(Minghui.org) Eu fui empregado por muitos anos como gerente de uma empresa. Pouco depois do Partido Comunista Chinês (PCC) começar a perseguir o Falun Gong, meu chefe ameaçou me demitir se eu não renunciasse à minha fé, mas não cedi.
Passei muitos anos supervisionando pessoas comuns. Por isso, quando assumi o papel de um coordenador do Dafa, naturalmente senti que meu trabalho era liderar.
Sempre que havia uma necessidade de cooperação em grupo, especialmente envolvendo projetos ou sugestões pelas quais eu era responsável, esperava que os colegas praticantes cooperassem incondicionalmente. Ficava aborrecido se alguém deixasse de colocar seu coração em um projeto, e até pensava em maneiras de criticá-los na frente dos outros. Eu também não gostava de ouvir que os praticantes da minha área não haviam lidado bem com certas coisas, pois me fazia sentir como se eu não os houvesse liderado de maneira eficaz.
Quando um praticante local foi preso em 2012, eu, juntamente com vários outros coordenadores da região, acompanhamos a família do praticante à delegacia de polícia para perguntar por seu paradeiro.
Quando estávamos saindo, percebemos que estávamos sendo seguidos. Vários coordenadores foram posteriormente presos.
Uma coordenadora de outra área me perguntou: “Vários coordenadores da sua área foram presos. Você chama isso de coordenação?”
Eu respondi: “Somos todos praticantes. Eu não sou responsável por arranjar seus caminhos de cultivo. Se você está dizendo que eu tenho brechas no meu cultivo, ou que eu não coordeno bem, posso concordar com você. Se for esse o caso, por que você não vem assumir a minha função?”
Ao ouvir isso, ela disse: “Tudo bem, eu serei a coordenadora da sua área”. Embora eu tenha dito a ela que eu cooperaria totalmente com ela, senti-me perturbado no coração, depois que ela foi embora.
Alguns dias depois, uma praticante que havia doado algum dinheiro para contratar um advogado para defender o praticante detido disse: “Devolva-me o dinheiro que lhe dei. Eu vou dá-lo para a nova coordenadora, já que você não é mais o coordenador”. Eu fiquei irritado com a atitude dela.
Eu disse à minha esposa, que também é uma praticante: “Ela é uma discípula do Dafa? Ela é tão esnobe! O dinheiro que ela me deu não foi dado a minha pessoa. Não é importante quem está realmente segurando o dinheiro. Isto não é óbvio para ela?”
Minha esposa respondeu: “Não há coincidências. Parece que você tem um apego. Você precisa olhar para dentro”. Acatei o seu conselho e olhei para dentro depois de estudar o Fa. Foi quando eu descobri que ainda estava abrigando inveja.
Eu havia confundido a noção de liderar com ser um coordenador do Dafa. Quando fui removido dessa posição, senti como se tivesse perdido meu poder.
Um praticante de outra área conversou comigo há alguns anos sobre o uso de telefones celulares para ajudar a aumentar a conscientização sobre a perseguição do PCC ao Falun Gong.
Ele perguntou: “Você precisa de algum celular?” “Quanto custa cada telefone?”, perguntei, e concluí: “Vou perguntar aos praticantes da minha área se eles querem participar desse projeto”.
Ele respondeu: “Não há necessidade de perguntar a eles. Você pode tomar essa pequena decisão sozinho. Nós não cobramos nada pelos telefones. Mesmo se lhe dermos 100 telefones, ainda assim não equivaleria a muito dinheiro”.
Quando eu disse a ele que não estava de acordo, ele perguntou: “Por quê? O que estamos fazendo é uma coisa correta. Sou responsável pela minha área e componho o conteúdo de notícias da nossa publicação semanal local. Eu nunca peço aos outros que revisem meu trabalho ou me ajudem”.
Enquanto continuávamos falando, senti que seu estado não estava correto. Alguns dias depois, soube que ele havia sido preso.
A razão pela qual não pude ajudá-lo a entender que assumir um papel de liderança em um projeto não era o mesmo que coordenar esse projeto, porque também estava confuso sobre esse assunto. Eu me sinto muito arrependido por ele ainda estar preso.
A noção de que um coordenador é um líder existe nos corações de muitos coordenadores, assim como nos corações de praticantes comuns. Alguns coordenadores microgerenciam tudo, desde os locais de produção de materiais do Dafa até o grupo de estudo do Fa.
Alguns praticantes estão acostumados a ser supervisionados assim, e se sentiriam desconfortáveis se cooperassem de qualquer outra forma.
O Mestre disse:
“Não importa quem seja, não há hierarquias entre os discípulos do Dafa, e o assistente também é um homem de contato, e todos estão dentro do cultivo”. (“Ensinando o Fa no Dia Internacional do Falun Dafa”)
O papel que desempenhamos como discípulos do Dafa foi determinado há milhares de anos, e surgiu do sincero desejo de ajudar o Mestre durante este período de retificação do Fa.
Assim, alguns de nós são coordenadores, alguns fazem trabalhos técnicos e outros esclarecem a verdade face a face.
Pessoas comuns têm capacidades semelhantes, mas ser competente não tem nada a ver com atingir certo nível de cultivo ou reino.