(Minghui.org) O Partido Comunista Chinês (PCC) persegue o Falun Dafa há 24 anos. Muitas pessoas me perguntaram: “Por que você é tão determinado na sua crença?”
É verdade que muitos praticantes foram detidos, presos e torturados. Alguns de nós perdemos nossos empregos e até nossas vidas. Ainda assim, inúmeros praticantes perseveraram. Talvez seja difícil para as pessoas entenderem a lógica por trás disso. A seguir está a minha resposta à pergunta.
Eu nasci na década de 1970. Meus pais trabalhavam muito, o que prejudicou a saúde deles. Por recomendação de parentes, meus pais começaram a praticar o Falun Dafa em 1996. As mudanças neles foram dramáticas. Não só a saúde deles melhorou, como meu pai também parou de beber e fumar. Eles pararam de brigar e nossa família se tornou harmoniosa. Todos os dias, depois do trabalho, eles se juntavam a outros praticantes para estudar os ensinamentos do Dafa e para praticar os exercícios. Eles também discutiam os apegos que tinham e as áreas que poderiam melhorar.
A vida era simples e feliz na época. As palestras de áudio do Mestre Li Hongzhi, fundador do Falun Dafa, eram escutadas em casa com frequência. Os ensinamentos me mudaram e compreendi a importância dos padrões morais. Aprendi a ser honesto e ter integridade.
No entanto, como um jovem de 20 e poucos anos, eu ainda ansiava por uma vida “boa e bem-sucedida”, então realmente não praticava o Dafa.
Jiang Zemin, o ex-líder do PCC, começou a perseguir o Falun Dafa em julho de 1999. Da noite para o dia, todos os praticantes enfrentaram uma escolha: sua consciência ou seus interesses materiais. A pressão era intensa.
Tendo se beneficiado do Dafa física e espiritualmente, meus pais sabiam que o Dafa era bom e não iriam desistir de sua crença. Eles decidiram ir a Pequim para apelar e falar às autoridades os fatos sobre o Dafa. Eu sabia que a propaganda de ódio do PCC era falsa. Na verdade, todos os praticantes que eu conhecia eram pessoas racionais e boas. Nenhum deles fez o que o PCC afirmava. Portanto, eu estava preocupado com a segurança de meus pais, mas entendi a escolha deles.
Por apelar para o Falun Dafa, meus pais foram detidos ilegalmente e enviados para campos de trabalhos forçados. Tive de viajar entre centros de detenção e campos de trabalho para visitá-los. O centro de detenção uma vez me disse para pegar o casaco de inverno de minha mãe. Vendo a roupa gasta toda manchada de sangue, chorei. Por causa de sua fé nos princípios Verdade-Compaixão-Tolerância, minha mãe sofreu muito. Perguntei ao Mestre na minha mente: “Por quanto tempo essas tragédias continuarão?”
Todo mês eu tinha de visitar os dois lugares onde meus pais estavam presos. Não conseguia encontrar um emprego em tempo integral. Para piorar as coisas, alguns de nossos parentes ficavam longe de mim para evitar serem implicados. Durante esses anos, experimentei muita dor e tristeza. Por mais difícil que fosse, sempre mantive os princípios do Dafa em mente. Ou seja, eu não fazia nada de ruim nem causava problemas.
Eu era grato por aqueles praticantes que cuidaram de mim durante esses anos. Frequentemente visitavam-me e davam-me algum dinheiro. Alguns costumavam comprar comida para mim. Uma delas me apresentou sua filha e, mais tarde, ela se tornou minha esposa.
Comecei a ler o Zhuan Faun, os principais ensinamentos do Falun Dafa, em 2002. Finalmente, entendi completamente por que tantos praticantes arriscavam suas vidas por sua crença, porque o Dafa é realmente bom. O Mestre nos disse que o verdadeiro propósito da vida é retornar ao ser original e verdadeiro, através da assimilação dos princípios Verdade-Compaixão-Tolerância. Foi assim que me tornei um praticante do Dafa.
A princípio, eu não sabia cultivar. Com o passar do tempo, aprendi como aplicar os princípios do Dafa na minha vida diária. Em 2003, fui contratado por uma grande empresa estatal. Nesse local, poucas pessoas se esforçavam realmente no seu trabalho. Considerando-me um praticante, sempre fiz as coisas da melhor forma possível.
A empresa tinha um projeto de renovação naquele inverno. Frequentemente, tínhamos que realizar trabalho físico ao ar livre. Como estava um pouco mais frio que - 10 ºC, nenhum dos meus colegas de trabalho aguentava e entrava depois de um tempo, deixando-me trabalhando lá com uma pá. Continuava depois do almoço até o dia terminar.
O projeto durou mais de dez dias. Durante esse processo, fui o único que continuou trabalhando até o fim. Mais tarde, um funcionário me elogiou na frente da equipe da gerência: “Ele [referindo-se a mim] trata a empresa como sua própria casa e sempre trabalha duro, quer as pessoas estejam assistindo ou não”. Eu sei que sou apenas um praticante comum e fiz o que outros praticantes fariam.
Algumas pessoas não entendem por que os praticantes do Falun Dafa gastam tanto esforço para contar aos outros sobre a prática. A razão é simples: o PCC mobilizou todos os meios de comunicação para difamar o Dafa e bloqueou todos os canais dos praticantes para expressar suas opiniões ou apelar. Como resultado, os praticantes não têm escolha a não ser distribuir materiais, esclarecer os fatos pessoalmente e fazer ligações telefônicas.
Durante as pausas no trabalho, muitas vezes conversava com colegas de trabalho sobre o Dafa e as mentiras do PCC sobre a prática. Mais tarde, fui trabalhar em outra empresa e comecei a usar canais on-line para aumentar a conscientização sobre a perseguição. O e-mail é uma forma eficaz de disseminar informações. Costumo coletar endereços de e-mail no meu tempo livre e enviar muitos e-mails.
O feedback foi bom. Um internauta respondeu: “Uma vez entrei para a Liga da Juventude. Ultrapassei o bloqueio da internet para acessar um site no exterior e saí da organização”. Outra pessoa respondeu: “Obrigado e, por favor, fiquem atentos à sua segurança”. Esses e-mails sempre me motivaram melhorar.
Em 2009, fui promovido a executivo da empresa. No entanto, por distribuirmos materiais do Falun Dafa, eu e minha esposa fomos presos. Durante esse tempo, enfatizei a importância do meu trabalho. Como havia responsabilidades importantes no trabalho no dia seguinte, pedi aos oficiais que contatassem minha empresa para que meu trabalho pudesse ser transferido para outra pessoa. Mesmo depois de ser levado para a sala de interrogatório, ainda falei sobre essas atividades. Um policial ficou muito comovido e exclamou: “Se eu tivesse um negócio, contrataria alguém como você!”
Depois de algum tempo, oficiais saquearam minha casa e me prenderam em um centro de detenção. O presidente da minha empresa entrou em contato com a polícia para pagar minha fiança. Naquela época, se eu tivesse assinado documentos para renunciar à minha prática, poderia voltar para casa, continuar minha vida e possivelmente avançar na carreira para me tornar vice-presidente da empresa, cargo ao qual já era candidato.
Sabendo que o Dafa é bom e nos ensina a sermos uma boa pessoa, eu não poderia ir contra minha consciência e fazer coisas contra o Dafa. Na verdade, foi o Dafa que me deu sabedoria e habilidade para fazer bem o meu trabalho.
Uma pessoa que conheci no centro de detenção, Gan, foi detida por suborno. Ele era chefe de um esquadrão de polícia criminal. Sempre que havia uma pausa, ele queria discutir o Falun Dafa comigo. Certa vez, tivemos uma discussão profunda e eu disse a ele que, como praticante do Dafa, nunca aceitei propinas nem subornos, muito menos fiz coisas contra minha consciência, como ter um caso. “O Dafa me tornou uma boa pessoa com ótima saúde”, expliquei. “Todos os praticantes genuínos do Dafa fariam o mesmo. Quando você vir praticantes no futuro, sempre poderá tratá-los como amigos em quem pode confiar”.
Gan ficou muito emocionado e, ao assistir ao noticiário da televisão à noite, ele me imitou praticando a meditação sentada com os olhos fechados.
Yuan, um modesto fazendeiro, acidentalmente matou um aldeão em um conflito. Ele começou a me observar e, depois de algum tempo, disse que eu era diferente de como a televisão retratava os praticantes.
Eu sorri e disse: “Yuan, o PCC inventou essas mentiras para enganar as pessoas para que pudesse perseguir o Falun Dafa. O PCC não é verdadeiro. Basta olhar para os praticantes em sua aldeia ou nas proximidades e você terá uma ideia, certo?”
“O que você disse é realmente verdade”, disse Yuan assentindo com a cabeça.
Na prisão, muitas vezes ajudava os idosos, limpando ou costurando as roupas dos que não podiam. Ajudei outras pessoas a redigir documentos legais, limpar o local e respondia a todo tipo de perguntas. Alguns detentos ficaram impressionados com o fato de eu parecer entender de tudo.
Yuan viu isso e se tornou meu melhor amigo lá. “Eu acreditava em tudo o que o PCC dizia. Agora sei que tudo isso é mentira e estou muito feliz em saber que o Dafa é tão maravilhoso”, disse ele.
Embora todos esperassem que ele recebesse uma sentença de morte, Yuan foi condenado à prisão perpétua. Eu sabia que isso foi uma bênção por causa de sua atitude positiva em relação ao Dafa. “Direi à minha esposa que me tornarei um praticante do Dafa!”, disse Yuan.
Minha sentença foi de cinco anos e meu recurso foi rejeitado pelo tribunal superior. Depois que fui admitido na prisão, dois detentos foram designados para me vigiar 24 horas por dia, um durante o dia e outro à noite.
Um dia, vários presos me perguntaram sobre o Dafa. Eu disse a eles que um ano antes do início da perseguição em 1998, uma pesquisa foi realizada por Qiao Shi, ex-presidente do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo. Com base em várias pesquisas independentes, Qiao e o Departamento Nacional de Esportes concluíram que o Falun Dafa oferecia muitos benefícios e não causava danos.
Esclareci a propaganda do PCC sobre o incidente da autoimolação encenada na Praça da Paz Celestial. Pedi que pensassem por que a garrafa plástica contendo gasolina e o cabelo do suposto autoimolador Wang Jindong, ambos altamente inflamáveis, não pegaram fogo? Como o policial conseguiu um extintor de incêndio em tão pouco tempo? E como a garotinha, Liu Siying, pôde cantar na entrevista para a TV mesmo depois de ter supostamente feito uma traqueostomia?
Eu disse a eles que o PCC não ousava permitir que as pessoas lessem o Zhuan Falun, o principal ensinamento do Falun Dafa. Se lessem, todos saberiam que o Dafa é reto e as mentiras do PCC seriam expostas. Falei por meia hora e os detentos ouviram com atenção. “Queremos agradecer porque agora entendemos tudo”, disse um deles.
Desde o momento em que entrei na prisão, recusei-me a reconhecer que era um prisioneiro. Portanto, não participava do estudo político nem fazia trabalho braçal. Durante esses quatro anos de prisão, muitos prisioneiros aprenderam os fatos sobre o Dafa por meio de meu comportamento. Gan me disse: “Eu conheci praticantes do Falun Dafa no passado, mas quase não conversei com eles. Agora eu aprendi tudo com você”, disse ele. Ele ainda mantém contato comigo hoje.
Outro detento, Zhu, que estava no corredor da morte, causou dores de cabeça em quase todos os guardas. Por continuar causando problemas, ele foi mantido em três prisões diferentes. Zhu não tinha interesse em ser libertado, então os oficiais não sabiam o que fazer com ele. Como ele não contatava sua família há muitos anos, nenhum membro da família o visitava. Muitas vezes eu comprava necessidades diárias e comida para ele. Também conversamos muito. Em geral Zhu admirava os líderes da máfia e desprezava a maioria dos detentos. Mesmo assim, ele me respeitava e eu confiava nele.
Sabendo que o PCC maltratava as pessoas, Zhu frequentemente criticava os detentos por gastarem dinheiro para reduções de mandato e os guardas por aceitarem subornos. Ele aprendeu a verdade sobre o Dafa e se solidarizava com os praticantes. Eu o incentivei a não desistir e tentar ir para casa logo. Ele seguiu meu conselho e finalmente contatou sua família. Seus familiares o visitaram e lhe deram dinheiro. Zhu parou de ser tão cínico. No dia em que fui solto, Zhu ficou lá por um longo tempo para se despedir de mim.
Às vezes, quando olhava para os prédios altos do lado de fora da prisão, sabia que poderia ter sido um executivo que desfrutava de uma vida de luxo se tivesse desistido de minha fé. Entretanto, depois daqueles anos na prisão, tornei-me ainda mais firme na minha fé e realmente me tornei um praticante do Dafa altruísta e atencioso com os outros.
Depois que minha esposa foi presa comigo naquele dia, ela foi enviada para um campo de trabalhos forçados por um ano. Depois que foi libertada, ela desenvolveu um transtorno mental. Quando voltei para casa, ela não me reconheceu. Muitas vezes se vestia mal ou não usava nada. Depois de cinco anos atrás das grades, eu não estava preparado para tantas mudanças.
No começo, fui morar com meus pais. Eles me pediram para primeiro estudar calmamente os ensinamentos do Dafa e para praticar os exercícios. Isso me permitiria algum tempo para me familiarizar com essas mudanças e interagir com minha esposa mais tarde. Depois de algum tempo, com a ajuda dos meus pais e sogros, consegui voltar para casa e comecei a cuidar da minha esposa.
Não foi fácil. Minha esposa não estava normal. Todos os dias, ela falava bobagens, recusava-se a comer ou me xingava. Quando isso acontecia, me sentia muito mal. Meus pais sugeriram que eu lidasse com isso como uma oportunidade de cultivo e considerasse as dificuldades como uma alegria, como o Mestre disse.
Se eu fosse uma pessoa comum, teria sido difícil viver assim. Porém, como praticante, eu sabia que essa era minha responsabilidade. Todos os dias, eu fazia compras, cozinhava, fazia as tarefas domésticas e cuidava da minha esposa. Às vezes ela defecava na cama e eu tinha de limpar rápido. Às vezes ela me xingava ferozmente e eu recitava os ensinamentos do Dafa silenciosamente. O PCC perseguiu minha esposa e eu precisava cuidar bem dela.
Muitos parentes e amigos se sentem mal por meus pais e por mim, pensando que perdemos muito por causa de nossa fé. Contudo, sabemos que o Dafa é bom e a perseguição é cruel. Não estamos fazendo isso por nós mesmos, mas para salvaguardar o bem comum. Parece que perdemos muito, mas nossas mentes estão em paz e fundamentadas.
Para validar melhor o Dafa, decidi não apenas cuidar da minha esposa, mas também voltar a trabalhar. Enquanto nós, praticantes, trilharmos o caminho certo, estaremos bem. Em 2016, fui contratado por uma conhecida rede de restaurantes como executivo. Com senso de responsabilidade e muitos anos de experiência em gestão, otimizei o fluxo de trabalho e a infraestrutura de gerenciamento, bem como melhorei a produtividade. Meu trabalho foi bem reconhecido pelo presidente do conselho.
Depois de acumular alguma experiência, abri um restaurante com alguns amigos. Com bom planejamento e produtos de qualidade, nosso empreendimento se tornou bem conhecido na minha região. Meus parentes e amigos ficaram surpresos com minhas realizações. Eles não podiam imaginar como minha família e eu poderíamos alcançar tanto depois de todo o sofrimento que passamos.
Só eu sei quanto esforço coloquei nisso e quanto meus pais me apoiaram. Sem o Dafa e o Mestre Li, nada disso seria possível.
Essas são algumas das minhas experiências ao longo desses anos. Há muitas mais que eu não pude incluir porque este artigo seria muito longo. Espero que minha história o ajude a entender o Dafa e porque ele é tão importante para nossa sociedade.