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Dentro de uma prisão negra chamada Centro de Educação Legal de Guangzhou: Praticantes do Falun Gong são perseguidos por causa de sua fé

3 de fevereiro de 2021

(Minghui.org) A Escola de Educação Legal de Guangzhou, um centro de lavagem cerebral fundado em 3 de abril de 2001, é uma das piores instalações que o Partido Comunista Chinês (PCC) usa para perseguir praticantes do Falun Gong na cidade de Guangzhou, província de Guangdong, nos últimos 21 anos.

O Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, é uma prática para a mente e o corpo baseada nos princípios Verdade, Compaixão, Tolerância. O PCC lançou uma campanha nacional contra a prática em julho de 1999, e a perseguição continua até hoje.

“Amarrar como uma bola”, um dos métodos de tortura, foi trazido para a escola do Primeiro Campo de Trabalho Forçado de Guangzhou por Yang Yongcheng, um dos capitães dos grupos. Essa agressão física é muito intensa, levando a resistência dos praticantes ao limite, a fim de forçá-los a desistir de sua crença no Falun Gong.

Ilustração da tortura: Amarrar como uma bola, em que a vítima é obrigada a sentar-se com as pernas cruzadas uma em cima da outra, as mãos atrás das costas e o corpo amarrado firmemente como uma bola

Localizado dentro do Centro de Tratamento de Dependências de Tangang, o Centro de Educação Legal de Guangzhou (referido como Centro de Lavagem Cerebral de Guangzhou daqui em diante neste artigo) opera diretamente sob o Gabinete de Justiça de Guangzhou, com mais de 30 policiais judiciais. Seu objetivo é “educar e transformar” os praticantes do Falun Gong por meio da tortura, isto é, forçando-os a renunciar à sua fé. Cerca de mil praticantes foram detidos no centro desde seu estabelecimento em 2001.

O Centro de Lavagem Cerebral de Guangzhou está localizado dentro do Centro de Tratamento de Dependências de Tangang

O Centro de Lavagem Cerebral de Guangzhou: a placa à esquerda diz “Centro de Educação Legal de Guangzhou” e a placa à direita “Escritório de Administração de Educação Legal de Guangzhou”

Operação estilo máfia

A maioria dos praticantes detidos no Centro de Lavagem Cerebral de Guangzhou foram sequestrados por agentes das delegacias de polícia locais, escritórios de subdistrito ou comitês de residentes. Depois de descobrir a rotina diária de um praticante e selecionar um local para a emboscada, esses agentes cercam o praticante, arrastam-no para um veículo à espera e vão direto para o centro de lavagem cerebral.

Quando alguns comitês de residentes notificam a família do praticante que ele ou ela foi matriculado em um “treinamento” estendido, nenhuma informação sobre o local é fornecida. Mesmo se a família quiser enviar roupas ou algumas necessidades diárias, só poderiam enviar os itens por meio de comitês de residentes.

Às vezes, nada é dito à família, e eles pensam que seu ente querido desapareceu e têm que denunciar à polícia. Frequentemente, demora muito para a família finalmente descobrir que o praticante fora enviado ao centro de lavagem cerebral. Quando a família chega para solicitar a liberação do praticante, o centro de lavagem cerebral sabe que não pode mais encobrir. Alguns policiais do centro de lavagem cerebral saem para encontrar a família, mas não antes de remover seus crachás com o número de identificação policial. Eles fotografam e/ou filmam a família. Sem explicar por que mantém o praticante ali, eles, em vez disso, fazem perguntas para investigar como a família soube do local de detenção do praticante e quem "os incitou a ir ao centro de lavagem cerebral".

A entrada do centro de lavagem cerebral fica fechada o tempo todo e não há lugar para os visitantes fazerem contato com a parte interna. As informações sobre os funcionários são altamente confidenciais e nenhuma documentação é emitida sobre a detenção dos praticantes. Em outras palavras, quando um praticante fica detido ali por meses ou anos, considera-se que ele “desapareceu” da sociedade.

Lavagem cerebral intensa

Depois de chegar ao centro de lavagem cerebral, os praticantes são designados a uma das quatro seções. Os chefes de seção costumavam ser Li Zhiqiang, Tian Lihui, Yang Yongcheng e Sun Wenhui. Tian se aposentou em outubro de 2019. O chefe da seção, Sun, não apenas perseguiu ativamente os praticantes no centro de lavagem cerebral, como também frequentemente participou de atividades que difamavam o Falun Gong para o público. Por exemplo, em vários eventos organizados pelo Comitê de Assuntos Políticos e Legais (CAPL) do Distrito de Nansha e o CAPL do Distrito de Liwan, Sun participou como orador principal para caluniar o Falun Gong na frente dos participantes, muitos deles eram jovens estudantes.

Cada seção tem quatro ou cinco guardas, que são policiais que trabalham no centro de lavagem cerebral até a aposentadoria. Eles dirigem as principais atividades de lavagem cerebral, como reproduzir vídeos difamatórios e conversar com os praticantes na tentativa de forçá-los a renunciar à sua crença.

A polícia tem ajudantes para realizar atividades de lavagem cerebral. Esses ajudantes são ex-praticantes do Falun Gong que desistiram de sua crença sob pressão e, por sua vez, ajudam a polícia a perseguir os praticantes que permaneceram firmes em sua fé. Dois dos ajudantes foram Wang Zhongcheng e Feng Lingping, que são funcionários pagos e se deslocavam por meio de um ônibus fornecido pelo centro de lavagem cerebral.

O centro de lavagem cerebral ordenou que todos os praticantes detidos escrevessem as "Quatro Declarações", ou seja, uma declaração de garantia prometendo parar de praticar o Falun Gong, uma declaração de arrependimento para mostrar arrependimento por ter praticado o Falun Gong, uma declaração de denúncia para cortar os laços com o Falun Gong e declaração de condenação para criticar o Falun Gong.

Não havia um prazo de detenção preestabelecido, que geralmente durava pelo menos três meses a dois anos. A Sra. Ding Manju, uma praticante de 70 anos, por exemplo, foi enviada para lá em abril de 2002. Ela fez greve de fome várias vezes para se opor à lavagem cerebral. Ela não foi libertada até o final de dezembro de 2003, depois de haver sido detida por 20 meses.

Mesmo depois de escrever as “Quatro Declarações”, o praticante ainda tem que passar pelo processo de “certificação” antes de ser liberado. Para qualquer um que recusar a participar da lavagem cerebral, haverá ofensas, humilhação e tortura física. Os métodos de tortura comuns incluem ser amarrado como uma bola, ficar 180 graus curvado e privação de sono. Quando os praticantes fazem greve de fome para protestar, eles são torturados através de alimentação forçada brutal para agravar a dor.

Ilustração da tortura: 180 graus curvando-se para baixo

Cerca de mil praticantes foram mantidos no Centro de Lavagem Cerebral de Guangzhou desde 2001. Alguns deles desenvolveram transtornos mentais por causa dos maus-tratos e muitos estavam em condições de risco de vida. A Sra. Wang Jiafang, uma instrutora da Universidade de Guangzhou, foi enviada para o centro de lavagem cerebral em abril de 2001 e ficou em uma condição de risco de vida devido à tortura. Sua colega de trabalho, a Sra. Li Xiaojin, morreu no segundo dia depois de ser levada para o Centro de Lavagem Cerebral do Distrito de Huangpu devido às intensas agressões.

A Sra. Liao Yuanmei, da província de Hunan, recebeu injeções com drogas desconhecidas em seu corpo enquanto estava detida no centro de lavagem cerebral. Por isso, seu peso caiu de 57,5 quilos para 35 quilos. A Sra. Li Hongxia teve um transtorno mental como resultado das violações. O Sr. Feng Huang, um engenheiro da Academia Chinesa de Ciências, estava correndo risco de vida. O Sr. He Zhiwei, gerente da Zhuhai Customs Clearance Company, ficou preso por vários dias, sendo verbalmente humilhado o tempo todo. A Sra. Li Minwei, do Primeiro Hospital Afiliado da Universidade Sun Yat-sem, teve atrofia muscular em sua perna esquerda devido à tortura e não conseguia andar.

A Sra. Liang Tingting, vice-gerente geral da Baonan Energy & Communication Company em Guangdong, ficou amarrada como uma bola e privada de sono por quatro dias e quatro noites. A polícia também jogou água fria nela no inverno. Devido a isso, ela perdeu metade do peso corporal. Foi somente quando correu risco de vida que ela foi liberada.

A Sra. Liang Tingting, subgerente geral da Baonan Energy & Communication Company em Guangdong, estava magra e em condições de risco de vida devido à tortura no Centro de Lavagem Cerebral de Guangzhou.

Famílias e advogados processam o Centro de Lavagem Cerebral

A detenção ilegal viola a Constituição Chinesa e o Direito Penal.

“A liberdade pessoal dos cidadãos da República Popular da China é inviolável. Nenhum cidadão pode ser preso exceto com a aprovação ou por decisão de uma procuradoria popular ou por decisão de um tribunal popular, e as prisões devem ser feitas por um órgão de segurança pública”, afirma o artigo 37 da Constituição, “detenção ilegal ou privação ou restrição da liberdade da pessoa dos cidadãos por outros meios é proibida e a busca ilegal da pessoa dos cidadãos é proibida”.

O artigo 238 da Lei Criminal chinesa afirma: "Quem detém ilegalmente outra pessoa ou a priva da liberdade da pessoa por qualquer outro meio deve ser condenado a não mais de três anos de prisão por prazo determinado, detenção criminal, controle ou privação dos direitos políticos. Em circunstâncias nas quais espancamento ou humilhação estão envolvidos, uma punição mais pesada deve ser aplicada”.

Todos os funcionários que trabalham no Centro de Lavagem Cerebral de Guangzhou eram policiais no Gabinete de Justiça de Guangzhou, uma agência que supervisionava três campos de trabalho forçado além do Centro de Lavagem Cerebral de Guangzhou.

Como outros oficiais do Gabinete de Justiça, a polícia no centro de lavagem cerebral não apenas deteve ilegalmente praticantes nos últimos 21 anos, como também os tratou mal com várias formas de agressão, incluindo punição corporal e privação de sono. Eles cometeram o crime de detenção ilegal e tortura.

Sra. Lu Chunxia

A Sra. Lu Chunxia, uma praticante do distrito de Baiyun em Guangzhou, foi presa na casa de seus sogros em 29 de julho de 2016 e levada para o Centro de Lavagem Cerebral de Guangzhou. Os oficiais envolvidos foram Zhang Guangming e Li Liansheng, do Escritório de Gestão Integral da Rua Huangshi. Por ter recusado a lavagem cerebral e insistido em praticar sua fé, a Sra. Lu foi transferida para o Centro de Detenção de Shende em março de 2017, onde foi processada por causa de sua fé.

Em fevereiro de 2018, o Tribunal de Shunde condenou a Sra. Lu a dois anos de prisão. No entanto, a detenção extralegal de 8 meses no Centro de Lavagem Cerebral de Guangzhou, não foi deduzida de sua pena de prisão, e ela acabou cumprindo dois anos completos.

Com base nos “Regulamentos sobre Informações Abertas do Governo da República Popular da China” aprovados em 2007, o advogado da Sra. Lu contatou o Governo da Província de Guangdong e o Governo da Cidade de Guangzhou, solicitando a divulgação da base legal do Centro de Lavagem Cerebral de Guangzhou. Uma ação judicial também foi apresentada à Procuradoria de Guangzhou e à Procuradoria de Guangdong contra a Administração da Rua Huangshi, Zhang Guangming, Li Liansheng e o Centro de Lavagem Cerebral de Guangzhou. Tanto o governo de Guangdong quanto o governo de Guangzhou responderam que o pedido estava além de suas responsabilidades e encaminharam o inquérito ao Gabinete de Justiça de Guangzhou, que não respondeu ao pedido do advogado.

Sra. Xie Yu

A Sra. Xie Yu, 34 anos, funcionária de uma seguradora em Guangzhou, foi presa em janeiro de 2017. Após terminar a pena de prisão de dois anos em 25 de janeiro de 2019, ela foi enviada diretamente para o Centro de Lavagem Cerebral de Guangzhou pela Administração da Rua Zhuguang e a polícia de Zhuguang. Ela foi libertada após oito meses e meio e voltou para sua cidade natal na província de Hunan. A tortura no centro de lavagem cerebral a deixou com a saúde debilitada e com os dentes soltos. Sua coluna também foi ferida na instalação. Sua família entrou com uma ação judicial pelos maus-tratos que ela sofreu.

Sra. Yu Ping

A Sra. Yu Ping, 57 anos, foi presa por oficiais da Delegacia de Polícia de Pequim no distrito de Yuexiu, cidade de Guangzhou em 21 de outubro de 2018, por carregar várias cópias de materiais do Falun Gong em sua bolsa. Depois de ser levada para o Centro de Lavagem Cerebral de Guangzhou no dia seguinte, ela foi mantida na Seção 2.

Mesmo depois da Sra. Yu ter ficado detida por mais de um mês, sua família ainda não tinha recebido nenhum aviso da detenção, nem conseguia entrar em contato com a Seção 2 da instalação para enviar algumas roupas. Como resultado, eles e o Departamento de Justiça de Guangdong, no governo da cidade de Guangzhou, entraram com um processo juntamente com outras agências contra o centro de lavagem cerebral. Semelhante ao caso da Sra. Lu, a família da Sra. Yu também solicitou a divulgação de informações sobre o centro de lavagem cerebral.

Pessoas envolvidas

Havia cerca de 40 funcionários no Centro de Lavagem Cerebral de Guangzhou e todos eles eram funcionários do Gabinete de Justiça de Guangzhou. O diretor da unidade mudava de tempos em tempos e era sempre alguém de dentro do Gabinete de Justiça a ser nomeado para esse cargo. Os membros da equipe permaneciam basicamente os mesmos.

No início, Pan Jinhua era o diretor, com Liu Zhixiong e He Yunyu como vice-diretores. Além disso, Li Xuezhen, Qiu Taobiao, Zhuang Daqiang e Hua Shaoxia foram diretores políticos em diferentes ocasiões. Lai Jianfeng foi supervisor do Departamento de Educação em um momento. Entre esses funcionários, Pan Jinhua e Liu Zhixiong trabalharam lá por muito tempo até suas aposentadorias. Alguns oficiais foram posteriormente transferidos para outros departamentos dentro do Gabinete de Justiça, incluindo He Yunyu, Li Xuezheng, Qiu Taobiao, Zhuang Daqiang, Hua Shaoxia e Lai Jianfeng.

Zeng Bin foi o diretor em 2016 e Jiang Weiqiang foi o diretor em 2017. O atual diretor é Wang Taihua, com Feng Hong como vice-diretor e Chen Jiansheng como Diretor Político. Os gerentes incluem Li Zhiqiang, Tian Lihui, Yang Yongcheng e Sun Wenhui. Os oficiais da linha de frente que interagem com os praticantes incluem Zhou Jing, Hong Ya, Yang Xiaohui, Chen Bijing, Liao Weidong e Wen Yushu. Os oficiais administrativos incluem Wu Xuewen, Li Canzeng, Li Liangqing e Tang Qinheng. Vários outros oficiais que também participaram ativamente da perseguição até a aposentadoria incluíram Deng Jinzhen, Zhong Yiming, Deng Meiqing, Tian Lihui, Chen Sulian e Liu Guozhuang.

Informações detalhadas sobre as pessoas envolvidas estão disponíveis na versão chinesa deste artigo.