(Minghui.org) Em 1993, quando tinha dez anos minha bisavó me disse: “Existe um Buda vivo que atualmente está ensinando o Dharma em Dalian”. Ela me pediu para que contasse aos meus pais, para que eles me levassem lá. Como já esperado, meus pais se recusaram a levar a sério as palavras de uma criança. Além disso, minha bisavó tentou convencer o resto da família a praticar o Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa. No entanto, todos estavam ocupados ganhando dinheiro para sustentar a família e ninguém deu ouvido a seu conselho.
Minha avó passou a cuidar de mim após o falecimento de minha bisavó. Um dia, enquanto brincava na casa da minha avó, estava vasculhando suas caixas e armários quando encontrei a cópia do Falun Gong da minha bisavó.
Ao abrir o livro, a foto de um homem vestido com uma túnica amarela sentado em uma pedra chamou minha atenção. Intrigado, continuei a ler até que minha avó me encontrou, me repreendeu e se recusou a me deixar continuar lendo o livro. Ela sustentou que “as crianças devem se concentrar em seus estudos, não gastar seu tempo lendo livros de qigong”. No entanto, permaneci irredutível e comecei a lê-lo às escondidas, resultando em frequentes repreensões sempre que era pega.
Embora tenha falhado em reconhecer muitas palavras difíceis, as frases “olho celestial” e “infante imortal” permaneceram profundamente arraigadas em minha memória.
Aos treze anos, adquiri uma série de doenças, incluindo gastrite, dor nas costas, constipação crônica e rinite grave. Sofria com constipação desde o nascimento e continuou sendo um problema durante toda a minha infância. Dependia de enemas, mas sempre que deixava de defecar por mais de dez dias, acabava chorando de dor. Minha mãe tentou muitos métodos para me ajudar, mas nada funcionava.
Também sofria de um corrimento nasal persistente, que escorria todos os dias durante o ano todo. Meus pais pediram ao meu tio, um médico experiente em medicina tradicional chinesa, um medicamento para tratar essa situação. As pequenas pílulas redondas foram enviadas para minha casa, pois sua clínica ficava a milhares de quilômetros de distância. Inicialmente, o muco que escorria era claro, mas com o tempo, essa situação piorou o corrimento nasal começou a adquirir um cheiro desagradável. Sua cor também mudou de claro para verde, depois amarelo e finalmente vermelho, a cor exata do sangue. Meu olfato se deteriorou até que não conseguia sentir o gosto ou o cheiro de nada. À medida que a dor piorava, meu nariz ficava completamente entupido até que só conseguia respirar pela boca.
Minha mãe disse a meu pai para me levar ao hospital. Após me examinar, o médico pediu que eu saísse do consultório, para ele conversava com meu pai. Discretamente escutei o médico afirmar que meus sintomas eram os sinais iniciais de câncer nasal. Apesar do medo da morte, enxuguei as lágrimas para não preocupar meu pai. Ao sair do consultório, meu pai estava com a pele pálida, mas se forçou a sorrir. Ele me garantiu que estava tudo bem e até me comprou um pãozinho de presunto no caminho de casa.
Eu pressentia que meu tempo neste mundo estava chegando ao fim. Certa noite, enquanto meus pais dormiam, escrevi meu testamento e coloquei-o debaixo do travesseiro, temendo que um dia morresse durante o sono. Durante o tratamento, meus pais e eu encontramos o Falun Gong por acaso.
Já estava com 13 anos quando um vizinho nos apresentou o Falun Gong no outono de 1996. A capacidade da prática de curar doenças e manter a saúde coincidiu com as necessidades de nossa família, já que minha avó, meu pai, minha mãe e minha tia também lutavam com várias doenças. Naquela mesma tarde, toda a nossa família começou a aprender os movimentos dos exercícios com nosso vizinho.
Ainda me lembro de sentir uma explosão de calor por todo o meu corpo que me fez sentir quente e confortável. A segunda série de exercícios, das quatro posições de sustentação da roda, exigia alguma resistência. Perseverei em manter as posições durante toda a duração. Enquanto meus braços estavam doloridos, meu corpo ficou quente e confortável. Também senti um turbilhão no centro das palmas das mãos, que mais tarde descobri ser a manifestação do Falun.
Em certo dia, pouco tempo depois de ter começado a praticar, ao voltar da escola encontrei minha mãe fritando carne de porco com brotos de alho para o almoço. Enquanto comia, comentei: “Esses brotos de alho têm um cheiro fantástico!” Minha mãe se virou para mim surpresa: “O que você acabou de dizer?” Repeti: “Esses brotos de alho têm um sabor fantástico!” Só depois de pronunciar essas palavras, percebi que meu olfato e paladar haviam sido restaurados.
Minha mãe me disse: “O Mestre deve ter curado você”. Cheia de felicidade parei diante da foto do Mestre, chorando e me curvando em agradecimento. Tendo sido privada por anos, comecei a testar meu novo olfato em todos os lugares, incluindo os outros pratos que minha mãe cozinhava. As outras doenças também foram curadas. Consegui defecar normalmente, enquanto minhas dores nas costas e gastrite desapareceram.
Pratico Falun Dafa há 26 anos. Continuo jovem e com o rosto sem rugas, apesar de nunca ter usado creme facial. Minha pele permanece firme, suave e brilhante. A maioria das pessoas pensa que nasci na década de 1990, mas na verdade nasci na década de 1980. Até meus amigos têm inveja da minha aparência jovem e perguntam se tomei o “elixir da vida”.
Era uma pessoa ciumenta, temperamental e hipócrita desde minha juventude. Minha falta de delicadeza ou maturidade feminina significava que não admitiria meus erros, mesmo que fizesse algo errado. Não importava o quão bem às pessoas me tratassem, se as coisas não saíssem do meu jeito, imediatamente cortaria o contato com a pessoa. Meus pais e anciãos tentavam me fazer ver a razão, mas me recusava a mudar meus modos. Muitas vezes aconteciam brigas com minha irmã mais velha, minha irmã mais nova e meu irmão mais novo, por causa do meu comportamento irracional e ganancioso.
Levei várias surras dos meus pais por causa do meu comportamento. No entanto, seus esforços para mudar meu caráter foram em vão. Minha mãe disse uma vez: “Criar você exigiu mais esforço do que criar o resto de seus três irmãos juntos. Com sua personalidade e temperamento, como você poderá manter um relacionamento no futuro?” Eu era a causa de muitas dores de cabeça naquela época.
Depois de cultivar, meu temperamento tornou-se mais brando. Agora, quando se trata de trabalhar e lidar com os outros, posso permanecer tolerante e complacente. Eu não odeio mais aqueles que me machucam, nem fico com raiva quando ouço os outros falando mal de mim. Sei que esses são testes para me ajudar a eliminar meus apegos humanos e me elevar. O Mestre e o Dafa mudaram meu coração para melhor e me ajudaram a me tornar uma pessoa mais gentil e compassiva.
Em 2017, minha mãe e também companheira praticante do Dafa morreu repentinamente durante o sono. Era uma praticante diligente que fazia as três coisas muito bem, sabia que minha mãe alcançou a consumação apesar de ter alguns apegos humanos persistentes. Talvez as velhas forças também tenham desempenhado um papel em sua morte precoce. Embora entendesse claramente os princípios do Fa, ainda nutria dúvidas em meu coração. Afinal, minha mãe saiu sem dizer uma palavra, desferindo um golpe repentino em minha vida.
Alguns dias depois, minha mãe apareceu em meus sonhos, aconselhando-me a cultivar diligentemente e cuidar de meu pai, tia e colegas praticantes. Minha mãe também me disse que sua morte havia sido planejada. Acordei com minhas dúvidas eliminadas. Mais tarde, soube que a morte repentina de minha mãe chocou alguns praticantes, que os levou a deixarem a prática. Felizmente, esses companheiros praticantes não caíram nos truques do mal e retomaram ao cultivo depois de algum tempo. A ausência de minha mãe obrigou meu pai e eu a amadurecermos mais rápido. Apesar dos constantes tropeços ao longo do caminho, conseguimos nos manter firmes em fazer bem as três coisas.
Como família, éramos próximas. A perda da minha mãe foi insuportável, como se uma camada da minha pele tivesse sido arrancada. Com incentivo e conforto de colegas praticantes, bem como cuidado e apoio de minhas tias mais velhas e mais novas, comecei a ficar de pé novamente por conta própria. Mais importante, minha fé inabalável no Mestre e no Fa me permitiu enfrentar minha perda racionalmente. Embora tivesse perdido minha mãe, o Mestre ainda estava ao meu lado.
Consegui superar minha dor em um curto período de tempo. No entanto, meu pai continuou lutando. Meus pais compartilhavam um relacionamento amoroso, um casal modelo admirado entre vizinhos e parentes. Praticantes firmes, eles encorajavam e aprendiam uns com o outro, trabalhando juntos em projetos de esclarecimento da verdade para salvar mais pessoas. Meu pai dificilmente poderia aceitar a morte repentina de minha mãe. Ele ficou desanimado e deprimido, incapaz de seguir em frente com sua vida ou continuar cultivando. Muitos praticantes vieram aconselhar meu pai, esperando ajudá-lo a superar a dor da perda de sua esposa. No entanto, o estado mental de meu pai permaneceu instável. Portanto, também o aconselhei em várias ocasiões. No entanto, meu pai simplesmente não conseguia abrir mão de seus sentimentos, continuando a escrever muitos poemas de amor para minha mãe.
Para os cultivadores, sabemos que este é um apego que deve ser eliminado. Todos os apegos requerem um período de eliminação, mas meu pai ainda manteve seu apego por quatro anos. As velhas forças rapidamente exploraram essa brecha, e as costas e pernas de meu pai começaram a doerem, logo após a morte de minha mãe. No ano passado, meu pai foi repentinamente acometido por fortes dores. Colocamos esforços extras para enviar pensamentos retos, estudar o Fa e fazer os exercícios. No entanto, meu pai se recusava a melhorar.
Inconscientemente com medo de perdê-lo também fiquei ansiosa ao ver sua piora. Sempre que enviava pensamentos retos ou sonhava à noite, os fatores malignos criavam ilusões sobre a morte de meu pai. Fiz o possível para rejeitar e negar isso, sabendo que meu medo e emoções humanas eram o gatilho para essas ilusões e que esse também era um teste que eu tinha que superar. Sabia que os problemas de meu pai eram resultado de seus sentimentos humanos de apego por minha mãe. No entanto, sempre que eu o aconselhava, ele se recusava a acatar meu conselho ou abrir mão de suas emoções. Minha ansiedade me fazia adotar um tom mais áspero e indelicado sempre que falava com meu pai.
Um dia, enquanto visitava a casa de outro praticante, uma praticante honesta e sincera compartilhou comigo seus entendimentos. Conversamos por muito tempo e suas palavras me fizeram perceber o erro em meus caminhos. Rapidamente ajustei minha mentalidade e naquela noite, certifiquei-me de reunir o maior nível de compaixão e bondade que tive ao abordar meu pai. O Mestre deve ter nos abençoado naquele dia, pois minhas palavras tocaram o coração de meu pai. Meu pai finalmente se abriu e despejou os pensamentos que vinha mantendo trancados em seu coração. Por muitos anos, o ignorei ou o forcei a calar a boca sempre que tentava falar comigo sobre minha mãe. Pensava que essa abordagem o encorajaria a se livrar de seu apego mais rapidamente. No entanto, sem uma saída para expressar seus sentimentos, meu pai começou a escrever poemas de amor para minha mãe.
Ao ouvir meu pai, percebi que ele também vinha sofrendo de dúvidas e ansiedade. Originalmente, ele acreditava que havia superado seu apego à esposa. No entanto, o agravamento da dor mostrava o contrário. Esse grande golpe em sua confiança o levou a desistir de si mesmo. Nesse momento, eu disse ao meu pai: “Você deve continuar a ter fé! Todo apego deve ser eliminado, inclusive o amor. Seu tempo destinado juntos no mundo humano terminou. A mãe já consumou e está olhando por nós silenciosamente lá de cima. No entanto, você ainda está usando pensamentos humanos para pensar nela. Lembre-se de como o rei Zhou [o último rei da dinastia Shang da China antiga] ofendeu a deusa Nuwa com seus comentários lascivos sobre sua beleza? Seu amor humano pela mãe é semelhante e seria considerado um crime.” Ao ouvir isso, meu pai concordou com a cabeça.
“Pai, não desejamos uma vida confortável, nem queremos nada deste mundo. Mas devemos cultivar diligentemente, caso contrário estaremos decepcionando a nós mesmos e ao Mestre. Muitos seres sencientes também depositaram suas esperanças em nós, então vamos trabalhar duro!” Meu pai sorriu quando sua confiança foi restaurada.
Continuei: “Em Acorde, o Mestre disse: 'Vocês já superaram obstáculos extremamente difíceis: não tropecem no finall'. O Mestre está esperando ansiosamente que consertemos nosso caminho de cultivo. Você deve recuperar a energia para se levantar novamente.”
Meu pai respondeu: “Tudo bem, vou desistir de meu apego por sua mãe esta noite!” Depois desta noite, vou parar de pensar nisso. Meu pai abandonou seu apego naquela noite e sua perna e costas pararam de doer. Ele até escreveu um artigo para compartilhar suas experiências.
O Falun Dafa mudou minha vida para melhor e desejo expressar minha gratidão ao Mestre!