NEW YORK (5 de agosto de 2016) Oito anos após as Olimpíadas de Pequim e com o mundo se preparando para assistir às Olimpíadas de 2016, cuja abertura foi hoje, no Brasil, milhares de praticantes do Falun Dafa e seus familiares na China estão vivendo com as consequências de uma repressão imposta pelo Partido Comunista Chinês (PCC) antes do evento esportivo de 2008. Acredita-se que, pelo menos, 150 pessoas presas na época ainda estejam detidas atualmente, de acordo com uma lista compilada pelo Centro de Informação do Falun Dafa (Faluninfo).
"Esses chineses inocentes foram sequestrados antes das Olimpíadas de 2008, simplesmente porque praticavam o Falun Dafa. Hoje, eles continuam a definhar nas prisões em toda a China", diz Levi Browde, Diretor Executivo do Centro de Informação do Falun Dafa. "Eles estão em constante risco de tortura horrível e, até mesmo, de vida. E devemos lembrar que isto é apenas a ponta do iceberg dos centenas de milhares de praticantes presos ao longo dos anos e das dezenas de milhões perseguidos por sua fé em toda a China".
Como Pequim se preparava para sediar as Olimpíadas de 2008, o PCC aproveitou a oportunidade para embarcar em enormes batidas policiais sobre praticantes do Falun Dafa em todo o país, parte de uma repressão maior sobre a dissidência. Mais de 8 mil pessoas foram detidas, muitas vezes retiradas à força de suas casas ou de seus locais de trabalho. Na época, o Centro de Informações do Falun Dafa documentou 711 casos de praticantes de Falun Dafa presos na preparação para os jogos, que foram condenados à prisão no final de 2009 após julgamentos falsos. Centenas de outros foram enviados para campos de trabalho forçado.
Uma proporção significativa desses praticantes do Falun Dafa recebeu penas de prisão de mais de oito anos. Na ocasião do dia da abertura das Olimpíadas de 2016, o Centro de Informações do Falun Dafa está publicando uma lista de 158 pessoas que acredita-se que estejam sob custódia.
Várias pessoas da lista original foram excluídas porque elas não sobreviveram enquanto estavam na prisão. Outros faleceram após terem sido levados a campos de trabalho forçado. Fontes de dentro da China e familiares relatam que eles morreram sob custódia ou logo após a sua libertação, seja devido a torturas sofridas na prisão ou a negligência de cuidados médicos. Três exemplos estão a seguir:
- Dr. Gong Hui - Morto em dezembro de 2009: Dr. Gong, 57 anos, foi detido em Tianjin no dia 13 de agosto de 2008, na primeira semana das Olimpíadas e foi enviado no mês seguinte para o “Campo de Reeducação Mediante Trabalho Forçado” de Banqiao. Enquanto esteve lá, ele foi espancado, torturado e mantido em confinamento solitário. Depois de três meses no campo, ele ficou magro, fraco e com dificuldades para falar. Ele foi finalmente autorizado a voltar para casa depois de completar sua sentença total de 15 meses. Incapaz de se recuperar das torturas sofridas sob custódia, ela faleceu menos de um mês após a sua libertação.
- Sr. Yu Zhongzhu - Morto em janeiro de 2010: Sr. Yu, 39 anos, foi detido no dia 8 de agosto de 2008, o dia de abertura das Olimpíadas de Pequim, juntamente com sua esposa e vários outros praticantes do Falun Dafa locais. Ele morreu em uma prisão na província de Heilongjiang enquanto cumpria uma pena de seis anos e seu corpo foi rapidamente cremado, sem a permissão de sua família. Sua esposa foi condenada a quatro anos de prisão.
- Sra. Liu Fengmei - Morta em dezembro de 2014: Sra. Liu, na casa dos quarenta anos de idade, foi sequestrada na província de Liaoning, em fevereiro de 2008 e, posteriormente, condenada a 13 anos de prisão. Enquanto cumpria a sentença, foi diagnosticada com câncer de mama em estágio avançado, mas quando foi eventualmente liberada sob liberdade condicional médica, a doença já tinha progredido muito demasiadamente para ela se recuperar. O advogado de direitos humanos Li Heping (agora, ele mesmo está na prisão) foi um dos vários advogados que defendiam sua inocência no tribunal. A Sra. Liu está sendo cuidada por seu marido e pelo seu filho.
"Pode levar anos até que o mundo compreenda o verdadeiro custo humano das Olimpíadas de Pequim de 2008", diz Browde. "Mas mesmo sem esse conhecimento, a comunidade internacional tem que se lembrar das vítimas da repressão do PCC, que ainda estão presas e continuam a reclamar pela própria libertação, antes que seja tarde demais".
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