(Minghui.org)
Na antiga China, havia muitos cultivadores, mas poucos deles foram capazes de atingir o estado de um ser divino. Isto ocorre porque o cultivo é muito desafiador e os mestres esperam que seus discípulos cumpram com padrões muito estritos e difíceis. Sem uma vontade excepcionalmente forte e resoluta, um cultivador não será capaz de completar seu cultivo.
Uma vez na antiga China, havia um homem chamado Zhao Sheng. Buscando o Tao, Zhao Sheng viajou uma longa distância para a província de Sichuan, no oeste da China, para cultivar no Taoísmo sob a tutela de Zhang Daoling. Para confirmar a vontade de Zhao Sheng, Zhang Daoling arranjou uma série de testes.
Um dia, Zhao Sheng chegou à porta de Zhang Daoling. Ele explicou o propósito de sua visita ao porteiro e implorou que chamasse Zhang Daoling. Para seu espanto, o porteiro não foi falar com Zhang Daoling sobre ele. Ao invés disso, ele xingou incessantemente Zhao Sheng. Determinado a cultivar no Taoísmo, Zhao Sheng não se irritou absolutamente. Ele decidiu que não iria embora até que se tornasse um discípulo de Zhang. Ele dormiu do lado de fora daquela porta aquela noite e por mais 40 noites subsequentes. O porteiro o xingou por 40 dias. Finalmente Zhang Daoling consentiu em se encontrar com Zhao e permitiu que ele ficasse. Entretanto, o Mestre Zhang o ordenou a viver nos arrozais e trabalhar como espantalho e espantar os pássaros e animais das plantações. Zhao obedeceu sem hesitação.
Estava ventando e fazendo frio no campo à noite. Os animais selvagens faziam terríveis barulhos que davam frio de cima a baixo na espinha. Mesmo assim, Zhao era muito devoto. Ele certificou-se de que nenhum grão seria perdido para os animais. Um dia no pôr do sol, quando ele havia espantado um bando de pássaros, Zhao viu uma incomum linda donzela aproximando-se dele. A senhora lhe disse que estava caminhando para uma vila distante e pediu abrigo para à noite. Zhao Sheng pensou que, como um cultivador, ele deveria ajudar pessoas em necessidade. Ele convidou a senhora a dormir na sua cabana de palha, mas ele sentou-se no campo sozinho até o amanhecer. No dia seguinte a senhora reclamou de dor nos pés e ficou por mais alguns dias. À noite ela tentou seduzi-lo, mas o coração de Zhao Sheng estava focado no cultivo e ele não se sentiu tentado de maneira alguma.
Na sequência, o Mestre Zhang ordenou a Zhao Sheng ir às montanhas para pegar lenha. Assim que Zhao saiu, ele viu mais de 30 potes de ouro na estrada. Ele parecia completamente alheio ao ouro. De fato, ele passou pelos potes de maneira que nem ao menos virou sua cabeça para examinar o ouro. Quando ele chegou no topo da montanha, três tigres rosnavam e atacavam-no ao mesmo tempo, como se estivessem a ponto de devorá-lo. Naquele momento crucial, Zhao não entrou em pânico. Ele pensou: “Sou discípulo do Mestre Zhang. O Mestre está cuidando de mim! Nada pode me machucar!” Os tigres rasgaram sua roupa e lamberam sua face, mas não o morderam de fato. Vendo que ele não tinha medo, os tigres abaixaram suas cabeças e o abandonaram.
Depois, o Mestre Zhang ordenou que Zhao Sheng fosse ao mercado comprar tecido. Após Zhao selecionar o tecido e pagar por ele, o vendedor o acusou de não ter pago. Gritando com Zhao, o vendedor fez um escândalo e atraiu uma série de observadores. Zhao não discutiu com ele nem defendeu-se da acusação. Pelo contrário, ele pegou sua túnica como pagamento pelo tecido. Repentinamente o vendedor admitiu que ele cometeu um equívoco.
Um dia quando Zhao Sheng estava cuidando das plantações, veio um mendigo de longe. O mendigo estava em trapos, todo imundo, coberto de sujeira. Havia abscessos e pus por todo seu corpo. Seu fedor era tão forte que sufocava. O mendigo se aproximou de Zhao e pediu por comida. Zhao foi muito simpático com o mendigo. Ele tirou suas próprias roupas e as ofereceu para o mendigo. Ele ofereceu seu próprio almoço e a comida de sua despensa.
Zhang Daoling tinha 201 discípulos, porém ele os testou para poder ensinar o Tao ao genuíno cultivador entre eles.
Um dia, ele levou seus discípulos a um cume chamado Escadaria para as Nuvens na Montanha Guming. Ele apontou para um pessegueiro que cresceu em um penhasco e disse: “Eu vou ensinar o Grande Tao à pessoa que puder pegar pêssegos daquela árvore”. O pessegueiro tinha crescido no meio de uma rocha muito íngreme, entre as nuvens e as profundezas de um vale. A maioria dos discípulos que estava no cume olhou para baixo em direção ao pessegueiro e, banhados em suor frio, defenderam-se e fugiram do desafio dizendo: “É impossível, Mestre”.
Apenas Zhao Sheng pensou diferente. Ele pensou: “Se o Mestre nos disse para ir pegar os pêssegos, deve haver um meio. Além disso, meu Mestre está aqui. Ele nunca iria me deixar cair no abismo e morrer. Um cultivador deve ter fé no seu Mestre e no Tao antes de poder alcançar o Grande Tao”. Ele deu um salto de fé em direção ao pessegueiro e pousou exatamente na árvore. Todos ficaram chocados com sua conduta.
Um por um, Zhao pegou os pêssegos na árvore e os atirou na direção do Mestre Zhang. Zhao pegou 202 pêssegos no total, assim Mestre Zhang e seus 201 discípulos poderiam comer um. Após Zhao ter pego os pêssegos, o Mestre Zhang se esticou para puxá-lo. Todos os discípulos pensara: “Como ele pode alcançá-lo daqui?” Mas bem diante dos olhos deles os braços do Mestre Zhang se esticaram três vezes o seu comprimento normal e então ele puxou Zhao para cima do cume.
Após Zhao Sheng comer seu pêssego, o Mestre Zhang disse a seus discípulos: “Zhao Sheng foi capaz de pousar na árvore porque sua mente era reta. Agora, como seu Mestre, vou tentar fazer o mesmo e ver se eu consigo fazê-lo. Seria maravilhoso se eu pudesse pegar um grande pêssego daquela árvore. Se eu não puder pousar na árvore, eu não sou digno de ser seu Mestre e eu devo morrer tentando sem arrependimento”. Todos exceto Zhao Sheng tentaram persuadir o Mestre Zhang a não fazer coisa tão perigosa. Ignorando sua súplicas, o Mestre Zhang deu um salto, mas ele errou a árvore e caiu no vale. Todos ficaram pálidos devido ao choque. Foi um grande período de silêncio, ninguém emitiu nenhum som. Todos aceitaram que seu Mestre deveria ter morrido e começaram a chorar.
Zhao Sheng, como os outros, foi tomado pela dor. Há um ditado chinês: “Mestre por um dia, Pai por uma vida”. Se algo acontecesse ao Mestre, como ele conseguiria viver como seu discípulo? Mas então ele pensou: “O Mestre é grandioso, ele está em um nível muito elevado. No fundo de cada vale há de existir um chão sólido, mesmo no mais profundo deles. Não é nada para um cultivador que obteve o Tao. Como seu discípulo, eu devo seguir o Mestre de perto em qualquer circunstância. Eu não devo abandonar o Mestre e viver sozinho”. Ele fechou seus olhos e deu outro salto de fé para dentro do vale.
Zhao perdeu a sensação do tempo. Quando ele finalmente pousou, não estava machucado absolutamente. De fato, ele pousou bem na frente do Mestre Zhang, quem sorriu para ele como se estivesse esperando-o. Havia uma cama e um aposento lá. O Mestre Zhang disse: “Eu sabia que você viria”. Todos os outros discípulos estavam maravilhados e entristecidos por perderem a oportunidade de obter o Grande Tao.
Finalmente, o Mestre Zhang e Zhao Sheng ascenderam aos céus em plena luz do dia e se tornaram imortais. Todos os outros discípulos assistiram a como eles subiram aos céus e desapareceram por entre as nuvens.
Fonte: A Biografia dos Imortais