(Minghui.org) O Mestre recentemente afirmou em "Ensinando o Fa no Fahui de São Francisco, 2014, EUA":
"Não confiam uns nos outros, ninguém diz a verdade, não se tocam, ninguém busca olhar para dentro. É realmente complicado. De qual meio você diz que é? Digam, o que está fazendo essa parte de vocês, esse pessoal? Cultivo?Apegos tão fortes! Seja na estação de TV, no Da Jiyuan ou em outro meio, mudem já esse estado, pois não estão agindo como cultivadores! Eu já disse isso há muito tempo, até quando vão esperar? Até quando vão esperar! Não há mais tempo."
Há alguns dias, depois de visitar um parente idoso, alguns princípios do Fa tornaram-se claros para mim, no nível em que me encontro.
Um parente meu tem mais de 90 anos de idade e sofre de demência. Por exemplo, ela diz que ontem falou com alguém quando na realidade essa conversa ocorreu há um ano atrás. Ela pode me contar a mesma história todas as vezes que a visito ou até várias vezes durante a mesma visita. Ela tende a juntar duas ocorrências diferentes numa mesma situação e muitas vezes pensa que alguém fez alguma coisa quando, na verdade, foi uma pessoa diferente que fez, etc.
Ainda que ela saiba que a sua memória não é aquilo que costumava ser, ela não entende até que ponto a sua memória se deteriorou e, cada vez que ela me diz alguma coisa, ela tem certeza daquilo que está dizendo e pensa que é a primeira vez que diz.
Durante a minha última visita, ela perguntou: "Como está seu negócio?" (ainda que numa visita recente ela tenha feito a mesma pergunta e eu tenha respondido). Depois entrou num monólogo e começou a enumerar todas as coisas que eu fiz mal durante os últimos dez anos e disse que o tempo não espera por ninguém.
Mesmo quando a mente dela estava clara, ela era uma pessoa teimosa, agora é ainda mais. Por isso eu sentei-me silenciosamente e ouvi o que ela tinha para dizer. Quando ela pedia a minha resposta eu só dizia que estava ouvindo atentamente e que iria pensar seriamente no assunto dizendo a ela com sinceridade. Depois que ela terminava o seu discurso, ela relaxava e falávamos de um assunto diferente.
Na superfície, não há razão para considerar seriamente nada do que ela diz. Ela vive "no seu próprio mundo", onde tudo está misturado e não corresponde necessariamente à realidade.
Mas, quando eu calmamente a ouvia, sem prestar atenção em quem estava falando, por qual motivo ou se ela sabia do que estava falando, eu consegui entender que realmente alguns dos pontos que ela mencionava realmente estavam relacionados com falhas da minha parte, enquanto que outras coisas eram somente palavras irrelevantes.
O Mestre afirmou em "Ensinando o Fa na cidade de Los Angeles, EUA (2006)":
"Devem chegar ao ponto em que são capazes de aceitar as críticas, sem importar de onde vierem. Se a crítica é verdadeira, então corrija; se não for, preste atenção. Se você puder permanecer sereno quando o criticarem ou chamarem sua atenção, já está melhorando."
Por exemplo, é verdade que muitas das decisões que tomei na última década foram erradas e eu preciso perceber se aprendi lições positivas e corretas e se estou colocando-as em prática. É verdade que não soube valorizar o tempo que passei nesta Terra.
Olhando em retrospectiva, houve vezes em que eu não estava certo da eficácia daquilo que eu estava fazendo e isso me levou ao desespero e a perdas. Em vez de sentir arrependimento, eu ainda hoje desperdiço tempo. Estas duas questões estão diretamente relacionadas com aquilo que estou cultivando no momento.
1) Depois de refletir, parece que todas as pessoas são como o meu parente, mesmo que não sofram de demência. Elas não têm ideia sobre as suas próprias vidas, elas vivem na ilusão, inter-relacionam coisas que não têm ligação e fazem deduções erradas, etc. Eu não deveria pensar demais nas palavras delas e, em vez disso, deveria ter mais compaixão.
O Mestre afirmou em "Ensinando o Fa em São Francisco, EUA”, 2005:
"Vocês devem lembrar que vossos pensamentos retos podem mudar as pessoas comuns e também lembrar que vocês não devem ser dirigidos por elas. Se as pessoas comuns dizem algo ou interferem com vocês, não pensem muito nisso, façam somente o que precisam fazer. As fontes dos pensamentos humanos são muito complicadas e em muitos casos, quem fala na verdade, são as noções das pessoas, não são seus verdadeiros pensamentos ou seus seres verdadeiros. Então, as coisas que elas dizem, muitas vezes são enganosas e não são realmente aquilo que queriam dizer. Elas esquecem as coisas imediatamente depois de dizê-las. Nem sequer levam a sério seus próprios comentários, então por que você o faria? Não se preocupem pelo que elas dizem, cada palavra que vocês dizem é como um ‘trovão’ para elas."
2) Como cultivadores, estamos cientes de verdades e reinos mais elevados. Mas estes entendimentos também são limitados. Por isso não importa o quão certo um cultivador esteja sobre algo, o Fa é o único critério. Mais importante, não interessa quanta certeza tenha ou quão insistente eu seja sobre o meu próprio entendimento, ele é limitado. Pois apesar de tudo, eu também vivo na ilusão.
O Mestre afirma no Zhuan Falun, Sexta Palestra, "O coração de ostentar":
"Ainda que o gong de um cultivador se manifeste, que seu gong se abra e ele se torne verdadeiramente iluminado, ele não deve se considerar como alguém especial. Aquilo que ele vê está limitado ao seu próprio nível. O cultivo dele alcançou esse ponto, ou seja, sua qualidade-de-iluminação, seu padrão de xinxing e sua sabedoria também alcançaram esse ponto, por isso ele provavelmente não acredita nas coisas que são de níveis mais elevados. Justamente por não acreditar nelas, ele considera que aquilo que ele vê é absoluto, pensa que é tudo. Ainda está muito distante, seu nível só vai até lá."
Meu entendimento é que isto é exatamente uma omissão das velhas forças e uma das razões que as motivaram, nível após nível, a agirem tão presunçosamente causando um dano tão extenso aos seres sencientes. Se eu agir como elas, eu não estarei também ajudando-as em vez de ajudar o Mestre a retificar o Fa?
O Mestre disse em “O que significa ‘ajudar o Mestre a retificar o Fa’” de Essenciais para Progresso Diligente III:
“Por mais grandiosa que pareça sua ideia, ela está limitada apenas a este nível, a este ponto singular e a este assunto particular. Como você poderia saber que impacto terá o que o Mestre quer, nos incontáveis e incomensuráveis níveis de corpos cósmicos gigantescos? Se um estudante quer ‘ajudar o Mestre a retificar o Fa’, deve, então, apenas se preocupar em como fazer da melhor maneira aquilo que o Mestre quer; isso é o que deve fazer.
Como pode querer que o Mestre lhe ajude? Como pode usar o Dafa, durante a retificação do Fa, para lhe ajudar a realizar as suas ideias humanas?”
3) Devemos sempre prestar atenção ao verdadeiro conteúdo das palavras das pessoas, medir tudo com o Fa e fazer o melhor uso de todas as oportunidades. Por isso, até o meu "inimigo" pode me ajudar, enquanto que o meu "amigo" pode não ajudar e intencionalmente desviar-me do meu caminho.
O Mestre afirmou em "Ensinando o Fa na Reunião da NTDTV, 2009"
"Lembro-me que depois que a perseguição começou, uma pessoa na China continental me escreveu uma carta como se fosse um praticante, dizendo como deveria fazer as coisas para que tivessem um resultado melhor, assim e assim. Porém, eu sabia que esta pessoa era um agente secreto. Para esconder sua identidade verdadeira, ele sugeriu coisas positivas, então eu utilizei sua ideia. Qual o significado disto que estou contando? Tudo o que faço é para salvar seres conscientes. Não importa quem seja, se algo pode ter um efeito positivo na salvação da pessoa, eu o utilizo."
Eu notei que o seguinte fenômeno ocorre por vezes durante as trocas de experiências entre praticantes:
Alguém levanta certa questão que por si só é merecedora de discussão e ponderação. Mas ao levantar tal questão ele o expressa de modo imperfeito, com apegos misturados, com elementos de provocação, ofensa ou motivos egoístas, etc.
Em seguida, os outros apontam tais omissões. Vamos supor que ele está correto e que realmente omissões estão presentes e que não acrescentam nada à questão em discussão. Depois esta pessoa responde apontando as omissões daqueles que lhe apontaram omissões. E assim por diante.
Eu penso que existem desvantagens distintas nesta abordagem:
1) É difícil conduzir um discussão proveitosa se continuamente saltamos de um tópico para o outro em vez de manter o foco.
2) Assim acabamos por nunca discutir o ponto de fato, o qual pode realmente merecer séria atenção.
3) Demonstra falta de respeito compaixão para com o praticante que levantou a questão.
É possível que às vezes tenhamos a percepção que certo praticante "não cultivou bem" e assim perdemos coisas importantes que ele nos pode dizer. Às vezes temos a percepção de que outro praticante "cultivou bem" ou que é um coordenador importante, por isso aceitamos o que ele diz sem avaliarmos de acordo com o Fa.
Estas ações não vão contra aquilo que o Mestre pediu?
O Mestre disse no Zhuan Falun, Sexta Palestra, “O coração de ostentar”:
" Na realidade, não nos importa quem ou como é a pessoa, pois só existe um Fa e somente agindo de acordo com o DaFa é que se está no padrão genuíno.”
Quando falei sobre aquilo a que me iluminei e sobre como agir melhor quando estou ouvindo, gostaria de dizer algumas palavras de outra perspectiva.
Se eu noto que os outros não estão prestando atenção ao que estou falando, em vez disso, eles apontam as minhas deficiências, talvez seja o momento de eu olhar para os meus motivos e para as minhas deficiências.
Talvez eu deva também pensar sobre como fazer com que seja mais fácil para os outros praticantes prestarem atenção ao real conteúdo das minhas palavras, para que eles possam avaliá-las o menos possível com noções humanas e sem inadvertidamente estimular as suas noções humanas.
Em termos humanos, isto pode ser chamado de "aumentar a credibilidade", mas para os praticantes trata-se de simplesmente ter mais consideração pelos outros.
O que eu quero transmitir é que ações que na superfície são semelhantes, podem ser realizadas com duas mentalidades diferentes: a humana, que é esperta, quer ser aceite e tornar-se influente ao ganhar a confiança dos outros e a outra forma que é altruísta e deseja ter consideração pelos os outros, agindo somente em benefício dos outros, salvaguardando e validando o Fa.
Na realidade, só agindo com esta mentalidade uma pessoa "naturalmente melhora a sua credibilidade". Esta é a relação entre as duas formas como eu a entendo.
Eu comecei a entender há alguns anos, que a maneira como digo as coisas é na verdade importante quando validamos o Fa juntos. No princípio, eu tinha esta noção que estava me comportando como um político e sentia que havia um conflito. Mais tarde, com a ajuda de outros praticantes e com mais estudo do Fa, eu entendi que este não era o caso, é realmente apenas uma questão de com que "coração" as coisas são ditas.
Em relação a manifestação das noções humanas, é o meu entendimento que é realmente inevitável que as nossas noções humanas sejam estimuladas quando cultivamos, incluindo quando interagimos com outros cultivadores e é bom para nós que elas sejam expostas.
O Mestre afirma em Zhuan Falun, Quarta Palestra, "A transformação do carma"
"Se ambos, você e eu, fôssemos agradáveis um com o outro e ficássemos sentados ali em harmonia, como seria possível aumentar o gong? Foi justamente porque ele criou aquele conflito que surgiu a oportunidade para você poder elevar o seu xinxing; foi por meio dele que você pôde elevar o seu próprio xinxing".
Eu não penso que isto signifique que precisamos ou que sejamos capazes de tomar o papel do Mestre e usar o nosso entendimento limitado para intencionalmente "planejar" o caminho de cultivo dos outros e suas tribulações de forma a "ajudá-los". Em vez disso devemos seguir a orientação do Mestre.
O Mestre disse em “Ensinando o Fa no Dia Internacional do Falun Dafa”:
“Eu digo sempre que você realmente tratar bem uma pessoa, sem nenhum coração egoísta, as palavras que você disser podem fazer uma pessoa chorar. Quer tentar?”
O que expressei é o meu entendimento pessoal, por favor chamem a minha atenção se algo não estiver de acordo com o Fa.