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Desastres que prenunciaram o fim de dinastias antigas

17 de abril de 2020

(Minghui.org) Na China antiga, os imperadores também eram conhecidos como “tian zi” (“filhos do céu”). Acreditava-se amplamente que o divino selecionava aqueles que eram virtuosos para governar o país e cuidar dos seus habitantes. Entretanto, se esses imperadores falhassem no seu dever e agissem de forma imprudente, teriam um destino desagradável. Isto foi claramente visto durante a transição de uma dinastia para outra.

Ao longo da história, dinastias ergueram-se e caíram. Quando uma dinastia se aproximava do seu fim, imperadores e funcionários corruptos, bem como pragas e outros desastres eram comuns.

Terremotos

Yu, o Grande, um antigo sábio mais conhecido por controlar inundações, estabeleceu a Dinastia Xia (2070-1600 a.C.), a primeira dinastia na China. Jie, o seu último governante, entregou-se à luxúria, matou funcionários leais e deixou o povo na miséria. Segundo os Anais do Bambu, um terremoto ocorreu no 15º ano do domínio de Jie, e os rios Yi e Luo secaram. Outro terremoto e um deslizamento de terras no Monte Qu ocorreram no 30º ano do reinado de Jie.

O Rei Tang derrubou a Dinastia Xia e iniciou a Dinastia Shang (1600-1046 a.C.). O último Rei, Zhou, era um tirano cruel que desrespeitava o divino e maltratava o povo. Segundo os Anais do Bambu e Huainananzi, naquela época um grande terremoto provocou um deslizamento de terra no Monte Yao e levou à secura de três rios.

Durante a Dinastia Zhou seguinte (o “Zhou” aqui é um caractere chinês diferente, com um tom diferente do de Zhou, o último Rei da Dinastia Shang), o último Rei, You, foi imprudente ao nomear funcionários corruptos e ao abusar das torres de sinalização dos tempos de guerra para agradar a uma mulher. Três anos após o seu reinado, ocorreu um terremoto, seguido de trovões no inverno (muitas vezes considerado azar e uma indicação de calamidade na cultura chinesa). No ano seguinte, houve uma geada de verão que causou estragos em plantações.

Após a morte de Qin Shihuang, na Dinastia Qin, ocorreram grandes inundações durante três anos consecutivos (209-207 a.C.) nas atuais províncias de Shandong e Anhui, que bloquearam o tráfego e conduziram à rebeliões. Os últimos anos da Dinastia Han Ocidental foram palco de inundações, de uma seca e de pragas de insetos.

Pragas

Muitas pessoas morreram por causa de pragas no decurso da civilização humana. Durante o Império Romano, depois que Nero começou a perseguir os cristãos, as três maiores pragas foram a Peste do Outono (65 d.C.), a Peste Antonina (165-180 d.C.) e a Peste de Cipriano (250-270 d.C.).

Na China, foram também relatadas pragas durante a transição de dinastias. Durante o reinado do Imperador Xian na Dinastia Han Oriental (25-220 d.C.), ocorreu uma grande praga em 217 d.C. Cao Cao, poeta e penúltimo chanceler do Imperador Xiandi, escreveu uma vez:

"No campo estão ossos de pessoas mortas,
Viajei 1000 li (cerca de 300 milhas) sem ouvir um galo a cantar".

Após as inundações nas atuais províncias de Shandong e Henan, surgiu uma praga durante a última Dinastia Sui e muitas pessoas morreram. Do mesmo modo, o Imperador Xuanzong, no crepúsculo da Dinastia Tang, certa vez relatou a respeito das pragas no seu reinado:

"Nos últimos anos, as áreas dos rios Yangtze e Huai sofreram com as inundações e a seca. Juntamente com as pragas, as pessoas fugiram para outros lugares, deixando nove em cada dez lares vazios".

A mesma coisa aconteceu na Dinastia Song. Segundo a História de Yuan, uma praga que ocorreu em 1276 (três anos antes do fim da Dinastia Song), na área de Huangzhou, foi tão desenfreada que “o número de infectados e mortos estavam além da conta”. Durante a Dinastia Yuan seguinte, tendo como último imperador Huizong (também conhecido como Shundi), houve 12 pragas documentadas, incluindo uma que infestou a capital durante dois anos.

As duas últimas dinastias na China

As duas últimas dinastias na China também foram assoladas por pragas nos seus últimos anos.

As pragas no final da Dinastia Ming foram graves e generalizadas. 14 anos após a chegada ao poder do Imperador Chongzhen, tanto a capital como Wujiang (na atual Cidade de Suzhou, na província de Jiangsu) sofreram uma grande praga, em 1641. De acordo com Wujiang Zhi (História Local de Wujiang), “Algumas das famílias morreram juntas, sem que ninguém fosse deixado para trás”. As coisas pioraram nos dois ou três anos seguintes. Algumas pessoas morreram tão rapidamente como em questão de duas horas, e outras morreram em um dia ou dois.

Além da peste, houve outras ameaças à Dinastia Ming, como as forças rebeldes sob Li Zicheng (também conhecido como o Rei Dashing). A peste, porém, parecia infectar apenas os soldados da Dinastia Ming, não os de Li Zicheng ou os invasores de Manchus. Depois de infectar a China durante décadas e enfraquecer as forças da Dinastia Ming, a peste desapareceu em 1644, depois que os Manchus estabeleceram a Dinastia Qing.

Um dos médicos mais conhecidos a combater as pragas da Dinastia Ming foi Wu Youxing (1580-1660, também conhecido como Wu Youke). Ele fez uma extensa pesquisa sobre epidemias e escreveu o livro Wenyi Lun (Tratado sobre Pestilência) em 1642.

O principal remédio que Wu encontrou para a peste chamava-se dayuanyin. Ajudou a fortalecer o sistema imunológico dos pacientes e a equilibrar os seus órgãos internos. Mas o remédio de Wu não curava todos os pacientes. Apenas aqueles que seguiram o seu conselho de recitar sinceramente os seus versos Taoístas antes de tomarem o remédio tiveram a sua saúde restaurada.

As pragas regressaram no final da Dinastia Qing. Durante a era do Imperador Guangxu, as pragas assolaram o povo durante 19 dos 34 anos deste período. Durante o reinado do próximo e último Imperador, Xuantong, houve pragas dois em cada três anos.

Liu Bowen, um sábio da Dinastia Ming, uma vez descreveu a cultura e profecias divinas Chinesas na Inscrição do Monumento à Montanha Taibai:

O céu tem olhos, a terra tem olhos,
e todos têm um par de olhos;
O céu está olhando, a terra está olhando,
[por natureza] a vida é feliz e sem preocupações”.

Em outras partes da inscrição, previu pragas que parecem ser altamente relevantes para a epidemia de coronavírus em curso, em termos de tempo, localização e população suscetível. Consulte outro artigo, ”A conexão da epidemia do coronavírus de Wuhan com profecias antigas”, para maiores detalhes.

Na mesma inscrição, Liu prescreveu também um antídoto para a peste: “Apenas aqueles que permanecem em retidão podem sobreviver”, escreveu ele. Para saber mais, consulte “Praga prevista na Dinastia Ming por Liu Bowen”.