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[Celebração do Dia Mundial do Falun Dafa] Minha grande família (Parte 1)

10 de julho de 2022 |   Por Jing Shui, uma praticante na província de Jilin, China

(Minghui.org) Como diz o ditado, “um leopardo não pode mudar suas manchas”. É muito difícil mudar o caráter de alguém, mesmo que a pessoa se esforce muito. Eu gostaria de relatar como o Falun Dafa me transformou de uma garota rebelde e esposa megera para alguém que sempre tem consideração pelos outros.

Uma moleca que lutava o tempo todo

Eu nasci em 1969. Meus pais esperavam que eu, sua filha primogênita, fosse uma boa menina, por isso ficaram bastante surpresos por eu ser muito rebelde e não me importar com os outros. Eu também não sabia porque eu era assim.

Começando no primário, eu estava sempre me metendo em brigas. Ostentando cabelos curtos e mesmo sendo baixinha e magra para minha idade, eu era uma perfeita moleca. Mas nunca tive medo de brigar. Eu usaria qualquer coisa que pudesse colocar em minhas mãos, até tijolos, pedras e paus. Eu batia em outras crianças e as xingava. Meus pais me repreendiam e me batiam, mas eu nunca chorava ou pedia misericórdia. Porém, em minha mente, eu não culpava meus pais por me baterem, pois sabia que estava errada.

No ensino médio, eu fiquei ainda mais agressiva. Às vezes eu até brigava com várias crianças ao mesmo tempo. Seus pais frequentemente apareciam na minha casa para reclamar com os meus pais. Assim que saíam, meus pais me batiam, esperando que eu mudasse. Mas isso não acontecia.

Apesar da minha agressividade, eu li muitos livros, como Jornada para o Oeste, O sonho da mansão vermelha, Os três reinos e Investidura dos deuses. Na verdade, desde criança, eu tinha muitas perguntas, tais como: "Por que as pessoas morrem? Para onde vamos depois da morte? Renasceremos após a morte? Existe uma maneira de vivermos para sempre?".

No entanto, ninguém era capaz de responder minhas perguntas. "Por que você perde tempo pensando nestas tolices?" exclamava minha mãe. " Ficaremos felizes se você estiver bem alimentada, nada mais". No entanto, eu gostava de ler contos de fadas e lendas de imortais. Quando alguém na aldeia morria, eu chorava pela breve vida que os seres humanos tinham.

Um casamento difícil

No campo, as meninas geralmente se casam após completarem 20 anos. Depois de ser reprovada no exame de admissão à faculdade, fiquei em casa e não encontrei um marido até os 24 anos. Minha mãe muitas vezes me repreendia por ser muito exigente. Eu ficava chateada e lhe dizia: "Tudo bem então, por favor, pare de gritar comigo". Casarei com quem me pedir em casamento - contanto que ele não seja aleijado ou cego".

Em 1993, alguém me colocou em contato com Lei, um veterano de 1,80 m de altura. No entanto, ele não era bem instruído e não tinha um emprego estável depois que se aposentou do exército e sua família era pobre. Por causa disso, minha mãe era totalmente contra meu namoro com ele. A mãe de Lei também não gostava de como eu era sincera. Apesar da sua oposição, de qualquer forma, Lei e eu nos casamos três meses depois, e eu não pedi o dote da noiva.

Após o nosso casamento, soube que Lei na verdade não tinha emprego. Tudo o que ele fazia era apostar e lutar o dia inteiro. Seus dois irmãos e uma irmã mais velha já eram casados, e sua irmã mais nova, ainda solteira, vivia com seus pais em um bangalô de dois quartos. Então nos mudamos para casa de seu irmão mais velho, pois não tínhamos condições de alugar ou comprar nossa própria casa.

Lei continuou a jogar como de costume. Minha mãe me deu 400 yuans antes de eu me casar, mas Lei o tirou de mim no dia seguinte ao nosso casamento e o perdeu no jogo. Quando ele ganhava, ele comprava comida; caso contrário, voltava para casa de mãos vazias.

Lei mal falava comigo e não respondia minhas perguntas em casa. Se eu lhe dissesse algumas palavras, ele se aborreceria. Às vezes ele não voltava para casa à noite e ficava com raiva se eu perguntasse onde ele estava. Todos os dias, após voltar para casa, ele bebia álcool e nunca me perguntava como eu estava.

Minha sogra tinha reputação de ser gentil e comunicativa. Ela estava sempre sorrindo e disposta a ajudar seus vizinhos. Mas sempre que ela me via, ficava de cara fechada. Meu sogro, por outro lado, era bom comigo. Para piorar as coisas, muitas vezes minha sogra dizia coisas ruins sobre mim na frente do Lei, que por sua vez, discutia comigo de vez em quando. Isso me aborrecia, e eu deixava de visitar minha sogra.

Rapidamente fiquei grávida. Eu queria frutas, mas Lei não me comprava nenhuma, pois não gostava delas. Pensando que era inútil, parei de tentar consertar nosso relacionamento. Afinal, para começar, não nos conhecíamos bem um ao outro. Agora éramos como inimigos. Sempre que nos víamos, discutíamos. Após o nascimento do bebê, concordamos em nos divorciar. Se fosse um menino, ele teria a custódia, se fosse uma menina a custódia seria minha.

Vivíamos a cerca de 40 milhas dos meus pais, e minha mãe vinha me visitar de vez em quando. Mas eu não podia reclamar com ela sobre como eu estava sofrendo. Afinal, a decisão de me casar foi minha. Eu também não queria que meus pais continuassem a se preocupar comigo, já que eles estavam velhos. Porém, com quase ninguém com quem conversar, eu estava muito deprimida e contava os dias até o divórcio.

Quando minha filha completou um ano em 1995, Lei e eu decidimos nos separar no dia seguinte. No entanto, na manhã seguinte, um vizinho teve dificuldade para respirar devido a dores nas costas. Lei o levou para fazer e um raio X e como um parente dele trabalhava no hospital, ele aproveitou e também fez um. O vizinho estava bem, mas Lei foi diagnosticado com tuberculose. O médico disse que ele já o tinha há algum tempo.

Ao voltar do hospital, Lei estava infeliz porque não podia fumar, beber, ficar bravo, ou fazer trabalhos forçados. Além disso, ele tinha que comer. Ao ver sua situação, decidi ajudá-lo primeiro e nos divorciaríamos depois.

As pessoas com tuberculose precisam de medicação diária, a qual danifica o fígado e os rins. Para combater os efeitos colaterais, meu marido tinha que comer bem, mas não tínhamos muito dinheiro. Decidi arrumar um emprego. Pedi à minha sogra para ajudar a cuidar da minha filha enquanto eu trabalhava, mas ela disse que não. Eu não tive escolha a não ser mandar minha filhinha para a casa dos meus pais. Como eles moravam muito longe, eu só podia ver minha filha durante as férias ou nos dias em que eu estava de folga do trabalho. Minha filha viveu com meus pais até os sete anos de idade. Eu estava muito ressentida com minha sogra: "Como você pode jogar Mahjong todos os dias e não ajudar sua neta?"

Com a ajuda de um vizinho, consegui um emprego vendendo sapatos em um mercado atacadista. Foi na década de 1990 e as pessoas em geral não ganhavam muito. Eu ganhava 600 yuans por mês e tinha que comprar o almoço lá. Eu trabalhava 11 horas por dia, das 6h30 às 17h30, e era muito difícil. Para economizar, andava em uma bicicleta velha que Lei encontrou para mim em vez de pegar o ônibus. Eu pedalava muito rápido e podia fazer oito quilômetros em meia hora.

Durante esses anos choveu muito no verão. Mesmo com capa de chuva, eu ainda me molhava, por isso sentia frio e fome. No inverno, a estrada ficava congelada e escorregadia. Muitas vezes eu caía e me machucava. Para economizar, eu comprava pãezinhos cozidos no vapor de um yuan e picles de 50 centavos. Dessa forma, economizava 100 yuans por mês no almoço e dava o restante dos meus 500 yuans do salário para Lei pudesse comprar comida boa e da qual gostasse. Ele ficou muito emocionado e, em três anos, se recuperou totalmente.

Conheci muita gente no trabalho. Aos poucos, fui ficando com a mente mais aberta. Mas xingar os clientes era um negócio normal para mim, e às vezes eu brigava com eles.

Tornando-se uma praticante do Falun Gong

Na manhã de 1997, terminei de limpar os sapatos do meu estande e depois vi uma outra vendedora, Zhu, lendo um livro. Como eu gostava de ler desde criança, perguntei se podia me emprestar o livro.

“Desculpe, mas este livro não é para você. É uma prática de cultivo da Escola Buda. Mas você tem um temperamento ruim e muitas vezes xinga. Não vai funcionar”, ela disse, balançando a cabeça.

“Vamos lá, todos na minha família acreditam em Budas. Posso ler?” Novamente, perguntei.

Mas Zhu balançou a cabeça novamente e eu não disse nada.

Na manhã seguinte, após limpar os sapatos, limpei as mãos e fui até o estande de Zhu para pegar o livro.

"Por favor, empreste-me o livro. Se você não o fizer, nem pense em lê-lo", eu disse.

"OK. Está aqui. Você pode lê-lo", ela disse. "Mas se você não acredita, por favor não diga nada de ruim sobre ele - isso não seria bom para você".

"Obrigada. Eu não direi", respondi.

O livro tinha o título de Falun Gong. Não era grosso e eu não tinha muitos clientes naquela manhã, então terminei de lê-lo antes do meio-dia.

"Este livro é ótimo. Eu também quero aprender o Falun Gong", disse quando o devolvi.

"Você sempre xinga as pessoas". Como você pode praticar isto"? Zhu perguntou.

"Eu vou mudar". Confie em mim", respondi.

Fui à casa de Zhu depois do trabalho todos os dias por nove dias seguidos para poder assistir às palestras em vídeo de nove dias do Mestre Li, o fundador do Falun Gong. Aprendi os cinco exercícios e ganhei minha própria cópia do Falun Gong.

Pelos ensinamentos, aprendi que a virtude é importante, já que precisamos dela para cultivar. Especialmente se trabalharmos na indústria de serviços como eu, perderemos a virtude ao praguejar, brigar e até mesmo olhar feio para alguém. Portanto, tive que corrigir todos esses comportamentos. Os ensinamentos do Falun Gong também proíbem matar, então a partir de então parei de comer peixe vivo e só comprava congelado.

Mestre Li também disse que uma mulher precisa ser gentil e cuidar de seu marido. Na verdade, como praticante, eu deveria ser legal com todos. Mesmo que alguém me tratasse mal, poderia ser uma dívida cármica do passado. Com isso em mente, me arrependi de como me comportei com meu marido no passado.

Nos ensinamentos, o Mestre também mencionou que pessoas de todas as esferas da vida poderiam praticar. Entendi que isso significa que temos que ser responsáveis por nossa família, trabalhar diligentemente em nossos empregos, não competir com os outros e não tirar vantagem dos outros ao fazer negócios. Pensando mais sobre isso, percebi que essa prática é realmente ótima. Ajuda tanto os funcionários quanto as pessoas comuns a se tornarem melhores. É gratuito e conveniente para todos, independentemente da raça, idade ou situação financeira. Além disso, contanto que se esforce e se cultive sinceramente, alcançará a consumação. Isso é realmente incrível!

Com o passar do tempo fui entendendo cada vez mais. Por exemplo, cultivo significa abandonar apegos e noções humanas. A doença, por outro lado, é causada pelo próprio carma. As perguntas que eu tinha desde a infância foram respondidas. Enquanto eu cultivar de acordo com o Falun Gong, o Mestre cuidará de tudo.

Olhando para trás, até me surpreendi. Ao longo dos anos, meus pais me repreenderam e me bateram inúmeras vezes, mas não conseguiram me mudar. No entanto, após começar a praticar o Falun Gong, eu sempre sorria e tratava bem os outros. Além disso, eu estava cheia de energia e de bom humor. Minha atitude em relação a Lei e minha sogra melhorou radicalmente. Todo o meu ressentimento se foi.

Ao visitar meus pais no Ano Novo Chinês, compartilhei os seminários de nove dias das palestras do Mestre para parentes e vizinhos. Meu pai e minha segunda irmã mais nova começaram a praticar, assim como alguns parentes. Quando alguns dos aldeões ficaram surpresos com a minha mudança, eu lhes disse: "É o Falun Gong que me ajuda a ser uma boa pessoa".

Melhorando meu caráter

Pouco depois de começar a praticar, vieram testes para melhorar meu xinxing.

Um dia, logo após limpar os sapatos, um cliente veio e experimentou um par de sapatos um após o outro, ele experimentou quase todos os sapatos masculinos que eu tinha. Eu estava ocupada procurando por sapatos e verificando se eram confortáveis para ele. No final, ele saiu sem comprar nada.

Outros vendedores comentaram sobre isso. "Olha só aquele cara. Acho que ele não veio para comprar sapatos em primeiro lugar", um deles disse. Olhando para os sapatos e caixas espalhados por toda parte, eu não fiquei nada chateada e simplesmente os guardei. Na verdade, eu também fiquei surpresa de como pude permanecer tão calma. Se isso tivesse acontecido no passado, eu o teria amaldiçoado e provavelmente até o teria espancado. Mas todos estes impulsos tinham desaparecido. Alguns dos vendedores estavam esperando que eu começasse uma grande briga, mas nada aconteceu.

Todos os dias eu estava feliz. Quando não havia ninguém por perto, às vezes eu até pulava de alegria. Pela manhã, eu ia para o trabalho depois dos exercícios em grupo e voltava para casa depois do grupo de estudo do Fa.

À medida que minha mentalidade melhorava, o ambiente ao meu redor mudava. Lei estava totalmente curado, e tornou-se um eletricista. Ele se preocupava com a família e de vez em quando comprava utensílios para nós. Minha sogra ainda não era boa para mim, mas eu não deixava que isso me incomodasse e a tratava bem. Eu levava frutas e cozinhava para ela de vez em quando. Meu sogro me agradecia todas as vezes. Com o passar do tempo, minha sogra também tinha um sorriso no rosto. A irmã mais nova do meu marido também começou a gostar de mim e às vezes me dava pequenos presentes como roupas.

Quando encontrava seus colegas veteranos, Lei costumava dizer: “Por favor, peçam para suas esposas que aprendam com a minha. Uma vez que elas aprendam o Falun Gong, não brigarão com vocês, e também, vocês não precisarão se preocupar se elas estão tendo um caso”.

Um vizinho me disse: "Sua sogra disse que agora você é uma pessoa muito melhor e ganha dinheiro para sustentar a família"

"Todos temos que agradecer ao Falun Gong", eu respondi.

Agora, quando nos encontramos na rua, a minha sogra me cumprimenta, enquanto que no passado ela simplesmente me ignorava. “Se todos praticarem o Falun Gong, o mundo será um lugar muito melhor”, ela costumava dizer para as outras pessoas. “Nós nem precisaríamos de polícia, já que todos seriam muito bons.”

Naquela época, melhorar o caráter era relativamente fácil. Mas fazer a meditação sentada na posição de lótus era difícil para mim. Minhas pernas eram duras e eu tinha que trabalhar duro para isso. Levei um ano para cruzar as pernas uma em cima da outra na posição de lótus.

No trabalho, eu ficava feliz o dia inteiro. Eu não discutia mais ou brigava com ninguém. Nem mesmo me lembrava das palavras ruins que havia dito no passado. Ao me ver sorrindo o tempo todo, alguns vendedores me perguntavam por quê. "Bem, agora sou uma praticante do Falun Gong e a prática me faz saudável e feliz", respondi. "Por que eu não deveria estar alegre?"

Com o estudo contínuo dos ensinamentos do Falun Gong, eu mudei completamente e me tornei mais atenciosa em relação ao meu marido. Ele também mudou. Em casa, ele limpava a casa, lavava a roupa, limpava o chão, fazia as compras e cozinhava. Ele também apoiava muito a minha prática, o que me deixava muito feliz.

Mas não foi tão fácil o tempo todo. Uma vez, quando estávamos comendo juntos, Lei, de repente, me deu dois tapas na cara. Eu não sabia por que e saí chorando. Da infância à idade adulta, era eu quem dava os tapas. Mas depois que comecei a praticar, outros me bateram. Mas eu também entendia a importância da tolerância, mesmo sendo difícil. Então eu enxuguei minhas lágrimas e voltei para limpar a mesa.

Mais tarde, Lei disse que não sabia por que tinha me batido. Na verdade, ele nem sabia o que tinha acontecido. Eu percebi que era o Mestre que estava me testando e me ajudando a melhorar através dele.

Houve um período em que, todos os dias, eu preparava o café da manhã para meus sogros antes de ir trabalhar. A irmã da minha sogra ficou feliz com nosso relacionamento harmonioso e usou seu próprio dinheiro para construir uma casa de três cômodos no mesmo terreno onde ficava a casa de dois cômodos dos meus sogros. Minha tia queria que sua irmã e cunhado passassem seus últimos anos conosco. Lei me perguntou se eu estava de acordo com isso e eu disse que sim. Assim, meus sogros, sua filha mais nova e um neto dividiram a casa recém-construída, enquanto meu marido e eu morávamos na antiga casa dos pais dele. Nossa grande família fazia todas as refeições juntos.

Um dia, minha sogra disse que podia fazer o café da manhã, já que acordava mais cedo. Fiquei muito agradecida e não me levantei como de costume na manhã seguinte. Para minha surpresa, eu a ouvi reclamar com Lei no quarto ao lado: “Sua esposa é muito preguiçosa. Ela não precisava se levantar para fazer o café da manhã, mas agora ela dorme enquanto eu preparo tudo.” Não me defendi e apenas continuei preparando o café da manhã para a família. Minha sogra acabou parando de reclamar. Lei também melhorou, não importava o que sua mãe dissesse sobre mim, ele não discutia mais comigo.

A pessoa que me deu o maior desafio quando se tratava do meu xinxing foi Liang, o segundo irmão mais velho de Lei. Ele tinha um táxi e ganhava algum dinheiro. Mas ele não gastava um centavo com comida. Ele vinha tomar o café da manhã todos os dias, mas nunca contribuía com um centavo para dividir o custo, mesmo depois que minha sogra lhe pediu para contribuir com 30 yuans por mês. Ele também reclamava muito para mim: "O prato de hoje é muito fraco". Aquele prato é muito salgado ou picante. O arroz é muito macio, a sopa muito simples, os legumes não cortados corretamente etc., etc.". Quando minha sogra perguntou por que ele não comia em sua própria casa, ele disse que a comida na nossa era melhor.

Desde que me casei com seu irmão, Liang dizia coisas ruins sobre mim toda vez que nos encontrávamos. Às vezes ele dizia que eu era muito boba e que mesmo uma criança de três anos era mais esperta do que eu. Depois que comecei a praticar o Falun Gong, ele disse que eu era tola. Isto durou 20 anos. Acho que eu o magoei muito em uma vida passada.

Minha sogra tinha uma horta, cerca de um terço de um acre. Ela planejava nos dar o terreno para que pudéssemos construir uma casa lá. Mas Liang vendeu sua casa e todos os dias pedia o terreno. No final, ele conseguiu. Em seguida, planejou construir mais casas no terreno, pensando em obter mais indenizações do governo quando este decidisse tomar posse dos terrenos privados para o desenvolvimento urbano. Como ele não tinha dinheiro, disse para os aldeões que quem investisse na construção das casas receberia 50% da indenização mais tarde. Mas ninguém aceitou. Para evitar que Liang perdesse a reputação, Lei e eu pegamos todas as nossas economias e as entregamos a Liang. Ele construiu uma casa, uma garagem e um depósito. Ele e sua esposa prometeram nos dar a metade da indenização do governo mais tarde.

Tanto Lei quanto eu também ficamos felizes, pensando que ganharíamos muito dinheiro. Sonhamos em usar o dinheiro para comprar um grande apartamento e um carro para nossa filha. Mas quando o governo de fato assumiu a terra e indenizou Liang e sua esposa, eles assinaram toda a papelada sem nosso conhecimento. Eles pegaram o dinheiro e se mudaram rapidamente.

Eu e Lei ficamos com raiva, já que não conseguimos nem um centavo. Na época, muitas famílias tiveram brigas internas por causa de questões relativas às indenizações do governo. Eu sabia que ser um praticante significava deixar de lado os apegos à fama e aos interesses materiais. Mas quando se tratava de uma quantia tão grande (perto de um milhão de yuans), era realmente difícil superá-la. Entretanto, tive que persuadir Lei: "Não se preocupe. Nós não queremos o dinheiro. As coisas vão ficar bem desde que estejamos todos seguros". No passado, eu não era assim. Eu lutaria pelo dinheiro, mesmo à custa da minha própria vida.

Lan, a irmã mais nova de Lei, também me testou bastante. Ela não é uma pessoa ruim, mas tinha um temperamento forte. Sua atitude poderia mudar instantaneamente, ainda mais rápido do que folhear as páginas de um livro. Todos os parentes e vizinhos tinham medo dela.

Se eu não praticasse o Falun Gong, eu não teria sobrevivido um dia nesta família. Ninguém se atrevia a comentar sobre Lan. Ela também jogava coisas, como tesouras, facas de cozinha, qualquer coisa que visse. Quando ela se sentia mal, ela procurava alguém para implicar. Ela não parava até que estivesse cansada. Muitas vezes eu era o seu alvo.

Certa vez, quando estava de folga, estava conversando com a minha sogra. Lan nos ouviu e insistiu que eu estava falando mal dela quando, na verdade, eu nem a mencionei. Ela me seguiu e me xingou enquanto perguntava se eu tinha falado mal dela. Eu disse que não. Ela não acreditou em mim e continuou me xingando, até falando mal dos meus pais e de outras pessoas que eu conhecia. Ela trouxe à tona coisas que aconteceram no passado. Minha sogra não aguentou mais e afirmou que eu não tinha falado mal dela. Mas Lan não desistiu, dizendo que sua mãe era tendenciosa contra ela.

“Você é uma praticante do Falun Gong que segue a Verdade, Compaixão e Tolerância”, ela disse. “Se você não pode tolerar, você é uma falsa praticante.”

Naquela noite, quando Lei chegou em casa, Lan conversou com ele, pedindo que ele “me consertasse”.

"Não há necessidade", disse Lei com um sorriso. “Eu confio que você pode resolver tudo.”

Depois de xingar por muito tempo, Lan finalmente se cansou e me perguntou: "Diga-me, você foi tratada injustamente?".

"Não, eu não fui", sorri e disse: "Eu não deveria ter dito coisas nas costas dos outros". Até esse momento, sua raiva não havia desaparecido.

Lan viveu conosco por 20 anos. Quando eu me saía mal, imediatamente, ela apontava isso. Quando eu me saía bem, ela elogiava o Falun Gong. Quando eu era perseguida por causa da minha fé, ela se levantava e dava o melhor de si para me proteger. Quando eu era obrigada a ficar longe de casa, ela cuidava de nossa grande família.

(Continua)