(Minghui.org) Saudações, Mestre! Saudações, colegas praticantes!
Pratico o Falun Dafa há 24 anos. Aqui, gostaria de compartilhar como ajudei a procurar justiça para um grupo de praticantes detidos em uma prisão em massa na minha cidade natal e como aumentei a consciência da perseguição neste último ano.
No espaço de um dia a polícia prendeu dezenas de praticantes na minha cidade natal, mais de dez outros foram mais tarde levados para um centro de detenção. Face a esta dura perseguição, não tinha a certeza se devia fazer alguma coisa ou o que fazer.
Depois decidi pensar sobre o assunto de um ângulo diferente. Suponha que alguém me pergunte um dia no futuro: "O que fez quando os seus colegas praticantes foram presos?" A minha resposta poderia ser: "Nos últimos 20 anos, nunca salvei ou ajudei os praticantes ao meu redor quando a polícia os prendeu. Isto porque eu não queria ser comprometida ou ter problemas. Não sabia como esclarecer a verdade e me comunicar com as suas famílias. Não sabia como falar sobre o assunto porque não conhecia as leis. Não sabia o que fazer... Na verdade, nem sequer saí para enviar pensamentos reto para eles por causa do mau tempo..."
Pensando em tudo isto, senti uma enorme vergonha. Perguntei-me: "Mas, uma vez que aqueles praticantes foram presos, não precisamos de fazer alguma coisa? Porque não o fazer simplesmente, uma vez que é preciso fazê-lo? Se eu escolher não fazer nada e apenas esperar pelos outros, como poderia eu merecer o título sagrado de "Discípula do Dafa do período da retificação do Fa?"
Mesmo assim, era uma tarefa que me parecia quase impossível de realizar. Pensei comigo mesma: "Não sou boa em falar com os outros. Se eu quiser salvar os praticantes, tenho que esclarecer a verdade aos familiares dos praticantes detidos, que estão assustados e desamparados, e persuadi-los a se juntarem ao esforço de resgate. Tenho que me comunicar com advogados e com outros praticantes para chegarmos a um consenso. Tenho até mesmo que enfrentar os perpetradores."
Ainda assim decidi tentar o meu melhor para salvar os praticantes detidos.
Na viagem de retorno à minha cidade natal para os esforços de resgate pela primeira vez, não consegui encontrar um único praticante depois de caminhar durante horas. Nenhum deles estava em casa ou abriu a porta. No final, ao chegar à casa de um praticante estava exausta. Bati à porta repetidamente, mas ninguém respondeu. No meu coração, pedi ajuda ao Mestre. "Não consigo andar mais e preciso descansar. Por favor, que o praticante atenda a porta. Continuarei procurando outros praticantes depois de fazer uma pausa", disse. O praticante abriu então a porta com olhos sonolentos. Mais tarde encontramos outros praticantes e falamos-lhes da detenção em massa. Lembramos a todos de enviar pensamentos retos para negar a perseguição.
Ao retornar à minha cidade natal pela segunda vez, um praticante local e eu encontramos Fen, um membro da família de um praticante detido. Fen, também praticante, faltou algumas vezes aos nossos compromissos. Mais tarde, o praticante local disse-me que Fen tinha perguntado: "A pessoa [referindo-se a mim] você acha que é de confiança? Senti como se tivesse levado uma bofetada na cara. De fato, também não me achava digna de confiança, pois não tinha experiência e não sabia nada sobre direito.
Retornei ao local onde vivia. Alguns dias mais tarde, soube da morte de um praticante preso que tinha sido libertado. Assim, fui novamente para a minha cidade natal e lá permaneci durante alguns dias. Mas ainda não consegui reunir qualquer informação ou encontrar qualquer membro da família dos praticantes ainda detidos.
Decidi desistir e contei a um praticante a minha decisão. Ele respondeu: "Uma dúzia de praticantes foram presos, e este é um grande problema. Sem a cooperação de outros praticantes, não há como você fazer isto sozinha." Por favor, não seja dura demais consigo mesma." Considerei isto como uma desculpa para desistir.
Quando contatei uma praticante que tinha experiência em salvar praticantes detidos e compartilhei a minha decisão, ela disse algo diferente: "Você é uma discípula do Dafa. Uma pessoa é suficiente".
Eu explodi em lágrimas quando li a sua mensagem. "Sim, eu tenho o Mestre e tenho o Dafa. Por que estou apegada ao fato de ninguém mais estar trabalhando comigo?” disse a mim mesma. Decidi então assumir sozinha a responsabilidade de resgatar os praticantes detidos na minha cidade natal.
Comecei a ouvir a Radio Minghui, concentrando-me na série de resgatar praticantes detidos com ferramentas legais. Não tinha formação jurídica, por isso escutei a série repetidamente. Cada vez que ouvia, aprendia o que fazer no passo seguinte. Durante este processo, também fiquei mais segura e menos apegada ao resultado final. Percebi que resgatar praticantes detidos é uma oportunidade para as pessoas serem informadas e serem salvas. Escolhi este caminho para validar o Fa, que era diferente dos meus outros esforços de esclarecimento da verdade. Por exemplo, quando falava pessoalmente com as pessoas sobre a perseguição do Partido Comunista Chinês (PCC) ao Falun Dafa, podia sempre falar com a pessoa seguinte se a primeira pessoa se recusasse ouvir o que eu tinha a dizer. Quando se tratava de resgatar praticantes detidos, contudo, não podia avançar se as suas famílias se recusassem a trabalhar comigo.
Uma praticante lembrou-me que todos os praticantes presos poderiam ter sido seguidos e vigiados pela polícia durante muito tempo. Ela advertiu-me para prestar atenção à segurança. De fato, havia um artigo do Minghui que falava sobre como um praticante, ao ser libertado, mandou um polícia vir a sua casa e remover um monitor de áudio do tubo de escape da sua motocicleta. Só então ele percebeu de que tinha sido vigiado durante muito tempo antes da sua detenção.
A caminho da casa de uma praticante presa, estava determinada a persuadir o marido dela a trabalhar comigo, pois de outra forma não poderia avançar. No entanto, ele recusou-se a abrir a porta. Eu sabia que ele estava em casa porque a janela estava aberta e a luz estava acesa. Voltei mais três vezes e mesmo assim não consegui encontrá-lo.
A última vez que fui, fiquei em frente à porta e enviei pensamentos retos. Pensei que tinha de vê-lo. Quando bati à porta, alguém respondeu. Para mim, esta não era apenas uma porta para o encontrar, mas também uma porta que se abriu para eu resgatar a sua mulher. O marido forneceu-me a informação do cônjuge de outra praticante presa, que mais tarde trabalhou ativamente comigo no processo de resgate. Fiquei grata pelo arranjo do Mestre.
Entre os praticantes presos encontrava-se um casal. Os seus dois filhos tinham 20 e poucos anos. Quando os visitei pela primeira vez, a filha, Yu, chorou e disse que queria contratar um advogado para os seus pais, mas outros membros mais velhos da família se opuseram, incluindo os seus avós e os seus tios. Ela disse-me que a sua avó era absolutamente contra o Falun Dafa. Eu disse-lhe: "Agora você é adulta, e por lei pode tomar a decisão se desejar contratar um advogado para os seus pais. Se o dinheiro é um problema, nós podemos ajudar. Não precisa da aprovação dos outros". Então, ela pediu-me que a ajudasse a encontrar um advogado.
No dia em que o advogado chegou, o avô de Yu e os tios também vieram. Eles pensaram que poderíamos estar tentando enganá-la em nome da contratação de um advogado. Quando Yu tirou o dinheiro, decidi pagar o advogado com dinheiro doado por colegas praticantes. Desta forma podíamos ganhar a confiança dos familiares de Yu e ajudá-la a ganhar o apoio da sua família. Afinal, com menos pressão sobre os seus ombros, ela seria capaz de trabalhar melhor conosco ao longo do caminho.
Yu disse-me mais tarde que a sua família estava satisfeita com o encontro. "O advogado é bom. A praticante [referindo-se a mim] falou bem", comentou o seu avô, "Ela não falou muito, mas cada palavra que disse foi direto ao assunto." Para uma pessoa que não é boa com palavras, eu sabia que esta aprovação da família de Yu era também um encorajamento para mim por parte do Mestre.
Depois disso, sempre que o advogado preparava documentos legais, pedia a Yu que os levasse para casa para mostrar à sua família, para que soubessem que os praticantes não violavam nenhuma lei. Após a libertação da mãe de Yu, a atitude dos avós de Yu em relação a ela também melhorou. Como praticantes, sabemos que as respostas dos membros da família no processo de salvamento também podem determinar o seu futuro.
Embora uma praticante tenha me dito: "Você é uma discípula do Dafa. Uma pessoa é suficiente", percebi que precisava envolver outros praticantes nos esforços de resgate.
Um dos advogados ligou para o centro de detenção da minha cidade natal sobre os procedimentos de encontro com o praticante que representava. Os guardas disseram que ele precisava fornecer os resultados dos seus testes PCR COVID-19 realizados tanto na sua cidade de residência como na cidade do centro de detenção. O centro de detenção também exigiu um registro dos locais onde o advogado e a família do seu cliente tinham estado nos últimos 30 dias. O encontro com o seu cliente só poderia ser aprovado um mês mais tarde, e o departamento de polícia teria de aprovar a reunião antes do advogado, a polícia e o procurador entrariam no centro de detenção.
O centro de detenção disse mais tarde que nenhum advogado de fora da cidade seria autorizado a encontrar-se com os praticantes detidos. Os requisitos rigorosos fizeram o advogado retornar para a sua própria cidade.
Eu sabia que era tempo dos nossos praticantes melhorarem e trabalharem em conjunto como um só corpo. Compartilhei os meus entendimentos com os praticantes locais, um a um. Em dez dias, conseguimos que o centro de detenção deixasse suas exigências pouco razoáveis, e dois advogados encontraram-se com sucesso com os praticantes que representavam. Os advogados também puderam rever os documentos do caso na procuradoria local sem qualquer obstáculo.
Na próxima vez que trabalhamos juntos, paramos com sucesso um julgamento virtual. Devido à pandemia, a maioria das audiências do tribunal foram realizadas on-line. Todos os praticantes concordaram que uma audiência on-line não funcionaria para nós defendermos nossa inocência, e por isso a audiência on-line foi cancelada.
Além disso, um dos praticantes detidos foi libertado sem qualquer acusação. O seu advogado disse-me que tinha defendido muitos praticantes do Falun Gong ao longo dos anos e que era muito raro ter um praticante libertado sem ser acusado. Eu sabia que os nossos esforços tinham despertado a consciência dos perpetradores e que eles tinham feito a escolha certa para eles mesmos.
No dia de outro julgamento, pelo menos uma dúzia de praticantes dirigiu-se próximo ao tribunal para enviar pensamentos retos. Havia também praticantes que vieram de ônibus e táxis de outras cidades e províncias. Todos nós apreciamos esta oportunidade de trabalhar em conjunto. Um praticante idoso ficou sentado dentro de um pequeno carro e enviou pensamentos retos durante todo o dia. Um praticante disse-me que sentia uma forte energia desta vez quando enviava pensamentos retos. Outro praticante tirou um dia de folga do trabalho e sentou-se em casa durante todo o dia para enviar pensamentos retos. Muitos praticantes que não puderam ir ao julgamento disseram-me que definitivamente queriam ir se algo assim voltasse a acontecer.
Após saber que muitos praticantes tinham ido ao tribunal para enviar pensamentos retos, soube que tínhamos formado um só corpo para dissolver o mal e salvar os seres sencientes. Os nossos pensamentos encorajaram os praticantes presos e as suas famílias e advogados, porque esta é uma batalha entre o bem e o mal.
Através de reuniões com os seus advogados, os pensamentos retos dos praticantes detidos tornaram-se mais fortes. Vários deles recusaram-se a assistir o julgamento ilegal. Quando os guardas os arrastaram para fora, um deles gritou em tribunal: "Falun Dafa é bom!" e "Verdade, Compaixão e Tolerância são boas!" Estes praticantes detidos sentiram o nosso apoio.
Na véspera do julgamento, cinco familiares de praticantes detidos e os seus três advogados dirigiram-se às procuradorias locais, tribunais e departamento de inspeção disciplinar para protestar contra a perseguição e apresentar queixas contra os perpetradores. Um dos advogados avisou-nos que agentes de várias comissões locais de Assuntos Políticos e Jurídicos planejavam assistir à audiência e que poderia ser criada uma barreira policial. Ele disse que nós e os membros da família tínhamos de tentar entrar no tribunal antes que algo acontecesse.
Sabíamos que as autoridades podem tentar impedir os advogados de irem à sala de audiências, então os advogados ficaram em locais separados na noite anterior ao julgamento. No entanto, no dia seguinte, não vimos qualquer perturbação. Também ninguém tentou impedir os advogados de irem ao julgamento. Não nos deparamos com a polícia, bloqueios de estradas ou interrogatórios. Todas as famílias e advogados entraram no tribunal. Os nossos praticantes formaram um corpo e dispersaram os elementos maldosos em outras dimensões. Eles já não conseguiam formar um ambiente para interferir conosco.
Face à pandemia e às várias restrições de confinamento, foi difícil encontrar os perpetradores. Decidi escrever uma carta para despertar a sua consciência. Na carta, compartilhei como a minha família melhorou a nossa saúde mental e física através da prática do Falun Dafa. Também descrevi como os principais perpetradores da perseguição tinham recebido uma retribuição cármica. Quando mostrei a carta aos advogados, às famílias dos praticantes detidos, e a outros praticantes locais, eles acharam que estava bem escrita. "Todas as palavras são fortes e claras. Muito bem!" escreveu um advogado.
Fotocopiei a carta e enviei-a para as autoridades judiciais e legais locais. Alguém perguntou: "Talvez a carta com os endereços dos destinatários sensíveis seja rastreada ou retida? Talvez não cheguem aos destinatários". No dia seguinte ao envio das cartas, um praticante foi à delegacia de polícia e viu que a carta já tinha chegado. O destinatário também comentou em frente ao praticante: "Boa caligrafia. Vou levá-la para casa e ler."
Uma praticante disse-me que quando tentou copiar a carta, desejou fundir a sua compaixão na carta. Esse foi também o meu pensamento quando escrevi a carta: "Faça com que a carta leve a compaixão e os pensamentos retos dos praticantes do Dafa aos destinatários. Ninguém vai reter as cartas porque elas vão ajudar a salvar as pessoas".
Um dia fomos a um lugar a centenas de quilômetros de distância para nos encontrarmos com um praticante. No nosso retorno, vimos um gigantesco arco-íris estendendo-se do solo até ao céu, como uma aurora. Um advogado que estava conosco na hora também ficou impressionado e gravou um vídeo da cena.
Ressentimento
No meu entendimento, o ressentimento está profundamente enraizado no espectro do comunismo e prejudica a humanidade. Quando comecei a resgatar os praticantes presos, queixei-me de que os praticantes locais eram passivos quanto aos meus esforços de salvamento. No processo, as coisas começaram a acumular-se umas atrás das outras, e queixei-me de que ninguém estava lá para dividir a carga. Tive de contatar os advogados e as famílias dos praticantes detidos, obter os detalhes da situação atual dos praticantes detidos e as informações dos perpetradores, escrever artigos, denunciar os perpetradores, fazer panfletos para expor a perseguição, contatar os motoristas para buscar os advogados e aprender a escrever todo o tipo de cartas.
Um dia, entre outras coisas, tive de buscar quatro advogados com diferentes formas de transporte em horários diferentes. Fiz a lista de afazeres e perguntei aos praticantes locais: "Alguém pode me ajudar com alguma coisa? Alguma coisa?" Um praticante disse-me: "Todos temos famílias e empregos, ao contrário de ti, que não tem nada com que se preocupar. Só sabemos como esclarecer a verdade pessoalmente e não entendemos nada de direito."
Não sabia o que dizer. Não era que eu não tivesse nada com que me preocupar, mas optei por abrir mão dessas coisas. Eu sabia qual era a minha verdadeira missão e optei por deixar temporariamente o meu emprego. Gastei a maior parte das minhas poucas economias em comida e viagens entre a minha cidade de residência e a minha cidade natal. Quando estava muito ocupada, comia uma vez por dia e só comia arroz e picles. Quando estava realmente estressada, lembrava-me: "Não posso ser preguiçosa e egoísta, não irei a extremos e perderei a minha paciência." Tenho de me manter calma e racional e fazer o meu melhor".
Um praticante que tinha colaborado bem comigo disse-me um dia repentinamente: "Tenho de repensar tudo e não deixar que me engane". Isto atingiu-me com tanta força que não consegui sair da cama no dia seguinte. Perguntei-me: "Sabia de todas as dificuldades que aconteceriam antes de iniciar o projeto de resgate. Como é que ainda não consigo superar isso quando realmente está acontecendo?"
Comecei a estudar o Fa. Li o Zhuan Falun duas vezes em dois dias e assisti o vídeo "Ensinamentos na Conferência na Austrália em 2007" cinco vezes em uma semana. Consegui deixar um pouco de lado o meu ressentimento.
Uma praticante detida foi libertada mais tarde. Pensei que ela seria uma boa ajuda porque poderia falar com os perpetradores como vítima da perseguição. Na época, a maioria dos familiares dos praticantes detidos envolvidos nos esforços de resgate não eram praticantes ou eram praticantes muito jovens. No entanto, as coisas não correram como eu desejei; esta praticante recém libertada recusou-se a dar um passo à frente ou deixou o seu filho ajudar-me. Além de enviar pensamentos retos, ela não participou nas coisas que eu precisava que ela participasse. O meu desapontamento atingiu um novo patamar.
Depois de ouvir alguns praticantes detidos, um praticante perguntou-me qual era o meu plano para o futuro. Eu respondi: “Pretendo desistir dos esforços de resgate.” Assim que as palavras saíram da minha boca, soube que tinha caído na armadilha preparada pelo mal, que abriu uma barreira entre mim e outros praticantes. No entanto, o ressentimento que acumulei levou o melhor de mim. Não conseguia parar de reclamar de outros praticantes, das famílias dos praticantes detidos, dos advogados e dos erros que cometi. Ao mesmo tempo, sabia o quão irresponsável era em desistir. Após a audiência, não apareci para encontrar os advogados algumas vezes. Esqueci minha intenção inicial de resgatar os praticantes e como superei todas as dificuldades para salvar pessoas em primeiro lugar.
Dez dias mais tarde, outro advogado veio encontrar-se conosco. Não tinha qualquer razão para não ir, especialmente porque havia sido eu que o tinha convidado a juntar-se ao esforço. Fui à reunião, apesar de ainda não ter abandonado completamente o meu ressentimento.
Pouco depois, Hu, um membro da família de um praticante teve um sonho em que viu a mim e a outro membro da família ao lado do Mestre. Ao ouvir isto, eliminei subitamente o ressentimento que tinha. Optei por fazer este trabalho e devo continuar, disse a mim mesma. O Mestre já tinha arranjado Hu para ajudar-me, mas ignorei-o porque ele não era um praticante.
Hu trabalhou em estreita colaboração conosco. Desde o dia em que o contatei, ele desistiu do seu emprego no exterior e regressou à China. Até esse dia não tinha procurado emprego e continuou a trabalhar conosco. Ele tinha feito muito pelo caso e nunca se queixou. Quando eu lhe atribuía uma tarefa, ele aceitava-a e fazia um bom trabalho. Diante do juiz que nos intimidava, ele tinha um sorriso no rosto e raciocinava calmamente. Não o incomodava quando o juiz o insultava. Tudo o que ele disse foi: "Penso que tenho de lhe agradecer por ter me deixado ver o verdadeiro lado mau do PCC". Ele dizia sempre: "Não importa o quê, tentamos o nosso melhor e não deixamos arrependimentos." Para aliviar a pressão da sua família, ele fez tudo o que podia.
Compreendi que as velhas forças querem criar falhas entre nós e fazer com que tenhamos ressentimento uns dos outros. Desta forma, não poderíamos formar um só corpo para salvar pessoas. Devo sempre recordar o que diz o Mestre em "Dissipar os mistérios e impecilhos" em Hong Yin IV:
"Não reclame
Mantenha sua benevolência"
Inveja
O Mestre disse,
“quem não eliminar o apego à inveja durante o cultivo não poderá obter a Fruição-reta – absolutamente não.” (Sétima Aula, Zhuan Falun)
A minha inveja causou-me muitos problemas no cultivo, mas ainda não sabia como me livrar dela. Uma praticante que trabalhava comigo podia memorizar e recitar uma palestra do Zhuan Falun por semana. Fiquei com inveja dela ter tempo para estudar o Fa, enquanto eu só tinha tempo para recitar uma frase do Fa por dia. Quando um praticante elogiava outro praticante: "Você fez muito bem", sentia que era injusto em vez de me sentir feliz pelo praticante.
Nunca antes tinha conseguido identificar o apego da inveja. Depois de um ano esclarecendo a verdade, agora posso identificar e agarrar este pensamento imundo assim que ele emerge, e dissolvê-lo. A inveja já não pode mais me separar dos meus colegas praticantes. Posso estar verdadeiramente feliz pelos praticantes que fazem bem. Quando eles têm contratempos, posso sinceramente ajudá-los a superar as tribulações.
Também na Sétima Aula no Zhuan Falun, o Mestre disse,
"Se sua inveja não for eliminada, tudo o que você cultivou será frágil.o ciúme não for abolido, tudo o que cultivou se tornará frágil."
A inveja me fez excluir outros praticantes e não gostar de trabalhar com eles. Contanto que tenhamos em mente a intenção de salvar pessoas, nossos votos, missões e responsabilidades, nenhuma de nossas noções pode nos impedir de seguir em frente. Nada é mais importante do que esclarecer a verdade e salvar as pessoas. Não permitirei que nenhuma interferência, incluindo inveja, me impeça de ajudar o Mestre a retificar o Fa.
Medo
Em momentos cruciais, não devemos permitir que o medo bloqueie o nosso caminho e interfira com o cumprimento dos nossos votos. No entanto, quando o medo surge, parece que qualquer pessoa pode ser um agente me seguindo, em todo o lado pode haver uma câmera, e em lugar algum estou segura.
Depois que jantei com um advogado e o familiar de um praticante detido uma noite, vimos um carro da polícia estacionando em frente ao restaurante. Meu pensamento imediato foi: "Será que a polícia nos seguiu até aqui?" Eu rapidamente reajustei meus pensamentos e disse a mim mesma que era tudo uma ilusão e que continuaria a fazer o que deveria fazer.
Uma vez, eu deveria encontrar um advogado pela manhã. Antes disso, tive um sonho. No sonho, vi uma grande pilha de sapatos e encontrei um que realmente me servia e calcei-o. O som do sapato em chinês (xie) é o mesmo que o do mal. Depois que acordei, perguntei a um membro da família (um praticante), “talvez o sonho sugira que haverá maldade e eu não devesse ir?”
Eu fui porque não queria faltar ao compromisso. As coisas não correram bem no caminho para o tribunal. Eu me perdi várias vezes. Pensei que era uma dica do Mestre para eu não ir. O praticante no carro disse: "Olha para as coisas de uma forma positiva. Foi o mal que não queria que fosse e criou o sonho falso. Você tem que ir." Eu decidi: "Eu irei. Mesmo que chegue lá e não faça nada, continuo eliminando o mal e salvando as pessoas." Quando chegamos, o membro da família e o advogado já tinham acabado de rever o caso e saído do tribunal.
O pior medo que emergiu foi depois de uma reunião com as famílias de vários praticantes detidos. Antes de conversarmos, lembrei-os de ter cuidado com seus telefones celulares caso fossem grampeados. Depois que terminamos de conversar, percebi que o que eles faziam não impediria as autoridades de ouvirem nossa conversa pelos telefones. Fui para casa e não consegui controlar meu medo. Nunca havia sentido tanto medo nos últimos 20 anos. Naquele momento, eu realmente acreditava que nunca mais teria que esconder mais nada porque tínhamos falado tantas coisas. Se alguém tivesse nos grampeado e ouvido ao telefone, saberia todas as nossas informações e o que planejávamos fazer.
De acordo com o nosso plano para o dia seguinte, um membro da família de um praticante detido e eu iríamos visitar vários advogados. Tínhamos alguns documentos legais para lhes mostrar e queríamos esclarecer-lhes a verdade. Depois de termos visitado dois escritórios de advocacia, o nosso carro estragou. Eu deixei o membro da família arrumando o carro e fui para casa. Fiquei muito assustada para sair de casa depois disso. Acreditava que não era seguro sair quis ficar em casa até eliminar o meu apego ao medo.
No dia seguinte, um advogado telefonou e disse que tinha tempo para conversarmos. Eu tinha telefonado a este advogado todas as semanas durante três meses e ele nunca tinha tido tempo. Não queria realmente sair de casa, mas também não queria faltar a uma reunião com este advogado. Precisávamos de muitos advogados, e os bons eram difíceis de conseguir. Também os horários dos advogados se tornaram imprevisíveis, mesmo para eles, devido à pandemia e aos bloqueios. Não se sabia quando é que ele voltaria a estar disponível.
Lembrei-me das palavras do Mestre:
"Se você puder manter seu coração firme, então, nenhum tipo de dificuldade poderá detê-lo. Digo que isso não será um problema.” (Quarta Aula, Zhuan Falun, 2018)
Eu sabia que tinha que encontrar o advogado para conseguir sair e eliminar o meu medo. Marquei um encontro com ele e contatei a família do praticante detido a quem o advogado estava destinado. Também encontrei um motorista para nos levar ao local da reunião. Tudo parecia correr bem, e o resultado foi bom. O praticante em questão foi mais tarde libertado sem qualquer acusação.
O Mestre também disse:
"O medo pode fazer que se cometam erros, e o medo pode fazer que se perca uma oportunidade predestinada."
O medo é uma armadilha mortal no caminho de um ser humano em direção à divindade."
("Passem a prova mortal", Essenciais para Progresso Diligente III)
Temos de discernir o que é a razão e o que é o medo. Algumas vezes usamos a razão como desculpa para esconder o nosso medo e assim bloquear o nosso caminho de salvar pessoas. Se acreditamos que o medo que as velhas forças nos impõe fazem parte de nós, cairemos em sua armadilha.
O que vivi no ano passado mudou-me completamente. Escrever este artigo de compartilhamento permitiu-me ajustar o meu estado de cultivo e recordar a minha intenção de quando comecei a seguir este caminho de cultivo. Não posso deixar que o mal persiga os praticantes à vontade e destruam os seres sencientes. Eu me lembrarei sempre das palavras do Mestre,
" Se o cultivo sempre for como foi no início, o êxito é certo". ("Ensino do Fa no Dia Mundial do Falun Dafa")
Continuarei a percorrer este caminho com firmeza. Obrigada, Mestre! Obrigada, colegas praticantes!