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Funcionária pública é despojada de 22 anos de serviço e pensão após condenação ilegal de dez anos

19 de março de 2021 |   Por um correspondente do Minghui na província de Yunnan, China

(Minghui.org) Em 3 de julho de 2010, as autoridades da cidade de Mengzi, província de Yunnan, prenderam a Sra. Liu Yan pela posse de materiais do Falun Gong. O tribunal local a condenou a 10 anos de prisão por causa da política de perseguição contra o Falun Gong, apesar de nenhuma lei na China criminalizar a prática para a mente e corpo.

A Sra. Liu foi libertada em 3 de julho de 2020, e soube que tinha sido despedida do seu emprego e perdido os seus 22 anos de serviço como funcionária pública. Consequentemente, perdeu sua pensão financiada pelo empregador, a sua segurança social e o seu seguro médico. Em vez de se aposentar confortavelmente, a Sra. Liu está agora em desespero financeiro.

O Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, é uma crença espiritual e prática de meditação que ensina Verdade, Compaixão e Tolerância. O Partido Comunista Chinês lançou a perseguição ao Falun Gong em julho de 1999. A Sra. Liu tinha sido presa três vezes e passou dois anos em um campo de trabalho forçado antes da sua última detenção em 2010.

A Sra. Liu, 56 anos, é licenciada em engenharia elétrica pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Kunming. Começou a trabalhar no Gabinete de Recursos Hídricos de Honghe em 1988 e mais tarde tornou-se uma engenheira elétrica certificada e funcionária pública. Foi rapidamente promovida a chefe adjunta da divisão de energia elétrica. Era encarregada de fazer relatórios estatísticos anuais sobre a energia elétrica e todos os anos os funcionários da província elogiavam a qualidade dos seus relatórios.

A colega de trabalho do seu marido os visitou em 1996 e lhes levou uma cópia do Zhuan Falun, o livro principal do Falun Gong. A primeira vez que ela o leu, ficou determinada a praticar. Ela seguiu os ensinamentos na sua vida diária e se relacionava muito bem com a sua família e colegas de trabalho. Ela também se sentia ótima, física e mentalmente.

Última prisão

Agentes do gabinete de segurança doméstica local e da Agência 610 prenderam a Sra. Liu, o seu marido, e vários outros praticantes do Falun Gong no dia 3 de julho de 2010. As autoridades saquearam a sua casa e confiscaram grande parte dos seus bens, o suficiente para encher alguns veículos da polícia. Os 12 mil yuans em dinheiro que o casal tinha reservado para pagar a mensalidade da faculdade da sua filha também foram levados. Devido à persistência do marido, ele conseguiu que o dinheiro fosse devolvido um mês depois para que a filha pudesse continuar indo à faculdade. A propriedade confiscada incluía o seu carro elétrico, computadores, computadores portáteis e livros e panfletos Falun Gong.

Dez anos de tortura

A Sra. Liu foi condenada a dez anos de prisão pelo Tribunal Intermediário da Prefeitura de Honghe em março de 2011. Ela recorreu da sentença, mas foi recusada pelo Supremo Tribunal Provincial de Yunnan.

Durante os primeiros dois anos na Prisão Feminina Nº 2 da Província de Yunnan, a Sra. Liu foi forçada a ficar sentada e imóvel em um pequeno banco todos os dias das 7 horas da manhã às 22 horas da noite. A postura exerceu uma pressão extrema sobre o seu corpo e o seu batimento cardíaco tornou-se perigosamente alto. Isto não impediu os guardas de a torturarem. Quando tentaram levá-la para medicar as feridas, ela se recusou. Os guardas designaram duas prisioneiras para a vigiarem 24 horas por dia. Limitaram-lhe o tempo para usar o banheiro, comprar bens necessários e se limpar. Não foi lhe permitido fazer telefonemas ou ter visitas familiares.

Ilustração da tortura: Sentar-se em um pequeno banco durante longos períodos de tempo coloca uma pressão extrema sobre o corpo e causa dores insuportáveis na parte inferior do corpo. As pernas incham e a pele nas nádegas começa a romper e a apodrecer.

A Sra. Liu foi transferida para a 6ª enfermaria em agosto de 2012. A tortura de se sentar no banco pequeno continuou porque ela se recusou renunciar ao Falun Gong. Ela nem sequer foi autorizada a levantar-se durante a hora das refeições. Durante três meses, não teve oportunidade de tomar banho ou lavar a sua roupa. O seu cabelo amontoou-se e suas companheiras de cela queixaram-se do seu odor corporal. Como só podia usar o banheiro três vezes por dia, não podia ir quando precisava. Como resultado, ela desenvolveu hiperuricemia (ácido úrico sérico elevado). Os guardas, em vez de a deixarem usar o sanitário mais vezes, a obrigaram a tomar medicamentos para controlar o seu ácido úrico.

Ela recebeu um telefonema em 7 de março de 2013, o dia em que a sua mãe faleceu. Como ela se recusou a renunciar ao Falun Gong, as autoridades prisionais negaram a fiança para ela assistir ao funeral da sua mãe.

Todos os meses ela podia comprar apenas 50 yuans de bens de primeira necessidade diária, sem incluir comida. A prisão fornecia jantar cedo aos sábados e nenhuma refeição pela manhã aos domingos. Ela constantemente ficava com fome nos finais de semana. Em uma manhã de domingo levantou-se do pequeno banco e se recusou a sentar-se de novo. Ela gritou aos guardas: "A partir de agora não me sentarei neste banco aos domingos. É o meu direito humano básico!" Os guardas a deixaram em paz, vendo que ela estava determinada.

A Sra. Liu entrou em greve de fome três vezes para protestar contra a perseguição. Os guardas colocaram uma camisa de força nela para restringir seus movimentos. Um tubo foi inserido através da narina no seu estômago para a alimentar à força.

Ilustração de tortura: Uma praticante é amarrada e alimentada à força.

Ela se recusou a deixar a sua cela e a fazer o trabalho não remunerado para a prisão. Os guardas ordenaram que as outras prisioneiras que a arrastassem para fora. As suas roupas foram rasgadas e havia sangue nas suas nádegas, pernas e pés por ser arrastada pelo chão.

Ilustração de tortura: Os guardas instigam as prisioneiras a torturar uma praticante, arrastando-a escadas abaixo.

A Sra. Liu mudou a forma de protesto. Ela cantou canções do Falun Gong e disse a outras reclusas porque é que a perseguição estava errada. As autoridades retaliaram castigando todas as que se encontravam em sua cela, incitando assim o ressentimento das suas companheiras de cela. Ela mudou então para gritar "Falun Dafa é bom!" quando estava fora da sua cela. Centenas de pessoas a ouviam desta forma. Ela lutou pelos seus direitos. Eventualmente, os guardas lhe permitiam ficar em sua cela e estudar os ensinamentos do Falun Gong, em vez de sair para fazer trabalho escravo. Ela demorou algum tempo para escrever cartas de recurso e exigiu a sua libertação sem acusações. Os guardas a autorizaram a usar o banheiro sempre que precisasse. Ela já não tinha que se sentar no pequeno banco e ser vigiada 24 horas por dia.

Ela deixou de usar o seu uniforme de prisão em 2014, afirmando que era inocente. Duas dúzias de reclusas a seguraram e lhe vestiram o uniforme. Ela disse-lhes que tiraria assim que a soltassem. Uma hora mais tarde, as reclusas deixaram a ala, e ela tirou o uniforme. Os guardas ordenaram as reclusas que voltassem para lhe vestirem o uniforme. Por fim, cansaram-se e ela não teve de voltar a usar o uniforme.

No dia seguinte, um grupo de reclusas ficou à porta da enfermaria da Sra. Liu e a repreendeu. Ela disse-lhes que não tinha medo. Assim que ela se aproximou delas, elas fugiram. No dia seguinte, o mesmo grupo de reclusas veio com sorrisos em seus rostos, implorando-lhe que usasse o uniforme da prisão. Ela se recusou. Os guardas e funcionários a ameaçaram, mas em vão. Os guardas deram-lhe ordens para manter a sua janela e porta bem abertas para que congelasse. Alguns dias depois, as reclusas que usavam roupas quentes adoeceram e fecharam as janelas.

A Sra. Liu usou a sua roupa normal até o dia em que as autoridades prisionais pegaram suas roupas enquanto tomava banho, em fevereiro de 2016. Depois,ela virou o uniforme da prisão pelo avesso e o vestiu assim até o dia em que foi libertada.

Ela decidiu começar a fazer os exercícios do Falun Gong em 2015. Ficou assustada quando começou, por causa das inúmeras câmeras de vigilância. Para enfrentar o seu medo, esperava que os guardas parassem para declarar: "Estou fazendo os exercícios do Falun Gong" antes de começar. Quando os guardas ordenavam as reclusas que a agarrassem, ela parava e gritava: "Falun Dafa é bom, Verdade, Compaixão, Tolerância são bons valores." Ela repetia duas vezes por dia todos os dias.

Quando os guardas faziam a chamada, as reclusas deviam se reunir e se agachar. A pessoa cujo nome era chamado devia se levantar. A Sra. Liu ficava de pé durante a chamada, enquanto o resto das 300 reclusas se agachavam. Quando o seu nome era chamado, ela dizia: "Quero ser libertada sem acusações. Prefiro morrer de pé a viver de cócoras". No final, ninguém falava o seu nome durante as chamadas da lista.

Também em 2015, as autoridades colocaram uma placa de vidro ao lado da porta de cada cela. Debaixo da placa estava um pedaço de papel com o nome de todos e os crimes que tinham cometido. Ao ver que o Falun Gong foi caluniado no papel ao lado do seu nome, a Sra. Liu o rasgou. Três semanas depois, os guardas descobriram e falaram com ela. Ela disse-lhes que o Falun Gong é uma prática sagrada e que eles não deviam insultar a sua fé. As autoridades nunca voltaram a colocar o pedaço de papel de volta.

Ela esteve lutando diariamente por dois anos com os guardas e reclusas antes de poder fazer livremente os exercícios do Falun Gong, estudar e recitar os ensinamentos do Falun Gong, e escrever os seus apelos. Isto durou até ao dia da sua libertação, em julho de 2020.

A Sra. Liu escreveu um total de sete moções para reconsiderar o seu caso ao Supremo Tribunal Provincial de Yunnan enquanto esteve na prisão. Recebeu uma Notificação de Rejeição de Apelos do Tribunal Superior em 29 de novembro de 2016. A notificação alegava que o seu caso era especialmente grave porque ela "promoveu intencionalmente o Falun Gong e produziu e distribuiu materiais do Falun Gong em grande escala, sabendo que se tratava de uma prática de culto..."

Depois apelou ao Supremo Tribunal Popular e à Suprema Procuradoria do Povo, explicando como o Supremo Tribunal classificou erroneamente e difamou a prática. Ela escreveu um total de 39 recursos, quase um por mês. Depois de ler os seus recursos, as autoridades prisionais proibiram os guardas de falar com ela, não querendo que eles fossem influenciados por ela.

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