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Estudar o Fa com minhas filhas é uma oportunidade de cultivo

10 de setembro de 2024 |   Escrito por uma praticante do Falun Dafa no Canadá

(Minghui.org) Saudações, venerado Mestre! Saudações, colegas praticantes!

Percebi que é importante proporcionar à minha filha um ambiente de cultivo em grupo. No entanto, não há muitas crianças da idade dela em nossa área, e o nível de alfabetização em chinês durante o estudo do Fa e os horários em que elas estudam o Fa também são muito diferentes. No processo de superar essas dificuldades, percebi que ajudar jovens praticantes a estudar o Fa é significativo e que essas experiências são muito preciosas. Cada pensamento e ação é uma oportunidade de cultivo.

Incentivo aos jovens praticantes

Quando minha filha era bem pequena, ela lia o Fa comigo. Há alguns anos, soube que outro jovem praticante de nossa região estava estudando o Fa na plataforma RTC e também esclarecia a verdade por telefone. Achei isso ótimo, então fiz com que minha filha participasse do estudo do Fa na plataforma com jovens praticantes do mundo todo.

O estudo do Fa em grupo foi uma ótima oportunidade de cultivo para minha filha, e ela esperava ansiosamente pelo estudo do Fa todas as noites. Ela também gostou do breve compartilhamento de cultivo após o estudo do Fa.

O primeiro desafio que enfrentamos foi o fato de que ela não conhecia muitos caracteres chineses e não conseguia ler o Zhuan Falun fluentemente em chinês, então me sentei com ela e a ajudei. Em apenas alguns meses, ela conseguiu ler 90% dos caracteres chineses do Zhuan Falun. Isso demonstra a importância do estudo do Fa em grupo que o Mestre mencionou. Ler em um grupo ajuda os jovens praticantes a estudar o Fa diligentemente.

Ter consideração pelos outros

À medida que minha filha melhorava sua capacidade de reconhecer caracteres chineses, ela insistia em ler sozinha o Fa. É claro que fiquei feliz com seu progresso. E assim corrigia sua pronúncia sempre que ela cometia um erro. Achei que isso a ajudaria a melhorar. Entretanto, toda vez que fazia isso, ela parecia ficar magoada.

No início, não considerei isso um grande problema, pois, acreditava que, como mãe, corrigir os erros da minha filha era bom para ela e que não estava fazendo nada de errado.

Frequentemente, minha filha parecia muito emotiva, o que às vezes afetava seu estudo do Fa. Olhei para dentro de mim e percebi que a maneira como eu a corrigia não era apropriada, pois ela não queria ficar envergonhada na frente das outras crianças. Embora minha intenção fosse ajudá-la, precisava mudar minha abordagem. Precisava tratá-la como uma pessoa independente e com dignidade.

Ajustei minha abordagem. Por exemplo, quando ela não conseguia pronunciar uma palavra, eu esperava e deixava que ela a soletrasse de acordo com a conotação fonética. Somente a ajudava quando ela parecia estar pedindo ajuda. Combinamos que, se ela lesse errado, eu tocaria em sua mão e daria a ela a oportunidade de verificar e corrigir por conta própria. Se ela ainda lesse errado, lhe diria a maneira correta depois que ela assim consentisse.

Depois de fazer essa mudança, a tensão diminuiu. Levou apenas alguns segundos a mais para ela pensar, mas melhoramos a eficiência de seu estudo do Fa e economizamos tempo. Isso se tornou uma atividade agradável para nós.

Percebi que a comunicação com crianças é igual à comunicação com qualquer outra pessoa. Devo me colocar no lugar dos outros. Ao corrigir seus erros, preciso considerar a perspectiva dela e ser educada, ter tato, ser atenciosa e lidar com isso com gentileza.

Enfrentar os pontos fracos

Cultivar a nós mesmos significa enfrentar nossas fraquezas e deficiências. Ao estudar o Fa com minha filha, ela e eu melhoramos a maneira como olhamos para dentro de nós mesmos e identificamos nossas fraquezas.

Às vezes, ela estudava o Fa com outras crianças ou outros pais sem mim. Eles corrigiam seus erros diretamente, em vez de fazê-lo como eu fazia. Não havia problema se a correção fosse correta, mas às vezes ela era corrigida por causa de sinais errados editados ou outros fatores.

Ela se sentia desconfortável quando isso acontecia. No início, ela era tolerante, mas depois não conseguia deixar de explicar ou até mesmo discutir. Às vezes, ela reclamava com raiva e não queria continuar estudando o Fa com aquele grupo.

Tentei orientá-la e ela entendeu os princípios do Dafa sobre como enfrentar isso. O que realmente a mudou foi algo que ela vivenciou com outra criança.

Vários jovens praticantes estavam estudando o Fa juntos quando uma garotinha leu um caractere errado e o pai dela apontou para ela. A garotinha ficou emocionada e gritou com raiva: “Eu não estou errada, eu não estou errada!”

Perguntei à minha filha: “Você acha que ela estava errada?” Ela respondeu: “Todo mundo ouviu!” Perguntei a ela: “Como você se sentiu?” Ela respondeu: “Não tem problema se ela estiver errada”. Eu disse: “Sim, se alguém apontar o erro, não importa se ela estava errada ou não, como cultivador, acho que a primeira coisa que se deve fazer é agradecer a pessoa por corrigi-la e depois ler novamente. No entanto, ela insistiu em dizer “não estou errada” para se defender, mas o resultado foi pior. Se ela enfrentasse o erro com franqueza e o corrigisse, ela teria sido aprovada no teste. Não importa se você está certo ou errado”. Minha filha concordou que isso fazia sentido. A partir de então, quando outras pessoas a corrigiam, ela dizia calmamente “obrigada” primeiro e depois relia cuidadosamente a palavra. Os outros jovens praticantes do grupo também conseguiram lidar com a situação da mesma forma.

Costumo citar os ensinamentos do Mestre para lembrá-la:

 “...Quem está certo é ele. Quem está errado sou eu. Brigar pelo quê?” (”Quem está certo e quem está errado”, Hong Yin III

Sabia que o Mestre havia preparado essa situação para mim! Isso me fez lembrar que, ao enfrentarmos a culpa e a crítica dos outros, devemos sempre agradecer à outra pessoa primeiro, aceitar o que ela diz de boa fé e nos corrigir. Não devemos ter pressa em nos defender. Mesmo que eu não tenha feito nada de errado, do ponto de vista de um cultivador, é uma oportunidade de cultivo.

Ajudar os outros a fazer o bem

Às vezes, eu era encarregada de orientar as crianças a estudar o Fa, e me sentia muito consciente. Comparava cuidadosamente cada palavra e as corrigia uma a uma se uma criança as lia incorretamente.

Enfrentei os mesmos desafios que enfrentei com minha filha. Alguns dos recém-chegados se sentiam frustrados depois de serem corrigidos. Fiz o possível para confortá-los, mas eles ainda se sentiam estressados. Uma criança até fingiu não me ouvir quando a corrigi e continuou a ler sem corrigir seus erros.

Era um dilema. Se eu me preocupasse apenas com suas emoções e não as corrigisse, não cumpriria minhas responsabilidades como discípula veterana, pois os ensinamentos do Mestre não podem ser alterados dessa forma. Por outro lado, tinha que incentivá-los. O que eu deveria fazer?

Mais tarde, me iluminei e tive alguns entendimentos de ajuda mútua por meio de pensamentos retos.

Uma garota era muito fluente em chinês. Embora lesse bem, muitas vezes acrescentava palavras, pulava palavras e até mesmo linhas. Fiquei intrigada e queria muito ajudá-la.

Tive uma ideia: “vou ler com você e espero que você leia com a mesma precisão que eu!” Meu microfone estava mudo, mas enviei a ela minha intenção mental – ‘você pode ouvir minha leitura, pois farei o possível para ler com precisão, e você não cometerá erros’.

Surpreendentemente, a jovem cometeu pouquíssimos erros ao ler. Sua velocidade e ritmo eram iguais aos meus. Como não precisei corrigi-la, ela teve uma sensação de realização e ficou feliz.

Fiquei surpresa, pois a menina estava muito distante, como a quilômetros de distância, mas parecia estar fisicamente muito próxima de mim. Inicialmente, estava concentrada em encontrar os erros da criança e, por isso, prestei atenção em corrigi-la. Achei que isso era bom para ela. Minha nova abordagem era ajudá-la e apoiá-la. Portanto estava confiante de que ela se sairia bem. Com meus pensamentos retos apoiando-a, o efeito foi muito bom e realmente a ajudou. Provavelmente ela não sabia o que eu estava pensando, pois não expressava em palavras, mas ela fez o melhor que pôde. Usei o mesmo método para o estudo do Fa com outras crianças, e todas elas pareceram melhorar.

O Mestre disse:

 “Eu disse que inclusive os pensamentos das pessoas são substâncias. O que tem em seus pensamentos pode se converter em formas; as palavras que expressa tem formas. É só que você não pode vê-las. Tudo tem existência material.” (Ensinamentos na Conferência no Leste dos EUA

Meu entendimento é que, quando ajudo jovens praticantes a ler o Fa, tenho realmente o desejo de ajudá-los e me preocupo sinceramente com eles. Esses pensamentos bondosos e puros são retos. Minha nova abordagem funcionou e as crianças melhoraram. Mesmo que a pessoa que tentei ajudar não soubesse, senti que ela não precisava saber.

Lembro-me do que outros praticantes disseram: “Seu ambiente é um espelho de você mesmo. Quando você vê as deficiências dos outros, deve olhar para dentro e procurar suas próprias deficiências”. De outra perspectiva, ver as deficiências dos outros e ver que eles não estão indo bem, muitas vezes pode ser o que você quer ver em sua própria mente. Isso pode ser causado por sua própria percepção. Devemos realmente desejar o bem dos outros, ajudá-los sinceramente e ficar satisfeitos com suas realizações - isso é compaixão.

Os praticantes se ajudam mutuamente

Os jovens praticantes que estudam o Fa juntos na plataforma vieram de todas as partes do mundo, como Nova York, Nova Jersey, São Francisco, Sydney, Toronto e até mesmo da Finlândia e do Vietnã.

Além de estudar o Zhuan Falun em chinês, eles também estudam os novos artigos. Durante o período de confinamento, minha filha passou até três horas por dia estudando o Fa em chinês e inglês. No entanto já tenho duas sessões fixas de estudo do Fa para minha filha, que são todas as quartas-feiras à noite e sábados de manhã. Continuamos fazendo isso por quase cinco anos até agora.

No entanto, com o passar do tempo, os jovens praticantes que estudavam o Fa juntos foram se afastando gradualmente por vários motivos. Alguns estavam ocupados com os trabalhos escolares, alguns se juntaram ao Fei Tian, alguns se juntaram a outros grupos de estudo do Fa e outros começaram a trabalhar depois de se formarem na universidade. Embora tenham saído um após o outro, minha filha e eu continuamos estudando o Fa na plataforma.

Incentivamos uns aos outros. Não importa quantas pessoas estejam lá, não nos comovemos. Às vezes, somos as únicos, e eu disse à minha filha: “Mesmo que não haja mais ninguém, estudaremos juntas”. Ela concordou.

Há também algumas vantagens quando somos apenas duas. Quando ela faz uma pergunta relacionada ao conteúdo que estamos lendo, podemos fazer uma pausa e discutir sua pergunta.

No início, achei que estava ajudando minha filha. Após anos de perseverança, sinto que me beneficiei muito com isso.

No processo de leitura, especialmente em inglês, não apenas ampliei meu vocabulário, mas também aprimorei minhas habilidades de escuta e fala. Minha filha tem me ajudado muito. Muitas vezes, quando respondia às perguntas dela ao estudar o Fa, era como um teste de minha compreensão do Fa. Ela corrigia pacientemente minha pronúncia. Ela também me lembrava de olhar para dentro e ser gentil quando eu tinha um problema de xinxing.

Quando o Mestre ensinou o Fa relacionado a “salvar e ajudar uns aos outros”, o Mestre disse:

 “Essas são coisas que o Mestre determinou para que vocês se salvem ao mesmo tempo em que salvam e ajudam uns aos outros e às demais pessoas, essa é a salvação mútua entre os seres no pós-fim.” (“Afaste-se dos perigos”) 

Como mãe, é minha responsabilidade apresentar os ensinamentos do Mestre à minha filha. Preciso orientá-la a trilhar o caminho do cultivo e inspirá-la a compreender a sabedoria e a beleza do Dafa. Nesse processo, os pais ganham muito mais. Acho que estudar o Fa com as crianças é um relacionamento em que pais e filhos salvam e ajudam uns aos outros.

Um colega praticante me lembrou, há alguns anos, que orientar seu filho a ser um verdadeiro praticante é um projeto de longo prazo. O papel dos pais nesse projeto é crucial. O que for perdido será difícil de recuperar. Devemos fazer o melhor que pudermos para orientar a nova geração de discípulos e não deixar nenhum arrependimento.

Conclusão

Orientar jovens praticantes a estudar o Fa e praticar o cultivo é um processo longo e contínuo de cultivo e autocorreção. Nesta época de fim do Darma, todos os tipos de demônios estão à solta com força total. É nossa responsabilidade, como pais, orientar nossos filhos para que tenham uma boa compreensão do Dafa, para que possam experimentar a grande compaixão e benevolência do Mestre.

Estas são algumas de minhas experiências e entendimentos sobre o estudo de Fa com minha filha. Por favor, corrija-me se houver algo inapropriado.

(Apresentado na Conferência Fa 2024 Canadá)