(Minghui.org) De acordo com informações coletadas pelo Minghui.org, 125 praticantes do Falun Gong foram presos e 69 foram assediados por causa da sua fé em janeiro de 2020. No momento em que este texto é redigido, 58 dos praticantes presos permanecem detidos.
O Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, é uma prática espiritual centrada nos princípios Verdade, Benevolência e Tolerância. Desde que o regime comunista chinês começou a perseguir a prática em julho de 1999, muitos praticantes têm sido sujeitos a detenção, prisão, tortura, trabalhos forçados e até à extração forçada de órgãos.
Entre os 194 praticantes referidos, 48 tiveram as suas casas saqueadas, 18 praticantes foram extorquidos pela polícia em um total de 155.700 yuans, variando entre 100 e 1000 mil yuans por pessoa. Oito dos praticantes tinham cerca de 70 anos, e cinco cerca de 80 anos.
A maioria dos praticantes foi alvo antes do Ano Novo Chinês e do surto mortal do coronavírus que provocou o fechamento de mais de 80 cidades em toda a China.
As províncias de Hebei, Heilongjiang e Shandong foram as que tiveram mais casos de prisão e assédio. Todas as outras províncias comunicaram casos de um só dígito, entre 5 a 9 detenções e 1 a 6 casos de assédio cada uma.
Foi noticiado que as autoridades do distrito de Hongshan, cidade de Wuhan, província de Hubei, prepararam uma lista de 40 praticantes do Falun Gong em dezembro de 2019, tentaram prendê-los após o Ano Novo Chinês e levá-los para um centro de lavagem cerebral. Uma vez que a cidade foi posteriormente fechada para conter o surto de coronavírus, resta saber se as detenções planejadas foram efetuadas.
Na província de Heilongjiang, o Sr. Gong Fengqiang, de 48 anos, foi levado para um local de quarentena destinada a doentes com coronavírus, em 27 de janeiro de 2020, depois de haver perdido a consciência após ser maltratado em um centro de detenção. A detenção do Sr. Gong, em 27 de dezembro de 2019, ocorreu apenas poucas semanas depois que a sua mulher morreu após cair de seu apartamento tentando escapar de uma tentativa de prisão, também por causa da sua fé no Falun Gong.
Segue-se um relato das detenções e incidentes de assédio ocorridos em janeiro de 2020. O maior controle de informações e as rigorosas restrições no sistema de transporte na China devido ao surto de coronavírus torna ainda mais difícil comunicar de maneira atualizada o número de praticantes do Falun Gong que são detidos e assediados.
Dez moradores da cidade de Mudanjiang, província de Heilongjiang, foram detidos em 5 e 6 de janeiro de 2020 por manterem a sua fé no Falun Gong.
Dentre eles, oito praticantes foram presos em 5 de janeiro de 2020. A polícia os seguiu após eles deixarem a casa de um praticante, depois do estudo em grupo dos ensinamentos do Falun Gong. A polícia confiscou as suas chaves, levou-os para a Delegacia de Polícia de Xi'an e revistou as suas casas.
A polícia estava monitorando os praticantes antes das prisões e obteve informações sobre o seu grupo de estudo, onde eles distribuíram materiais informativos sobre o Falun Gong e os seus respectivos endereços.
Os oito praticantes são: O Sr. Liu Fengyan, a Sra. Chen Yanwei, a Sra. Wang Jinping, a Sra. Sun Yujing, a Sra. Sun Guichun, a Sra. Huang Yanli, a Sra. Li Shurong e a Sra. Wang Chunhua.
A Sra. Liu foi libertada após ser reprovada no exame físico, sendo que os outros sete praticantes receberam 15 dias de detenção administrativa no Centro de Detenção da Cidade de Mudanjiang.
Dois outros praticantes, incluindo a Sra. Fan Limin, na casa dos 40 anos e a Sra. Yu Changlan, foram detidas em 6 de janeiro de 2020.
A polícia bateu à porta da casa da Sra. Yu na noite anterior, mas ela recusou-se a deixá-los entrar. Ela foi presa quando saiu para o trabalho na manhã seguinte.
Ainda não está claro onde a Sra. Fan e a Sra. Yu encontram-se atualmente detidas.
O Sr. Yu Ziming, de 64 anos, é morador da cidade de Longchang, província de Sichuan. Ele foi à polícia local em 2 de janeiro de 2020 para renovar o seu registro residencial. A polícia exigiu que ele permitisse a vistoria da sua casa. O Sr. Yu levou-os até sua casa e então, os oficiais saquearam a sua residência.
O Sr. Yu exigiu ver um mandado de busca. Um agente respondeu: “Vocês do Falun Gong são ilegais e não precisamos de nenhum documento para revistar a sua casa”. Não está claro como a polícia descobriu que o Sr. Yu praticava o Falun Gong.
A polícia tentou prender o Sr. Yu. Quando ele resistiu, um agente agarrou-o pelos cabelos e bateu com a cabeça dele contra a parede. O lado direito do seu rosto ficou tão inchado que ele mal conseguia abrir o olho. O inchaço e as contusões em sua testa ainda eram visíveis mesmo após duas semanas.
A polícia levou mais tarde o Sr. Yu e outro praticante do Falun Gong, que por acaso fora visitá-lo na delegacia de polícia, para interrogá-los. Os dois praticantes recusaram-se a responder a quaisquer perguntas. Eles foram liberados por volta das 17h desse mesmo dia.
A Sra. Sun Jianyan, natural da cidade de Hegang, província de Heilongjiang, foi detida em 15 de janeiro de 2020, na cidade de Yichun, cerca de 150 quilômetros de Hegang. Ela tinha acabado de se mudar para Yichun no mês anterior para evitar ser perseguida por praticar o Falun Gong. A polícia ainda conseguiu localizá-la e prendê-la.
Muitos praticantes do Falun Gong fora da China ligaram para a agência da polícia e pressionaram para libertar a Sra. Sun. Como retaliação, a polícia forçou o local de trabalho da neta dela a despedir a jovem.
A Sra. Li Ruiling, uma residente de Pequim, foi detida em 27 de janeiro de 2020, quando estava colocando material informativo sobre o Falun Gong. Sete oficiais saquearam a sua casa e confiscaram os seus livros do Falun Gong, materiais relacionados e o seu computador.
Naquele momento, o tio da Sra. Li passava por ali sem saber o que estava acontecendo na casa da sua sobrinha. A polícia pegou a sua mala e despejou seu conteúdo no chão. Quando o idoso na casa dos 70 anos discutiu com a polícia, eles o algemaram e o imobilizaram no chão.
Tanto a Sra. Li quanto o seu tio foram então levados para a delegacia da polícia local. Mais tarde, a Sra. Li foi transferida para o Centro de Detenção de Dongcheng e o seu tio foi libertado. A polícia assediou a sua família mais algumas vezes depois. A sua família, especialmente a sua sogra, de cerca de 80 anos, está muito preocupada com ela.
A Sra. Qi Jirong, cerca de 80 anos e a Sra. Yu Dezhen, em seus 50 anos, moradoras da cidade de Shizuishan, província de Ningxia, foram detidas em 23 de janeiro de 2020, depois de terem sido denunciadas por falarem com as pessoas sobre o Falun Gong.
A polícia saqueou a casa da Sra. Yu e tomou os seus telefones celulares. Ela está atualmente detida no Centro de Detenção de Dawukou. A situação da Sra. Qi ainda não foi investigada.
A Sra. Liu Shuhua, de 59 anos, moradora da cidade de Xuchang, província de Henan, falou com um homem de cerca de 80 anos sobre o Falun Gong e entregou-lhe três folhetos no dia 8 de janeiro de 2020. O homem mostrou os folhetos ao seu filho ao chegar em casa. O seu filho, que havia sido influenciado pela propaganda caluniosa do regime comunista contra o Falun Gong, denunciou a Sra. Liu à polícia em 10 de janeiro.
A polícia identificou a Sra. Liu depois de analisar os vídeos captados pelas câmaras de vigilância das ruas. Em 13 de janeiro, revistaram a sua casa e levaram os seus materiais relacionados ao Falun Gong.
A polícia manteve a Sra. Liu sob detenção criminal no Centro de Detenção da Cidade de Xuchang, alegando que ela era uma "reincidente", pois havia sido condenada duas vezes em 2010 e 2013 por conversar com as pessoas sobre o Falun Gong.
A Sra. Sun Fenglong, praticante da cidade de Harbin, província de Heilongjiang, foi detida em 27 de janeiro de 2020. A polícia levou-a para o hospital, onde um médico retirou à força uma amostra do seu sangue e a examinou cuidadosamente. Ela ficou presa durante sete dias antes de ser autorizada a voltar para casa.
Também em 27 de janeiro, a polícia prendeu outro praticante, o Sr. Ma Chengbao. O médico também recolheu amostras do seu sangue e o examinou. Ele ficou detido no Centro de Detenção de Yaziquan durante uma semana.
O Sr. Lang Wanhong foi preso em 28 de janeiro. Ele não passou no exame físico duas vezes e foi extorquido em 500 yuans antes de ser libertado.
Agentes da polícia do condado de Shenze, província de Hebei, invadiram a casa da Sra. Wang Qiufen em 24 de janeiro de 2020, véspera do Ano Novo Chinês. Eles derrubaram os enfeites de Ano Novo e decorações que continham informações sobre o Falun Gong na porta da frente da sua casa. A família da Sra. Wang tentou detê-los, mas foi em vão. A polícia ficou lá cerca de 15 minutos e depois saiu.
Em seguida, a polícia foi para a casa da vizinha da Sra. Wang, Sra. He Xiuling, depois de ter visto decorações semelhantes na sua porta. Eles também derrubaram os enfeites da Sra. He Xiuling e pediram o seu nome e número do seu telefone antes de saírem. Os oficiais ameaçaram prender a Sra. He e o seu filho se ela se recusasse a dar a eles o seu número de telefone.
Autoridades na cidade de Yangquan, província de Shanxi, chamaram a filha da Sra. Guo Cuiying, Lian (pseudônimo), em 15 de janeiro de 2020, e ordenaram-lhe que se dirigisse ao gabinete do comitê residencial local.
Lian foi recebida por vários oficiais no momento da sua chegada. A polícia exigiu que ela convencesse a Sra. Guo a desistir da prática do Falun Gong. Eles ameaçaram dizendo que o futuro do seu filho seria afetado se a Sra. Guo não renunciasse ao Falun Gong.
As autoridades então extorquiram 100 mil yuans de Lian e disseram que lhe devolveriam 10 mil yuans por ano se a Sra. Guo não fosse presa por falar com as pessoas sobre o Falun Gong nesse ano. Mas se a Sra. Guo fosse presa, os 10 mil yuans seriam confiscados.
Sob a tremenda pressão, o marido da Sra. Lian está pensando em divorciar-se dela.
Por volta das 21 horas do dia 22 de janeiro de 2020, Peng Yuncheng e outro oficial de polícia apareceram à porta da Sra. Liu Xiuwen. A Sra. Liu, uma professora universitária aposentada de 83 anos de idade, na cidade de Chengdu, província de Sichuan, deixou-os entrar.
Um agente tentou tirar fotos da sua casa. Quando a Sra. Liu o deteve, o oficial respondeu: “Eu não estava tirando fotos da sua casa, estou tirando fotos do Oficial Peng”. Esse policial fez mais algumas tentativas para tirar fotografias do interior da sua casa, mas ele foi impedido pela Sra. Liu.
A Sra. Liu perguntou-lhes: “Porque vocês vieram aqui?”. Peng disse que eles só queriam visitá-la. Ela disse-lhes que estava bem e que essa invasão de privacidade era ilegal. A polícia foi embora pouco tempo depois.