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Um final sem uma linha de chegada

9 de março de 2021 |   Por um praticante na China

(Minghui.org) O Minghui.org publicou recentemente um artigo intitulado “Pensamentos sobre o final da retificação do Fa e profecias”. Inicialmente fiquei um pouco chocado com o artigo, mas logo me acalmei. Sabia que isso desencadeou o meu apego ao tempo. Se houver mais oito anos antes do fim da retificação do Fa, como previsto no artigo, poderia ser uma coisa boa para mim, uma vez que o meu estado de cultivo não é desejável. Tenho problemas a resolver em muitas áreas e, assim, poderia ser uma oportunidade para eu recuperar o atraso. Por outro lado, se houver de fato mais oito anos, não sei quanto mais o Mestre compassivo terá de sofrer em nome dos discípulos do Dafa e dos seres sencientes.

Depois de ler o artigo, pareceu que abandonei o apego ao tempo, mas sei, na realidade, que esse apego ainda existe, exceto que agora é ele foi postergado a um fim, oito anos mais tarde.

Vi também alguns praticantes que estão muito emocionados e ressentidos com o artigo. Isso realça o seu apego ao tempo, também. Independentemente da situação, se pudermos identificar os nossos apegos escondidos e noções humanas sobre esse tópico e corrigi-los, pode ser uma coisa boa para nós.

Apego ao tempo

Alguns dos nossos praticantes, incluindo eu, estamos muito apegados ao final da retificação do Fa, o qual é um apego tão severo que podemos não percebê-lo. Descobri que quase todos os praticantes que me rodeiam têm mais ou menos esse problema. Estão apegados aos comentários da NTD Television, às previsões dos praticantes ou a situações na sociedade. Tudo isso pode estar ligado ao apego ao final da retificação do Fa.

Para piorar a situação, esse apego tem sido um fator importante que influencia a forma como alguns praticantes fazem as três coisas e planejam a sua vida ou seu cultivo. Acreditando que restam poucos anos na retificação do Fa, alguns praticantes recusam-se a renovar os seus apartamentos como planejado; alguns já não procuram emprego, pensando que as suas poupanças serão suficientes; e alguns não têm planos de se casarem. Devido ao apego que as coisas acabarão em breve, fizemos coisas que parecem irracionais aos nossos familiares não praticantes e às pessoas à nossa volta. Até certo ponto, isso impediu-os de aceitar o Dafa.

Há também praticantes que vão para o outro extremo. Quando percebem que a retificação do Fa não terminará tão cedo, entregam-se a viver uma vida feliz e satisfeita. Podem ainda estar fazendo as três coisas, mas as fazem automaticamente, sem fazê-las de coração, ou com concentração.

O apego ao tempo é também prejudicial aos nossos esforços de esclarecimento da verdade. Ao falar com pessoas comuns, alguns praticantes fizeram observações casuais baseadas nas suas próprias previsões. Alguns exortaram as pessoas a abandonar o Partido Comunista Chinês (PCC), alegando que o regime deixará de existir em um ano ou que uma grande catástrofe poderá ocorrer a qualquer momento. Embora haja praticantes que não fizeram tais observações explicitamente, eles deram a impressão de que o dia do juízo final se aproxima. Seja como for, é difícil para as pessoas comuns que vivem uma vida agradável aceitar tal argumento do dia do juízo final. Na minha região, mesmo algumas pessoas que abandonaram o PCC estão agora hesitantes em acreditar em tais observações dos praticantes.

A meu ver, o apego ao final da retificação do Fa tornou-se um grande obstáculo para os praticantes. Nesse momento, muitas pessoas na sociedade comum reconheceram que o PCC é mau. Mas o nosso apego ao tempo, juntamente com nossas falas e ações extremas, associadas a esse apego, tem impedido as pessoas de compreenderem a beleza do Dafa e de se tornarem praticantes.

Então, qual é o elemento subjacente a esse apego ao tempo? Se não houvesse perseguição e se considerássemos sempre o cultivo como algo feliz e precioso, será que ainda esperaríamos um final rápido para a retificação do Fa? Provavelmente não. Por conseguinte, poderia ser a nossa falta de vontade de sofrer privações que fez nos apegarmos ao fim do tempo para a retificação do Fa. Falhamos em aceitar as dificuldades como alegria, como o Mestre nos ensinou. Indo mais longe, qual é o fator fundamental por detrás da nossa relutância em suportar as dificuldades então? Penso que é o apego a si mesmo. Só erradicando o egoísmo é que podemos fundamentalmente abandonar o apego a um fim rápido da retificação do Fa.

Renascido no Dafa

Estar apegado a si mesmo não é a nossa verdadeira natureza, uma vez que somos seres completamente assimilados ao Dafa, como o Mestre espera. Ao escolher-nos como discípulos do Dafa da retificação do Fa, o Mestre já nos refez fundamentalmente. Compostos de Verdade, Compaixão e Tolerância, os nossos verdadeiros eus são altruístas e harmoniosos com o Dafa. Qualquer coisa inconsistente com tais princípios pertence aos elementos antigos e não é a nossa verdadeira natureza.

Um dia, em janeiro de 2000, vários de nós, praticantes, fomos a uma margem do rio para praticar os exercícios em grupo. Quando fizemos o segundo conjunto de exercícios, vieram os polícias. Abrindo os olhos, vi-me gigantesco e os polícias nem sequer estavam tão altos como os meus pés. Não prestei atenção a eles e voltei para casa após os exercícios. Nessa noite tive um sonho em que havia uma máquina grande, tipo um moedor. Uma voz disse-me para entrar na máquina e eu segui as instruções. A máquina começou a triturar todo o meu corpo, convertendo-o numa substância microscópica, restando apenas um pouco de sentido. Nesse momento, acordei. Agora compreendo que o Mestre me refez fundamentalmente. A partir desse momento, tinha-me tornado um ser que pertence ao novo universo.

O apego a si mesmo já não é a nossa verdadeira natureza e, em vez disso, é algo que nos impede de entrar no futuro. De fato, fomos novamente refeitos pelo Mestre, mas ocasionalmente ainda estamos sendo manipulados pelos velhos elementos e pelo falso eu pós-natal. Isso é um reflexo da má qualidade de iluminação. Há vários dias, ao ler o Lunyu do Mestre, percebi que havia compreendido o primeiro parágrafo com base na estrutura do velho universo. Ao saber que o Mestre falava da estrutura do novo universo, o meu pensamento mudou instantaneamente. Ao ler novamente o Lunyu, descobri que o significado interior havia mudado e que tudo era novo. Com base na minha compreensão ao meu nível, o Mestre retificou o cosmos até ao período inicial da fase de “formação”.

Alguns praticantes e eu demo-nos conta de que a verdadeira natureza de todos os discípulos do Dafa é de seres renovados. O apego ao fim pertence à velha existência e é algo que devemos abandonar. Espero que mais praticantes possam ser claros a esse respeito. Caso contrário, a velha existência poderia manipular-nos e afetar a retificação do Fa do Mestre.

Um final sem uma linha de chegada

Tem surgido uma cena na minha mente. O meu cultivo é como correr numa pista com o Mestre de pé ao lado a me observar. Quando tinha dificuldade em continuar, o Mestre sempre me encorajou compassivamente: “Continue assim! A linha de chegada se aproxima”. Continuei correndo mais algumas voltas, mas mesmo assim não consegui atingir a linha de chegada. Ao me ver lutando para continuar, o Mestre encorajou-me novamente: “Continue assim! Está quase lá”. Por isso, continuei a correr. Também percebi que não podia ficar pedindo ao Mestre que me encoraje dessa maneira. Continuei correndo. Curiosamente, descobri que o meu corpo estava ficando cada vez mais leve e também fiquei cada vez mais descontraído. Vi que já não importava se chegasse a linha de chegada. Sabia também que havia alcançado essencialmente o fim.

Sabia que essa era uma dica do Mestre para eu não estar apegado ao tempo. Também cheguei à conclusão de que o Mestre está cuidando de tudo. Para encorajar os praticantes, o Mestre falou-nos repetidamente sobre a urgência do tempo. Não cabe a nós desenvolver um apego ao tempo; por isso, os praticantes que experimentam tribulações, devem se lembrar de apreciar o tempo e permanecerem diligentes. Fui eu que interpretei isso com uma noção humana e involuntariamente desenvolvi o apego ao tempo.

Alguns praticantes reclamam e até duvidam da razão pela qual ainda não há um fim à vista quando nos disseram que iria acabar em breve. Imaginem só se o Mestre houvesse nos dito desde cedo que a perseguição não terminaria mesmo a partir de hoje, quantos praticantes teriam ficado para trás porque não seriam capazes de suportar a longa tribulação? Nos primeiros anos da perseguição, muitos praticantes tinham muitas noções humanas. O Mestre continuava nos encorajando para que pudéssemos ter sucesso e criar um futuro melhor.

Por exemplo, o Mestre tem enfatizado repetidamente a importância de enviar pensamentos retos:

“Isso é sumamente crucial, sumamente importante. Então, se cada estudante é capaz de fazer isto, digo que com cinco minutos enviando pensamentos retos juntos, a maldade nos Três Reinos deixará para sempre de existir; portanto, isto é muito importante”. (“Ensinando o Fa na Conferência do Fa da Flórida”).

Somos nós, os praticantes, que pouco temos feito, que o Mestre tem nos encorajado pacientemente o tempo todo. Quanto mais tempo continuar, mais o Mestre sofre. É errado que alguns praticantes entendam a situação incorretamente e até se queixem disso.

Como discípulos do Dafa, devemos valorizar a oportunidade e a compaixão do Mestre. Vamos descartar os nossos apegos às profecias e previsões, bem como o apego ao tempo e o apego a nós mesmos. Só salvando pessoas com um coração puro é que valorizamos o tremendo sacrifício do Mestre. Se conseguirmos fazer isso, quando será o fim da retificação do Fa não fará diferença para nós. Só então poderemos ser qualificados e genuínos discípulos do Dafa.

Nota do editor: As opiniões expressas nesse artigo representam as opiniões do autor, pelas quais o autor é o único responsável. Os leitores devem avaliar os méritos do artigo por si mesmos.

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