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Sobrevivente de tortura e estupro apresenta queixa contra Jiang Zemin

18 de setembro de 2015 |   Escrito por um correspondente do Minghui na província de Hebei

(Minghui.org) Tendo sofrido tortura inimaginável por permanecer firme na sua crença no Falun Dafa, a Sra. Ren Jinping, da cidade de Langfang, província de Hebei, recentemente apresentou uma queixa criminal contra Jiang Zemin, ex-chefe do Partido Comunista Chinês, por ser o responsável pela campanha de perseguição contra o Falun Dafa.

Para testemunhar a perseguição implacável e levar o autor principal à justiça, a Sra. Ren descreve os momentos mais sombrios de sua vida nos últimos dez anos e narra as numerosas ocasiões em que foi alvo de tortura por sua crença – nove prisões, detenções ilegais, torturas brutais, estupro por um policial, trabalho forçado e abuso sexual.

Ela também recorda o grande choque e desgosto causado pela perda de seus pais num lapso de cinco meses e o sentimento de culpa por causar dor e sofrimento aos familiares mais próximos. Por mais doloroso que seja, ela afirma: "Minha aflição é apenas a ponta do iceberg de como os praticantes do Falun Dafa na China têm sofrido nos últimos 16 anos".

"Eu só desejo processar Jiang Zemin", esclarece. "Embora muitos agentes de segurança pública estejam envolvidos mais diretamente na minha perseguição, eu já não guardo ressentimento contra eles – nem mesmo pelo policial que me estuprou. Eles estavam todos sendo usados e, eles próprios, são vítimas".

A Sra. Ren está acusando Jiang de prisão ilegal, tortura, extração de órgãos e genocídio. Sua queixa foi enviada em 26 de junho de 2015 e foi recebida pelo Supremo Tribunal Popular e pela Suprema Procuradoria Popular no dia seguinte.

O que se segue é um resumo do que a Sra. Ren sofreu.

Detenções repetidas

A Sra. Ren começou a praticar o Falun Dafa em 1995 e logo recuperou sua saúde. Ela adquiriu vitalidade e se tornou mais atenciosa para com os outros. Seus familiares, amigos e vizinhos ficaram impressionados ao testemunhar as mudanças nela.

Quando Jiang Zemin deu início à perseguição ao Falun Dafa, a Sra. Ren fez duas viagens a Pequim entre outubro de 1999 e maio de 2000 para apelar pelo direito de praticar. Ela foi detida ambas as vezes, espancada e multada. Depois que foi presa pela segunda vez, ela foi enviada de volta para Langfang e amarrada a uma cama por 45 horas no centro de detenção da cidade.

Três agentes da polícia prenderam a Sra. Ren em junho de 2000 por fazer os exercícios do Falun Dafa em público. Eles espancaram-na por mais de uma hora em plena luz do dia até que ela perdeu a consciência e, em seguida, levaram-na para o centro de detenção da cidade. Ela foi espancada pelo diretor Xing com um sapato, o que resultou em grave inchaço e perda de audição.

Para escapar de uma tentativa de prisão em setembro de 2000, a Sra. Ren saiu de casa para viver temporariamente em Pequim. Durante a sua estada de 19 meses em Pequim, ela foi presa três vezes por falar às pessoas e publicar informações sobre a perseguição ao Falun Dafa. Ela foi enviada duas vezes para um centro de detenção, onde foi torturada e quase se tornou uma vítima da extração forçada de órgãos. Em outra ocasião, ela foi estuprada por um agente da polícia.

"Nós poderíamos facilmente encontrar compatibilidade"

A Sra. Ren foi presa apenas alguns meses depois que se mudou para Pequim em setembro de 2000. Enquanto esteve detida no Centro de Detenção de Chaoyang, a Sra. Ren foi secretamente submetida a exames físicos extensos e a vários testes no Hospital Geral de Aviação Civil.

"O médico olhou para os meus resultados e disse: ‘Os resultados parecem ótimos. Poderíamos facilmente encontrar alguém compatível’. Na época, eu não tinha ideia o que ele quis dizer."

Os guardas tiraram-na de sua cela depois da meia-noite do dia seguinte e algemaram as suas mãos atrás das costas e acorrentaram seus pés. Ela foi colocada no porta-malas de um carro, escoltado por policiais armados. Torcida em uma posição desconfortável no porta-malas, com as mãos algemadas e os pés acorrentados, a dor que sentiu rapidamente tornou-se insuportável.

Depois de dirigir por uma hora, o motor do carro parou. O veículo foi rebocado de volta para o Centro de Detenção de Chaoyang. Disseram à Sra. Ren para não falar sobre aquilo.

Anos mais tarde, por acaso ela estava assistindo a um programa de televisão sobre a extração de órgãos, sancionada pelo Estado, de praticantes do Falun Dafa na China. De repente ocorreu-lhe o que poderia ter acontecido com ela. "Eu ainda tremo de medo quando penso no que poderia ter acontecido naquela noite".

Estuprada por um agente da polícia

Enquanto afixava cartazes com informações expondo os fatos sobre a perseguição ao Falun Dafa em Pequim, em maio de 2001, a Sra. Ren foi intimada por um policial. Ele tentou apalpá-la enquanto lhe revistava e, quando ela não permitiu que ele continuasse, ele bateu nela com um taco de borracha até que ela perdeu a consciência. Em seguida, ele a arrastou para uma ponte nas proximidades e a estuprou.

"Senti uma dor forte na parte inferior do meu corpo e soube imediatamente o que tinha acontecido. Depois de ter concluído o ato, ele inseriu o bastão de borracha na minha vagina e sentou-se em cima de mim. Não tenho a certeza de quantas horas passaram antes de eu finalmente recuperar a consciência".

Quando ela viu o oficial sentado próximo, fumando um cigarro, ela gritou por ajuda. Ele não parecia nada preocupado. "Sim, eu a estuprei. Eu poderia até tê-la assassinado e jogado no rio. Temos ordens superiores para tratar o Falun Dafa como quisermos".

Com muita dor, ela conseguiu chegar à casa depois que ele partiu. Ela permaneceu de cama, perdendo e recuperando a consciência nos dias seguintes. Ela nem conseguia se mover. A dor física finalmente passou, mas os danos psicológicos irão assombrá-la pelo resto da sua vida.

O Hospital de Segurança Pública

Enquanto distribuía panfletos com informações sobre o Falun Dafa em outubro de 2001, a Sra. Ren foi detida em Pequim. Na delegacia de Sanjianfang ela foi algemada e trancada em uma jaula de metal durante um dia e uma noite. Mais tarde, ela foi transferida para o Centro de Detenção de Chaoyang, onde ficou detida por mais de dois meses.

Ela foi submetida a espancamentos, obrigada a ficar de pé por longos períodos de tempo e teve seu rosto queimado com pontas de cigarro. Ela foi confinada numa pequena cela porque se recusou a escrever uma declaração de garantia para renunciar à sua crença. Ela estava à beira da morte quando foi transferida para o Hospital de Segurança Pública em dezembro daquele.

O porão do Hospital de Segurança Pública foi usado para deter praticantes do Falun Dafa provenientes de todo o país. A maioria foi trazida para lá depois de ser torturada até à beira da morte. Todos os praticantes eram algemados e acorrentados a uma cama na posição "águia esticada" e só eram soltos para comer ou ir ao banheiro.

O pessoal médico tirava amostras de sangue de cada praticante todas as manhãs. Quem resistia era eletrocutado com bastões elétricos. Quase todos os dias uma amostra de sangue de 60 mL foi retirada da Sra. Ren durante os 27 dias em que ela esteve lá.

As autoridades do Departamento de Polícia de Langfang, finalmente descobriram onde ela estava e transferiram-na de volta. Ela foi enviada diretamente para o Centro de “Lavagem Cerebral” de Yuecheng ao voltar para Langfang. Durante o mês em que esteve detida lá, os guardas espancaram-na todos os dias em uma tentativa de levá-la a renunciar à sua crença.

Torturada no Campo Feminino de Trabalhos Forçados de Kaiping

A Sra. Ren foi detida em sua própria casa em Langfang em março de 2004 e levada para Campo Feminino de Trabalhos Forçados de Kaiping, na cidade de Tangshan, onde ela foi mantida por dois anos. Ela ficou confinada numa pequena cela por mais de um ano.

Obrigaram-na a ficar em pé 24 horas por dia durante três semanas consecutivas, o que causou incontinência e inchaço das pernas. Os guardas abusaram dela o tempo todo. Às vezes eles forçaram-na a se ajoelhar e eletrocutavam as plantas dos pés com bastões elétricos. A janela da sua cela foi selada com fita adesiva durante as sessões de tortura de modo que ninguém pudesse ouvir seus gritos. A temperatura no interior da cela subia acima dos 37ºC durante o verão.

Uma vez, quatro guardas mulheres deixaram-na completamente nua e arrancaram todos os seus pelos púbicos. Então, forçaram-na a ficar de pé, embora ela estivesse sangrando muito. Finalmente ela perdeu a consciência e desmaiou.

Sofrimento da família

Depois que a Sra. Ren saiu de casa em setembro de 2000, seu marido Wang Zhixin, que não pratica o Falun Gong, foi ilegalmente detido e preso durante duas semanas. Com ambos os pais ausentes e sem nenhum lugar para onde ir, seu filho dormia na rua. Frequentemente, a polícia também perseguia e ameaçava seu marido.

A polícia frequentemente assediava os pais idosos da Sra. Ren na sua casa, quase sempre no meio da noite. Uma vez, o casal foi levado para a delegacia de polícia tarde da noite e não foi libertado até depois da meia-noite. O constante medo e ansiedade tiveram influência negativa sobre a saúde dos seus pais.

Depois que a Sra. Ren foi enviada para o campo de trabalhos forçados em 2004, a saúde de sua mãe declinou rapidamente e ela faleceu em menos de um mês. Cinco meses depois, seu pai faleceu.

"Quando soube da morte dos meus pais, fiquei tão desalentada que desmaiei. O sentimento de culpa me despedaça em mil pedaços cada vez que penso neles".

Contexto

Em 1999, Jiang Zemin, então chefe do Partido Comunista Chinês, anulou o posicionamento dos outros membros do Comitê Permanente do Politburo e lançou a violenta repressão ao Falun Dafa.

A perseguição levou à morte milhares de praticantes do Falun Dafa ao longo dos últimos 16 anos. Mais foram torturados por sua fé e até mesmo mortos por seus órgãos. Jiang Zemin é diretamente responsável pela criação e manutenção da perseguição brutal.

Sob sua direção pessoal, o Partido Comunista Chinês estabeleceu um órgão de segurança extralegal, a Agência 6-10, em 10 de junho de 1999. A organização sobrepuja as forças policiais e o sistema judicial na realização da ordem de Jiang contra o Falun Dafa: para arruinar sua reputação, levar os praticantes a falência, e destruí-los fisicamente.

A legislação chinesa permite agora que os cidadãos sejam demandantes nos processos criminais, e muitos praticantes estão exercendo esse direito de apresentar queixas criminais contra o ex-ditador.