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Departamento de Estado dos EUA: Relatório Anual sobre Liberdade Religiosa destaca a perseguição ao Falun Gong na China

5 de julho de 2022 |   Pelo correspondente do Minghui, Wang Ying

(Minghui.org) O Departamento de Estado dos EUA divulgou seu Relatório de 2021 sobre Liberdade Religiosa Internacional em 2 de junho. Com exemplos detalhados, o relatório concluiu que o Partido Comunista Chinês (PCC) continuou sua perseguição aos praticantes do Falun Gong na China.

O secretário de Estado dos EUA, Antony J. Blinken, divulgou o Relatório de 2021 sobre Liberdade Religiosa Internacional em 2 de junho de 2022.

“A RPC continua a perseguir adeptos de outras religiões que considera fora da doutrina do Partido Comunista Chinês”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony J. Blinken, em uma entrevista coletiva em 2 de junho. Isso inclui “erguer barreiras ao emprego e moradia” para grupos como o Falun Gong.

Rashad Hussain, Embaixador Geral para a Liberdade Religiosa Internacional do Departamento de Estado dos EUA e pessoa que liderou o comitê responsável pela produção do relatório deste ano, disse: “A liberdade religiosa é uma parte crítica da história americana. Nossa nação foi fundada há séculos por indivíduos fugindo da perseguição religiosa. É natural, então, que a liberdade de religião tenha sido consagrada nos documentos fundadores da América, inclusive na Primeira Emenda da nossa Constituição em nossa Declaração de Direitos. A liberdade de religião também é um direito universal consagrado em vários instrumentos e convênios internacionais, inclusive na Declaração Universal dos Direitos Humanos”.

Repressão continua durante a pandemia

Embora a constituição chinesa prometa liberdade de crença religiosa, ela segue claramente a narrativa do PCC e permite apenas as chamadas “atividades religiosas normais” sem definir “normal”. Isso levou à severa repressão de numerosos grupos religiosos.

“De acordo com o Minghui, uma publicação afiliada ao Falun Gong, 101 praticantes do Falun Gong morreram durante o ano como resultado da perseguição de sua fé, em comparação com 107 em 2020, e tanto o Minghui quanto o Falun Dafa Infocenter relataram que a polícia prendeu mais de 5.000 praticantes e assediou mais de 9.000 outras pessoas”, escreveu o relatório.

Esses números não caíram durante a pandemia, segundo o relatório. De fato, o PCC intensificou sua campanha visando grupos religiosos que rotulou de “cultos” e produziu propaganda de ódio para difamá-los.

A perseguição não se limita à detenção. Vários grupos, incluindo praticantes do Falun Gong, “relataram severa discriminação social no emprego, moradia e oportunidades de negócios.” É por isso que os EUA começaram a impor sanções a algumas autoridades do PCC pela perseguição religiosa.

Detenção e tortura

Antes da perseguição ao Falun Gong começar em 1999, o governo chinês estimava que havia cerca de 70 milhões de praticantes. Inúmeras fontes confirmaram que “o PCC mantém um aparato de segurança extralegal, administrado pelo Partido, para eliminar o movimento Falun Gong e outras organizações.”

O Banco de Dados de Prisioneiros Políticos da ONG de direitos humanos, Fundação Dui Hua, informou que 3.793 indivíduos foram presos em 30 de setembro de 2021 por suas crenças religiosas. Entre eles, 2.751 são praticantes do Falun Gong.

O Minghui relatou que a polícia com frequência usou violência ao prender praticantes do Falun Gong, depois os torturou sob custódia. Por exemplo, o Sr. Li Xianxi, lojista da cidade de Anyang, província de Henan, foi preso em 11 de maio de 2021 por falar sobre o Falun Gong em um mercado. Quando o Sr. Li fez os exercícios do Falun Gong no centro de detenção, os guardas o algemaram e o torturaram.

“Em 13 de junho, as autoridades informaram sua família que Li havia morrido em 12 de junho. De acordo com aqueles que viram seu corpo, ele estava emaciado, sua cabeça estava inchada e havia ferimentos nas costas e nos joelhos”, escreveu o relatório.

A Bitter Winter informou que, em 12 de abril de 2021, as autoridades informaram à família do coronel Gong Piqi, da cidade de Qingdao, província de Shandong, que ele havia morrido na prisão. Gong era um praticante do Falun Gong e ex-vice-chefe de gabinete da Divisão de Artilharia da Reserva da Província de Shandong. Embora as autoridades atribuíssem sua morte a uma “súbita hemorragia cerebral”, sua família e amigos relataram ter visto sinais de tortura em seu corpo.

Muitas vezes as autoridades se recusaram a liberar os corpos dos praticantes falecidos para as famílias e isso aconteceu com a Sra. Hu Hanjiao do condado de Xiaochang, província de Hubei.

O Minghui informou que a Sra. Hu Hanjiao morreu na prisão enquanto cumpria uma sentença de quatro anos por praticar o Falun Gong. Ela foi presa em 15 de março de 2021 por falar com as pessoas sobre o Falun Gong, e o Tribunal do Condado de Xiaochang a condenou a quatro anos de prisão no final de junho de 2021. Treze dias depois que ela foi transferida para a Prisão Feminina da Província de Hubei, as autoridades prisionais chamaram seu marido em 9 de novembro para informá-lo de que ela havia morrido. Eles não devolveram o corpo para a família.

Abusos sistemáticos de direitos humanos

A perseguição ao Falun Gong é generalizada. Citando informações do Minghui, o relatório afirmou que “a polícia prendeu e assediou praticantes do Falun Gong em todo o país”. Além disso, detenções em massa aconteceram com frequência por volta de 25 de abril (o aniversário do apelo pacífico dos praticantes do Falun Gong em 1999) e 13 de maio (Dia Mundial do Falun Dafa).

“De acordo com o Minghui, o assédio também foi motivado pela campanha de ‘manutenção da estabilidade’ antes do centenário do PCC. De julho a agosto, Hebei, Heilongjiang, Shandong, Jilin, Sichuan, Shanxi e Liaoning foram as províncias onde o maior número de praticantes foi alvo”, escreveu o relatório. “Os presos incluíam professores, donos de restaurantes, bibliotecários, trabalhadores da construção civil, operários, acadêmicos, enfermeiros, engenheiros, agricultores, donos de lojas e muitos aposentados.”

Existem muitos casos assim. Por exemplo, o Minghui informou em 12 de setembro de 2021 que vários incidentes de assédio policial e prisões de praticantes ocorreram em várias regiões. Um dos praticantes visados foi Yang Xiaozhi da cidade de Fushun, província de Liaoning. Ela foi presa em 10 de março por distribuir materiais do Falun Gong. Os guardas aplicaram-lhe choques com bastões elétricos. Outra foi Cai Xiufang, de 98 anos, da cidade de Jilin, província de Jilin. A polícia a prendeu em 14 de maio por falar com as pessoas sobre o Falun Gong. “Ela foi mantida em uma gaiola de metal na delegacia por várias horas e saquearam sua casa antes de soltá-la sob fiança”, escreveu o relatório.

Praticantes de todas as áreas de atuação foram visados. Por exemplo, as autoridades prenderam a Sra. Gong Ruiping, ex-professora do ensino fundamental em Pequim, em 20 de julho. Ela foi alimentada à força quando entrou em greve de fome. Três dias depois, a polícia prendeu a Sra. Li Lihong, professora do ensino médio na província de Hunan em 23 de julho por falar com as pessoas sobre o Falun Gong.

O abuso muitas vezes levava a ferimentos, então as autoridades também recorreram ao abuso mental. “Em 15 de agosto, um oficial à paisana na cidade de Handan, província de Hebei, espancou a Sra. Wang Shuqin por falar com ele sobre o Falun Gong. A Sra. Wang ficou com duas costelas quebradas e foi levada ao hospital”, escreveu o relatório. “O Minghui informou que o chefe da delegacia de polícia de Baimaqiao, Zhang Jie, ameaçou atirar e matá-la.”

Extração forçada de órgãos

Outro crime é a extração forçada de órgãos. “Em 14 de junho, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos publicou uma declaração de um grupo de 11 especialistas independentes em direitos humanos afiliados à ONU, incluindo o Relator Especial da ONU sobre liberdade de religião ou crença Ahmed Shaheed, que ficaram 'alarmados com relatórios de suposta extração de órgãos visando minorias, incluindo praticantes do Falun Gong, uigures, tibetanos, muçulmanos e cristãos, detidos na China'”, observou o relatório.

Citando informações do Minghui, o relatório descobriu que as autoridades coletaram DNA, amostras de sangue e outros dados biométricos de praticantes do Falun Gong contra sua vontade.

Inimigos do Estado

O PCC abusou de seu sistema legal para perseguir o Falun Gong. “Em 20 de abril, a RFA informou que o departamento de polícia da cidade de Yulin, província de Shaanxi, confirmou à sua esposa que ainda estava detendo Gao Zhisheng, um advogado de direitos humanos preso em setembro de 2017”, informou o relatório. “Anteriormente, a família de Gao não sabia seu paradeiro ou se ele estava vivo. Gao já havia defendido membros de grupos cristãos em julgamento, praticantes do Falun Gong e outros grupos minoritários.”

Ao rotular vários grupos religiosos como cultos (xie jiao), o PCC lançou ondas de campanhas espalhando propaganda de ódio para desacreditá-los. “A Bitter Winter informou que no Dia de Educação da Segurança Nacional em 15 de abril, as autoridades montaram exposições como parte de uma campanha anti-xie jiao, e estudantes de todo o país assinaram promessas de renunciar a atividades religiosas ilegais de grupos rotulados como cultos”, escreveu o relatório.

Isso levou a que esses grupos fossem discriminados pelo público em geral. “A discriminação contra inquilinos em potencial ou atuais com base em suas crenças religiosas continuou. Desde 2017 e 2018, quando os artigos da Lei de Punição da Administração de Segurança Pública de 2005 relacionados a 'atividades suspeitas' começaram a ser aplicados com seriedade”, continuou o relatório. “Os praticantes do Falun Gong relataram dificuldades contínuas em encontrar proprietários que alugassem apartamentos para eles.”

As crianças não são exceção. “Em novembro, o Minghui informou que em 14 de outubro, nove oficiais foram à casa da Sra. Yi Shuying e ordenaram que ela assinasse uma carta renunciando ao Falun Gong. Eles ameaçaram que sua neta, uma estudante do ensino médio, teria negada a admissão na faculdade no futuro se a Sra. Yi não renunciasse ao Falun Gong. Ela se recusou a obedecer”, diz o relatório.

Nos últimos anos, o governo dos EUA impôs sanções contra os violadores dos direitos humanos. Por exemplo, Blinken e o Departamento de Estado dos EUA anunciaram em 12 de maio de 2021 que Yu Hui, ex-diretor do Grupo Central de Prevenção e Tratamento de Religiões Hereges na cidade de Chengdu, província de Sichuan, seria sancionado por perseguir o Falun Gong.