(Minghui.org) O Mestre nos disse o seguinte:
Alguns sempre insistem: “Ai, por que essa pessoa sempre tem uma atitude assim? Por que se comporta assim com todos?” Também há aqueles que dizem: todos o criticam. Porém, se perguntarem a mim, vosso Mestre, lhes direi que vocês estão todos equivocados. Quando todos deixarem esse apego de querer ouvir palavras agradáveis, puderem manter o coração inabalável quando forem insultados, olhem e vejam se aquela pessoa pode continuar agindo assim com você. Justamente por terem esses apegos é que existem elementos que golpearão seus corações; é precisamente devido ao fato de seu coração ter sido provocado que você se irrita; quando todos têm esses apegos, surge a situação onde todos estão irritados com a pessoa que golpeia seus corações. Se todos puderem estar serenos ao serem atacados com palavras fortes, sem serem afetados por nada, vejam se ainda existem tais elementos. ("Ensinando o Fa no Fahui de Chicago, 2004")
Depois de ler este parágrafo, eu descobri que ainda possuo o apego de querer ouvir coisas agradáveis. Porque eu não removi esse apego, muitos conflitos surgiram entre mim e um praticante chamado Wang (pseudônimo).
Eu tinha 70 molas de arame para fazer calendários que sobraram em janeiro. Era tarde demais para comprar novas bases de calendário. Eu sabia que Wang tinha várias centenas de bases de calendário, por isso, peguei alguns sem pedir-lhe antes. Outro praticante e eu, em seguida, fixamos as bases em 70 calendários do Falun Gong. Quando os calendários estavam prontos para ser distribuídos, Wang voltou.
Wang jogou os calendários no chão. Eu os recolhi, mas ele jogou-os novamente. Eu os recolhi pela terceira vez, e ele atirou-os ao chão pela terceira vez. Eu não discuti com ele e mantive a calma porque eu sabia que era um praticante do Falun Gong. Dois outros praticantes estavam assistindo.
Quando saí da casa de Wang, eu me senti desconfortável. "As bases do calendário não pertenciam a você, outro praticante as comprou", pensei. "Fizemos os calendários do Dafa para salvar as pessoas e também para validar o Fa. Eu não planejava usá-los na minha casa". Eu tinha todos tipos de outros pensamentos negativos também.
Pensei que eu estava certo. Eu também pensei que Wang não tinha mudado sua atitude de forma alguma. Eu listei muitas de suas falhas na minha mente. Eu também pensei: "Por que isso aconteceu? O que foi isso? Era para remover a minha raiva, a minha competitividade ou a minha noção de ter medo de ficar constrangido?"
Eu senti que não havia encontrado a principal razão para tal conflito ocorrer, então eu me senti desconfortável.
Eu disse a outro praticante que eu não iria apoiar Wang, porque ele não se cultivou bem. Muitas vezes ele perdeu a paciência com os outros. Eu até disse que eu não sabia distinguir se Wang era uma pessoa comum ou um praticante do Falun Gong.
Eu costumava apoiar os projetos de validação do Dafa de Wang. Eu geralmente era capaz de encontrar seus pontos positivos e de ignorar suas deficiências. Mas eu já não o apoiava mais como antes. "Deixe que ele siga com seus projetos", pensei, "eu vou cuidar da minha vida".
Eu não percebi que meus pensamentos não estavam de acordo com o Fa, e que o pensamento ia contra a vontade do Mestre. Nosso poder de validação do Fa foi enfraquecido. As velhas forças gostaram disso.
Eu não vi Wang por meio ano. Eu nem sequer pensava sobre ele quando eu passava em frente à sua casa.
Acredito que não importa o tipo de incidente que eu me depare ao longo desses anos de cultivo do Falun Gong, mesmo que eu não esteja bem no momento, eu mantenho o estudo do Fa na ordem exata. Eu nunca tento estudar o Fa para remover certa noção.
O Mestre nos advertiu na “Fahui em Sydney” sobre “obter naturalmente, sem busca”.
O Mestre me permitiu experimentar o poder do Fa que ele citou acima.
Eu estudei um parágrafo do Fa do Mestre que eu coloquei no topo deste artigo alguns dias depois. Eu percebi que eu tinha o apego de ouvir palavras agradáveis. Vários dias foram necessários para remover esse apego.
Um colega praticante, chamado Qiang (pseudônimo), me convidou à sua casa certa noite para oferecer-lhe um conselho sobre uma tribulação que ele estava passando com sua família. Sua tribulação se estendera por meio ano.
Eu fui a primeira pessoa a chegar na casa de Qiang. Meia hora depois, Wang e outros três praticantes também chegaram. Dois dos três praticantes tinham testemunhado meu conflito com Wang. Eu não sabia que Wang viria e ele não sabia que eu estaria lá. Wang e eu nos cumprimentamos, relutantes.
Meu coração batia forte e eu me senti desconfortável. Senti como se algo anormal estivesse acontecendo com meu corpo. Esforcei-me para ficar calmo. A sala da casa era muito pequena, então todos sentamos no grande sofá. Wang e eu sentamos um de frente para o outro. Nos mantivemos em silêncio por alguns momentos e depois começamos a conversar com os outros colegas praticantes.
Eu percebi que essa era uma oportunidade de melhora do meu xinxing, arranjada pelo Mestre. Eu não deveria perder essa oportunidade. Eu precisava usá-la para eliminar a brecha entre nós. Então eu me livrei de meu constrangimento e perguntei a Wang uma questão técnica. Wang respondeu amigavelmente.
O Fa do Mestre passou pela minha mente. O Mestre disse:
Quando certos aspectos nossos que não tenhamos cultivado bem surgirem, haverá discórdia e diferenças de opiniões. Então, observem e vejam onde estão os problemas. Cada pessoa deve examinar a si mesma por essas razões: “Fiz algo pobremente e isso foi a causa daquela pessoa estar em desacordo comigo?” E a outra pessoa deve pensar algo também: “Houve algum problema com a forma com que expus o assunto e fiz que o outro não o aceitasse?” Quando cada pessoa examina a si mesma, então, isso é cultivo. Se você não examina a si mesmo, então não está se cultivando, pelo menos quanto a este assunto específico. (Expondo o Fa no Fahui Internacional de Nova York, 2004)
Compartilhamos entendimentos sobre os problemas na família de Qiang. Por meio da troca de entendimentos, percebi que eu culpava os outros e que me chateava com eles porque eu estava me ostentando. Descobri meus problemas e fui capaz de me controlar. Senti a atmosfera se acalmar.
Senti que estava relaxado a caminho de casa. Na minha mente, agradeci ao Mestre e quase derramei lágrimas. Senti culpa do modo que tratei Wang, devido à minha falha de cultivo. Minha compaixão falhou e meu reino não era de todo alto. Quando a natureza demoníaca dele emergiu, fui incapaz de suprimir a minha própria.
Estudei mais o Zhuan Falun e analisei o significado profundo da compaixão.
O Mestre nos disse:
Quando você odeia, você não se descontrola? Assim você não coloca em prática Ren. Falamos de Zhen-Shan-Ren, mas assim nem sequer seu Shan existe. (Quarta Palestra, Zhuan Falun)
Para sermos compassivo, nós, cultivadores, precisamos em primeiro lugar suportar. Se duas pessoas têm um conflito, um lado pode suportar com calma, e esse é um aspecto da compaixão. Depois de suportar, a pessoa pode atravessar a tribulação e seu reino irá elevar. Naturalmente a natureza demoníaca do outro será suprimida.
Se essa natureza demoníaca fosse incapaz de me mover, então o outro praticante envolvido não teria perdido a paciência. Se as duas pessoas têm carma entre elas, e se conseguem suportar o incidente, em seguida, o carma pode ser reembolsado. A tolerância está alinhada com o Fa, então os seres sensíveis em ambos os lados do conflito podem ser salvos. Cultivar-nos bem é um aspecto de como podemos salvar os seres sencientes.
Acima são meus entendimentos no meu nível. Se algo for inapropriado, por favor, apontem para mim.