importantes destinos para o turismo sexual, uma prática que, embora ilegal, assumiu proporções que até já contribui para o crescimento econômico das regiões. Mesmo em países islâmicos, como Egito, Tunísia, Sudão e outros países muçulmanos, a indústria do filme pornô, proibida pelo Islã, funciona secretamente a todo vapor.

A consequência mais imediata de uma sociedade assolada pela pornografia é a destruição da família e do casamento, e é por isso que ela passou a ser chamada de “a assassina silenciosa das famílias”. Assistir pornografia leva o espectador a se desinteressar por relacionamentos familiares saudáveis, pois alimenta o desejo e a luxúria, criando impulsos sexuais que muitas vezes só podem ser satisfeitos por casos extraconjugais ou coisas piores. [23]

Durante uma audiência no Senado dos EUA em 2004, o Dr. Pat Fagan apresentou dados que indicavam que, em 56% dos divórcios, um dos parceiros tinha forte interesse em sites pornográficos. [24]

Durante a reunião anual da Associação Americana de Sociologia em 2016, uma pesquisa revelou que haviam dobrado os casos de divórcio em casamentos em que uma das partes assistia pornografia se comparados aos casamentos em que nenhum dos parceiros tinha esse hábito. A pesquisa mostrou que, quando o esposo assistia conteúdo pornográfico, a taxa de divórcio aumentava de 5% para 10%, ao passo que se a esposa fosse espectadora desse conteúdo, a taxa de divórcio aumentaria de 6% para 18%. Quanto mais jovem o indivíduo, maior a probabilidade de divórcio. [25]

Antes da década de 1950, todos os países do Oriente e do Ocidente consideravam o sexo antes do casamento indecente e contrário aos mandamentos divinos. A pressão social e a opinião pública buscaram suprimir essas atividades. Se um rapaz e uma mulher concebem um filho antes do casamento, espera-se que eles assumam a responsabilidade, se casem e criem o filho juntos como uma família. Na época, a maioria das pessoas acreditava que se um homem engravidasse uma mulher, a única coisa decente a fazer seria se casar com ela. [26] Se alguém cometesse um erro, esperava-se que assumisse a responsabilidade pelo seu ato.

No entanto, com a decadência moral e a ascensão da liberação sexual a partir dos anos de 1960, o número de gestações fora do casamento aumentou drasticamente. Isso iniciou quando a indústria pornográfica começou a ter um impacto maior na consciência pública. Em 1964, na maioria dos países desenvolvidos, o índice de gestações antes do casamento era em geral inferior a 10%. Já em 2014, era de quase um terço. Nos Estados Unidos, ocorreram em média 40% de gestações fora do casamento, com esse percentual chegando a 71% entre os afro-americanos. Entre os 140 milhões de recém-nascidos no ano de 2016, cerca de 15%, ou 21 milhões, provieram de gestações fora do casamento. [27]

Famílias monoparentais, gravidez fora do casamento e divórcio estão frequentemente associados à condição de pobreza. Consequentemente, essas famílias aumentam a carga sobre o sistema de previdência social.

d. Video games

Hoje em dia, muitas crianças passam um número incalculável de horas jogando video game. Os desenvolvedores fazem jogos cada vez mais realistas, dinâmicos e interativos. Eles também estão cada vez mais violentos e eróticos. Crianças e até adultos viciam-se facilmente nesses jogos. O video game tornou-se uma grande dor de cabeça para pais, escolas e até para o governo. E ele já se tornou uma forma de cultura popular que faz parte da vida das pessoas desde a infância até a idade adulta, mas que cultura é essa? Trata-se de uma cultura de destruição, que não é diferente das drogas. Os viciados em video games não conseguem perceber com clareza os riscos desse vício. Eles simplesmente acham os jogos divertidos e interessantes, e não desistem até vencer, avançar para o próximo nível, derrotar o chefe e assim por diante.

Além disso, quase todos os video games de hoje, desde as imagens até o enredo, envolvem violência e matança, ou têm conteúdo erótico ou brutalidade. Em suma, as mensagens veiculadas apelam para a natureza demoníaca do ser humano. Tudo isso é inadequado e prejudicial para adolescentes e jovens que ainda estão em fase de crescimento. Promover uma sensação de entusiasmo em função da morte, destruição, violência e combate pode dessensibilizar os jovens, familiarizando-os com pensamentos e comportamentos doentios, e pode até mesmo contribuir para que alguns venham a cometer crimes.

Os jogos online são ainda mais viciantes. No passado, os jogos eram usados para passar o tempo quando a pessoa estava sozinha ou se sentia entediada. Hoje em dia, os jogos online tornaram-se um esporte em que os jogadores procuram participar e competir uns contra os outros. O jogo online tornou-se uma atividade social por si só, especialmente para as crianças. Como um grande número de participantes interagem no jogo, eles competem e ficam fascinados com o ambiente virtual do jogo.

Enormes quantidades de energia e capital são investidas nesses jogos, e as crianças que não participam podem ser consideradas estranhas no seu círculo de amizade. Assim, quase contra sua vontade, os pais são forçados a permitir que os filhos participem da comunidade de jogos online e logo passam a ver seus filhos se tornarem viciados. Os video games ocupam o tempo que deveria ser usado para o estudo, atividades ao ar livre e interações interpessoais normais. Em vez disso, as crianças ficam vidradas pelos video games.

Um intelectual compartilhou uma experiência típica da sua família: seu filho de 12 anos tinha permissão para jogar video games por apenas algumas horas nos finais de semana depois de terminar seu dever de casa. Mas se a criança tivesse permissão para fazer o que quisesse, teria jogado quase o tempo todo, deixando de tomar banho e de fazer as refeições para continuar jogando. A pesquisa do acadêmico mostrou que os video games ocupam e dominam todo o tempo de lazer dos jovens. Os jovens adultos, especialmente aqueles com menor poder aquisitivo e com níveis mais baixos de educação, sentem-se cada vez mais compelidos a buscar sua felicidade nos video games, reduzindo o tempo que gastam nos seus empregos e no mundo real. [28] Esse é um fenômeno comum nos Estados Unidos e em outros países.

Esse intelectual observou uma tendência na sociedade atual, que os video games levam os jovens a depender dos pais financeiramente, pois eles se recusam a entrar no mercado de trabalho. Quando esses jovens se tornam pais, no entanto, os video games não os ajudam a ganhar a vida, e é improvável que eles consigam melhorar suas habilidades ou encontrar empregos melhores, já que perderam muito tempo jogando quando eram jovens. Seus filhos não poderão confiar nos próprios pais para obter orientação. Assim, os video games estão destruindo a vida normal das pessoas.

Os video games são drogas espirituais. Isso difere das drogas pesadas como a heroína, que é proibida em todo o mundo. O desenvolvimento de video games, no entanto, é uma grande indústria. Quais são as consequências disso? As empresas estão produzindo drogas que destroem a próxima geração, e os países que acolhem os video games estão sabotando o próprio futuro.

O surgimento da internet e dos telefones celulares abriu um mercado ainda mais amplo para a indústria de video games. O último relatório global do mercado de games divulgado pela empresa de pesquisas Newzoo em abril de 2018 previu que os 2,3 bilhões jogadores de todo o mundo gastariam 137,9 bilhões de dólares em jogos em 2018, um aumento de 13,3% em relação ao ano anterior. Mais da metade de todas as receitas provenientes dos jogos virão do segmento de dispositivos móveis. As receitas de jogos digitais representarão 91% do mercado global, ou 125,3 bilhões.

O relatório também prevê que o mercado de games manterá um crescimento de dois dígitos na próxima década. Enquanto a taxa de crescimento do PIB em muitos países está na casa de um dígito, a indústria de games continua crescendo mais rápida e febrilmente. Os jogos de celulares deverão representar 100 bilhões de dólares até 2021. Os três principais países no mercado mundial de jogos, segundo o relatório, serão a China, os Estados Unidos e o Japão, com a China respondendo por 28% do mercado global. [29]

As pessoas que acreditam em Deus devem saber que Deus criou o ser humano e estabeleceu a forma como devemos viver, incluindo formas apropriadas de entretenimento. Quando a humanidade trilha um caminho reto, as pessoas se libertam, mas quando se afastam de Deus e percorrem um caminho diabólico, são abandonadas e se arruínam.

Jogos tradicionais, como atividades esportivas e outras atividades ao ar livre, são limitados pelo ambiente, o clima, o equipamento e a capacidade física. Os jogadores normalmente não desenvolvem um vício nessas formas tradicionais de entretenimento e atividade. Os video games não têm essas restrições. Os jogadores são convidados e atraídos para entrar no mundo virtual dos jogos ininterruptamente, sem dormir ou parar por outros motivos. Isso, além do fato de que esses jogos raramente têm algo de edificante que os recomende, significa que esses jogadores estão cada vez mais sob a influência de fatores negativos.

e. A cultura da violência

Nos Estados Unidos, de 1960 a 2016, a população aumentou 1,8 vezes, enquanto o número total de crimes cresceu 2,7 vezes e o número de crimes violentos cresceu 4,5 vezes. [30]

Cinquenta anos antes do incidente do tiroteio na torre da Universidade de Texas em 1966, tinham ocorrido apenas 25 tiroteios públicos em massa em que quatro ou mais pessoas foram mortas. A partir daquele ano, os tiroteios em massa foram se tornando mais mortais. [31] Do tiroteio em massa de Killeen, no Texas, em 1991, que causou 23 mortes, ao tiroteio em massa em Las Vegas que causou o massacre de 58 pessoas em 2017, cada um dos episódios foi se tornando cada vez mais chocante.

Os incidentes terroristas em todo o mundo aumentaram de 650 por ano, em 1970, para 13.488, em 2016, um aumento de 20 vezes. Desde o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, os ataques terroristas aumentaram em 160%. [32]

A violência no mundo real reflete o que vivenciamos no nosso cotidiano: nossas vidas diárias foram envolvidas por uma cultura de violência. Não só a música intensa do heavy metal está cheia de violência, mas também o conteúdo da maioria dos filmes, dos programas de televisão; e até os video games estão imersos em violência. Muitas produções cinematográficas e televisivas retratam a máfia, as gangues e piratas de forma positiva, fazendo com que esses estereótipos negativos pareçam atraentes e respeitáveis, de tal forma que as pessoas não apenas deixam de sentir repulsa por eles, mas inclusive se sentem atraídas e motivadas, começando a cometer crimes e participar de gangues e do crime organizado.

O surgimento dos video games proporcionou às pessoas um novo canal para a glorificação da violência, que é interativa, permitindo que os próprios jogadores empreguem a violência dentro do mundo do jogo. Em vez da doutrinação unidirecional da violência via cinema e televisão, os jogadores experimentam a violência por eles mesmos por meio desses jogos, que contêm cenas de decapitação, amputação de membros e sanguinolência por toda parte, em níveis que excedem os limites normais do cinema e da televisão.

Em um estudo realizado em 2013, os pesquisadores analisaram filmes que foram produzidos de 1985 a 2012 e constataram que, entre 1985 e 2012, a quantidade de violência por armas nos filmes classificados como PG-13 aumentou duas vezes. [33] Um estudo de acompanhamento mostrou que essa tendência perdura até hoje. [34] Em 2008, o Pew Research Center apurou que 97% dos jovens entre 12 e 17 anos jogavam video games e que dois terços deles jogavam jogos que continham violência. [35]

Diante do problema do aumento da violência na sociedade, os especialistas, acadêmicos e o público em geral continuam a propor teorias e soluções, desde restrições mais rigorosas por meio da criação de leis e de uma maior fiscalização, até o fornecimento de aconselhamento psicológico ao público. Mas essas soluções assemelham-se a cortar os galhos de uma árvore venenosa sem tocar na raiz que a mantém.

Ao incentivar deliberadamente a saturação da cultura popular com violência e criminalidade, os agentes comunistas fazem com que cada vez mais pessoas se tornem insensíveis a esse tipo de conteúdo; algumas delas se sentem até estimuladas a reproduzir os comportamentos presentes nesse conteúdo. Isso faz com que essa violência se materialize na nossa sociedade. Por meio da corrupção e da destruição da cultura tradicional, e da mudança do senso de moralidade das pessoas, o comunismo está afastando as pessoas do ambiente divino, estimulando-as a buscar a satisfação para seus insaciáveis desejos materiais. Essa é a verdadeira causa subjacente dos problemas da sociedade.

f. Moda decadente

Aparentemente, os vários tipos de roupas esquisitas, comportamentos esquisitos e outros elementos, que agora são comuns na cultura popular, fazem parte da “liberdade de expressão” ou da “tendência da moda”, mas não se trata apenas disso. Ao rastrearmos a origem disso, fica claro que elementos negativos estão por trás de tudo isso. Com o passar do tempo, no entanto, as pessoas simplesmente se acostumam com essas coisas e não as consideram mais como esquisitas, o que faz com que essas coisas negativas sejam aceitas como normais. Abaixo seguem alguns exemplos.

A sociedade atual está acostumada a mulheres de cabelos curtos, acima dos ombros. O estilo originou-se das melindrosas no Ocidente durante a década de 1920. Influenciadas pela primeira onda do movimento pelos direitos das mulheres e pelo movimento de liberação sexual (veja o capítulo 7), as melindrosas usavam vestidos curtos, cortavam os cabelos curtos, ouviam jazz, usavam maquiagem pesada, bebiam bastante vinho e tinham hábitos sexuais ousados para a época. Usar o cabelo curto era uma maneira de expressar o desprezo pelos papéis tradicionais do homem e da mulher, e de buscar a “emancipação” feminina.

Depois que o penteado se tornou popular, uma famosa cantora de ópera disse: “O cabelo cortado é um estado de espírito e não apenas uma nova maneira de ornar a minha cabeça. … Eu considero que termos nos livrado de nossos cabelos longos é eliminar um dos muitos grilhões das mulheres na sua trajetória rumo à liberdade.” [36] Durante a Grande Depressão, na década de 1930, esse penteado caiu em desuso. No entanto, na década de 1960, quando rebelar-se contra as normas tradicionais passou a ser moda novamente, as mulheres voltaram a usar cabelos curtos.

Da mesma forma, o uso de cabelos longos pelos homens dessa época se originou dos beatniks e hippies. [37] Embora o uso de cabelo longo para homens remonte à antiguidade, no Ocidente, os homens usavam cabelos curtos desde a Primeira Guerra Mundial. Na década de 1960, o movimento da contracultura promoveu cabelos longos para homens como forma de rebelião.

Nos anos das décadas de 1920 e 1960, a sociedade era fortemente refratária a jovens que se vestiam de maneira antitradicional. Com o tempo, as pessoas se acostumaram às tendências antitradicionais e, de acordo com o ponto de vista dos progressistas, isso se deveu ao aumento da tolerância social. Nas tradições do Oriente e do Ocidente, no entanto, as diferenças entre homens e mulheres não são apenas refletidas fisicamente e em seus diferentes papéis na sociedade e na família, mas também devem ser refletidas nas roupas, nos penteados, na forma de se expressar e nas maneiras.

Além de promover a eliminação das diferenças de classe na sociedade, o comunismo também quer eliminar as diferenças sexuais entre homens e mulheres. Da mesma forma, os movimentos homossexuais e feministas usam o slogan da “igualdade” para confundir e desfazer as diferenças entre os sexos nos papéis sociais e familiares. Modas de tendência andrógina causam confusão ao eliminar ainda mais as diferenças entre homem e mulher no modo de se vestir. Esses fatores preparam o terreno para uma aceitação social mais ampla do que tradicionalmente têm sido consideradas práticas sexuais e estilos de vida degenerados, além de contribuir para solapar a moralidade tradicional.

Durante milhares de anos, a moralidade do Oriente e do Ocidente baseou-se na diferença entre homens e mulheres e na ideia de que homens e mulheres, yin e yang, têm lugares e papeis que lhes correspondem. O comunismo quer inverter o yin e o yang dos seres humanos, com o objetivo de corromper a moralidade, engendrar o egocentrismo e estimular a rejeição das normas tradicionais.

Tendo em vista o propósito diabólico do comunismo, percebe-se que, ainda que as várias mudanças no vestuário possam parecer modernas e populares na superfície, elas de fato têm por objetivo acabar com os bons costumes tradicionais adotados pelos seres humanos.

Por exemplo, a popularidade das calças de cintura baixa usadas hoje, e consideradas sexy pelos ditos entendidos de moda, é na verdade uma forma branda de corromper a moralidade humana. Suas predecessoras foram as “hip-huggers”, popularizadas durante a contracultura dos anos 60 e comuns nas discotecas dos anos 70. As calças de cintura baixa deram origem às indecentes “bum pants”, que expunham diretamente as nádegas. [38]

Outro sinal de decadência cultural é o fenômeno groupie, popular entre os jovens, e que é outro subproduto da contracultura. Na década de 1960, a música rock era popular no Ocidente, e algumas jovens obcecadas por astros do rock acompanhavam as suas apresentações e formavam grupos de fãs para oferecer serviços pessoais e sexuais, incluindo o envolvimento em sexo grupal com músicos e amigos. [39] As jovens se tornaram vítimas de uma moda passageira. Hoje em dia, outros admiram estrelas que defendem a derrubada das barreiras que diferençam os sexos, incluindo estrelas masculinas que se comportam de forma efeminada, e vice-versa. Tudo isso tem por objetivo minar a cultura popular e confundir a distinção entre homens e mulheres.

Há também a suposta subcultura punk da moda. Semelhante ao movimento hippie, o punk também se rebela contra a tradição e promove o niilismo. A maioria dos hippies eram jovens rebeldes de famílias tradicionais de classe média, enquanto o punk era mais caracterizado como uma rebelião das classes mais baixas contra as tradições sociais. Assim, muitas bandas punk também defendem o socialismo. [40] A fim de expressar suas atitudes antitradicionalistas, os punks frequentemente exibem penteados bizarros, incluindo moicanos, ou usam roupas esfarrapadas cheias de alfinetes, rebites e emblemas. Eles tingem os cabelos, fazem tatuagens, perfuram seus corpos por toda parte e às vezes expõem partes do corpo que normalmente seriam ocultadas. Os punks geralmente não fazem distinção de gênero nos seus trajes. Algumas mulheres usam roupas masculinas e vice-versa. Os punks servem de inspiração para muitas das tendências da moda atual.

Os punks defendem o hedonismo, e é por isso que um slogan punk popular é: “Viva depressa, morra jovem e deixe um belo cadáver.” Isso reflete a completa tragédia da fé perdida em Deus e de ser atraído para as profundezas de um mundo de hedonismo e materialismo. Os indivíduos e a sociedade deveriam estar alarmados com esse triste niilismo, mas não estão.

Além disso, há diversos outros sinais de caos e falta de propósito na sociedade atual: a exibição de imagens fantasmagóricas ou demoníacas nos trajes e na música; a escolha de imagens esteticamente desagradáveis para serem reproduzidas em tatuagens; brinquedos e ornamentos infantis grotescos; literatura, cinema e televisão repletos de demônios, fantasmas e horror sobrenatural – produtos que são amplamente consumidos pelo público. A internet está cheia de conteúdo destrutivo e niilista, como, por exemplo, imagens de torcedores de futebol se revoltando e causando estragos. Todos esses sinais de decadência apontam para o fato de que forças negativas e sombrias dominam a sociedade em geral.

Conclusão

Todos têm o direito de buscar a felicidade, mas essa busca deve respeitar os parâmetros morais. A busca excessiva de prazer, além dos limites razoáveis, traz inevitavelmente sofrimento, desgraça e tristeza.

A cultura tradicional da humanidade não proíbe a satisfação razoável do desejo. No entanto, ela ensina as pessoas a controlar seus desejos e a escolher um estilo de vida saudável. Isso tem a ver com harmonia com a natureza, trabalho compatível com a cultura tradicional, relações familiares harmoniosas, uma sociedade civil saudável, autonomia e participação na gestão do Estado, bem como artes, literatura, esportes e entretenimento tradicionais. Tudo isso traz felicidade e satisfação e, ao mesmo tempo, é saudável para o corpo e a mente dos indivíduos, bem como para a sociedade em geral.

O objetivo final do comunismo, no entanto, é destruir a humanidade. Um dos passos desse processo é a corrupção da moralidade e a remoção de Deus da cultura humana. Para alcançar isso, o comunismo busca incutir valores negativos e imoralidade em todos os regime políticos, culturas populares e estilos de vida. Nas últimas décadas, foi criada uma cultura popular nesses moldes no Oriente e no Ocidente. A loucura da sociedade moderna levou muitos a abandonar a cultura tradicional e a moralidade. As pessoas satisfazem os seus desejos buscando prazer sem limites. O egocentrismo, o hedonismo e o niilismo tornaram-se coisa comum, e passaram a ser aceitos até mesmo como algo da moda. Essa é a cultura que hoje impera no mundo, e os seres humanos esqueceram o verdadeiro propósito da existência humana.

Sexo, drogas, música rock e video games estimulam e ampliam os desejos. Muitas pessoas se entregam a isso para fugir da miséria e das decepções da vida, mas nunca param para refletir. Esses vícios só trazem satisfação momentânea, seguida por mais dor, sofrimento e desastre. O abuso de drogas causa doenças, morte e transtornos de personalidade; relações sexuais caóticas destroem a família, fazendo com que as pessoas percam a confiança e a paixão; os video games levam as pessoas a se perderem em um mundo falso. Os viciados sentem que estão em um parque de diversões, mas na verdade, estão simplesmente sendo explorados por forças externas, e o que realmente os espera é a morte física e a decadência espiritual.

O mesmo se aplica às sociedades e nações. Quando um grande número de pessoas se torna viciada em prazeres e vive em função dos seus desejos, o desastre é iminente.

Deus criou a humanidade e concedeu a cada indivíduo o livre arbítrio. As pessoas não devem abusar das suas liberdades, não devem trilhar o caminho da degeneração. Ao contrário, devem fazer bom uso dessa liberdade e retornar a uma cultura e a um modo de vida tradicionais. Deus sempre cuidou dos seres humanos e os protegeu. Porém, fazer com que a humanidade retome o caminho correto depende inteiramente da escolha de cada indivíduo.

Referências bibliográficas:

[1] “George Washington’s Rules of Civility and Decent Behavior in Company and Conversation”, Foundations Magazine, http://www.foundationsmag.com/civility.html

[2] Benjamin Franklin, The Autobiography and Other Writings on Politics, Economics, and Virtue (Cambridge: Cambridge University Press, 2004), pp. 68–69, https://archive.org/details/BenjaminFranklinTheAutobiographyAndOtherWritingsOnPoliticsEconomicsAndVirtue

[3] Xue Fei, “‘If a god is missing, just make one’: Chaos at the grandmother temple, Hebei”, The Epoch Times [edição chinesa], 10 de agosto de 2017, http://www.epochtimes.com/gb/17/8/9/n9513251.htm

[4] “Oxford Dictionary Adds Popular Chinese Terms”, China Daily, 6 de setembro de 2010, http://www.chinadaily.com.cn/business/2010-09/06/content_11259791.htm

[5] Loretta Chao, “The Ultimate Knock-Off: A Fake Apple Store”, The Wall Street Journal, 21 de julho de 2011, https://blogs.wsj.com/chinarealtime/2011/07/21/the-ultimate-knock-off-a-fake-apple-store/

[6] Jack Kerouac, “The Birth of a Socialist”, in Atop an Underwood: Early Stories and Other Writings (New York: Penguin, 1999).

[7] Roberto Franzosi, revisão de “Power and Protest: Global Revolution and the Rise of Détente”, por Jeremi Suri, American Journal of Sociology , Vol. 111, No. 5, pp. 1589–1591.

[8] Meredith Box & Gavan McCormack, “Terror in Japan”, The Asia-Pacific Journal: Japan Focus, Vol. 2, No. 6, 25 de junho de 2004, https://apjjf.org/-Meredith-Box–Gavan-McCormack/1570/article.pdf

[9] Georgia Wallen, “The Seven Stages of the ‘Hamilton’ Kennedy Center Queue”, The Washigton Post, 30 de março de 2018, https://www.washingtonpost.com/opinions/the-seven-stages-of-the-hamilton-kennedy-center-queue/2018/03/30/c1ae15fc-31f8-11e8-8bdd-cdb33a5eef83_story.html

[10] Amy D. McDowell, “Contemporary Christian Music”, Oxford Music and Art Online, https://doi.org/10.1093/gmo/9781561592630.article.A2234810

[11] “The Opioid Crisis”, https://www.whitehouse.gov/opioids/

[12] Drug Facts: Marijuana, National Institute on Drug Abuse for Teens, https://teens.drugabuse.gov/drug-facts/marijuana

[13] Allison Bond, “Why Fentanyl Is Deadlier than Heroin, in a Single Photo”, Stat News, 29 de setembro de 2016, https://www.statnews.com/2016/09/29/why-fentanyl-is-deadlier-than-heroin/

[14] “Overdose Death Rates”, National Institute on Drug Abuse, setembro de 2017, https://www.drugabuse.gov/related-topics/trends-statistics/overdose-death-rates

[15] Amanda Hoover, “110 Pounds of Fentanyl Seized at Port in Shipment from China”, New Jersey, 2 de julho de 2018, https://www.nj.com/news/index.ssf/2018/07/110_pounds_of_fentanyl_found_in_philadelphia_port.html

[16] “China Drug Report: More than 14 million drug users nationwide”, BBC Chinese, 24 de junho de 2015, http://www.bbc.com/zhongwen/simp/china/2015/06/150624_china_drugs_report [em chinês]

[17] Zhang Yang, “China’s Drug Situation Report 2017: Released: 140,000 Drug Criminal Cases Cracked Across China”, People’s Daily Online, 26 de junho de 2018, http://yuqing.people.com.cn/n1/2018/0626/c209043-30088689.html [em chinês]

[18] “Things Are Looking Up in America’s Porn Industry”, NBC News, 20 de janeiro de 2015, https://www.nbcnews.com/business/business-news/things-are-looking-americas-porn-industry-n289431

[19] “Boy, 12, Repeatedly Raped Sister after Becoming Fascinated with Internet Porn”, New Zealand Herald, 7 de novembro de 2016, https://www.nzherald.co.nz/world/news/article.cfm?c_id=2&objectid=11743460

[20] Lars Gravesen, “Taxpayers Foot Bill for Disabled Danes’ Visits to Prostitutes”, Telegraph, 2 de outubro de 2005, https://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/denmark/1499735/Taxpayers-foot-bill-for-disabled-Danes-visits-to-prostitutes.html

[21] Inga Margrete Ydersbond, “The ‘Promiscuous’ and the ‘Shy’: Denmark and Norway: A Historic Comparative Analysis of Pornography Legislation”, The NPPR Working Paper Series: The Politics of Commercial Sex, março de 2012, https://www.duo.uio.no/bitstream/handle/10852/34447/NPPRWP201201.pdf

[22] Takudzwa Hillary Chiwanza, “Thousands of Chinese Prostitutes Are Flocking to Africa for Lucrative Fortunes”, The African Exponent, 7 de maio de 2018, https://www.africanexponent.com/post/8965-chinese-prostitutes-have-joined-the-scramble-for-africas-fortunes

[23] Pat Fagan, “The Effects of Pornography on Individuals, Marriage, Family and Community”, Issue Brief, The Family Research Council [acessado em 6 de outubro de 2018], https://downloads.frc.org/EF/EF11C36.pdf

[24] Jill Manning, testemunho no Senado, 10 de novembro de 2005, referindo-se a J. Dedmon, “Is the Internet Bad for Your Marriage? Online Affairs, Pornographic Sites Playing Greater Role in Divorces” (2002), comunicado de imprensa de The Dilenschneider Group, Inc., p. 14, https://s3.amazonaws.com/thf_media/2010/pdf/ManningTST.pdf

[25] David Shultz, “Divorce Rates Double When People Start Watching Porn”, Science, 26 de agosto de 2016, http://www.sciencemag.org/news/2016/08/divorce-rates-double-when-people-start-watching-porn

[26] George A. Akerlof, Janet L. Yellen & Michael Katz, “An Analysis of Out-of-Wedlock Childbearing in the United States”, in Explorations in Pragmatic Economics (Oxford: Oxford University Press, 2005), p. 120, https://tinyurl.com/y3wos66u

[27] Joseph Chamie, “Out-of-Wedlock Births Rise Worldwide”, YaleGlobal Online, 16 de março de 2017, https://yaleglobal.yale.edu/content/out-wedlock-births-rise-worldwide

[28] Mark Aguiar, Mark Bils, Kerwin Kofi Charles & Erik Hurst, “Leisure Luxuries and the Labor Supply of Young Men”, National Bureau of Economic Research, Working Paper No. 23552, junho de 2017, p. 1, http://www.nber.org/papers/w23552

[29] Tom Wijman, “Mobile Revenues Account for More Than 50% of the Global Games Market as It Reaches $137.9 Billion in 2018”, Newzoo, 30 de abril de 2018, https://newzoo.com/insights/articles/global-games-market-reaches-137-9-billion-in-2018-mobile-games-take-half/

[30] “United States Crime Rates 1960–2017”, compilado por DisasterCenter.com com dados de FBI UCS Annual Crime Reports, http://www.disastercenter.com/crime/uscrime.htm

[31] Bonnie Berkowitz, Denise Lu & Chris Alcantara, “The Terrible Numbers That Grow with Each Mass Shooting”, The Washington Post, 29 de junho de 2018, https://www.washingtonpost.com/graphics/2018/national/mass-shootings-in-america/

[32] Global Terrorism Database (GTD), University of Maryland, https://www.start.umd.edu/gtd/

[33] Jacque Wilson & William Hudson, “Gun Violence in PG-13 Movies Has Tripled”, CNN, 11 de novembro de 2013, http://www.cnn.com/2013/11/11/health/gun-violence-movies/index.html

[34] Assil Frayh, “Gun Violence Keeps Rising in PG-13 Movies, Study Says”, CNN, 20 de janeiro de 2017, https://www.cnn.com/2017/01/20/health/gun-violence-pg-13-movies-study/index.html

[35] “Violent Video Games and Young People”, Harvard Mental Health Letter, 27, No. 4, outubro de 2010, http://affectsofvideogames.weebly.com/uploads/6/4/3/3/6433146/medical_journal.pdf

[36] Citado em “Short Hair for Women”, Encyclopedia of Fashion, http://www.fashionencyclopedia.com/fashion_costume_culture/Modern-World-1919-1929/Short-Hair-for-Women.html

[37] “Long Hair for Men”, Encyclopedia of Fashion, http://www.fashionencyclopedia.com/fashion_costume_culture/Modern-World-Part-II-1961-1979/Long-Hair-for-Men.html

[38] “Hip Huggers”, Encyclopedia of Fashion, http://www.fashionencyclopedia.com/fashion_costume_culture/Modern-World-Part-II-1961-1979/Hip-Huggers.html

[39] Kathryn Bromwich, “Groupies Revisited: The Women with Triple-A Access to the 60s”, The Guardian, 15 de novembro de 2015, https://www.theguardian.com/music/2015/nov/15/groupies-revisited-baron-wolman-rolling-stone-pamela-des-barres

[40] David A. Ensminger, Left of the Dial: Conversations with Punk Icons (Oakland, Calif.: PM Press, 2013), p. 47; Neil Eriksen, “Popular Culture and Revolutionary Theory: Understanding Punk Rock”, https://www.marxists.org/history/erol/periodicals/theoretical-review/19801802.htm