(Minghui.org) Em 27 de fevereiro de 2019, o Comitê Permanente de Assuntos Estrangeiros e Desenvolvimento Internacional do Parlamento Canadense aprovou o Projeto de Lei S-240, após uma audiência de dois dias. A Câmara dos Comuns e o Senado farão uma revisão final do projeto antes de se tornar lei.
O projeto de lei, que se originou no Senado, inclui dois aspectos da lei. Uma alteração do Código Penal que torna ilegal, para os canadenses, a obtenção de órgãos no exterior sem o consentimento do doador. A outra alteração é na Lei de Proteção a Imigrantes e Refugiados, a qual garante que pessoas de qualquer parte do mundo envolvidas com a extração forçada de órgãos não sejam admitidas no Canadá.
Audiência do Comitê Permanente de Assuntos Estrangeiros e Desenvolvimento Internacional do Parlamento Canadense.
O parlamentar conservador Garnett Genuis, que apresentou o projeto, disse durante a audiência em 26 de fevereiro: “O projeto de lei busca responder à situação na China onde eles estão extraindo órgãos vitais de presos políticos vivos e muitas vezes acordados. E isto é uma política de estado”.
"O projeto de Lei também responde a situações em que órgãos são levados através de coerção e exploração para além do alcance de autoridades locais bem-intencionadas."
Parlamentar conservador Garnett Genuis
No primeiro debate, em 20 de novembro de 2018, o parlamentar Genuis citou as descobertas de dois canadenses, David Matas e David Kilgour, os dois descobriram através de uma pesquisa meticulosa que entre 60.000 e 100.000 órgãos humanos eram transplantados todos os anos em hospitais chineses e quase não havia sistema de doação voluntária. A maioria dos órgãos vem de prisioneiros vivos, principalmente praticantes do Falun Gong.
Parlamentar Liberal Borys Wrzesnewskyj (meio)
O parlamentar liberal Borys Wrzesnewskyj, que apresentou uma lei semelhante onze anos atrás, disse que a extração forçada de órgãos é “a mais sombria das maldades de nossos tempos atuais”. Ele disse ao comitê: “Não víamos, desde a Segunda Guerra Mundial, atrocidades humanas em escala industrial perpetradas por um estado, um governo, a China.”
A avó do parlamentar Genuis, uma sobrevivente do Holocausto nazista, disse que só conseguiu não ser presa, levada e torturada em campos de concentração por causa da proteção e assistência de sua comunidade.
O parlamentar Genuis disse que espera que o projeto seja aprovado neste Parlamento "para que possamos olhar nossos filhos nos olhos e dizer a eles que não apenas falamos sobre o assunto, mas realmente impedimos que as atrocidades fossem cometidas".
Wrzesnewskyj disse que o Projeto de Lei S-240 é raro pois tem apoio de todos os partidos e de ambas as câmaras do parlamento, tornando-se "uma demonstração da legislatura e legisladores fazendo seu trabalho e, mais importante, um trabalho vital".
Ele mencionou especificamente na coletiva de imprensa em 20 de novembro de 2018, que a maioria das vítimas da extração forçada de órgãos vinha de grupos vulneráveis, como prisioneiros vivos, e que o grupo do Falun Gong é o mais perseguido.
Mencionando o curto prazo antes da próxima eleição federal, que ocorre em outubro, a deputada do NDP, Tracey Ramsey, disse que os novos democratas esperam uma rápida aprovação do projeto. Caso o projeto de lei não seja aprovado, ele será descartado e os proponentes terão que recomeçar depois da eleição.
Ela disse: "Nós nos opomos fortemente ao tráfico e ao tratamento repulsivo para com aqueles que são manipulados, abusados e explorados para a obtenção de seus órgãos em todo o mundo".
A deputada liberal Anita Vandenbeld agradeceu a Genuis e a outros membros por seu trabalho na audiência. Ela disse que apoia 100% do projeto e que o tráfico ilegal de órgãos é um dos crimes mais selvagens e desumanos do mundo. Firmando oposição à extração de órgãos, ela disse que o Canadá deve se tornar um modelo global neste quesito. Ela também destacou a urgência de aprovar a legislação.
O comitê também ouviu David Matas, advogado canadense de direitos humanos, por telefone. Ele disse que os países que promulgaram legislações semelhante para impedir que seus cidadãos viajem para o exterior em busca de transplantes de órgãos ilegais tiveram um declínio dramático no turismo de órgãos para a China.
"Depois que a legislação de Israel foi aprovada, o turismo de órgãos para a China passou de muito comum a desaparecer por completo ou quase por completo", disse Matas. “Agora que [Taiwan tem] legislação, teve uma queda acentuada no turismo de órgãos para a China. Então a legislação nesses dois países é muito influente ”.
Ele também falou sobre outros países que aprovaram legislação semelhante, incluindo Espanha, Itália e Noruega.
Genuis observou que os parlamentares de diferentes partidos introduziram legislações semelhante por mais de uma década. Assim, ele está esperançoso de que desta vez o projeto se torne lei.
"Houve quatro projetos de lei sobre isso nos últimos dez anos", disse ele. “Isso representa a culminação do trabalho feito por algumas das maiores mentes dos direitos humanos no mundo, pessoas como [ex-ministro da justiça] Irwin Cotler, David Matas e David Kilgour. ”