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​[Celebrando o Dia Mundial do Falun Dafa] Minha grande família (Parte 3)

26 de julho de 2022 |   Por Jing Shui, uma praticante na província de Jilin, China

(Minghui.org) Como diz o ditado, “um leopardo não pode mudar suas manchas”. É muito difícil mudar o caráter de alguém, mesmo que a pessoa se esforce muito. Eu gostaria de relatar como o Falun Dafa me transformou de uma garota rebelde e esposa megera para alguém que sempre tem consideração pelos outros.

(Continuação da Parte 2)

Detenção em campos de trabalho

Depois que minha filha começou a estudar em 2001, minha sogra continuou cuidando dela. Minha filha ia bem na escola e não precisava de reforço escolar como muitos colegas. Após o seu casamento, Lan, a irmã mais nova do meu marido, passou a morar perto da minha sogra. Ela visitava a mãe quase todos os dias para ajudá-la com a casa. Lan, se divorciou em 2002 e trouxe o filho para morar com minha sogra e minha família. Faz 20 anos desde que tivemos esse arranjo de vida, e ela me ajudou a cuidar da família, melhorar minha natureza mental e evitar o assédio da polícia.

Pouco antes do Ano Novo Chinês 2002, um dia, eu saí para pintar com spray as palavras "Falun Dafa é bom". No caminho de volta para casa, fui presa e mais tarde me condenaram a um ano de trabalho forçado.

Havia todo tipo de tarefa no campo de trabalho, tais como dobrar papel, colar pássaros de brinquedo e fazer animais de pelúcia. Qualquer praticante que se recusasse a renunciar à sua fé seria forçado a fazer trabalhos não remunerados durante o dia e sujeito a intensas sessões de lavagem cerebral à noite. Um mês depois, aqueles que tentaram fazer lavagem cerebral em mim, desistiram. Eles disseram que eu era teimosa demais para mudar.

Eu vi alguns guardas que respeitavam os praticantes que estavam determinados em sua crença. Quando conversavam comigo, estes guardas não falavam palavrões. Sempre que um praticante era recém-admitido no campo de trabalho, o governo se apropriava de vários milhares de yuans para o campo. Todos os detentos eram obrigados a escrever um "relatório de pensamento" todos os meses. Eu sempre escrevia sobre quão grande é o Falun Gong e porque a supressão estava errada. Mais tarde, parei de escrever completamente.

Um dia, o campo de trabalho organizou os detentos para assistirem a um vídeo calunioso sobre a encenação do embuste da autoimolação na Praça Tiananmen. Eles exigiram que todos entregassem um relatório resumido do nosso pensamento sobre isso. Citando palavras da sétima aula do Zhuan Falun, salientei que o Falun Gong proíbe matar ou suicidar-se, e que os auto imoladores do embuste, de forma alguma, eram praticantes.

Havia alguns presos que sabiam que a perseguição era errada, então eles protegeram secretamente os praticantes que foram designados para monitorar. No entanto, outros presos, abusavam dos praticantes porque sofreram lavagem cerebral pelo Partido Comunista Chinês. Uma vez uma detenta me bateu e arranhou meu pescoço. Escrevi uma carta para denunciá-la. Ao receber minha carta, o diretor do campo de trabalho fez um guarda passar a carta para a detenta que me arranhou.

Eu tinha um pressentimento de que este diretor apoiaria os retos. Por causa deste pensamento, a carta realmente funcionou e muitas pessoas ouviram falar sobre isso. Na carta eu tinha escrito: "Os praticantes do Falun Gong não cometeram erros e eles não são criminosos. É errado eles serem detidos aqui por causa de sua fé, muito menos serem perseguidos. Qualquer agressão verbal e ataque físico contra os praticantes é um crime".

A partir disso, a detenta me pediu desculpas e parou de me maltratar. Os praticantes continuaram recitando os ensinamentos do Falun Gong, enviando pensamentos retos, e encorajando uns aos outros a superar o difícil período de tempo.

O campo de trabalho permitia uma visita familiar por semana e Lei vinha quase todas as semanas. Às vezes ele trazia nossa filha, que sempre se comportou bem. Uma vez ela até trouxe um desenho que ela fez para mim. Certa vez, durante a visita, minha cunhada, Lan, e alguns outros parentes também vieram. Assim que me viram, pediram a Lei que se divorciasse de mim. Todas elas eram mulheres de gênio forte que falavam alto.

"Não há sapos de três patas. Mas encontrar uma mulher de duas patas é fácil", disse uma delas.

"Você pede o divórcio hoje e encontraremos uma mulher melhor amanhã", outra acrescentou: "Não se preocupe com o dinheiro". Nós lhe daremos o que você precisar".

Lei ficou calado, e eu disse a ele. "Você ainda é jovem e não é um praticante". Portanto, não há necessidade de sofrer comigo".

“É verdade que tudo que tem um começo, tem um fim. Mas eu não sei quando a perseguição vai parar,” eu continuei, “Se vai esperar por mim ou se divorciar, depende totalmente de você. Mas se você pedir o divórcio, não o culparei.”

Lei não disse nada. Um guarda que acompanhava a visita também pediu que ele se divorciasse de mim.

“Mas, além de praticar o Falun Gong, o que você acha que é um problema, minha esposa é perfeita”, explicou Lei.

Lan e outros parentes gritaram e xingaram. Em seguida, eles foram embora com Lei.

Em uma ocasião, o campo de trabalho ordenou que todos os praticantes que se recusassem a renunciar à sua crença tomassem uma pílula branca. Qualquer um que não tomasse seria obrigado a tomar à força. Quando chegou a minha vez, deixei a pílula deslizar na minha camiseta. A detenta designada para me monitorar verificou minha mão, minha boca e a área sob minha língua, mas não viu nada. Ela achou que eu tinha engolido a pílula.

Minha condenação foi estendida por mais dois meses, já que me recusei a desistir de praticar o Falun Gong.

Lavagem cerebral forçada

Depois que meu longo período no campo de trabalho terminou, Lei veio me buscar. Mas a Agência 610 me levou diretamente a um centro de lavagem cerebral. Lei também nos acompanhou. Na viatura da polícia, ele me disse que minha sogra e Lan prepararam muitos pratos deliciosos para me receber em casa. Ninguém esperava que eu fosse detida novamente.

Quando chegamos ao centro de lavagem cerebral, Lei foi instruído a pagar 1.000 yuans por mês pela minha comida. Ele respondeu: “Eu não tenho um centavo. Se você quiser mantê-la aqui, é seu trabalho alimentá-la e cobrir as despesas.”

Então ele partiu. Ninguém mais conversou comigo sobre as despesas com a comida.

O centro de lavagem cerebral ficava em um prédio de três andares. O primeiro andar abrigava os chamados "funcionários", enquanto os dois andares superiores eram usados para manter os praticantes que ainda se recusavam a renunciar à sua fé depois de terminarem seus termos na prisão ou no campo de trabalho. Fui mantida no segundo andar. Em cada cela havia uma escrivaninha, uma cadeira, uma cama, um lavatório e uma escova de dentes junto com pasta de dentes. A luz no teto era mantida durante toda a noite.

Todos os dias a comida era trazida para a cela. Quando comíamos, tínhamos que nos sentar na cadeira de frente para a porta, para que os guardas pudessem ver quem se recusava a comer e alimentavam à força aqueles em greve de fome. As janelas eram fixadas com barras de metal e cobertas com cortinas durante todo o ano. Cada porta tem uma pequena abertura para que os guardas pudessem ver o interior.

Assim que fui levada para a sala, me senti perdida com todo tipo de pensamentos ruins surgindo em minha cabeça. As palavras de um dos guardas também me vieram à mente: "Nunca pense em sair daqui a menos que você seja transformada (obrigada a desistir da prática do Falun Gong)". Sem esperança de ser libertada, fiquei devastada e mentalmente abatida. Ansiava ver novamente minha família e meus colegas praticantes e minha mente estava cheia de todos os tipos de pensamentos aleatórios.

Aos poucos, tentei me acalmar. E lembrei do Mestre e do Falun Dafa. Olhando as manchas de sangue nas paredes, eu sabia aquilo eram provas da perseguição contra os praticantes. Tentei arduamente recitar os ensinamentos do Dafa e enviar pensamentos retos para me acalmar.

Os funcionários eram provenientes de vários órgãos governamentais ou empresas. Eles recebiam salários elevados e bônus gordos. Normalmente, dois deles se juntavam como uma equipe para monitorar os praticantes. Havia também algumas pessoas que estavam em um turno de 24 horas. Alguns funcionários eram responsáveis pela lavagem cerebral dos praticantes, enquanto outros espancavam os praticantes. Entre eles estavam também os budistas. Diante de tentações de fama e interesse material, estas pessoas perderam sua humanidade e consciência, tornando o centro de lavagem cerebral ainda mais vicioso do que os campos de trabalho.

Além de ser obrigado a participar das sessões de lavagem cerebral, eu não tinha ninguém com quem conversar. Lei estava preocupado comigo e vinha uma vez por semana. Toda vez ele trazia algumas frutas e salgadinhos. Havia sempre duas sacolas, uma para o funcionário de plantão e outra para mim. Eu dizia para ele não fazer isso e assim economizar dinheiro, mas ele não me dava ouvidos.

Toda vez que vinha aqui, Lei conversava com os funcionários. Eles falavam que a comida era boa e que não adiantava fazer greve de fome, já que os guardas forçavam a alimentação dos praticantes em greve de fome. Eles não libertariam alguém facilmente, mesmo que a família pagasse muito dinheiro. A única exceção seria alguém que contraísse doenças contagiosas.

Dois jovens foram designados para me transformarem. Eu lhes disse que poderíamos conversar, mas me espancar violaria as leis. Eles disseram que não iam me espancar. Todos os dias, eles me levavam para uma sala, fechavam a porta e brincavam ao telefone, sem fazer nenhuma lavagem cerebral. Mais tarde, um budista foi o responsável por me transformar. Quando ele lia as escrituras do budismo para mim todos os dias, eu enviava pensamentos retos na frente dele todas as vezes. Ele começou a ter dor de cabeça sempre que me via, então ele parou de vir.

Ao meio-dia, o centro de lavagem cerebral costumava reunir os praticantes para assistirem aos vídeos difamando o Dafa. Como este era o único momento em que os praticantes se encontravam, nós nos encorajávamos mutuamente somente trocando olhares. Isto também nos permitia enviar juntos pensamentos retos. Posteriormente, ninguém mais organizou as sessões de vídeo.

Todos os dias eu me sentia inquieta, pois não conseguia estudar os ensinamentos do Falun Gong ou aumentar a consciência sobre a perseguição. Um mês depois, pedi ao Mestre que me ajudasse a me libertar do centro de lavagem cerebral. "Mestre, vou entrar em greve de fome e sair daqui para salvar as pessoas", disse em minha mente. Então, parei de beber e comer em segredo. Não o fiz abertamente porque os guardas me alimentariam à força. Eu tentei por dois dias e funcionou.

Todos os dias, eu colocava a comida em um saquinho e jogava no vaso sanitário quando ia ao banheiro. Uma vez, o líder da guarda do centro de lavagem cerebral veio e me perguntou sobre minha detenção no campo de trabalho. Ele sussurrou para si mesmo que tinha doença coronária e por isso sofria de dores no peito e nas costas. Quando lhe perguntei por que a doença coronariana levaria a dores nas costas, ele disse que não sabia, mas era o que acontecia. Eu não tinha certeza do porquê ele me disse isso.

No terceiro dia da minha greve de fome secreta, o funcionário de plantão disse que eu parecia estar mais magra. Eu sorri, mas não disse nada. No dia seguinte, eu estava com dores de garganta e o catarro estava escuro de sangue. Intencionalmente, eu o cuspi em uma bacia com água para que os guardas pudessem ver. Quando uma pessoa me trouxe o café da manhã, eu lhe disse que não estava bem e que não podia comer. Ele saiu para relatar isso. Um guarda veio e viu meus olhos afundados. Ele disse que eu não estava com bom aspecto. Ele abriu a janela para deixar entrar o ar fresco e chamou uma enfermeira.

Eles também chamaram Lei e lhe pediram que viesse imediatamente. Vendo o catarro ensanguentado na bacia, perguntaram se eu tive tuberculose no passado. Eu disse que não e só fiquei assim depois de vir para cá.

"Nós não te espancamos aqui", disse um guarda.

"Eu não estava assim antes de vir para cá", respondi.

Após medir minha pressão arterial e meu batimento cardíaco, a enfermeira perguntou onde eu me sentia desconfortável. De repente me lembrei das palavras do líder da guarda e disse que minhas costas doíam.

Lei chegou e ficou chocado ao me ver.

"O que eles fizeram com você?", gritou ele.

Os guardas disseram que não me espancaram e que me levariam a um hospital.

"Eu não tenho dinheiro para seus exames", disse Lei.

De qualquer forma, os guardas decidiram me mandar para um hospital. Já muito debilitada, eu disse a Lei que estava assim por causa da perseguição.

Depois que me levaram para um hospital da polícia, um médico me examinou e me diagnosticou uma grave doença coronária e tuberculose. Ele recomendou que eu fosse hospitalizada. Eu disse que não, e Lei disse que ele também não tinha dinheiro. O centro de lavagem cerebral entrou em contato com a Agência 610 e um agente veio. Ele conhecia Lei e mais tarde decidiu me mandar para casa.

Apoio da família

Em julho de 2003, dois policiais da delegacia de polícia local foram a minha casa. Um deles gaguejou. Eles me pediram para assinar alguns documentos prometendo renunciar à minha fé. Eu disse que precisava encontrar uma caneta e usei a desculpa para ir embora, deixando apenas Lan em casa.

"Quando sua... cunhada... voltará?”, gaguejou o primeiro oficial.

"Eu... não... não sei", respondeu Lan.

"Como...como...você...gagueja também?”, perguntou o oficial.

"Bem...já que você...gagueja...eu gaguejo...também", respondeu ela.

O outro oficial não conseguiu se conter e saiu rindo. Eles logo saíram.

De fato, esta não foi a primeira vez que a polícia apareceu para me assediar. Eles não sabiam que Lei e eu morávamos na casa de dois quartos na parte de trás da propriedade, então eles iam sempre direto para a casa de três quartos na frente, onde meus sogros e Lan moravam.

Uma vez, quando a polícia novamente apareceu, eles pediram a Lan para abrir a porta, mas ela se recusou.

“Vir aqui sem um mandado de busca é contra a lei”, disse ela. “Além disso, meu irmão tem joias e dinheiro no valor de 50.000 yuans. E se desaparecer depois que você sair?"

A polícia partiu.

Em outra ocasião, dois policiais à paisana estacionaram o carro lá fora e entraram pelo quintal sem avisar.

Lan os viu e chamou seu pai: "Pai, feche a porta da casa. Nós temos ladrões"!

"Não, nós somos policiais!" Eles gritaram enquanto saíam correndo para fora.

"Então por que vocês não estão de uniforme? Por favor, é tarde!" Lan gritou. "Outras pessoas podem ter medo de vocês, mas nós não temos. Não se atreva a vir aqui novamente!"

Os dois oficiais partiram.

Houve um outro momento em que a polícia chegou na hora do jantar. Eu me afastei dizendo que precisava ir ao banheiro. Dois policiais me seguiram de perto. Pisquei para Lan, ela os interceptou e começou a conversar com eles. Quando os policiais perceberam o que ela estava fazendo, eu já estava fora do alcance deles. Incapazes de me encontrar, eles disseram a Lan para informar quando eu voltasse. Ela não disse nada.

Um dia, quando Lan foi à delegacia de polícia para fazer alguns trâmites, um policial perguntou por que ela não se reportou a eles quando eu voltei.

"Quem você pensa que é?" Lan gritou. "Por que eu tenho que ouvi-lo? Você me pagou?"

O oficial não esperava isso e não sabia como lidar com a situação.

"Não é fácil lidar com esta mulher", comentou um outro oficial quando Lan saiu.

"Claro que não!" Lan pensou consigo mesma.

Numa manhã de inverno, quatro policiais uniformizados vieram com um mandado de busca às seis da manhã, mas eles não sabiam que eu tinha saído para trabalhar antes das cinco da manhã. Então eles a empurraram para o chão para algemá-la.

"Quem você está procurando?" perguntou Lan.

Um oficial mencionou meu nome.

"Você tem certeza de que sou eu? Você sabe que prender a pessoa errada tem consequências", ela disse. "Oh, meu coração! Estou tão assustada que acho que estou tendo um ataque cardíaco! Além disso, meus pais idosos estão aqui. Se eles ficarem assustados e ficarem doentes, você pagará as despesas médicas deles"?

"De quem você está à procura?" perguntou Lan.

A irmã mais velha de Lan, estava conosco pouco antes de fazer uma cirurgia de câncer uterino. Ela conhecia os fatos sobre o Falun Gong e frequentemente recitava “Falun Dafa é bom, Verdade, Compaixão e Tolerância, são bons valores”. Mais tarde, ocorreu tudo bem com a cirurgia, sem complicações. Quando a polícia chegou naquele dia, ela ainda estava na cama. Ao ouvir a conversa de sua irmã Lan com a polícia, ela saiu correndo de pijama e gritou: “Quem está intimidando minha irmã?! Eu vou lutar com você até a morte!”

Os policiais abriram as algemas e ajudaram Lan a se levantar. Depois pediram desculpas tanto a ela quanto à irmã.

O filho do irmão mais velho de Lei, que também vivia conosco, estava se preparando para ir trabalhar, mas os oficiais o impediram.

"Eu posso faltar ao trabalho, mas você vai me pagar?" O sobrinho de Lei respondeu enquanto ele saía correndo.

Ele então chamou seu tio (o segundo irmão mais velho de Lei), que dirigiu até meu local de trabalho pedindo para sair para evitar ser preso.

Uma outra vez, era uma noite de verão por volta das 20h. Eu estava dando uma volta em nossa propriedade, enquanto Lei e seu amigo Sun estavam jogando xadrez. Três policiais à paisana vieram sem acender o farol da viatura. Eles pararam e um deles agarrou minhas mãos pedindo minha identificação. Eu disse que precisava entrar para pegá-la. Mas o policial não me deixou ir. Lei viu isso e agarrou o ombro do policial com força. Ele me soltou e Lei agarrou seu braço para impedir que ele me seguisse. Eu entrei na casa e tranquei a porta por dentro. Depois pulei de uma janela e saí de casa.

Mais tarde eu soube que os três policiais voltaram para a viatura da polícia, vestiram seus uniformes e ligaram para o diretor da delegacia dizendo que alguém estava obstruindo as tarefas oficiais. O diretor veio com mais de 20 policiais e cercou minha casa.

Muitos aldeões também chegaram para ver o que estava acontecendo. Ao ouvir o tumulto, Lan pediu a meus sogros que saíssem. Ela então disse à minha sogra: "Se a polícia fizer uma prisão aqui, talvez você possa deitar-se na frente da van da polícia para impedi-los de levar sua nora embora".

Minha sogra acenou com a cabeça. Antes de se casar comigo, Lei brigava frequentemente com os outros e minha sogra sabia como lidar com as situações difíceis.

Ao ver que eu tinha partido, minha sogra e Lan ficaram aliviadas. Dois policiais estavam arrastando Lei para uma viatura da polícia dizendo que ele tinha obstruído as tarefas oficiais. Minha sogra caminhou até a viatura e gritou: "Estou velha demais para cuidar de mim mesma". Eu irei aonde quer que meu filho vá". Ela então começou a entrar na viatura. Ao ver seus cabelos grisalhos e sua idade avançada, a polícia soltou Lei.

Por causa do frequente assédio, muitas vezes eu era forçada a ficar longe de casa.

Bênçãos e gratidão

Ao longo dos anos, ocorreram muitos incidentes que eu e toda minha família fomos abençoados pelo Falun Gong. Aqui estão alguns exemplos.

Um dia, em outubro de 2006, quando eu estava andando de bicicleta, um táxi me atropelou, destruindo a bicicleta. Fui jogada para frente e voei alto antes de cair em cima do táxi. O impacto foi tão forte que o para-brisas do táxi ficou estilhaçado. De repente, o motorista parou o carro, e me jogou na beira da estrada. Eu perdi a consciência. Como o taxista estava correndo, ele não conseguiu parar. Todos os espectadores achavam que eu não sobreviveria de jeito nenhum.

O motorista me levou para o hospital. Depois de recuperar a consciência, eu lhe disse que ficaria bem e que não pediria indenização. Falamos sobre o Falun Gong e ele concordou em abandonar as organizações do PCC. Então, ele me levou para casa. Durante os dois dias seguintes, meu corpo doía. Mas eu ignorei a dor e continuei lendo os livros do Falun Gong e praticando os exercícios como de costume. Voltei ao normal duas semanas depois. Sou muito grata ao Mestre Li.

Como Lan acreditava que o Falun Gong era bom e me protegia, seu destino também foi alterado. Quando ela era jovem, uma cartomante fez previsões sobre seu casamento, filhos e outros aspectos de sua vida. Tudo acabou sendo verdade, exceto a previsão de que ela morreria aos 47 anos. Agora com 52 anos, Lan é mais saudável do que quando ela era mais jovem. Seu ex-marido comprou um apartamento para ela e seu filho.

Cuidei bem dos meus sogros. Quando eles não conseguiam sair da cama, eu os alimentava e os limpava. Nenhum deles sofreu muito antes de morrer. Meu sogro morreu aos 85 anos. Minha sogra continuou recitando “Falun Dafa é bom, Verdade, Compaixão e Tolerância, são bons valores” antes de sua morte aos 82 anos, e ela me disse que viu vários Faluns vermelhos girando.

O irmão mais velho de Lei morreu em 2002 e sua esposa casou novamente e se mudou. Seu filho também é uma boa pessoa e algumas vezes ajudava a colocar faixas "Falun Dafa é bom" no alto dos postes elétricos. Como sua casa era velha e tinha vazamentos, Lei e eu trocamos nossa casa maior pela dele. Ele ficou muito agradecido. "Estou orgulhoso de minha tia (referindo-se a mim) como uma praticante do Falun Gong", muitas vezes ele dizia às pessoas. "Ela trata bem a todos". Os praticantes do Falun Gong são os melhores". Ele pediu a Lei que me valorizasse.

Mais tarde Lan se mudou, mas ainda assim trazia seu filho para nos visitar. Meu sobrinho tem estado muito perto de nós e sempre que não tem a oportunidade de nos ver pessoalmente por alguns dias, ele nos telefona.

Lei também mudou muito. Ele se importava muito com a família e até mesmo lavava a louça (a última coisa que ele faria, ele me disse uma vez). Ele não hesitou em nada quando eu lhe disse que queria usar nossa casa para hospedar o grupo de estudo do Fa. Ele também é muito simpático com os praticantes que vêm à nossa casa. Comparado com como ele era no passado, ele é quase como uma pessoa diferente. Agora ele tem um bom salário em uma fábrica, um emprego tranquilo. Todos dizem que ele é muito afortunado.

Lei também goza de boa saúde. Ele tem uma tez rosada e cabelos escuros, o que ele atribui ao Falun Gong. Quando conto aos outros os fatos sobre o Falun Gong e a perseguição, ele muitas vezes me ajuda.

Nossa filha se formou na faculdade e está se saindo bem em seu trabalho. Apesar da sociedade caótica, ela é capaz de se manter fiel a si mesma e manter sua integridade. Tanto ela quanto Lei penduram amuletos do Dafa em seus carros.

Eu sei que a felicidade de minha família vem do Falun Gong e sou sinceramente grata ao Mestre Li por isso.

Escrevi esta série de artigos para celebrar o 30º aniversário da introdução pública do Falun Gong. Espero que mais pessoas neste mundo se beneficiem com a prática, assim como eu e minha família.

(Fim)