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Autoimolação na Praça da Paz Celestial: após uma década o incidente do fogo falso continua a causar danos

10 de março de 2016 |   Por Liaoming

(Minghui.org) O feriado do Ano Novo comemorado pelo povo chinês é uma celebração que tem se perpetuado por milhares de anos, com significados fundamentados na esperança para o futuro. No entanto, quando esta tradição é manipulada para se incutir mentiras e ódio, o efeito pode ser devastador.

Isto foi o que ocorreu em 23 de janeiro de 2001, o último dia do ano lunar chinês, quando o Partido Comunista Chinês (PCC) criou a farsa do incidente da autoimolação na Praça da Paz Celestial, visando difamar o Falun Gong. Mais tarde foi chamado de “fogo falso” por aqueles que constataram que o evento foi encenado. O incidente foi acompanhado e transmitido repetidamente pela CCTV e outros meios de comunicação durante o horário nobre na China. O incidente foi incorporado em vários locais de propaganda, e inclusive adotado em livros didáticos, para posicionar a opinião pública contra o Falun Gong.

As consequências foram devastadoras. Apesar dos praticantes do Falun Gong começarem a esclarecer o incidente logo após o ocorrido e o Washington Post e a National Review desmascararem as mentiras em seguida com reportagens detalhadas, a verdade foi bloqueada na China pela censura de notícias do governo chinês, e o evento efetivamente induziu ao erro e despertou o ódio das pessoas na China. Mesmo hoje em dia, um grande número de chineses ainda está envenenado por esta e outras propagandas e se opõem ao Falun Gong.

Uma análise detalhada, incluindo uma revisão que esclarece 54 fatos está disponível no website Minghui e em outras fontes. Aqui nós gostaríamos de recapitular brevemente o incidente e nos focar nos vários indivíduos relacionados a este drama.

Mãe e filha: Liu Chunling e Liu Siying

O Partido Comunista divulgou a notícia que Liu Chunling era uma praticante do Falun Gong. A tragédia dela e de sua filha de 12 anos de idade, Liu Siying, ganhou muita simpatia das pessoas, e por outro lado gerou a hostilidade contra o Falun Gong.

Em 4 de fevereiro de 2001, Philip Pan do Washington Post, investigou a história de mãe e filha e publicou suas descobertas em um artigo, intitulado “Fogo humano inflama mistério chinês”. Pan escreveu em seu artigo: “Ela [Liu Siying] bateu na sua mãe, e sua mãe estava chorando e gritando. Ela bateu em sua filha também”. Além disso, soube-se que a mãe, Liu Chunling, trabalhava em uma boate e era paga para jantar e dançar com os clientes. Estes fatos contradizem a alegação de que ela era uma praticante. Além disso, ninguém jamais a viu praticar o Falun Gong.

Liu Chunling morreu no incidente e a análise detalhada do vídeo indicou que ela tinha sido morta por um objeto grande, provavelmente um extintor de incêndio. Siying sobreviveu ao incidente e, como todos os outros participantes no incidente, foi proibida de ser entrevistada. Sua saúde melhorou gradualmente e então ela morreu misteriosamente dois meses depois. Muitos suspeitam que a morte foi causada pelos funcionários do governo, uma vez que desta forma se encobriu o incidente e se evitou prejudicar toda a trama com qualquer coisa que a menina de 12 anos pudesse falar.

Embora este supostamente tenha sido um evento espontâneo, a reportagem da CCTV continha vídeos filmados com lentes de telefoto, lentes de zoom e lentes de close-up. A rede de TV também possuía investigadores independentes autorizados a entrevistar estes participantes, assim, não seria difícil descobrir a verdade.

História de Chen Guo

Chen Guo, estudante de 19 anos do Conservatório de Música da China, ficou desfigurado por queimaduras. Mas a tragédia não terminou por aí.

Wang Bo, colega de Chen, foi detida por sua crença após ver as transmissões na CCTV sobre este incidente. Sabendo que Chen havia parado de praticar o Falun Gong em 1999, Wang percebeu que o incidente era uma farsa, e imediatamente falou sobre isto para os outros detidos e oficiais.

Isso desencadeou uma severa retaliação contra ela. Os oficiais não pouparam meios, incluindo coagir seus pais, para forçá-la a permanecer em silêncio sobre o assunto e desistir de sua crença. Wang, eventualmente, se rendeu a fim de continuar seus estudos, e seu caso foi usado depois para transformar praticantes do Falun Gong detidos, bem como para desinformar o público. Luo Gan, ex-secretário do Comitê de Assuntos Políticos e Jurídicos (CAPJ), viajou para a cidade de Shijiazhuang na província de Hebei em pessoa para acompanhar este caso.

O fato de Chen ter sido desfigurado pela autoimolação, encenada pelo PCC, foi tratado de forma emocional pela mídia controlada pelo partido. Além disso, o ocorrido com Chen foi usado repetidamente como propaganda difamatória do Falun Gong. Não obstante, os esforços de Wang e de outros, para descobrir a verdade, foram duramente reprimidos.

Entretanto, nem toda desfiguração foi tratada da mesma forma. Em 7 de maio de 2004, após receber choques contínuos com bastões elétricos por horas, a Sra. Gao Rongrong, uma contadora que trabalhava em uma faculdade de arte na cidade de Shenyang, província de Liaoning, ficou com o rosto severamente deformado. Os oficiais tentaram esconder a informação por todos os meios. Muitos praticantes foram presos e torturados por resgatar a Sra. Gao de um hospital. Com o envolvimento direto de Luo Gan, a Sra. Gao foi localizada e detida novamente e presa no notório Campo de Trabalho de Masanjia. E emjunho de 2005, Gao faleceu aos 37 anos.

Única repórter não era afiliada a agências de notícias

A série de reportagens sobre o incidente da CCTV, teve uma única repórter, Li Yuqiang. Os funcionários que trabalham na CCTV disseram que não a conheciam. Além disso, ao longo destas reportagens, Li só mostrava as costas ou ficava de lado, sem mostrar o rosto.

Entre os vários personagens exibidos no incidente, aquele com maior falhas é provavelmente Wang Jindong. Embora sentado no fogo, seu cabelo permaneceu intacto, e tinha entre as pernas uma garrafa de refrigerante de plástico, supostamente cheia de gasolina, que não explodiu. Um policial ao seu lado esperava segurando um cobertor antichamas e não colocou o cobertor sobre ele até que Wang gritou uma frase se passando por praticante do Falun Gong.

Quando mais tarde Li foi a uma sessão de “lavagem cerebral” na cidade de Shijiazhuang, província de Hebei, tentar “transformar” os praticantes do Falun Gong detidos, muitos praticantes perguntaram a ela sobre as várias falhas descritas acima. Li admitiu que a maior parte da reportagem foi filmada depois, e disse a eles que não esperava que houvesse tantos erros.

O fogo falso continua

Duas horas após o incidente, o jornal Xinhua fez um pronunciamento, em inglês, culpando o Falun Gong pela autoimolação. Em seguida mostrou o vídeo detalhado da reportagem. Tal rapidez recorde surpreendeu muitos jornalistas, porque eles sabem que, dada a censura na China, isto seria incomum, a menos que a reportagem houvesse sido preparada com antecedência.

Danny Schechter, produtor americano de televisão, escreveu: “Além disso, a mídia estatal nunca divulgou nenhuma foto ou vídeo de protestos do Falun Gong na imprensa estrangeira durante estes 18 meses de perseguição, então por que agora? E com tão pouca hesitação?”

Em uma carta ao Minghui, um praticante disse que sua família lhe avisou para não ir à Praça da Paz Celestial no Ano Novo Chinês em 2001: “Quando eu lhes perguntei por que, a minha família disse: 'Um parente que trabalha no sistema público de segurança nos disse que os praticantes do Falun Gong iriam 'atear fogo' e que o governo soube do plano com antecedência e esperariam na Praça da Paz Celestial'”. Informações adicionais indicaram que a Praça da Paz Celestial já estava sob toque de recolher naquela manhã e a entrada de turistas não foi permitida.

Luo Gan explicou explicitamente durante uma conferência do Comitê de Assuntos Políticos e Jurídicos (CAPJ): mesmo que Wang Jindong não tivesse posto fogo em si mesmo, haveria um Zhang Jindong, um Li Jindong, ou qualquer um que aparecesse para começar o show.

Os ensinamentos do Falun Gong proíbem assassinato e suicídio. No entanto, o PCC optou por usar este incidente para intensificar a perseguição ao Falun Gong. Quatro anos após o drama, Fang Jing, âncora de notícias da CCTV, continuou a difamar o Falun Gong no programa “Foco” em 2005.

Em janeiro de 2014, o empresário chinês Chen Guangbiao realizou em Nova Iorque uma conferência visando comprar o jornal The New York Times. No entanto, ele passou a maior parte do tempo reiterando este incidente de 13 anos atrás, para difamar ainda mais o Falun Gong.

Foi interessante notar que o pronunciamento de Chen ocorreu logo após o ex-chefe da Agência 6-10, Li Dongsheng, estar sob investigação em dezembro de 2013. Depois de trabalhar como vice-diretor da CCTV por seis anos, Li foi nomeado vice-diretor da Agência 6-10 e encarregado da propaganda contra o FalunGong, quando a agência foi formada em junho de 1999. Sob sua liderança, durante 6 anos e meio, de julho de 1999 ao final de 2005, o programa “Foco” destacou 102 episódios anti-Falun Gong, incluindo a farsa do fogo falso.

Os esforços de Chen não salvaram Li Dongsheng que, em agosto de 2015 foi indiciado. Um destino semelhante ocorreu a Zhou Yongkang, ex-czar da segurança da China, que estava envolvido na extração ilegal de órgãos de praticantes do Falun Gong ainda vivos. Ele foi preso em dezembro de 2013 e condenado à prisão perpétua em junho de 2014.

Com mais de 200 mil queixas-crime apresentadas recentemente contra Jiang Zemin, por perseguir o Falun Gong desde 1999, é hora do fogo falso parar de causar mais danos.